As Filipinas já têm candidato oficial à categoria de Melhor Filme Internacional nos Óscares de 2026: Magellan, a mais recente obra do cineasta Lav Diaz.
A escolha foi anunciada no arranque das celebrações do Philippine Film Industry Month, depois de o filme ter sido selecionado de entre sete concorrentes locais. O júri destacou critérios como excelência estética e técnica, representação dos valores e cultura filipinos, apelo internacional e, claro, capacidade de organizar uma campanha forte para a shortlist de dezembro e a nomeação em fevereiro.
Rodado entre as Filipinas, Portugal e Espanha, Magellan estreou mundialmente no Festival de Cannes e conta no elenco com o mexicano Gael García Bernal, além de Arjay Babon, Ronnie Lazaro, Bong Cabrera e Hazel Orencio.
A narrativa centra-se nos últimos meses de vida de Fernão de Magalhães, explorador português que perdeu a vida na Batalha de Mactan, em 1521. Contudo, ao contrário das abordagens tradicionais, Diaz não o retrata como herói: o realizador apresenta-o como um homem confrontado com a sua própria mortalidade, cruzando a sua história com a dos filipinos capturados por traficantes de escravos em Malaca, que acabariam ao seu serviço.
O Film Academy of the Philippines sublinhou que o filme “fornece uma perspetiva intransigente sobre a História, desafiando narrativas familiares para revelar realidades desconfortáveis”.
Produzido por Paul Soriano e Mark Victor, com Bianca Trinidad como produtora executiva, Magellan já tem distribuição assegurada pela Luxbox Films para vendas internacionais e pela Janus Films para a América do Norte.
Depois da estreia em Cannes, o filme segue agora para o Festival de Toronto e o New York Film Festival, antes de chegar às salas filipinas a 10 de setembro.
Paolo Villaluna, diretor-geral da Academia, descreveu-o como “um filme poderoso e poético”, garantindo que o governo filipino apoiará ativamente a campanha rumo a Hollywood:
“O percurso de Magellan para os Óscares está apenas a começar, mas faremos tudo para garantir que a sua visão chega ao mundo.”
Resta agora saber se a epopeia de Lav Diaz conseguirá repetir a rota de Magalhães e conquistar o Atlântico até chegar à cobiçada estatueta dourada.
