35 Anos de Sozinho em Casa: Porque É que o Clássico de Chris Columbus Continua a Ser o Verdadeiro Filme de Natal!

Subtítulo:

Da coragem improvável de Kevin às frases eternas de John Hughes, o filme não só marcou gerações — como captou, melhor do que muitos dramas solenes, o espírito natalício de união, calor e puro caos familiar.

Há filmes de Natal. E depois há Sozinho em Casa (Home Alone), essa obra-prima natalícia que chega aos 35 anos e continua a ser, para milhões de espectadores, o equivalente cinematográfico a uma caneca de chocolate quente. Estreou a 16 de Novembro de 1990, e o mundo conheceu Kevin McCallister — o miúdo de oito anos com alma de MacGyver, coragem de herói relutante e engenho ilimitado quando confrontado com ladrões tão trapalhões quanto memoráveis: Harry e Marv, interpretados por Joe Pesci e Daniel Stern.

Ler também : O Regresso Impossível do SnyderVerse? As Alegadas Negociações Secretas com a Arábia Saudita Estão a Agitar Hollywood

O filme tornou-se instantaneamente um fenómeno. Não apenas pela comédia física, pelas armadilhas delirantes ou pela icónica banda sonora de John Williams, mas porque, lá no fundo, escondido entre as gargalhadas e o caos, havia algo mais profundo: um coração enorme, muito maior do que aquele que o Grinch ganhou no final do seu arco de redenção.

A magia de Kevin: coragem, inventividade e um coração gigante

Para quem cresceu com o filme, Kevin era um herói improvável. Enfrentava monstros do quotidiano (como a assustadora fornalha do porão), sobrevivia sem adultos, punha comida na mesa, tratava dos afazeres domésticos e, claro, transformava a casa dos McCallister numa fortaleza armadilhada digna de Indiana Jones.

Mas havia algo ainda mais bonito: o cuidado que demonstra pelo vizinho solitário conhecido como South Bend Shovel Slayer. Aquela conversa silenciosa na igreja, entre vitrais e luzes de Natal, é um dos momentos mais emotivos do filme e um lembrete de que empatia e ligação humana são, afinal, a maior magia desta época.

O espírito de Natal segundo 

Home Alone

Rever hoje Sozinho em Casa é perceber que, por detrás do slapstick e das quedas épicas, está um filme sobre família — a que temos, a que queremos, a que às vezes nos enlouquece, mas que, nos momentos decisivos, corre quilómetros, vende tudo e até enfrenta o diabo se for preciso para nos reencontrar.

Kate, a mãe de Kevin (Catherine O’Hara), resume esse desespero com uma frase que ficou para sempre gravada na cultura pop:

“Isto é o Natal, a época da esperança eterna!”

É essa esperança — e a determinação de chegar ao filho, custe o que custar — que transforma um argumento divertido numa história eterna sobre amor familiar. O final, com mãe e filho a abraçarem-se ao amanhecer, na sala iluminada pela neve e pelas decorações, continua a ser um dos momentos mais quentes da época.

Uma comédia que educou uma geração

O argumento de John Hughes é uma máquina de citações. Em que outro filme aprendemos que:

  • se alguém nos magoa, podemos dizer “Look what you did, you little jerk!”;
  • a gorjeta perfeita é “Keep the change, ya filthy animal”;
  • e que convém ir com calma na Pepsi?

Hughes ainda nos deixou pérolas de higiene pessoal, quando Kevin anuncia orgulhosamente que finalmente lavou “todas as zonas importantes”, incluindo o umbigo — um dos primeiros manifestos cinematográficos de autocuidado.

Um legado que atravessa gerações

Três décadas e meia depois, Sozinho em Casa continua a ser o filme que muitas famílias revêem religiosamente todos os Natais. Há quem o veja para rir, quem o veja para chorar discretamente, e quem, como tantos fãs, organize sessões temáticas, recrie cenas icónicas e partilhe o amor pela obra com novos membros da família.

Ler também . A Caça a Ben Solo Continua: Fãs de Star Wars Levam Campanha ao Céu para Ressuscitar Filme Cancelado

Não é só nostalgia — é a sensação reconfortante de regressar a um lugar seguro, cheio de luzes, gargalhadas e caos controlado. Sozinho em Casa lembra-nos que o Natal é, no fundo, isso mesmo: o absurdo delicioso de estarmos juntos.

Não há “silver tuna” mais perfeita do que esta.