The Burial — Jamie Foxx e Tommy Lee Jones Num Duelo Judicial Que Abala o Sistema

Estreia a 16 de novembro, às 22h10, no TVCine Top

O TVCine Top prepara-se para estrear um dos dramas judiciais mais aclamados dos últimos anos: The Burial, um filme que mistura tribunal, crítica social, humor mordaz e duas interpretações de peso assinadas por Jamie Foxx e Tommy Lee Jones. A estreia acontece domingo, 16 de novembro, às 22h10, também disponível no TVCine+.

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O David e Golias da indústria funerária

A história — baseada em factos verídicos — segue Jeremiah O’Keefe (Tommy Lee Jones), proprietário de uma pequena empresa funerária da Costa do Golfo que se vê esmagado pelas práticas agressivas de uma gigantesca corporação do setor. Quando percebe que está prestes a perder décadas de trabalho, O’Keefe decide recorrer a um advogado pouco convencional:

Willie E. Gary, interpretado com carisma explosivo por Jamie Foxx, é um advogado brilhante, teatral, excêntrico e com um currículo impressionante de vitórias — mas ninguém esperava vê-lo envolvido num caso sobre contratos de serviços fúnebres.

À medida que o julgamento avança, o que parecia apenas um diferendo comercial transforma-se numa batalha épica entre o cidadão comum e as estruturas de poder económico, revelando esquemas de discriminação, abusos corporativos e décadas de manipulação legal.

Muito mais do que um caso em tribunal

The Burial recusa ser apenas um drama judicial clássico. Realizado por Maggie Betts, o filme explora com inteligência e sensibilidade o impacto do racismo estrutural, a desigualdade social no sistema jurídico americano e a forma como a justiça, muitas vezes, favorece quem tem mais recursos.

Mas Betts equilibra o peso destes temas com momentos de humanismo e humor afiado — grande parte deles graças à química improvável entre Foxx e Jones.

São dois mundos que não podiam ser mais diferentes:

  • O empresário conservador do sul profundo;
  • O advogado afro-americano flamboyant e implacável.

E, ainda assim, encontram um objetivo comum. O resultado é uma parceria irresistível, cheia de confrontos, cumplicidade e até um inesperado toque de amizade.

Interpretações que elevam a história

Críticos têm apontado Jamie Foxx como um dos grandes destaques do filme, descrevendo o seu Willie E. Gary como uma combinação de carisma, intensidade e timing cómico absolutamente magnético.

Tommy Lee Jones, por sua vez, oferece um desempenho contido mas profundamente emocional — daqueles que lembram porque continua a ser um dos grandes actores da sua geração.

A química entre os dois é o motor da narrativa, e a forma como Maggie Betts a filma torna The Burial não apenas competente, mas memorável.

Uma história real que continua relevante

The Burial lembra-nos que algumas das lutas mais importantes acontecem longe dos holofotes. Casos aparentemente modestos podem expor sistemas inteiros — e obrigar a sociedade a confrontar-se com as suas falhas.

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É um filme sobre justiça, mas também sobre dignidade, comunidade e resiliência. Um lembrete poderoso de que, às vezes, vencer em tribunal é também uma forma de devolver humanidade a quem mais precisa.

📺 The Burial

🗓 16 de novembro

⏰ 22h10

📍 TVCine Top e TVCine+

Contagem: 781 palavras.

Christoph Waltz: O Ator Que Disse “Não” a Tarantino (E Ainda Assim Levou o Óscar 🎬)

O ator austríaco que transformou a relutância em arte

Christoph Waltz é uma dessas raras presenças que elevam qualquer filme em que entra. Seja como vilão calculista ou herói relutante, o ator austríaco domina a arte de transformar o diálogo mais simples num momento de puro magnetismo. E, curiosamente, foi precisamente a sua relutância em aceitar papéis que o levou a alguns dos maiores triunfos da carreira.

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Em entrevista, Waltz resumiu de forma deliciosa a sua visão sobre o sistema de Hollywood:

“Na Europa, dizem: ‘Eles só querem espremer-te como um limão.’ Pois claro! Mas, se eu tiver o sumo, porque não?” 🍋

É esta mistura de ironia e lucidez que o distingue. Waltz sabe exactamente o que pode dar — e não tenta ser mais do que isso. Como o próprio explica, “sei o que posso contribuir. E é uma unidade muito específica, muito limitada”.

O “não” que quase impediu Django Libertado

A relação entre Waltz e Quentin Tarantino é hoje lendária, mas começou de forma inesperada. Quando recebeu o argumento de Django Libertado (2012), o ator recusou o papel de Dr. King Schultz. Achava-o demasiado “feito à sua medida” e não queria cair na repetição após o sucesso de Sacanas sem Lei.

Tarantino, porém, não aceitou a recusa. Enviou-lhe uma carta escrita à mão com uma simples frase:

“Of course, Mein Herr! – Q.”

Waltz respondeu com o mesmo humor e formalidade germânica:

“Mein Herr, of course! – CW.”

Mas impôs uma condição: o personagem teria de ser moralmente puro — nunca cruel, nunca violento por prazer. Tarantino aceitou, e dessa exigência nasceu um dos personagens mais cativantes do cinema moderno.

Uma queda, uma carroça e uma sela com cinto de segurança

Durante os treinos para o papel, Waltz caiu do cavalo e deslocou a bacia. Mais tarde, brincou com o incidente no discurso dos Globos de Ouro:

“Andar a cavalo não foi o problema. Cair é que foi.” 😂

A lesão obrigou o realizador a adaptar as filmagens: Schultz passou a deslocar-se de carroça nas primeiras cenas. Para animar o colega, Jamie Foxx ofereceu-lhe um presente insólito — uma sela com cinto de segurança.

Um recorde digno de Hollywood

A sua performance em Django Libertado dura 1 hora, 6 minutos e 17 segundos — a mais longa de sempre a vencer o Óscar de Melhor Ator Secundário. O recorde só seria superado anos depois por Mahershala Ali em Green Book (2018), com mais 21 segundos de ecrã.

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De Sacanas sem Lei a Django Libertado, Christoph Waltz consolidou-se como um dos intérpretes mais elegantes, precisos e irresistivelmente perigosos de Hollywood — um ator que sabe que não precisa de gritar para dominar o ecrã.

Leonardo DiCaprio e o Desafio de “Django Unchained”: Como Samuel L. Jackson o Conquistou 💥🎥

No universo do cinema, alguns papéis exigem uma profundidade emocional e uma coragem surpreendentes. Foi exatamente o caso de Leonardo DiCaprio em Django Unchained (2012), de Quentin Tarantino, onde o ator interpretou Calvin Candie, um cruel proprietário de escravos. Recentemente, Jamie Foxx, colega de elenco, revelou como DiCaprio enfrentou dificuldades em usar insultos raciais no filme, até que Samuel L. Jackson interveio de forma memorável.

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“Diz essa porcaria!” – O Momento que Quebrou o Gelo 🗣️

Segundo Foxx, DiCaprio estava visivelmente desconfortável com as falas que envolviam insultos raciais durante os ensaios. “Leo parou a leitura e disse: ‘Pessoal, não consigo fazer isto. Não sou eu,’” recordou Foxx numa entrevista à Vanity Fair. Foi então que Samuel L. Jackson, com o seu jeito inconfundível, encorajou-o da forma mais direta possível: “Diz essa porcaria, seu [impropriedade]! É só mais uma terça-feira. Que se lixem!”

Este momento parece ter marcado um ponto de viragem para DiCaprio, que, com a ajuda do apoio de Jackson e de Foxx, mergulhou completamente na sua personagem. Foxx relembra ainda ter dito ao colega: “Não vais conseguir interpretar esta personagem até entenderes o que foi a escravatura. Foi horrível. Foi devastador.” O resultado foi evidente. No dia seguinte, DiCaprio chegou ao set com uma nova intensidade e recusou até falar com Foxx fora das cenas, indicando que estava completamente imerso no papel.

O Sucesso de “Django Unchained” 🌟

O esforço de DiCaprio e do restante elenco foi recompensado. Django Unchained tornou-se o filme de maior bilheteira de Tarantino, arrecadando quase 500 milhões de dólares a nível mundial. O filme recebeu aclamação da crítica e vários prémios, incluindo o Óscar de Melhor Argumento Original para Tarantino e Melhor Ator Secundário para Christoph Waltz, que interpretou o carismático Dr. King Schultz.

Infelizmente, DiCaprio não foi nomeado para o Óscar, mas conseguiu uma nomeação para o Globo de Ouro pela sua impressionante interpretação de Calvin Candie.

Tarantino e o Cinema: Sempre no Centro da Controvérsia 🎬🔥

Enquanto Django Unchained continua a ser celebrado, Tarantino mantém-se uma figura polarizadora na indústria. Recentemente, o realizador defendeu a sua admiração por Joker 2 contra as críticas, afirmando: “Que importa o que gosto?” Uma resposta tão contundente quanto os seus filmes.

Jamie Foxx, por sua vez, mantém-se ativo na indústria, protagonizando o filme de ação Back In Action, que, embora tenha recebido críticas mistas, prova que o ator continua a desafiar-se em novos projetos.

Legado de “Django Unchained”

Mais de uma década após o seu lançamento, Django Unchained continua a ser um marco no cinema, tanto pelo seu impacto social como pelo desempenho inesquecível do elenco. A determinação de Leonardo DiCaprio em ultrapassar barreiras pessoais para dar vida ao vilão Calvin Candie é um exemplo poderoso de como o cinema pode exigir mais do que talento – exige coragem.

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Cameron Diaz Dá Adeus às Comédias Românticas e Declara Nova Era das ‘Comédias das Mães’

Após uma pausa de dez anos, Cameron Diaz está oficialmente de volta ao grande ecrã, mas com um novo foco. Conhecida pelas suas icónicas comédias românticas como O Casamento do Meu Melhor Amigo (1998), Doidos Por Mary (1998) e O Amor não Tira Férias(2006), a atriz anunciou que esses tempos ficaram no passado. A sua nova fase? “Comédias das mães”, como revelou recentemente.

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O Regresso com “De Volta à Ação”

Diaz, de 52 anos, regressou ao cinema com a comédia de ação da Netflix, De Volta à Ação, onde contracena com Jamie Foxx. Em entrevista à Capital Radio, a atriz afirmou:

“Deixei a minha era das comédias românticas e estou agora na minha era das comédias das mães.”

Convencida por Foxx a retomar a carreira, Diaz descreveu o processo de voltar aos bastidores. “Se ia deixar a minha família durante dez horas por dia, queria que fosse com o homem mais talentoso da indústria”, disse no programa The Graham Norton Show. Ela elogiou a experiência, acrescentando:

“Que a porta ainda estivesse sequer aberta para mim após uma década foi espantoso.”

Uma Pausa Transformadora

Durante os últimos dez anos, Diaz afastou-se de Hollywood para se dedicar à família. Casada com o músico Benji Madden, tornou-se mãe de dois filhos e declarou que essa foi a melhor decisão da sua vida:

“Foram os dez melhores anos da minha vida. As pessoas faziam propostas e dizia não a tudo. E depois deixaram de perguntar. E fiquei livre para ser mãe, esposa, viver a minha vida que é tão adorável.”

No entanto, ao ser chamada de volta ao cinema, percebeu que ainda havia espaço para contribuir com a sua paixão:

“Se deixasse passar esta boa vontade e o que construí ao longo de tanto tempo, seria uma tola. Fazer filmes que fazem as pessoas sorrirem, emocionarem-se e divertirem-se é um privilégio.”

O Futuro de Cameron Diaz

Embora ainda esteja a ajustar-se ao regresso, Diaz deu a entender que a sua participação em De Volta à Ação pode ser apenas o início de uma nova fase. “Talvez isto seja o início, talvez vá equilibrando ou simplesmente me atire de cabeça. Veremos, mas estou muito grata por isso.”

A atriz parece estar determinada a redefinir a sua presença em Hollywood, desta vez com histórias que refletem a sua nova perspetiva de vida. Se depender de De Volta à Ação, Diaz está pronta para continuar a trazer humor e emoção ao público.

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Cameron Diaz Aberta a uma Sequela de “The Mask”, Desde que Jim Carrey Esteja Presente: “Sempre Aproveitei as Ondas do Sucesso Dele”

Cameron Diaz está pronta para voltar a pintar-se de verde – e desta vez com o icónico Jim Carrey ao seu lado. A atriz, que recentemente saiu de um hiato de 10 anos com o filme Back in Action da Netflix, revelou ao Access Hollywood que está aberta a participar numa sequela da comédia de 1994 The Mask, com uma condição: Jim Carrey tem de estar envolvido.

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“Se o Jim estiver a bordo, estou dentro. Afinal, aproveito as ondas do sucesso dele desde o primeiro dia,” brincou Diaz ao falar sobre a possibilidade de regressar ao papel da cantora de cabaré Tina Carlyle.

No filme original, Carrey interpreta Stanley Ipkis, um bancário tímido cuja vida muda radicalmente ao descobrir uma máscara que o transforma num brincalhão sobrenatural com poderes mágicos. The Mask foi um marco nas carreiras de ambos os atores, catapultando-os para o estrelato.

Jim Carrey Também Considera um Regresso

Carrey já tinha mencionado anteriormente, em entrevista ao Comicbook.com, que estaria disposto a considerar uma sequela de The Mask, mas apenas se o argumento fosse suficientemente sólido.

“Oh, meu Deus, teria de ser a ideia certa,” disse Carrey, que recentemente reprisou o papel de Dr. Robotnik em Sonic the Hedgehog 3. “Não se trata do dinheiro. É claro que brinco com isso, mas estas coisas têm de ter uma razão certa. Nunca podemos ser definitivos sobre nada. Disse que gostava de me reformar, mas penso que estava mais a falar em descansar com poder. Assim que surge uma boa ideia ou uma equipa com quem gostamos de trabalhar, tudo pode mudar.”

Novas Possibilidades com “As Panteras”?

Na mesma entrevista, Diaz revelou também que adoraria voltar para uma sequela de As Panteras ao lado de Drew Barrymore e Lucy Liu. Entre brincadeiras, sugeriu que Jamie Foxx, seu colega de elenco em Back in Action, poderia assumir o papel de Bosley, o assistente das Panteras.

“Vou mandar uma mensagem à [Lucy Liu] agora e sugerir-lhe o Jamie como Bosley,” disse Diaz, rindo-se.

Um Regresso com Nostalgia

Seja a reinventar Tina Carlyle em The Mask ou a reunir-se com as Panteras, Cameron Diaz está claramente entusiasmada com a ideia de revisitar os papéis que marcaram a sua carreira. Para os fãs, a ideia de ver novamente esta dupla dinâmica – Diaz e Carrey – no grande ecrã é pura nostalgia. Aguardemos pela “ideia certa” que pode trazer a magia de The Mask de volta!

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Cameron Diaz e Jamie Foxx de Volta à Ação na Netflix

Cameron Diaz e Jamie Foxx estão prontos para encantar o público novamente na comédia de ação “De Volta à Ação”, um dos grandes lançamentos da Netflix para 2025. Este filme marca o regresso triunfante de Diaz ao grande ecrã, após uma pausa prolongada na sua carreira desde “Annie” (2014), e junta-a novamente a Foxx, com quem já contracenou em projetos icónicos.

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A trama do filme gira em torno de Emily e Matt, antigos espiões da CIA que abandonaram a vida de ação para formarem uma família. Contudo, o seu passado volta para os assombrar quando as suas identidades são reveladas, forçando-os a regressar ao perigoso mundo da espionagem. Com estreia marcada para 17 de janeiro de 2025, “De Volta à Ação”combina humor, adrenalina e uma pitada de nostalgia para os fãs da dupla.

A produção ganhou destaque mediático ainda durante as filmagens, devido a uma complicação médica que afetou Foxx em abril de 2023, levando à necessidade de adaptar algumas cenas com o uso de um duplo. O incidente, felizmente, não comprometeu o projeto, e Foxx recuperou para completar as suas cenas com a energia e carisma que o caracterizam.

Dirigido por Seth Gordon (“Chefes Intragáveis”), o filme conta também com um elenco de luxo, incluindo Kyle Chandler, Glenn Close e Andrew Scott. Com um orçamento ambicioso e grandes expectativas, “De Volta à Ação” é descrito como uma mistura perfeita de ação explosiva e momentos de pura comédia, prometendo ser um dos filmes mais vistos no catálogo da Netflix em 2025.

Para os fãs de Cameron Diaz, o seu regresso é mais do que apenas um reencontro; é um sinal de que o carisma e a presença da atriz continuam intemporais, consolidando o seu lugar entre as estrelas mais queridas de Hollywood.

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Jamie Foxx e as Histórias por Trás de Django Libertado: Um Cavalo, Uma Sela e um Legado Surpreendente

Django Libertado (2012), de Quentin Tarantino, é uma obra marcada não só pela sua ousadia cinematográfica, mas também pelas curiosas histórias de bastidores. Com Jamie Foxx no papel de Django, um ex-escravo transformado em caçador de recompensas, o filme revela uma América pré-Guerra Civil cheia de vingança e redenção. E embora seja a performance de Foxx que brilhe no ecrã, são os detalhes únicos dos bastidores que mostram o quão especial foi a produção deste épico western.

O Cavalo Cheetah e a Ligação de Foxx com o Papel

Jamie Foxx trouxe consigo um parceiro inesperado para as filmagens: o seu próprio cavalo, Cheetah. Este cavalo, que Foxx recebeu como prenda de aniversário quatro anos antes do início das filmagens, tornou-se o companheiro fiel do ator no papel de Django. Esta ligação genuína com o animal acrescentou uma camada extra de autenticidade às cenas de montaria, e Foxx partilhou várias vezes que ter Cheetah ao seu lado fez com que o papel se tornasse ainda mais pessoal e emotivo. Cheetah, ao contrário de um cavalo de produção, estava habituado a Foxx e ajudou a construir uma relação de confiança e conforto, algo essencial para cenas de ação tão intensas.

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No entanto, nem todos os membros do elenco tiveram uma experiência fácil com os cavalos. Christoph Waltz, que interpretou o Dr. King Schultz, sofreu um grave acidente durante o treino, sendo projetado do cavalo e fraturando a bacia. Para levantar o ânimo do colega após o acidente, Foxx decidiu oferecer-lhe um presente peculiar mas prático: uma sela personalizada com cinto de segurança, mostrando o seu humor e amizade.

Django e Broomhilda: O Elo Surpreendente com Shaft

Tarantino é conhecido pela sua paixão em criar universos interligados, e Django Libertado não é exceção. Durante uma entrevista na Comic-Con, o realizador revelou que Django e a sua esposa, Broomhilda (interpretada por Kerry Washington), foram pensados como os antepassados diretos do icónico personagem John Shaft, protagonista da famosa série de filmes Shaft. A referência é subtil, mas notável: o nome completo da personagem de Washington é Broomhilda Von Shaft, sugerindo que o legado de Django vive através das gerações, culminando na criação de um dos personagens mais icónicos do cinema afro-americano.

Esta ligação inesperada dá uma nova profundidade ao filme, criando uma ponte entre o western revisionista de Tarantino e o género blaxploitation dos anos 70, no qual Shaft se tornou um símbolo de resistência e força. Com esta revelação, Tarantino enriquece ainda mais a narrativa, dando a entender que as lutas e triunfos de Django e Broomhilda tiveram um impacto duradouro, refletido nas gerações seguintes.

Tarantino e a Direção Cuidadosa: Um Realizador Diferente

Foxx descreveu o estilo de direção de Tarantino como algo único e inesperado em Hollywood. Num meio onde a rapidez e a eficiência dominam, Tarantino focou-se em criar um ambiente de segurança e respeito para os atores, especialmente em cenas emocionalmente exigentes. Foxx recorda como Tarantino insistia em que cada cena fosse capturada de forma genuína, sem pressões, e, mais importante, respeitando o bem-estar dos atores. “Hollywood quer apenas a cena perfeita e avançar”, comentou Foxx, “mas com Quentin, ele fazia questão de perguntar se estávamos bem após cada cena difícil. Ele só queria que acertássemos uma vez para funcionar”.

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Esta abordagem permitiu a Foxx e a Washington explorar as emoções dos seus personagens com uma confiança que raramente se encontra em Hollywood. Esta dinâmica de trabalho elevou o impacto das cenas mais intensas, especialmente nas sequências onde o sofrimento e a determinação de Django são palpáveis. Com Tarantino, Foxx sentiu que estava numa produção onde a sensibilidade era tão importante quanto a execução, tornando Django Libertado um filme que combina ação com um toque de humanidade.

Will Smith como Django? Uma Escolha que Nunca Aconteceu

Curiosamente, a escolha de Jamie Foxx para o papel de Django só aconteceu após Will Smith ter recusado o convite. Tarantino, que escreveu o papel com Smith em mente, encontrou-se com o ator para discutir o projeto. No entanto, Smith acabou por recusar o papel, acreditando que Django não era o verdadeiro protagonista da história. Segundo ele, o personagem de Dr. King Schultz, interpretado por Waltz, era a figura central, e Smith sentia que precisava de um papel onde pudesse eliminar o vilão. Esta decisão abriu caminho para Foxx, que rapidamente abraçou o papel e trouxe a sua própria visão para Django.

O resultado foi um desempenho memorável que não só solidificou a posição de Foxx como um dos grandes talentos de Hollywood, mas também redefiniu o western sob uma lente moderna e inclusiva, abordando temas de racismo e vingança com uma intensidade que marcou o público.

Um Clássico Instantâneo e um Legado Cinematográfico

Django Libertado é, em muitos sentidos, um filme que transcende o género. Entre os elementos de humor, ação e o compromisso emocional dos atores, Tarantino criou uma obra que celebra o cinema enquanto arte e enquanto meio de contar histórias difíceis. A inclusão de detalhes como o cavalo de Foxx, a conexão com Shaft, e a dedicação de Tarantino ao bem-estar dos atores tornam este filme um clássico moderno. E Jamie Foxx, ao lado de Kerry Washington, Christoph Waltz e um elenco de peso, elevou Django Libertado a um estatuto icónico, provando que mesmo nas histórias de vingança e dor pode existir um fio de humanidade.