Chloé Zhao continua a defender Eternals com a mesma convicção com que o realizou. Apesar da receção crítica pouco simpática e do desempenho comercial aquém das expectativas, a cineasta afirma que adoraria regressar para uma sequela. No entanto, reconhece que o futuro dos heróis está envolto em incerteza — especialmente agora que a Marvel Studios procura focar-se em apostas seguras, depois de vários projectos recentes terem falhado em conquistar o público.
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Em entrevista ao ScreenRant, Zhao reafirmou que acredita profundamente na visão que criou e na forma como os Eternals reinterpretam mitos antigos através da lente do cinema de super-heróis. “Este tipo de mito existe por uma razão, e estes filmes são uma versão moderna disso para mim. Por isso, adoraria trazê-los de volta e continuar a discutir o mundo em que vivemos. Tenho muito orgulho do filme.”
A realizadora revelou ainda qual seria o foco principal de um eventual Eternals 2: o Julgamento da Humanidade, prometido pelo Celestial Arishem no final do primeiro filme. Nas suas palavras, a sequela exploraria um “panteão de deuses a discutir a natureza da humanidade e, em última análise, o seu julgamento”. Zhao descreve o conceito como uma reflexão filosófica sobre empatia, bondade e o lugar da humanidade no cosmos — uma abordagem que a realizadora acredita que vale a pena aprofundar.
O peso do fracasso crítico
Apesar da ambição temática, Eternals ficou marcado por um dado pouco invejável: foi o primeiro filme da Marvel a receber classificação “Rotten” no Rotten Tomatoes, estatuto que agora partilha com Ant-Man and the Wasp: Quantumania e Captain America: Brave New World. O impacto deste fracasso fez-se sentir não apenas no estúdio, mas também no elenco.
Kumail Nanjiani, que interpretou Kingo, revelou recentemente que procurou apoio psicológico após a receção extremamente negativa, depois de lhe terem sido prometidos “seis filmes, um videojogo e até uma atração de parque temático”. A realidade foi bem diferente — e é improvável que a Marvel regresse tão cedo a esse núcleo de personagens.
Kevin Feige já confirmou que “não há planos imediatos para Eternals 2”, e a estratégia actual da Marvel passa por títulos com maior probabilidade de mobilizar o público, como Spider-Man e os futuros filmes dos Avengers.
Pontas soltas que dificilmente serão resolvidas
O filme de Zhao deixou várias perguntas em aberto dentro do MCU: o desaparecimento de Sersi, a ascensão de Arishem, o destino dos Eternals dispersos e, claro, o que significaria realmente o Julgamento. Para já, tudo indica que estas narrativas ficarão suspensas — ou talvez sejam absorvidas mais tarde, em projectos de maior escala.
E quanto ao eterno elefante na sala? Harry Styles, cuja participação como Eros no final do filme levantou expectativas sobre o regresso da personagem? Nada indica que o veremos num futuro próximo — e Zhao evitou comprometer-se, reconhecendo apenas que “adoraria voltar a trabalhar com toda a equipa”.
Zhao segue em frente — mesmo sem a Marvel
Enquanto o futuro dos Eternals fica no congelador, Chloé Zhao não abranda o ritmo. Esta semana estreia Hamnet, o seu novo filme com Paul Mescal e Jessie Buckley. Para o próximo ano, prepara-se ainda para a estreia do reboot de Buffy the Vampire Slayer, um projecto que promete atrair atenção por motivos muito diferentes.
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Se Eternals 2 nunca acontecer, Zhao deixa claro que não será por falta de vontade — mas sim por um MCU que, neste momento, olha mais para bilheteiras garantidas do que para riscos filosóficos e narrativos.
