O mundo do cinema despede-se de Adam Somner, um dos assistentes de direção mais reconhecidos e respeitados da indústria, que faleceu aos 57 anos após uma longa batalha contra o cancro. Com uma carreira que abrange mais de 75 créditos, Somner trabalhou ao lado de realizadores como Steven Spielberg, Ridley Scott e Martin Scorsese, deixando uma marca indelével em algumas das maiores produções de Hollywood.
Uma carreira brilhante por trás das câmaras Somner participou em filmes icónicos como “Gladiador”, “The Wolf of Wall Street”, “Birdman” e “There Will Be Blood”, sendo nomeado para um Óscar pelo seu trabalho como produtor em “Licorice Pizza”. Conhecido pela sua capacidade de gerir produções complexas, foi uma figura essencial nos bastidores, garantindo que as visões dos realizadores se tornassem realidade.
Homenagens emocionadas Grandes nomes do cinema, como Spielberg e Scorsese, prestaram tributo à sua memória, destacando não apenas o seu profissionalismo, mas também a sua humanidade e paixão pelo cinema. “Adam era mais do que um assistente de direção, era um parceiro criativo indispensável”, afirmou Spielberg.
Um legado duradouro Embora tenha partido cedo, Adam Somner deixa um legado inspirador para futuras gerações de cineastas e profissionais da indústria, mostrando que o trabalho por detrás das câmaras é tão importante quanto o que vemos no ecrã.
Javier Bardem está confirmado como o protagonista da nova série “Cape Fear”, produzida pela Apple TV+. Inspirada no romance “The Executioners”, a série conta com a colaboração de dois gigantes do cinema: Steven Spielberg e Martin Scorsese. Ambos unem esforços para reinventar a narrativa clássica, que já foi adaptada ao cinema em 1962 e 1991.
Na nova adaptação, Bardem interpreta Max Cady, um criminoso libertado da prisão que começa a perseguir um casal de advogados, trazendo à tona segredos sombrios do passado. A série, composta por 10 episódios, é descrita como um thriller psicológico intenso, explorando a dinâmica entre vítimas e agressor de forma complexa e envolvente.
Esta será a primeira colaboração de Spielberg e Scorsese numa série televisiva, elevando as expectativas em torno do projeto. A Apple TV+ aposta fortemente nesta produção, destacando o equilíbrio entre suspense e profundidade narrativa.
Bardem, vencedor de um Óscar, é conhecido pela sua capacidade de criar personagens multifacetadas, e Max Cady promete ser um dos papéis mais desafiantes da sua carreira. A série está prevista para estrear em 2025 e já é vista como uma das apostas mais ambiciosas do catálogo da Apple TV+.
Com um enredo envolvente e um elenco de peso, “Cape Fear” posiciona-se como um dos lançamentos mais aguardados, oferecendo uma abordagem moderna a uma história que continua a cativar gerações.
Martin Scorsese é um dos realizadores mais aclamados de sempre, e quando se fala de filmes de crime, é impossível ignorar o seu impacto no género. Ao longo de décadas, Scorsese trouxe ao grande ecrã histórias fascinantes sobre a vida no submundo do crime, oferecendo uma visão crua e muitas vezes brutal das suas personagens. O site internacional de cinema Collider fez uma lista dos 11 melhores filmes de crime de Martin Scorsese, e aqui estão eles, do menos para o mais memorável:
11. Boxcar Bertha (1972)
O primeiro filme de crime de Scorsese, Boxcar Bertha, não é considerado uma obra-prima. Com Barbara Hershey e David Carradine no elenco, o filme segue uma mulher rebelde que enfrenta o sistema ferroviário corrupto durante a Grande Depressão. Embora o filme seja interessante para quem quer ver as origens do estilo de Scorsese, é um dos seus trabalhos menos impactantes.
10. Cape Fear (1991)
Mais um thriller do que propriamente um filme de crime, Cape Fear conta com Robert De Niro a interpretar um criminoso que aterroriza a família de um advogado. O desempenho aterrador de De Niro torna o filme inesquecível, mas é considerado um dos filmes de crime “mais fracos” de Scorsese, segundo o Collider.
9. Gangs of New York (2002)
Apesar de não ser perfeito, Gangs of New York compensa as suas falhas com a atuação icónica de Daniel Day-Lewis como Bill, o Açougueiro. A história de vingança de Amsterdam Vallon (Leonardo DiCaprio) oferece um retrato brutal do crime no século XIX, sendo um dos filmes mais grandiosos de Scorsese.
8. Casino (1995)
Casino é uma épica de crime passada em Las Vegas nos anos 70 e 80, onde o submundo do crime controlava os casinos. Este filme de 179 minutos é uma viagem longa, mas a violência brutal e o enredo complexo são característicos do estilo de Scorsese. As interpretações de Robert De Niro, Sharon Stone e Joe Pesci elevam o filme a outro nível.
7. Mean Streets (1973)
Após o fracasso de Boxcar Bertha, Scorsese encontrou o seu estilo com Mean Streets. Este filme foi o início da sua longa colaboração com Robert De Niro e é considerado um dos primeiros grandes trabalhos de Scorsese no género do crime. Com uma narrativa solta e personagens memoráveis, o filme é um clássico que ainda hoje é reverenciado.
The Departed
6. The Departed (2006)
Este é o filme mais galardoado de Scorsese, tendo vencido o Óscar de Melhor Filme e Melhor Realizador. The Departedapresenta um enredo denso, com agentes infiltrados tanto na polícia como numa gangue de criminosos. Leonardo DiCaprio, Matt Damon e Jack Nicholson brilham neste thriller cheio de reviravoltas.
O mais recente filme de Scorsese, Killers of the Flower Moon, é um épico histórico baseado em factos reais. Passado na década de 1920, o filme aborda uma série de assassinatos na Nação Osage, em Oklahoma. Com performances incríveis de Leonardo DiCaprio, Robert De Niro e Lily Gladstone, este é um filme denso e emocionalmente devastador.
4. The Irishman (2019)
Com quase três horas e meia de duração, The Irishman é um filme sobre arrependimento e envelhecimento no mundo do crime. O filme conta com Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci em papéis principais, e usa tecnologia de envelhecimento digital para mostrar os personagens em diferentes fases da vida. É um filme mais introspectivo do que outros trabalhos de Scorsese, mas igualmente poderoso.
3. The Wolf of Wall Street (2013)
Embora trate do mundo do crime de colarinho branco, The Wolf of Wall Street é um filme essencial de Scorsese. Com Leonardo DiCaprio no papel de Jordan Belfort, o filme é uma crítica feroz ao capitalismo desenfreado e à ganância, apresentado com um estilo extravagante e cenas de deboche quase ininterruptas.
Um dos filmes mais influentes de sempre, Taxi Driver mistura crime com um estudo psicológico profundo sobre alienação. Robert De Niro interpreta Travis Bickle, um veterano do Vietname que se afunda numa espiral de violência. Este é um filme perturbador e marcante, com uma das performances mais icónicas da carreira de De Niro.
1. Goodfellas (1990)
Considerado por muitos o melhor filme de crime de Scorsese, Goodfellas oferece um olhar sem glamour sobre a vida de um gangster. Com uma história centrada em Henry Hill (Ray Liotta), o filme explora as consequências devastadoras de uma vida no crime. Com atuações memoráveis de Joe Pesci e Robert De Niro, este filme é um marco na história do cinema e continua a influenciar realizadores até hoje.
Estes são, segundo o Collider, os 11 melhores filmes de crime de Martin Scorsese. A sua capacidade de explorar a complexidade moral das suas personagens e de criar enredos cativantes e, muitas vezes, brutais, fez dele um dos maiores nomes do cinema. E vocês, o que acham? Qual é o vosso filme de crime favorito de Scorsese? Deixem a vossa opinião nos comentários!
“Taxi Driver” (1976) é um dos filmes mais icónicos de Martin Scorsese e apresenta um dos anti-heróis mais memoráveis da história do cinema: Travis Bickle. Interpretado por Robert De Niro, Bickle é um veterano da Guerra do Vietname que se afunda progressivamente em paranoia e solidão, navegando por uma sociedade que não compreende e que não o compreende. A personagem é perturbadora e magnética, provocando uma mistura de repulsa e fascínio enquanto o público tenta desvendar a sua verdadeira essência.
O que muitos não sabem é que Travis Bickle foi, em grande parte, inspirado pela vida pessoal do próprio roteirista do filme, Paul Schrader. Na época em que Schrader escreveu o roteiro, a sua vida estava num verdadeiro caos. Ele havia sido despedido do American Film Institute, não tinha amigos, estava a passar por um divórcio e tinha sido rejeitado por uma namorada. Este período sombrio culminou num colapso nervoso.
Sem ter onde morar, Schrader instalou-se no apartamento da sua ex-namorada em Los Angeles enquanto ela estava fora da cidade. Isolado numa grande metrópole e vindo de uma região rural dos EUA, Schrader passou semanas sem falar com ninguém, vagueando pelas ruas da cidade, frequentando cinemas e desenvolvendo uma obsessão por arm@s. Naqueles dias solitários, ele trabalhava como entregador de uma rede de frango frito e passava os dias sozinho no seu carro. Foi então que uma ideia surgiu: “Eu poderia muito bem ser motorista de táxi”, refletiu Schrader. Esta ideia tornou-se o ponto de partida para o roteiro de “Taxi Driver”.
Uma Obra Inspirada na Vida Real
Embora o roteiro original de Schrader fosse ambientado em Los Angeles, ele decidiu mudar o cenário para Nova Iorque, onde a cultura dos motoristas de táxi era muito mais proeminente. Este detalhe ajudou a enriquecer a atmosfera do filme, alinhando-se com a vida tumultuosa de Travis Bickle, que se transformou numa versão ficcional da experiência de Schrader, uma vida marcada pela alienação e pelo desespero.
Albert Brooks, que interpretou Tom, um “bom rapaz” no filme, contou uma história curiosa sobre Schrader durante a festa de encerramento do elenco. Segundo Brooks, Schrader aproximou-se dele e disse: “Quero agradecer-te. Esse (personagem) era o único do roteiro que eu não conhecia (da vida real).” Brooks respondeu com humor: “Esse é o cara que você não conhecia? Você conhecia todos os c@fetões e ass@ssinos, mas o cara que se levanta e vai trabalhar todos os dias – ele você não conhecia?”
O Legado de “Taxi Driver”
O sucesso de “Taxi Driver” deve-se, em grande parte, à sua capacidade de explorar a complexidade da mente humana e o impacto da guerra e da solidão na psique. O desempenho de Robert De Niro como Travis Bickle é considerado um dos melhores da sua carreira, capturando a essência de um homem perturbado e alienado que se sente desconectado da sociedade ao seu redor.
O filme continua a ser um estudo fascinante de personagem e um exemplo poderoso de como as experiências pessoais podem moldar uma narrativa cinematográfica. A profundidade emocional e a intensidade de “Taxi Driver” fazem dele uma obra-prima intemporal, que ainda hoje ressoa tanto com críticos como com o público