Bridgerton é “woke”? Shonda Rhimes responde às críticas e fala sobre o futuro

A criadora de Bridgerton e Queen CharlotteShonda Rhimes, reagiu de forma direta às críticas de que a sua série seria um exemplo de “cultura woke” por causa do elenco diversificado. A produtora norte-americana, também responsável por sucessos como Grey’s Anatomy e Scandal, classificou essas acusações como “bizarro” e deixou claro que a representação não é uma moda — é uma escolha natural.

ver também : Refém: O Thriller Político Que Está a Explodir no Top da Netflix 🎬🔥

“Porque haveria de escrever algo que não me inclui?”

Em entrevista à Sky News, Rhimes, afro-americana, foi assertiva:

“A ideia de que, escrevendo eu o que escrevo e tendo o aspeto que tenho, não me ocorreria incluir mais pessoas que se pareçam comigo… isso é evidente. Porque haveria de criar algo em que eu não estou representada de forma alguma?”

A diversidade de Bridgerton, produzida em colaboração com a Netflix, tem sido tanto elogiada como criticada, sobretudo por desafiar a representação tradicional da aristocracia britânica do século XIX. Para Rhimes, a crítica ignora um princípio básico: criar histórias que representem a sociedade de forma mais ampla e inclusiva.

Uma experiência britânica “acolhedora”

A produtora revelou ainda que considera mudar-se para o Reino Unido, depois de ter gravado Bridgerton e Queen Charlotte em Inglaterra, destacando a experiência como “muito acolhedora”. Chegou mesmo a admitir que pondera colocar os filhos numa escola britânica.

Esta semana, recebeu o prémio inaugural de mérito do Festival de Televisão de Edimburgo, em reconhecimento pelo impacto global da sua obra, que redefiniu a ficção televisiva norte-americana e agora também britânica.

O perigo da IA e o fascínio por Doctor Who

Rhimes aproveitou a ocasião para comentar outro tema quente: a inteligência artificial. Apesar de reconhecer os avanços, deixou o alerta:

“Há o perigo de a IA aprender com os meus episódios. Talvez aprenda a ser melhor no que faz. Mas não acho que haja substituto para a semente de criatividade que vem da imaginação humana.”

ver também : Morreu Luís Lucas, Um dos Fundadores da Comuna e Figura Maior do Teatro e Cinema Português

E para os fãs de sci-fi, uma surpresa: a criadora confessou ser admiradora de longa data de Doctor Who e não exclui colaborar com a icónica série britânica no futuro.

Escândalo em “Grey’s Anatomy”: argumentista finge ter cancro durante quase uma década

Um dos maiores escândalos no mundo das séries de televisão foi revelado em torno de Elisabeth Finch, uma argumentista de “Grey’s Anatomy”, que fingiu ter cancro durante quase uma década. Recentemente, novos detalhes sobre esta fraude vieram à tona na série documental “Anatomy of Lies”, que estreará a 15 de outubro na plataforma Peacock. O documentário promete expor a extensão impressionante das mentiras de Finch e as consequências devastadoras para os seus colegas e a indústria do entretenimento.

ver também : Harrison Ford defende os filmes da Marvel e rejeita a ideia de “morte das estrelas de cinema”

Segundo o escritor e produtor Andy Reaser, que trabalhou com Finch, a argumentista levava a farsa a níveis surpreendentes, alterando a sua aparência e comportamento no local de trabalho para parecer gravemente doente. Finch aparecia com a cabeça raspada, um tom de pele esverdeado e dizia estar a fazer pausas para vomitar devido à quimioterapia. Este comportamento convincente enganou os seus colegas, que acreditavam estar a testemunhar a luta da argumentista contra um cancro agressivo, quando, na realidade, nada disso era verdade.

As revelações vieram a público após uma investigação iniciada em 2022, quando a Vanity Fair publicou um artigo detalhado sobre o caso, revelando que Finch nunca tinha tido qualquer tipo de cancro. Além disso, a argumentista tinha alegado ser sobrevivente de várias outras tragédias, incluindo a perda de um amigo no tiroteio na sinagoga Tree of Life, em 2018, e abusos por parte de um realizador enquanto trabalhava na série “The Vampire Diaries”. Estes relatos, que foram depois desmentidos, revelaram um padrão de manipulação e fraude por parte de Finch, que culminou na sua saída de “Grey’s Anatomy” após uma investigação da Disney.

A própria Finch admitiu as suas mentiras numa entrevista em 2022, reconhecendo que “nunca teve qualquer tipo de cancro” e descrevendo as suas ações como uma “estratégia de coping” face a traumas pessoais. A argumentista tentou justificar o seu comportamento ao compará-lo com outros mecanismos de escape, como o uso de drogas ou o alcoolismo, admitindo que as suas mentiras se tornaram cada vez maiores e mais difíceis de controlar.

ver também : Denzel Washington pode ser Dormammu no próximo “Doctor Strange 3”

A série documental “Anatomy of Lies” contará com entrevistas de várias pessoas que trabalharam com Finch, revelando como ela manipulou aqueles à sua volta e como a sua teia de mentiras afetou profundamente os que confiaram nela. Finch, por sua vez, não participou na série, mas admitiu anteriormente sentir-se uma “fraude” e que muitos dos seus amigos e familiares a cortaram da sua vida após o escândalo.

O impacto deste caso em Hollywood, especialmente numa série tão longeva e aclamada como “Grey’s Anatomy”, levantou questões sobre como a empatia e a confiança podem ser exploradas de forma tão profunda e devastadora.