Produção espanhola estreia-se com oito episódios e promete suspense, luxo e rivalidades familiares num bunker subterrâneo
Depois do assalto à Casa da Moeda em La Casa de Papel, a Netflix volta a apostar na fórmula espanhola de sucesso internacional. Desta vez, o palco não é uma fortaleza monetária, mas sim um bunker de luxo, cenário central da nova série “O Refúgio Atómico”, que já chegou à plataforma com uma temporada de oito episódios.
Multimilionários debaixo de terra
A premissa é simples, mas carregada de tensão: um grupo de multimilionários refugia-se num bunker subterrâneo durante um conflito global. O que poderia ser um espaço de sobrevivência transforma-se rapidamente num campo de batalha emocional, à medida que antigas rivalidades entre duas famílias voltam à superfície, alimentando intriga, suspense e traições.
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Com um elenco de peso — Miren Ibarguren, Joaquín Furriel e Natalia Verbeke — a série apresenta um microcosmo onde luxo e claustrofobia se misturam em ginásios privados, jardins zen e restaurantes sofisticados, tudo num espaço fechado que se torna tão opressivo quanto fascinante.
A dupla que conquistou o mundo com “La Casa de Papel”
No comando estão novamente Álex Pina e Esther Martínez Lobato, criadores e argumentistas responsáveis por alguns dos maiores êxitos espanhóis da Netflix, incluindo La Casa de Papel, Sky Rojo e Berlim. A fórmula mantém-se: histórias locais, profundamente enraizadas em Espanha, que encontram ressonância universal sem perder identidade.
“Uma história local exótica pode ser, ao mesmo tempo, universal”, afirmou Pina em entrevista à AFP, reforçando que nunca houve pressão para alterar o ADN narrativo das suas produções com vista ao público internacional.
A tecnologia ao serviço da narrativa
Gravada nos estúdios da Netflix em Tres Cantos, nos arredores de Madrid, a série fez uso intensivo de cenários digitais de última geração. Um enorme ecrã LED de 30 metros de comprimento e seis de altura permitiu criar ambientes realistas — de estradas rurais a horizontes urbanos futuristas — sem sair do estúdio.
Segundo o diretor artístico Migue Amoedo, 80% da série foi filmada em interiores, aproveitando estas tecnologias de ponta que reduzem a distância entre a produção espanhola e os grandes estúdios de Hollywood.
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De Madrid para o mundo
Desde 2017, a Netflix já produziu cerca de mil filmes e séries em Espanha, consolidando o país como um dos centros criativos mais importantes da plataforma fora dos EUA. Com O Refúgio Atómico, a gigante do streaming volta a apostar no talento espanhol para criar uma narrativa local que ambiciona conquistar o público global — tal como fez com La Casa de Papel.
A pergunta que fica no ar: conseguirá este bunker de luxo repetir o fenómeno mundial da resistência vermelha?

