No Other Choice: Park Chan-wook Transforma a Procura de Emprego num Jogo de Sobrevivência 💼🔪

O realizador de Oldboy regressa com uma sátira negra onde perder a vaga… pode custar a vida

Esqueça o stress das entrevistas, os currículos rejeitados e as mensagens automáticas de “decidimos seguir com outro candidato”. Em No Other Choice, o novo filme do mestre sul-coreano Park Chan-wook, a procura de emprego torna-se literalmente uma questão de vida ou morte.

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O trailer divulgado esta semana mostra um Park em plena forma, a combinar humor negro, crítica social e violência estilizada — marcas registadas do autor de Oldboy e Decision to Leave.

💼 Um candidato desesperado, um mercado impiedoso

Inspirado no romance The Ax de Donald E. Westlake, No Other Choice acompanha Man-soo (interpretado por Lee Byung-hun, de Squid Game), um homem que perde o emprego após 25 anos de dedicação a uma empresa de papel. Sem perspetivas e sufocado pelo desespero, ele decide eliminar — literalmente — a concorrência para garantir o novo cargo.

O trailer mostra uma sucessão de momentos tão absurdos quanto inquietantes: vasos que caem sobre cabeças, armas escondidas em luvas de cozinha e entrevistas de emprego que terminam em sangue. E no meio de tudo isto, Park Chan-wook mantém o seu tom característico de ironia elegante — aquele riso desconfortável que precede o choque.

“Man-soo simplesmente não tem outra escolha”, ouve-se no trailer, enquanto o protagonista planeia o crime com a calma de quem prepara um PowerPoint.

🧠 Um “The Office” passado no inferno

Críticos que já viram o filme descrevem-no como uma mistura de sátira laboral, thriller psicológico e comédia grotesca.

Jason Gorber, do The A.V. Club, escreveu que a segunda metade é “como se um episódio de The Office terminasse com o Jim a tornar-se num serial killer”.

A comparação não é descabida: No Other Choice transforma a competição profissional num campo de batalha literal, onde a lógica neoliberal e a pressão por sucesso são levadas ao extremo.

Park, conhecido por desafiar géneros e convenções, parece agora apontar a mira à própria crueldade do mundo corporativo — um espelho distorcido, mas reconhecível, do capitalismo moderno.

🎄 Estreia natalícia com sabor a sangue

Distribuído pela Neon, o filme chega aos cinemas dos EUA no dia de Natal, um toque de humor irónico para um conto sobre ambição e violência. A estreia mundial ampla está marcada para janeiro de 2026, prometendo ser uma das entradas mais comentadas do próximo ano.

E para os fãs portugueses de Park Chan-wook, é apenas uma questão de tempo até No Other Choice chegar às salas nacionais — possivelmente através da Midas Filmes ou Cinemundo, distribuidoras habituais do realizador em Portugal.

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🩸 Park Chan-wook no auge da sátira moderna

Com No Other Choice, o cineasta sul-coreano volta a provar que o seu cinema é tanto uma experiência visual intensa quanto uma reflexão sobre o lado mais obscuro da condição humana.

E se a ideia de matar para conseguir emprego parece absurda… talvez o verdadeiro horror seja o quão familiar essa metáfora soa em 2025.

Festival de Busan Celebra o Poder do Cinema Asiático com Park Chan-wook na Linha da Frente 🎬✨

Um Festival em Mudança, Mas Sempre Fiel às Suas Raízes

O Festival Internacional de Cinema de Busan (BIFF) celebra este ano a sua 30.ª edição e chega num momento em que o cinema asiático está mais forte do que nunca. Depois de sucessos globais como ParasitasSquid Game e mais recentemente Guerreiras do K-POP, o BIFF reforça o seu papel como a maior montra do cinema asiático, ao lançar pela primeira vez uma competição oficial com 14 títulos, quatro deles sul-coreanos.

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A passadeira vermelha contou com estrelas de peso, entre elas a cantora Lisa (BLACKPINK) e o próprio Park Chan-wook, que inaugurou o festival com a sua nova comédia negra No Other Choice.

Park Chan-wook: Entre a Comédia Negra e a Reflexão Social

Conhecido mundialmente por Oldboy – Velho Amigo, Park regressa a Busan com um filme que já tinha sido aplaudido em Veneza. Baseado no romance The Axe (1997) de Donald E. Westlake, No Other Choice acompanha um trabalhador despedido da indústria do papel que decide eliminar os seus rivais para garantir um novo emprego.

O realizador confessou identificar-se com o protagonista:

“Tal como ele dedica a vida ao fabrico de papel, eu aposto tudo no cinema, mesmo que muitos o vejam apenas como entretenimento passageiro.”

A obra, protagonizada por Lee Byung-hun (Squid Game) e Son Ye-jin (Crash Landing on You), mistura humor negro com críticas ao mercado de trabalho e até referências à Inteligência Artificial.

Estreias, Prémios e Novas Vozes

Este ano, o BIFF apresenta 241 filmes de 64 países, incluindo 90 estreias mundiais. Entre os destaques, Hana Korea, um drama sobre refugiados norte-coreanos com Kim Min-ha (Pachinko), e The People Upstairs, de Ha Jung-woo, que explora o eterno problema dos vizinhos barulhentos.

Na cerimónia de abertura, a atriz e realizadora Sylvia Chang recebeu o Prémio Camélia, reconhecendo o seu contributo para o cinema feminino. Já Jafar Panahi foi distinguido como Cineasta Asiático do Ano, num gesto simbólico de apoio à liberdade artística.

O festival também reforça o olhar sobre talentos emergentes. Como sublinhou Park Sung-ho, programador do BIFF, as curtas-metragens têm sido um espaço de ousadia e criatividade, mesmo em países onde a liberdade de expressão continua limitada.

Um Futuro Brilhante para o Cinema Asiático

Entre homenagens, estreias e uma programação arrojada, o BIFF confirma o estatuto do cinema asiático como um dos motores criativos mais dinâmicos da atualidade. A presença de nomes consagrados como Bong Joon-ho, Jia Zhangke, Michael Mann, Juliette Binoche e Milla Jovovich demonstra que Busan não é apenas uma vitrina regional — é hoje um dos epicentros do cinema mundial.

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Seja com histórias íntimas ou narrativas arrojadas, o cinema asiático continua a expandir fronteiras, e o BIFF é, mais do que nunca, o palco onde o futuro do cinema se desenha.