Johnny Depp e Ridley Scott Reimaginam o Universo de Mr. Hyde numa Novela Gráfica Sombria e Ambiciosa

Nova adaptação gráfica de “O Médico e o Monstro” traz estética cinematográfica, reflexão contemporânea e o toque inconfundível de duas lendas do cinema

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Johnny Depp e Ridley Scott uniram forças para dar nova vida ao clássico literário Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde, de Robert Louis Stevenson, agora transformado numa novela gráfica em dois volumes com lançamento previsto para o próximo Halloween. Intitulado simplesmente Hyde, o projecto conta com argumento de Jesse Negron e Joe Matsumoto, direcção artística de Chris Weston e é produzido pelo estúdio independente Mechanical Cake.

A história propõe uma reinterpretação sombria da obra vitoriana, centrando-se na figura de Mr. Hyde após a queda de Jekyll, num mundo subterrâneo onde o personagem dá continuidade aos seus impulsos mais obscuros. Desta vez, Hyde não esconde apenas a sua própria identidade, mas multiplica-se: usa um soro experimental para transformar outros em versões dele próprio.

Depp mergulha na criação visual e dramática de Hyde

Johnny Depp não interpreta apenas a personagem — influencia-a estética e narrativamente. Segundo os produtores, a fisionomia de Hyde foi desenhada com base no próprio Depp, que também participou no desenvolvimento visual da obra e narra o trailer já divulgado nas redes sociais. “Quando era menino, carregava um livrinho de Dr. Jekyll & Mr. Hyde no bolso para onde quer que fosse”, revelou o actor numa publicação no X (antigo Twitter). “Entrar neste mundo com Ridley Scott é mágico e insano.”

Com uma carreira marcada por personagens excêntricas e intensas — de Edward Scissorhands a Sweeney Todd, passando por Jack Sparrow — Depp volta a explorar os limites da identidade, desta vez com um toque literário e gráfico.

Ridley Scott como mentor criativo

Embora não realize nem escreva directamente, Ridley Scott — o nome por trás de Blade RunnerAlien e Gladiador — serve como figura orientadora do projecto. A visão estética e narrativa do realizador britânico inspirou a abordagem visual e o tom cinematográfico da novela gráfica. “Receber essa confiança de Ridley é surpreendente”, declarou Depp. “É insano e belo.”

Londres, ciência e monstros interiores

Hyde não se limita a recontar uma história do século XIX. A equipa criativa quer explorar temas contemporâneos como a dupla identidadeética científicaalienação urbana e controlo social, com o pano de fundo da Londres vitoriana, reconstruída com rigor histórico e riqueza visual por Chris Weston.

Segundo Negron, o objectivo é mergulhar o leitor “num ambiente onde as fronteiras entre bem e mal são tão esbatidas quanto os esgotos por onde Hyde se move”. O primeiro volume está agendado para Outubro, e a Mechanical Cake já admite que o universo de Hyde poderá crescer para outros meios — como cinema, televisão ou videojogos.

Uma abordagem independente com aspirações de estúdio

“Esta é uma oportunidade incrível para criar um projecto com escala de estúdio, mas directamente dos criadores para o público, sem filtros”, explicou Jesse Negron. A editora pretende que a obra marque uma nova era de publicação gráfica onde liberdade criativa e ambição artística andem de mãos dadas.

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Entre o fascínio literário de Stevenson, a visão sombria de Scott e a energia criativa de Depp, Hyde promete ser muito mais do que uma adaptação: será uma reinvenção visual, filosófica e emocional de um dos monstros mais emblemáticos da ficção.

Ridley Scott troca o Coliseu por… banda desenhada! Bem-vindos ao estranho mundo de Modville

🎬🦾 Se achavas que já tinhas visto tudo de Ridley Scott — de romanos ensanguentados a replicantes existenciais, passando por alienígenas com muito mau feitio — prepara-te: o mestre do épico cinematográfico está agora a criar… novelas gráficas! E não, Modville não é o novo spin-off de Blade Runner, apesar das semelhanças tentadoras.

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O anúncio foi feito na WonderCon 2025, em Anaheim, onde a editora Mechanical Cake revelou que Modville será lançada com pompa e circunstância via Kickstarter, numa luxuosa edição de capa dura. E sim, Scott está envolvido até aos circuitos na criação deste universo distópico passado em 2169 — mas atenção, ele próprio garante: isto não é cinema, é banda desenhada mesmo.

Onde estamos? Nova Orleães. Quando? 2169. Quem? Andróides com cabelo e dentes humanos 😬

O projeto, criado por Jesse Negron, leva-nos até Modville, um bairro sombrio de Nova Orleães habitado por “mods” — Humanos Artificiais com aspeto indistinguível de um humano real. Sim, têm pele, dentes, cabelo… tudo. Tudo exceto alma, talvez?

Mas não estamos a seguir o percurso cliché dos “robôs que querem sentir”. A história foca-se em Hawthorne, um humano com stress pós-traumático que trabalha a reviver memórias alheias — de assassinos e vítimas, veja-se bem — graças a uma tecnologia um tanto ou quanto invasiva. A ele junta-se Ema, uma mod adolescente com seis dias de memórias apagadas. Mistério? Check. Misticismo? Também. Paranoia futurista? Tudo a postos.

Blade Runner? Nem pensar, diz Negron.

Apesar das parecenças óbvias — andróides, identidade, futuro sombrio — Negron insiste que isto não tem nada a ver com o universo de Roy Batty e companhia. E acredita-se: aqui há uma energia mais próxima do gótico sulista, com Nova Orleães como palco e uma vibe que mistura ficção científica com uma certa melancolia noir.

Aliás, o ano escolhido, 2169, não foi ao calhas: segundo os criadores, haverá uma “moda retro dos anos 50” a começar em 2150, que depois descamba para o apocalipse moral e social. Tudo muito animador, portanto.

Oito volumes, uma mota problemática e… sem filme à vista!

Está planeada uma série de oito livros, com cerca de 200 páginas cada, e o primeiro já está pronto. Para promover Modville, Negron até construiu uma mota eletromagnética, que acabou por lhe render duas multas por estacionamento em Los Angeles… apesar de ser só um adereço! “Foi multado porque não registámos a mota — que nem funciona!”, disse, entre risos.

E se te estás a perguntar: Mas Ridley Scott vai fazer disto um filme? A resposta é clara como uma manhã em Marte: não.Pelo menos, para já. Os criadores querem que a história viva como novela gráfica — crua, direta, visualmente ousada e sem compromissos hollywoodianos.

Uma WonderCon recheada de novidades e cosplays

A revelação de Modville foi só uma das muitas cerejas em cima do bolo nerd desta WonderCon, que serviu de aquecimento para a Comic-Con de San Diego. Por lá falou-se de Star Wars, da terceira temporada de Invincible, de novos projetos de “O Senhor dos Anéis”, e ainda houve espaço para a 11.ª edição da Women Rocking Hollywood, dedicada à representação feminina na indústria.

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E nós? Já estamos a contar os dias para mergulhar neste novo universo distópico com o selo de qualidade Scott. Se há coisa que sabemos, é que quando Ridley Scott se mete numa coisa, raramente é aborrecida.