“The Hand That Rocks the Cradle”: Remake Com Mary Elizabeth Winstead e Maika Monroe Perde o Norte Entre Vítimas e Vilãs 🍼🔪

A nova versão da Hulu tenta reinventar o thriller de 1992, mas o resultado é morno e sem o charme perverso do original

Trinta anos depois do clássico The Hand That Rocks the Cradle (A Mão que Embala o Berço), de Curtis Hanson, a Hulu decidiu ressuscitar o thriller psicológico que traumatizou uma geração. A realização está a cargo da mexicana Michelle Garza Cervera (Huesera), e o elenco é liderado por Mary Elizabeth Winstead e Maika Monroe. O problema? A tensão que fazia o original vibrar parece ter ficado no passado.

Entre a culpa e a loucura: duas mulheres, um conflito sem chama

Nesta nova versão, Winstead interpreta Caitlin Morales, advogada e mãe de duas crianças que, à beira do segundo parto, conhece Polly Murphy (Maika Monroe), uma jovem aparentemente inofensiva que se oferece para ajudar como ama. O que começa como uma relação de apoio transforma-se lentamente num jogo de manipulação, sabotagem e paranoia — só que o filme nunca decide quem é realmente a vítima.

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Monroe, conhecida pelos papéis em It Follows e Longlegs, encarna Polly com um olhar vazio e inquietante, mas falta-lhe o magnetismo ameaçador que Rebecca De Mornay trouxe ao original. Winstead, por seu lado, entrega uma performance sólida, mas o guião força-a a oscilar entre fragilidade e histeria sem consistência. O resultado é uma dinâmica confusa em que as duas personagens parecem competir pelo título de “mais instável da casa”.

Um thriller sem suspense (e sem piscina)

Apesar de uma estética elegante e de uma casa moderna em vidro — perfeita para o caos —, a encenação raramente aproveita o potencial visual ou psicológico da história. Pequenos actos de sabotagem (remédios trocados, comida adulterada, explosões infantis) substituem o suspense genuíno por um desfile de clichés previsíveis.

“Que espécie de thriller familiar não aproveita uma piscina à espera de tragédia?”, ironiza um crítico norte-americano.

A realizadora, que em Huesera explorou com mestria o terror da maternidade, aqui entrega um produto demasiado polido e sem nervo. A tentativa de acrescentar tensão sexual e subtexto queer entre patroa e ama fica tão subdesenvolvida que se torna quase decorativa.

Um remake que não justifica a existência

Com Raúl Castillo e Martin Starr em papéis secundários desperdiçados, The Hand That Rocks the Cradle versão 2025 carece de energia, perigo e propósito. A música sombria de Nick Cave e Low tenta disfarçar a falta de atmosfera, mas o ritmo glacial e os momentos de violência gratuita só agravam a sensação de vazio.

É um contraste gritante com o filme de 1992, que dominou o box office durante quatro semanas e arrecadou 140 milhões de dólares com um orçamento de apenas 12 milhões. Este remake, por outro lado, estreia diretamente na Hulu e dificilmente terá vida longa fora do catálogo.

Em resumo

Entre intenções feministas mal cozinhadas e um tom excessivamente contido, The Hand That Rocks the Cradle perde a oportunidade de homenagear o legado de Hanson. É um thriller sem tesão, sem alma e sem necessidade — e uma prova de que, às vezes, o passado deve ficar onde está: no berço do terror bem feito.

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Em Portugal o filme deverá chegar ao Disney + para stream, mas até ao fecho deste artigo não nos foi possível confirmar a data de chegada.