The Voice of Hind Rajab: o filme sobre Gaza que comoveu Veneza com 23 minutos de aplausos

O retrato de uma tragédia real

O 82.º Festival de Veneza viveu um dos momentos mais intensos da sua edição com a antestreia de The Voice of Hind Rajab, da realizadora franco-tunisina Kaouther Ben Hania. O filme recria as últimas horas da vida de Hind Rajab, menina palestiniana de cinco anos morta a 29 de janeiro de 2024 por forças israelitas enquanto tentava escapar da Cidade de Gaza com a família.

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Com o consentimento da mãe, a produção incorpora as gravações reais da chamada em que a criança pediu socorro a um centro de emergência em Ramallah: “Fique comigo, não me abandone”, ouve-se Hind, entre tiros e explosões.

A sessão terminou com uma ovação de 23 minutos, considerada a mais longa do festival, durante a qual vários espectadores ergueram bandeiras palestinianas e gritaram palavras de ordem em solidariedade.

Entre lágrimas e protestos

No final da projeção, a equipa palestiniana do filme não conteve as lágrimas. Mais cedo, vestidos de preto e segurando uma fotografia de Hind Rajab, atores e realizadora desfilaram pela passadeira vermelha acompanhados por Rooney Mara e Joaquin Phoenix, produtores executivos do projeto e raramente vistos juntos em eventos públicos.

O filme conta ainda com o apoio de Brad Pitt, Alfonso Cuarón e Jonathan Glazer, também como produtores executivos.

Apresentado em competição oficialThe Voice of Hind Rajab é um dos 21 filmes que disputam o Leão de Ouro, que será entregue no sábado por um júri presidido por Alexander Payne e que inclui nomes como Fernanda TorresZhao TaoStéphane BrizéMaura DelperoCristian Mungiu e Mohammad Rasoulof.

Cinema como resistência

Em conferência de imprensa, Kaouther Ben Hania destacou o papel do cinema como resposta ao silenciamento:

“Estamos a ver que, em todo o mundo, a imprensa apresenta os mortos em Gaza como danos colaterais. Parece-me muito desumanizante. O cinema, a arte e todas as formas de expressão são fundamentais para dar uma voz e um rosto a essas pessoas.”

Um festival marcado pela guerra

Desde a sua abertura, a 27 de agosto, o Festival de Veneza tem sido atravessado por manifestações contra a ofensiva israelita na Faixa de Gaza. O coletivo Venice4Palestine reuniu duas mil assinaturas numa carta aberta contra a guerra, e vários cineastas aproveitaram a passadeira vermelha para protestar.

A marroquina Maryam Touzani e o cineasta Nabil Ayouche exibiram um cartaz a exigir “Stop the genocide in Gaza”, enquanto a argentina Lucrecia Martel denunciou a devastação diária do território palestiniano.

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O diretor artístico Alberto Barbera sublinhou que Veneza é “um lugar de abertura e debate”, confirmando que a Mostra deste ano ficará marcada não só pelo cinema, mas também pelo peso da atualidade política e humanitária.

🎥 8MM: Quando Nicolas Cage desceu ao inferno — e levou-nos com ele

O thriller mais sombrio de Joel Schumacher continua a perturbar, 25 anos depois

Há filmes que se recusam a oferecer conforto. 8MM (1999), realizado por Joel Schumacher, é um desses casos. Num mundo cinematográfico cheio de heróis bem-intencionados e finais redentores, esta descida aos porões da pornografia violenta e do voyeurismo doentio mantém-se como uma das propostas mais incómodas do final do século XX.

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Protagonizado por Nicolas Cage num registo contido e melancólico, o filme apresenta-nos Tom Welles, um detective privado aparentemente banal, casado, pai de família, e especialista em investigações discretas para clientes ricos. Mas tudo muda quando é contratado para verificar a autenticidade de um rolo de película 8mm onde, alegadamente, uma jovem mulher é assassinada num “snuff movie”. O que parecia um caso de rotina transforma-se rapidamente numa viagem aterradora aos meandros mais grotescos da indústria pornográfica underground.


Uma viagem sem retorno

A estrutura do filme assemelha-se a uma espiral: cada pista leva Welles mais fundo num mundo de predadores, vítimas e silêncios cúmplices. Joaquin Phoenix é a companhia perfeita nesta jornada, interpretando Max California, um empregado de videoclube sarcástico e resiliente, que guia Welles por este submundo depravado com doses equilibradas de humor negro e humanidade.

Schumacher opta por uma realização fria e claustrofóbica, onde a luz é rarefeita e o moralismo está ausente. O ambiente visual é carregado, opressivo, como se o próprio espectador estivesse a perder a inocência a par do protagonista. O ritmo lento serve a construção da tensão: quanto mais Welles investiga, mais se aproxima da sua própria ruína emocional.


Verdade ou exploração?

8MM foi fortemente criticado à época pela sua temática — não apenas por expor o tema dos “snuff films”, mas por sugerir que o horror é, muitas vezes, alimentado pela nossa própria curiosidade. A fronteira entre justiça e vingança, entre investigação e obsessão, torna-se cada vez mais ténue.

O argumento de Andrew Kevin Walker (que escreveu Seven) coloca perguntas difíceis: até onde estamos dispostos a ir para descobrir a verdade? E depois de a vermos, conseguiremos alguma vez voltar ao que éramos?

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Um thriller imperfeito, mas necessário

Se 8MM não é um filme fácil, também nunca pretende sê-lo. É um thriller sombrio, pessimista, e por vezes mesmo sensacionalista, mas levanta questões legítimas sobre o consumo de violência, o voyeurismo moderno e o custo humano da justiça. Nicolas Cage, num papel que lhe exige contenção e fúria controlada, está em sintonia com o desconforto que o filme provoca.

Passados 25 anos, continua a ser um título que desafia o espectador — a perguntar-se onde acaba o olhar e começa a cumplicidade. E isso, num mundo que ainda consome sofrimento como entretenimento, talvez faça de 8MM um filme mais actual do que nunca.

Eddington: Ari Aster, Joaquin Phoenix e Pedro Pascal Juntos num Western Pós-Pandemia

Sim, leu bem. O mestre do terror psicológico Ari Aster — o génio por trás de HereditaryMidsommar e Beau Tem Medo— vai mudar de ares (e de género) no seu próximo filme. A sua nova obra chama-se Eddington, é um western moderno com comédia negra, passa-se no Novo México… e conta com um elenco simplesmente demolidor: Joaquin PhoenixPedro PascalEmma Stone e Austin Butler, entre outros pesos pesados.

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A estreia está apontada para o Festival de Cannes 2025, e sim, já estamos oficialmente em contagem decrescente.

Um western moderno com tensões políticas e pandemias à mistura

O enredo de Eddington decorre numa cidade fictícia do Novo México durante a pandemia de COVID-19. Joaquin Phoenix interpreta o xerife Joe Cross, um homem aparentemente pacato, mas com uma aura de inquietação à la Travis Bickle. Do outro lado do conflito temos Ted Garcia, presidente da câmara da cidade, interpretado por Pedro Pascal, numa performance que promete transitar entre o carismático e o ambíguo.

O filme explora o choque de personalidades e ideologias entre estas duas figuras numa comunidade marcada pela desconfiança, pela crise sanitária e por memórias enterradas no deserto. É Ari Aster a brincar ao faroeste… mas com o seu habitual olhar desconfortável sobre o comportamento humano.

Elenco de luxo, estética A24

Se a presença de Phoenix e Pascal já seria suficiente para atrair atenções, Eddington leva o conceito de “dream cast” ainda mais longe: Emma StoneAustin ButlerLuke GrimesDeirdre O’ConnellClifton Collins Jr. e Micheal Wardcompõem o restante elenco. Uma combinação improvável de estrelas que parece ter sido feita à medida para o tom desconcertante de Aster.

A produção está a cargo da A24, em colaboração com a Square Peg, e a banda sonora será assinada por Bobby Krlic(The Haxan Cloak), já conhecido pelas colaborações anteriores com Aster. Espera-se, por isso, um ambiente sonoro denso, inquietante e emocionalmente devastador.

Filmagens, estreia e o que esperar

As filmagens de Eddington decorreram entre março e maio de 2024 em localizações como Albuquerque e Truth or Consequences, no Novo México — o que promete dar ao filme aquele toque poeirento e autenticamente norte-americano.

Com estreia marcada para o Festival de Cannes de 2025, tudo indica que Aster pretende repetir o feito de Beau Tem Medo e voltar a lançar um filme que divida, provoque e, muito possivelmente, hipnotize a crítica e o público.


🎬 Eddington é o tipo de filme que nos faz querer comprar bilhete sem ver o trailer. Ari Aster muda de género, mas mantém a densidade emocional, a tensão latente e os actores que fazem o coração bater mais depressa — de ansiedade ou de entusiasmo. E com Phoenix e Pascal frente a frente? Que comecem os duelos…

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Razzies 2025: “Joker 2”, “Megalopolis” e “Borderlands” Entre os Favoritos ao Título de Piores do Ano

A temporada de prémios de cinema nem sempre celebra os melhores, e os Golden Raspberry Awards — ou Razzies — estão aqui para lembrar disso. Este ano, a lista de nomeados para os piores filmes e desempenhos de 2024 está recheada de produções de alto perfil, incluindo Joker: Folie à DeuxMegalopolisBorderlandsMadame Web e Reagan. Cada um deles acumulou seis nomeações, incluindo a temida categoria de Pior Filme.

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Os “Destaques” do Ano

Entre os grandes nomes desta edição estão Joaquin Phoenix e Lady Gaga, nomeados para Pior Ator e Atriz, respetivamente, pelos seus papéis em Joker: Folie à Deux. Curiosamente, a dupla também concorre na categoria de Pior Parceria no Ecrã. Outros pesos-pesados de Hollywood, como Cate Blanchett (Borderlands), Dakota Johnson (Madame Web), e Dennis Quaid (Reagan), também foram nomeados pelos seus desempenhos.

Na categoria de Pior Realizador, destaca-se a presença de nomes de renome como Francis Ford Coppola (Megalopolis) e Todd Phillips (Joker: Folie à Deux), acompanhados por Jerry Seinfeld (Unfrosted) e Eli Roth (Borderlands).

Categorias Surpreendentes e Tendências dos Nomeados

A categoria de Pior Parceria no Ecrã trouxe momentos inusitados, como a nomeação de “Qualquer Dois Personagens Irritantes” em Borderlands e o elenco completo de Megalopolis. Já a categoria de Prequel, Remake, Rip-Off ou Sequela inclui títulos como Joker: Folie à Deux e Mufasa: The Lion King.

Apesar da crítica feroz, a presença de grandes produções nos Razzies evidencia que mesmo projetos ambiciosos podem desiludir quando a execução não alcança as expectativas. Filmes como Reagan e Megalopolis, que aspiravam a grandiosidade, foram alvo de críticas severas.

Lista Completa dos Nomeados a Pior Filme

Borderlands

Joker: Folie à Deux

Madame Web

Megalopolis

Reagan

Será Tudo Apenas Marketing?

Embora os Razzies sejam conhecidos pelo tom humorístico, a atenção gerada por estas nomeações pode ser um sinal de que, mesmo no fracasso, existe espaço para reflexão e curiosidade por parte do público. A cerimónia de entrega dos “prémios” promete trazer risos e talvez algumas reações inesperadas dos nomeados.

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Tim Dillon Arrasa “Joker: Loucura a Dois” – “O Pior Filme de Sempre!”

O ator e comediante Tim Dillon não teve papas na língua ao criticar “Joker: Loucura a Dois”, a aguardada sequela musical do sucesso “Joker” de 2019. Dillon, que interpretou um guarda prisional no Asilo Arkham no novo filme de Todd Phillips, descreveu o projeto como “o pior filme de sempre”, numa opinião explosiva que está a causar um rebuliço entre fãs e críticos.

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“Joker: Loucura a Dois”, protagonizado por Joaquin Phoenix e Lady Gaga, foi uma tentativa de continuar o fenómeno do primeiro filme, mas acabou por ser um fracasso tanto em termos críticos como comerciais, arrecadando apenas 200 milhões de dólares – uma quantia modesta face ao colossal sucesso do original. Dillon acredita que a equipa criativa tentou evitar as controvérsias do primeiro filme, optando por um tom completamente diferente. “Eles foram na direção oposta e agora têm o Joaquin e a Lady Gaga a fazer sapateado de tal forma que é ridículo”, disse o comediante num episódio do ‘podcast’ de Joe Rogan.

Durante as gravações, Dillon revela que os próprios atores tinham dificuldades em entender o enredo, referindo-se a várias cenas como “sem sentido”. A falta de uma linha narrativa clara, somada à tentativa de misturar drama e musical, parece ter resultado num filme que, segundo Dillon, “nem dá para adorar odiar”.

Este tipo de crítica pode ter impacto nas futuras produções de Todd Phillips, que tentou arriscar num estilo inovador mas que, aparentemente, não agradou aos fãs nem ao próprio elenco.

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Ridley Scott Revela os Bastidores Tensos de “Gladiador” e as Dúvidas de Joaquin Phoenix

Durante uma recente entrevista, o realizador Ridley Scott partilhou uma história inédita sobre os bastidores de Gladiador, o épico que protagonizou Russell Crowe como Maximus e Joaquin Phoenix como o vilão Commodus. Segundo Scott, Phoenix, que tinha ainda uma carreira em ascensão na época, sentiu-se extremamente inseguro e chegou a afirmar que não conseguia continuar. A situação gerou tensão, com Crowe a considerar a hesitação de Phoenix “terrivelmente pouco profissional”.

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Scott explicou que teve de agir como “um irmão mais velho ou uma figura paternal” para convencer Phoenix a permanecer no projeto, que acabou por consagrá-lo e garantir-lhe uma nomeação ao Óscar. A experiência em Gladiadorpareceu marcar profundamente a relação entre Scott e Phoenix, ao ponto de colaborarem novamente no drama histórico Napoleão, de 2023.

Este episódio foi recentemente discutido depois de Phoenix ter desistido de um projeto com Todd Haynes, uma decisão que obrigou o realizador a adiar indefinidamente as filmagens. Apesar das dúvidas de Phoenix ao longo da carreira, Scott defendeu o ator, sublinhando a sua dedicação e talento, que resultaram em uma das performances mais memoráveis de Gladiador.

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Joker 2: “Delírio a Dois” Luta por Sucesso nas Vendas Digitais após Performance Desapontante nas Bilheteiras

Joker: Delírio a Dois, a aguardada sequela de Todd Phillips, continua a enfrentar dificuldades para igualar o impacto do primeiro filme nas bilheteiras e agora também no mercado digital. Após o enorme sucesso do primeiro Joker, que arrecadou mil milhões de dólares e catapultou Joaquin Phoenix para o Óscar de Melhor Ator, Delírio a Dois não conseguiu corresponder às expectativas dos fãs nem dos críticos, com receitas modestas nas bilheteiras e uma receção fria no lançamento digital. Mesmo com a inclusão de Lady Gaga no elenco, interpretando a famosa Harley Quinn, a sequela não alcançou o entusiasmo generalizado do original.

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O filme, lançado recentemente em PVOD nos EUA, ficou aquém no ranking de vendas, ocupando a quarta posição nas plataformas de venda digital como o iTunes e Fandango, onde foi superado por outros títulos de renome, incluindo A Substância e Beetlejuice. A falta de um enredo tão sombrio e visceral quanto o do primeiro filme pode ter contribuído para a receção menos calorosa. Ainda assim, o filme mantém o seu público fiel, atraindo fãs da personagem e do universo de Gotham City.

Além de Joaquin Phoenix e Lady Gaga, Joker: Delírio a Dois inclui performances notáveis de Zazie Beetz, Brendan Gleeson, Catherine Keener, Steve Coogan e Ken Leung. Todd Phillips, que dirigiu e co-escreveu o primeiro filme com Scott Silver, trouxe novamente a sua visão para esta sequela, focando-se mais na relação perturbadora entre Joker e Harley Quinn e na jornada psicológica que os une num mundo de caos e destruição.

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Este desempenho contrastante levanta questões sobre as expectativas para as sequelas de filmes de culto e a pressão para replicar sucessos anteriores, especialmente em personagens que vivem na fronteira entre anti-heróis e vilões. À medida que Delírio a Dois tenta conquistar o público digital, o filme poderá encontrar o seu espaço como uma obra de nicho, apreciada por fãs da abordagem mais psicológica e menos convencional ao universo dos super-heróis.

Quentin Tarantino Elogia “Joker: Loucura a Dois” e Compara Sequência a “Assassinos Natos”

Conhecido pelas suas opiniões francas e críticas ao impacto do cinema de super-heróis, Quentin Tarantino surpreendeu ao fazer um raro elogio a um filme deste género: “Joker: Loucura a Dois”. Em entrevista ao podcast “The Bret Easton Ellis Podcast”, Tarantino admitiu que o trabalho de Todd Phillips e a abordagem musical do filme conseguiram capturar o seu interesse. Destacou especialmente as interpretações de Joaquin Phoenix e Lady Gaga, elogiando o modo como o filme abordou a complexa relação entre Arthur Fleck e Lee Quinzel (Harley Quinn) com uma intensidade que lembrou ao realizador a sua própria obra.

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Para Tarantino, a sequência de “Joker” é mais do que um simples filme de super-heróis; é uma exploração profunda e quase caótica das camadas psicológicas de personagens à beira da insanidade. Ao refletir sobre os números musicais e o tom perturbador da narrativa, Tarantino mencionou que o filme provocou uma reação única. “Quanto mais banais eram as letras, mais poderoso se tornava o efeito,” comentou, referindo-se à música “For Once in My Life”, que, na sua opinião, capturou perfeitamente o espírito sombrio da história.

Tarantino chegou a comparar “Joker: Loucura a Dois” a “Assassinos Natos”, filme dirigido por Oliver Stone com argumento escrito por ele próprio. Segundo Tarantino, tal como Mickey e Mallory em “Assassinos Natos”, Arthur e Lee formam um casal movido pela disfunção e pela loucura. Esta abordagem de Phillips trouxe uma dimensão mais sombria e introspectiva ao filme, afastando-o das convenções dos filmes de banda desenhada tradicionais. “Phillips é como o próprio Joker: usou os recursos do estúdio para desafiar e chocar a audiência,” afirmou Tarantino, deixando claro o seu apreço pela ousadia do realizador.

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A comparação de Tarantino com “Assassinos Natos” e o elogio inesperado ao filme de Phillips refletem uma nova perspetiva sobre o potencial do género. Para os fãs de Tarantino e do cinema de super-heróis, a sua visão de “Joker: Loucura a Dois” acrescenta uma camada interessante à compreensão do impacto cultural do filme.

“Joker: Folie à Deux” enfrenta perdas gigantescas nas bilheteiras

O tão aguardado “Joker: Folie à Deux”, a sequela do aclamado “Joker” de 2019, está a enfrentar uma verdadeira catástrofe nas bilheteiras, com previsões de perdas entre 150 e 200 milhões de dólares. O filme, que tinha um orçamento colossal de 200 milhões de dólares, arrecadou apenas 51,5 milhões nos Estados Unidos e 165 milhões a nível mundial após duas semanas de exibição. Este é um contraste gritante com o seu antecessor, que conseguiu valores muito superiores em apenas três dias.

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O fracasso financeiro de “Folie à Deux” tem sido atribuído a várias razões. A decisão de transformar o filme num musical, algo muito diferente do tom sombrio e dramático do primeiro “Joker”, parece ter alienado uma parte significativa do público. Embora a performance de Joaquin Phoenix e Lady Gaga tenha sido amplamente elogiada, o formato não convenceu nem críticos nem espectadores. Além disso, as expectativas elevadas e o enorme custo de produção colocaram uma pressão extra sobre o filme.

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Com uma receção negativa no Rotten Tomatoes (33% de aprovação) e uma rara nota “D” no CinemaScore, o filme está a ser considerado um dos maiores fracassos de bilheteira de 2024. Contudo, a Warner Bros. espera recuperar parte do investimento quando o filme for lançado em plataformas de entretenimento caseiro, a partir de 29 de outubro de 2024. Mesmo assim, o impacto desta perda no futuro da franquia DC será significativo, especialmente num mercado cinematográfico pós-pandemia, onde as superproduções já não garantem sucesso financeiro.

O Que Correu Mal com “Joker 2” de Todd Phillips?

Quase cinco anos depois do lançamento do aclamado “Joker”, realizado por Todd Phillips, os fãs estavam ansiosos por uma sequela que prometia ser tão impactante quanto o original. Com um orçamento elevado, um elenco de estrelas incluindo Joaquin Phoenix e Lady Gaga, e uma expectativa global, o filme parecia destinado ao sucesso. No entanto, a estreia de “Joker: Folie À Deux” revelou-se uma decepção, com reações mornas e números de bilheteira abaixo do esperado.

O que correu mal com esta produção tão aguardada? Um relatório recente do insider de Hollywood, Matthew Belloni, revela os vários fatores que contribuíram para o fracasso deste filme que, segundo muitos, parecia à prova de falhas.

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O Peso do Sucesso do Original

Uma das principais razões apontadas para o fracasso de “Joker 2” foi, ironicamente, o sucesso esmagador do primeiro filme. O sucesso financeiro de “Joker”, que arrecadou mais de mil milhões de dólares em todo o mundo, levou a Warner Bros. a dar a Todd Phillips uma liberdade criativa quase total. Essa confiança manifestou-se num orçamento inflacionado que atingiu cerca de 200 milhões de dólares, dos quais mais de 50 milhões foram usados apenas para pagar os salários de Phoenix, Lady Gaga e Phillips.

Outro fator que aumentou os custos foi a decisão de filmar em Los Angeles em vez de Londres, onde o primeiro filme foi gravado, resultando numa despesa adicional de 30 milhões de dólares. Dada a natureza do filme, com a maior parte das cenas a ocorrer em interiores escuros de um asilo mental, muitos questionam para onde foi todo esse dinheiro.

Falta de Testes e uma Estratégia de Marketing Falhada

Outro erro grave foi a falta de sessões de teste. O estúdio optou por não exibir o filme a audiências-teste, uma prática comum em Hollywood que permite ajustar o filme com base nas reações iniciais do público. Essa decisão foi um dos principais fatores que dificultou a criação de uma campanha de marketing eficaz. Muitos fãs não estavam cientes de que a sequela seria um musical, o que pode ter alienado uma parte significativa do público.

A decisão de estrear o filme no Festival de Veneza, um evento mais associado a cinema de arte do que a blockbusters, também não ajudou. A receção morna no festival deu o tom para o lançamento global, com críticos e espectadores a expressarem desapontamento.

Uma Visão Demasiado Experimental?

A liberdade criativa concedida a Todd Phillips também foi vista como um dos fatores que contribuíram para o fracasso do filme. O realizador decidiu criar uma versão ousada e inesperada de uma sequela, incluindo poucos momentos de destaque para Lady Gaga e terminando com um final divisivo que pareceu encerrar qualquer possibilidade de continuidade da franquia. A sua abordagem experimental, sem grandes concessões ao que o público esperava, fez com que o filme não fosse bem recebido tanto pelos críticos quanto pelos fãs.

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O Futuro de “Joker”

Com o fracasso de “Joker: Folie À Deux”, o futuro da franquia está agora em dúvida. A combinação de um orçamento inflacionado, uma visão criativa arriscada e a falta de conexão com o público resultou num dos maiores desastres cinematográficos do ano. Ainda assim, o impacto de “Joker” no mundo do cinema é inegável, e apenas o tempo dirá se esta sequela será redimida de alguma forma.

E tu, o que achaste de “Joker: Folie À Deux”? Partilha a tua opinião sobre o filme e o seu impacto na franquia “Joker”.


James McAvoy Fala sobre o Abandono de Joaquin Phoenix em “Fragmentado”

James McAvoy, o talentoso ator escocês, confirmou recentemente os rumores de que foi contratado à última da hora para substituir Joaquin Phoenix no filme Fragmentado, de M. Night Shyamalan. Esta revelação lançou luz sobre uma das questões mais debatidas nos bastidores de Hollywood, já que Phoenix abandonou o projeto semanas antes das filmagens começarem, obrigando a produção a encontrar rapidamente um substituto.

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Em entrevista ao podcast “Happy Sad Confused”, McAvoy detalhou a pressão que sentiu ao ter apenas duas semanas para se preparar para um papel tão complexo como o de Kevin Wendell Crumb, uma personagem com transtorno dissociativo de identidade que abrigava 23 personalidades distintas. McAvoy destacou que o argumento bem escrito de Shyamalan foi fundamental para que ele conseguisse entender rapidamente as nuances de cada personalidade, especialmente as mais destacadas, como Patricia e Dennis.

O ator, conhecido por papéis como o Professor X na saga X-Men, elogiou Joaquin Phoenix e afirmou que, embora o seu tempo de preparação tenha sido curto, ele acredita que a sua versão de Kevin foi única. No entanto, não pôde deixar de reconhecer que a interpretação de Phoenix teria sido igualmente extraordinária, dada a qualidade do ator.

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Este não é o único projeto que Phoenix abandonou inesperadamente. Recentemente, o ator também desistiu de um filme dirigido por Todd Haynes, a apenas cinco dias do início das filmagens, o que causou problemas de produção significativos. Segundo relatos, Phoenix tem mostrado um padrão de comportamento em que abandona projetos próximos do início das filmagens, algo que a imprensa de Hollywood tem acompanhado com atenção.

Joaquin Phoenix desiste de filme a 5 dias do inicio das filmagens

O mundo do cinema foi recentemente abalado por uma notícia inesperada: Joaquin Phoenix, um dos atores mais respeitados e aclamados de Hollywood, abandonou abruptamente um projeto cinematográfico apenas cinco dias antes do início das filmagens. O filme, que seria rodado em Guadalajara, no México, estava envolto em secretismo e prometia ser um marco na carreira do ator, explorando territórios narrativos ousados e controversos. No entanto, o súbito abandono por parte de Phoenix levou ao cancelamento da produção, resultando em perdas financeiras significativas e deixando uma equipa inteira sem emprego.

O Projeto: Ambição e Controvérsia

O filme em questão seria produzido pela renomada Killer Films, conhecida por apoiar projetos independentes e de forte conteúdo artístico. Os direitos de distribuição já haviam sido vendidos a várias empresas internacionais, demonstrando a confiança da indústria no potencial comercial e artístico da obra. No entanto, o que parecia ser mais um sucesso garantido tornou-se num pesadelo logístico e financeiro após a desistência de Phoenix.

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O enredo do filme, cuja trama girava em torno de um detetive homossexual, foi inicialmente concebido pelo próprio ator. Phoenix levou a ideia ao cineasta Todd Haynes, um realizador reconhecido pela sua sensibilidade em retratar temas complexos e personagens marginalizadas. Haynes revelou, em entrevistas anteriores, que o projeto nasceu de “fragmentos de ideias” trazidas por Phoenix, que posteriormente evoluíram para um guião desenvolvido de forma “bastante orgânica”. O filme prometia explorar temas de sexualidade de maneira gráfica e provocativa, algo que, ironicamente, parece ter sido o fator decisivo para o abandono do ator.

As Consequências: Perdas Milionárias e Desemprego

O cancelamento do filme não foi apenas uma desilusão artística; as consequências financeiras são igualmente graves. Com sets já construídos e uma equipa contratada, as perdas para a produção podem ultrapassar os sete dígitos. Todos os profissionais envolvidos, desde técnicos a atores secundários, viram-se subitamente sem emprego, numa altura em que o setor cinematográfico ainda se recupera das dificuldades impostas pela pandemia.

A Killer Films, que já havia investido consideravelmente na pré-produção, enfrenta agora o desafio de compensar os distribuidores internacionais e os acionistas que tinham apostado no projeto. A situação é ainda mais delicada pelo facto de o papel principal, destinado a Phoenix, ter sido concebido à sua medida, tornando praticamente impossível a substituição por outro ator.

A Decisão de Phoenix: Medo ou Consciência Artística?

Uma das questões que permanece no ar é o motivo pelo qual Joaquin Phoenix, conhecido pela sua coragem e compromisso artístico, decidiu abandonar o projeto tão perto do início das filmagens. Fontes próximas da produção sugerem que o ator recuou devido à natureza gráfica das cenas de sexo, algo que parece contraditório, considerando que foi ele próprio a impulsionar a história para “um território mais perigoso”.

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A decisão de Phoenix pode ser interpretada de várias maneiras. Alguns especulam que o ator, apesar da sua experiência e reconhecimento, pode ter sentido que o material era demasiado explícito ou potencialmente prejudicial para a sua imagem pública. Outros acreditam que a decisão foi tomada com base em considerações éticas ou pessoais, que podem nunca ser totalmente esclarecidas ao público.

O Futuro de Joaquin Phoenix

Apesar deste contratempo, Joaquin Phoenix continua a ser uma das figuras mais proeminentes de Hollywood. Com a estreia da aguardada sequela de “Joker” prevista para outubro, onde contracena com Lady Gaga, o ator deverá voltar a capturar a atenção do público e da crítica. Este novo filme, que será uma espécie de musical, marca um contraste significativo com o projeto abandonado, talvez indicando uma mudança de direção na carreira de Phoenix.

Este incidente, embora lamentável para todos os envolvidos, destaca as complexidades e os riscos inerentes à produção cinematográfica, especialmente quando se trata de projetos que desafiam as normas e exploram territórios sensíveis. Resta saber se algum dia o público terá a oportunidade de ver a visão original de Joaquin Phoenix e Todd Haynes concretizada, ou se esta será mais uma daquelas histórias de Hollywood que ficarão para sempre envoltas em mistério e especulação.