Voando Sobre um Ninho de Cucos: 50 Anos de Liberdade, Loucura e a Melhor Interpretação de Jack Nicholson 🪶🎬

Meio século depois, o clássico de Milos Forman continua a gritar contra a autoridade — e Jack Nicholson ainda brilha como um símbolo de rebeldia no cinema

Há filmes que envelhecem. E há outros que, mesmo 50 anos depois, continuam a falar connosco com a mesma força — ou talvez ainda com mais. Voando Sobre um Ninho de Cucos (One Flew Over the Cuckoo’s Nest), realizado por Milos Forman e lançado em 1975, pertence a essa raríssima segunda categoria: um retrato intemporal sobre liberdade, poder e o espírito humano.

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E, no centro de tudo, está Jack Nicholson, no papel que definiu para sempre o seu nome entre os gigantes da sétima arte.

O filme que libertou o cinema dos anos 70

Baseado no romance homónimo de Ken KeseyVoando Sobre um Ninho de Cucos conta a história de Randle P. McMurphy, um criminoso que finge insanidade para escapar à prisão e é internado num hospital psiquiátrico. Mas, em vez de submissão, encontra ali um microcosmo da própria sociedade — controlado pela temível Enfermeira Ratched, interpretada de forma inesquecível por Louise Fletcher.

A partir desse confronto nasce uma das narrativas mais poderosas do cinema moderno: o homem livre contra a máquina institucional. Milos Forman filma a rebeldia de McMurphy com uma mistura de humor, desespero e poesia, transformando o hospital num campo de batalha entre o indivíduo e o sistema.

Jack Nicholson no auge do génio

Nicholson tinha 38 anos quando interpretou McMurphy — e nunca mais deixou de ser o “espírito livre” de Hollywood. A sua atuação é pura eletricidade: imprevisível, humana, por vezes hilariante, outras vezes profundamente trágica.

Com o seu sorriso travesso e olhar de loucura lúcida, Nicholson encarna um homem que desafia tudo — médicos, regras e até a própria sanidade — em nome da liberdade. Foi uma performance que lhe valeu o Óscar de Melhor Ator, num filme que arrebatou os cinco principais prémios da Academia: Melhor Filme, Realização, Ator, Atriz e Argumento Adaptado. Um feito que, até hoje, apenas outros dois filmes conseguiram igualar: Aconteceu naquela Noite (1934) e O Silêncio dos Inocentes (1991).

O legado de Milos Forman e a força de um grito coletivo

O realizador checo Milos Forman, que fugira à censura do regime comunista, encontrou nesta história o tema que o acompanharia ao longo da vida: o conflito entre a liberdade individual e as instituições opressivas. Filmado com um realismo quase documental, Voando Sobre um Ninho de Cucos combina delicadeza e brutalidade, humor e tragédia — um equilíbrio raríssimo que o mantém vibrante cinco décadas depois.

A escolha de rodar em locais reais, com pacientes e funcionários de um hospital psiquiátrico do Oregon, conferiu-lhe uma autenticidade desconcertante. O filme nunca se limita a julgar ou diagnosticar: observa, escuta e emociona.

Meio século depois, ainda sentimos o mesmo soco

Ver Voando Sobre um Ninho de Cucos hoje é perceber que o tempo não lhe tirou nada. Pelo contrário, o tornou ainda mais urgente. Num mundo onde as instituições continuam a esmagar o indivíduo e onde a empatia escasseia, o filme de Forman continua a ser um lembrete de que a rebeldia — e o riso — também são formas de resistência.

E Jack Nicholson, com o seu olhar de loucura luminosa, permanece o coração pulsante dessa revolução cinematográfica.

“Alguns não são loucos… apenas não conseguem adaptar-se.”

— Randle P. McMurphy

Cinquenta anos depois, talvez ainda seja disso que o mundo precisa: de mais loucos que se recusem a adaptar-se.

40 Anos Depois, Lea Thompson Revela o Seu “Regresso ao Futuro” Favorito (e Não, Não é o do Beijo do Doc)

A atriz de Lorraine McFly recorda o clássico que marcou gerações e explica porque é que o primeiro filme continua a ser mágico

🎉 Em 2025, Regresso ao Futuro celebra 40 anos (sim, QUARENTA). E numa conversa nostálgica com a revista PeopleLea Thompson, a eterna Lorraine Baines McFly, abriu o coração sobre a trilogia que a catapultou para o imaginário de milhões. Entre viagens no tempo, carros voadores e linhas temporais destrambelhadas, a atriz confessou qual dos três filmes guarda com mais carinho — e a resposta não é propriamente uma surpresa.

“Para mim, é o Regresso ao Futuro 1, porque é simplesmente um argumento perfeito. E como realizadora, consigo apreciar a concisão da história”, disse a atriz de 64 anos. “O 2 e o 3 eram supostos ser um só filme, que depois se dividiu. Não foram construídos da mesma forma.”

Thompson destaca ainda um detalhe que muitos esquecem: quando filmaram o primeiro, nem sequer havia planos para uma sequela. Nada de contratos, nada de trilogias épicas — só um filme que acabou por se tornar numa das obras mais amadas da cultura pop.

“O terceiro? Não tinha grande papel. Mas o Christopher Lloyd adora!”

Apesar da admiração pelo segundo filme, Lea deixa claro que o terceiro capítulo da saga ficou para trás na sua lista… por motivos bem práticos.

“Não tinha um papel assim tão bom no terceiro, por isso naturalmente fica de fora para mim”, admitiu. “Mas sei que o Christopher Lloyd gosta mais desse.”

E segundo ela, há uma razão divertida para essa preferência do ator que deu vida ao excêntrico Doc Brown:

“O Chris diz que foi, acho eu, a única vez que beijou uma rapariga num filme.”

(Lorraine e Doc partilharem o pódio de favoritos, afinal, faz todo o sentido.)

Beijos, traumas infantis e… Caroline in the City

Se para o público o beijo incestuoso entre Lorraine e Marty é um momento icónico (e desconfortável), para as filhas de Lea Thompson foi motivo de lágrimas.

“As minhas filhas ficaram traumatizadas por me ver a beijar homens”, contou, entre risos. “Quando eram pequenas, eu fazia o Caroline in the City e beijava um tipo novo todas as semanas. Começavam a chorar! Não me lembro sequer de ter mostrado os filmes a elas.”

Mesmo assim, as filhas cresceram a saber de cor algumas falas — prova de que certos filmes vivem para além da cassete, do DVD ou da Netflix. “É realmente uma alegria olhar para o público nestes encontros e ver que metade das pessoas nem sequer tinha nascido quando o filme saiu. Isso é mesmo muito fixe.”

O tempo passa, mas o DeLorean continua a voar

Ao fim de quatro décadas, Regresso ao Futuro mantém-se intemporal, mágico e cheio de coração. E Lea Thompson, com a sua doçura, humor e honestidade, continua a ser uma das grandes responsáveis por essa longevidade.

A verdade está aí: há filmes que simplesmente não envelhecem — apenas viajam no tempo.