Johnny Depp Recorda os Anos com Vanessa Paradis e Reaparece em Tóquio com Nova Exposição — e Dois Filmes Marcados para 2026

O actor norte-americano fala de “felicidade pura” ao lembrar a vida com Vanessa Paradis, inaugura uma exposição no Japão e prepara o regresso ao grande ecrã com dois novos projectos.

Johnny Depp voltou a ser notícia no Japão, não por polémicas nem por tribunais, mas pela arte e pelas memórias de uma época que descreve como “o verdadeiro paraíso”. Em entrevista à AFP, concedida em Tóquio, o actor de 62 anos recordou com evidente ternura os anos vividos ao lado de Vanessa Paradis — relação que marcou profundamente a sua vida pessoal e da qual nasceram Lily-Rose (1999) e Jack (2002).

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Depp falou sem hesitações: aqueles anos foram “o bonheur”, como refere o título do álbum Bliss, lançado por Paradis em 2000. Durante as digressões da cantora francesa, o actor teve tempo para viver algo que, segundo confessou, sempre desejara: ser apenas pai. “Vanessa fazia os seus concertos… e eu pude ser simplesmente pai durante todo esse período. Tenho apenas memórias incríveis dessa fase da minha vida”, declarou, visivelmente nostálgico.

Em Tóquio, um novo capítulo: a exposição “A Bunch of Stuff”

A visita do actor ao Japão deve-se à inauguração da exposição “A Bunch of Stuff”, que reúne cerca de 60 trabalhos de três décadas: desenhos, pintura, fotografia e outras formas de expressão que, para Depp, funcionam quase como uma necessidade vital.

“Não pretendo ser nada mais do que uma pessoa que pinta — nem sequer sou verdadeiramente pintor”, disse numa das sessões de imprensa. Mas, segundo o próprio, o que o move é o impulso criativo, a surpresa, aquilo que o faz sentir uma “descarga eléctrica”.

A criação artística, seja através da música, da interpretação ou da pintura, é para Depp uma urgência absoluta: “É o meu único verdadeiro impulso constante. Caso contrário, o meu cérebro explode.”

A exposição chega a Tóquio depois de ter passado por Nova Iorque, e segue o sucesso da sua colecção britânica Friends and Heroes (2022), cujos exemplares se esgotaram em poucas horas e renderam três milhões de libras esterlinas.

Depois de “Modi”, dois filmes para 2026

Após a realização de Modi (2024), o biopic sobre Amedeo Modigliani, Johnny Depp prepara agora o regresso mais sólido à representação. Estão previstos dois filmes para 2026:

  • “Day Drinker”, realizado por Marc Webb, onde interpreta um barman. A primeira imagem divulgada pela Lionsgate revelou um Depp de cabelo grisalho, ao lado da amiga Penélope Cruz.
  • “Ebenezer”, uma reinvenção moderna do clássico A Christmas Carol, em que Depp terá novamente um dos papéis de destaque.

Estes projectos surgem depois de vários anos marcados por processos judiciais relacionados com alegações de violência doméstica — um capítulo que originou dois julgamentos mediáticos, um perdido no Reino Unido e outro vencido nos Estados Unidos contra Amber Heard. O impacto destes processos conduziu ao seu afastamento da saga Os Animais Fantásticos, embora tenha regressado ao cinema com Jeanne du Barry, filme de abertura do Festival de Cannes em 2023.

A imagem pública continua dividida — mas o interesse permanece

Apesar de se ter afastado durante algum tempo das grandes produções de Hollywood, Johnny Depp mantém uma presença internacional sólida — especialmente na Europa e no Japão, onde continua a ser recebido com entusiasmo. Ainda assim, nos Estados Unidos, a figura do actor permanece controversa, muito por causa do contexto #MeToo que envolveu os seus processos judiciais.

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Entre memórias felizes, uma nova exposição e uma anunciada fase de regresso às câmaras, Depp parece determinado a recentrar a sua carreira na arte e nos projectos pessoais. E, para já, Tóquio dá-lhe palco para isso mesmo.

O Mundo Continua Louco, 40 Anos Depois: Brazil, de Terry Gilliam, Ainda Nos Persegue

O clássico distópico celebra quatro décadas enquanto o seu criador tenta, mais uma vez, concretizar o impossível

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Foi há precisamente 40 anos que Terry Gilliam nos atirou de cabeça para um pesadelo burocrático tão delirante quanto profético. Brazil, lançado em 1985, continua a ser um dos filmes mais visionários de sempre — uma mistura explosiva de Kafka, Orwell e Monty Python — e, segundo o próprio realizador, continua dolorosamente actual. A propósito do aniversário do filme, Gilliam foi ao Umbria Film Festival em Itália, e o que devia ser apenas uma celebração nostálgica acabou por ser também um desabafo sobre os desafios do cinema actual… e do futuro (ou falta dele).

A luta contra o sistema… dentro e fora do ecrã

Na entrevista ao Deadline, Gilliam confessou que ainda hoje se lembra vividamente da guerra que travou com a Universal para que Brazil fosse lançado tal como o concebeu — sem finais felizes impostos nem cortes “amistosos”. O que parecia uma loucura tornou-se lenda: Gilliam desafiou os estúdios, venceu, e abriu uma brecha de liberdade criativa que durou… algumas semanas. “Depois voltou tudo ao mesmo”, admite, entre risos e resignação.

Mas talvez a maior ironia de todas é que o mundo retratado em Brazil, feito com metáforas carregadas e humor negro, parece ter envelhecido como um vinho amargo — cada vez mais real, cada vez mais próximo. “As pessoas perguntam como é que eu sabia que o mundo ia ser assim”, diz Gilliam. “Mas era só olhar à volta. Já era assim.”

A burocracia mudou de forma, mas o pesadelo mantém-se

Se nos anos 80 Gilliam lutava contra formulários em duplicado e departamentos de informação omnipresentes, hoje enfrenta um inimigo mais subtil mas igualmente castrador: a falta de coragem dos estúdios. O cineasta de 83 anos está a tentar tirar do papel Carnival at the End of Days, uma comédia apocalíptica em que Deus decide destruir a humanidade por ter arruinado o planeta. O elenco é de luxo — Johnny Depp, Adam Driver, Jeff Bridges, Jason Momoa, Tom Waits, Asa Butterfield — mas, ainda assim, ninguém quer pagar a conta.

“O problema é que os produtores estão todos com medo”, explica. “Ninguém quer arriscar com ideias fortes ou provocadoras.” Gilliam lamenta que o cinema de hoje seja tecnicamente perfeito, mas sem alma. “Vejo filmes bem feitos, mas que não me fazem pensar. Não me chocam. Não me mudam.”

Satirizar o mundo já não chega — o mundo ultrapassou a sátira

Um dos maiores obstáculos? Donald Trump. Literalmente. O argumento de Carnival at the End of Days foi escrito em 2020, mas Gilliam confessa que o regresso do ex-presidente baralhou-lhe os planos. “Trump tornou-se o próprio carnaval. É difícil satirizar o mundo quando ele próprio se tornou uma sátira.”

Mesmo assim, não desiste. “Tenho saudades de filmar”, admite. “Até pensaria em trabalhar com a Netflix… mas continuo a sonhar com ecrãs gigantes, som a rebentar e aquela experiência quase religiosa de entrar numa sala escura para ver cinema.”

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E o legado de Brazil?

Para Gilliam, o filme continua a viver não dentro dele, mas nas reacções do público. “Não vejo os meus filmes depois de os acabar”, diz. “Mas há dois anos vi As Aventuras do Barão Munchausen em 4K e pensei: ‘Isto é mesmo bom! Gostava de ter feito isto.’” E talvez essa seja a verdadeira magia dos filmes de Terry Gilliam: mesmo que ele já não se reconheça neles, nós reconhecemo-nos. E precisamos deles mais do que nunca.

Keira Knightley Afasta-se de Franquias Após Experiência com “Piratas das Caraíbas”

Após anos de reflexão sobre a sua experiência em franquias de grande escala, a atriz Keira Knightley declarou publicamente que não planeia regressar ao mundo dos blockbusters, referindo-se ao impacto que os filmes de “Piratas das Caraíbas” tiveram na sua vida pessoal e profissional. A atriz, nomeada duas vezes para os Óscares, revelou que a sua relação com o sucesso da franquia foi, simultaneamente, “transformadora e devastadora”.

“Fui Erguida e Derrubada pelo Mesmo Projeto”

Knightley interpretou Elizabeth Swann nos três primeiros filmes da franquia “Piratas das Caraíbas”, ao lado de Johnny Depp e Orlando Bloom. Apesar do sucesso mundial, a atriz recorda o intenso escrutínio público que enfrentou: “Eram os filmes mais bem-sucedidos em que alguma vez participei, mas também foram a razão pela qual fui publicamente criticada de uma forma muito agressiva.”

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Numa entrevista ao The Times, Knightley explicou que a exigente agenda de filmagens e a falta de controlo sobre as condições de trabalho tiveram um impacto duradouro na sua saúde mental. “As horas eram insanas. Anos da minha vida dedicados sem qualquer poder de decisão sobre onde, como ou quando estávamos a filmar.”

Foco em Projetos Mais Intimistas

Desde então, Knightley tem procurado projetos que lhe permitam maior flexibilidade criativa e equilíbrio pessoal. Nos últimos anos, destacou-se em filmes independentes e séries limitadas, incluindo o thriller de espionagem “Black Doves”, que estreia na Netflix a 5 de dezembro. Nesta série, a atriz contracena com Ben Whishaw, explorando temas de intriga política e traição.

A decisão de se afastar das grandes franquias reflete a maturidade de Knightley enquanto atriz e mãe, equilibrando a carreira com a vida familiar ao lado do marido, James Righton, e das suas duas filhas.

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Johnny Depp e o Papel de Edward Mãos de Tesoura: Uma Jornada de Insegurança a Emoção Profunda

Quando pensamos em Johnny Depp, um dos primeiros papéis que nos vem à mente é o icónico Edward Mãos de Tesoura, uma personagem que se tornou emblemática na sua carreira. No entanto, nem sempre foi certo que Depp conseguiria este papel que mudaria a sua vida. De facto, o ator inicialmente sentiu que não tinha hipóteses de ser escolhido para o papel e estava relutante até mesmo em se encontrar com o realizador Tim Burton, temendo que o seu passado como ator de televisão jogasse contra ele.

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Numa entrevista para a Interview Magazine, Depp revelou: “Eu queria [encontrar-me com ele], mas pensei que era inútil. Tracey [Jacobs, a agente de Depp] forçou-me. Eu apenas disse, ‘De jeito nenhum, é embaraçoso.’ Sabes, algo que queres tanto e ele nunca vai ver-me como isso, nunca.” Na época, Depp era mais conhecido pelo seu papel na série dramática policial 21 Jump Street, e isso alimentava a sua insegurança sobre ser levado a sério para um papel tão diferente.

Depp contou que pensava que Tim Burton iria desconsiderar a sua audição devido ao seu histórico na televisão: “‘Aaw, um ator de televisão, que se lixe.’ Toda a gente queria aquele papel, por isso eu só pensei, ‘Por que raio ele o daria a mim?'” Apesar das suas dúvidas, Burton viu algo especial em Depp e acabou por lançá-lo no papel que viria a definir a sua carreira e a estabelecer uma longa colaboração entre os dois.

Uma Conexão Profunda com a Personagem

A insegurança inicial de Depp sobre o papel de Edward Mãos de Tesoura foi rapidamente superada quando ele mergulhou na personagem. Depp sentiu uma conexão profunda com Edward, um ser inocente e incompreendido, que ressoou com o próprio ator. Esta ligação emocional ficou especialmente evidente quando as filmagens estavam a chegar ao fim.

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“Eu lembro-me que era o 89º dia [de filmagens] — mesmo antes de fazer a minha última cena no filme, que era fazer a escultura de gelo com Kim, a personagem de Winona [Ryder],” Depp relembrou. “E eu lembro-me de colocar a maquilhagem, e tudo mais, e olhar no espelho mesmo antes de ir para o set, e estou a pensar, ‘Caramba, esta é a última vez que vou ver este tipo,’ sabes, é isso, esta é a última vez. Foi como dizer adeus.”

Este momento final foi muito emotivo para Depp, que sentiu uma tristeza profunda ao perceber que estava a despedir-se de uma personagem que ele tinha aprendido a amar. Ele descreveu o sentimento como “bizarro” e recordou como as lágrimas vieram enquanto se preparava para deixar Edward para trás.

O Legado de Edward Mãos de Tesoura

O papel de Edward Mãos de Tesoura não só lançou Depp ao estrelato, mas também cimentou o seu status como um ator versátil, capaz de interpretar personagens complexas e emotivas. A colaboração com Tim Burton abriu portas para muitos outros papéis memoráveis ao longo da sua carreira. O filme continua a ser uma peça fundamental no repertório de Johnny Depp, mostrando como uma conexão emocional profunda com uma personagem pode criar uma performance inesquecível.

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