“Sinners” estreia a 4 de Julho na Max com uma interpretação inédita e revolucionária
Esquece sequelas, remakes e super-heróis reciclados: o maior fenómeno original de 2025 no cinema chama-se Sinners — e está prestes a aterrar no streaming com uma nova versão que promete fazer história.
Realizado por Ryan Coogler (Black Panther, Creed) e protagonizado por Michael B. Jordan, o filme vai estrear a 4 de Julho na HBO Max (ou Max, como agora se chama) com duas versões disponíveis: a original, exibida nos cinemas, e uma segunda versão interpretada em Língua Gestual Afro-Americana (Black American Sign Language – BASL). Um marco na acessibilidade, mas também uma escolha artística profundamente coerente com o espírito e a herança do filme.
Vampiros, racismo e juke joints no Mississippi
Sinners decorre no delta do Mississippi durante a década de 1930 e acompanha dois irmãos gémeos (ambos interpretados por Michael B. Jordan) que abrem um juke joint — os lendários bares de música negra onde o blues ganhava vida. Mas o sonho começa a ruir quando criaturas noturnas começam a assombrar a comunidade: vampiros. O horror é literal e metafórico, numa alegoria ao racismo estrutural e à opressão enraizada no sul dos EUA.
A banda sonora de Ludwig Göransson, gravada ao vivo em muitos momentos do filme, mergulha-nos no universo do blues da época com participações de lendas como Buddy Guy. A autenticidade sonora e visual do filme é tão marcante que muitos o consideram uma espécie de cápsula de tempo artística — agora ainda mais enriquecida com uma versão BASL interpretada por Nakia Smith, sob direção de Rosa Lee Timm, responsável também pelas versões acessíveis de Beetlejuice Beetlejuice e A Minecraft Movie.
Um sucesso sem precedentes
Lançado sem ser parte de qualquer franquia, Sinners surpreendeu meio mundo ao facturar 361,7 milhões de dólares nas bilheteiras globais, com um orçamento de 90 milhões. O seu fim de semana de estreia arrecadou 48 milhões só nos EUA, tornando-o no melhor arranque para um filme original em imagem real desde 2019. Só isso já seria digno de nota. Mas o que impressiona ainda mais é a forma como conquistou tanto a crítica como o público com uma história totalmente original e fechada — sem sequelas em vista.
Ryan Coogler foi claro: “Sinners é uma história completa. É um prato principal. Um início, meio e fim.” E essa integridade artística, num panorama saturado de continuações e universos partilhados, é talvez a maior vitória do filme.
Um novo olhar para um filme que já fez história
A versão em BASL que estreia na Max não é apenas um extra técnico: é uma extensão simbólica da missão do filme de amplificar vozes e comunidades que raramente são o centro das atenções no cinema de grande orçamento. Ao integrar a linguagem gestual afro-americana, o filme convida-nos a vê-lo de novo, com um novo olhar — ou até pela primeira vez, através de uma lente cultural poderosa.
Se Get Out trouxe o terror racial para o mainstream e A Quiet Place integrou a linguagem gestual numa narrativa de sobrevivência, Sinners junta as duas coisas com uma ambição estética e política raramente vista em Hollywood.
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Estás preparado para revisitar Sinners sob uma nova perspetiva? Dia 4 de Julho, a Max dá-te a escolha — e talvez valha a pena ver (ou rever) esta obra-prima do terror contemporâneo com novos olhos.
