A nova adaptação live-action da Disney, Snow White, ainda nem chegou às salas de cinema internacionais, mas já está no centro de uma polémica política: o filme foi oficialmente banido no Líbano devido à participação da atriz israelita Gal Gadot, que interpreta a Rainha Má.
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A decisão foi tomada pelo Ministro do Interior libanês, Ahmad Al-Hajjar, após recomendação do órgão regulador de cinema e media do país, e surge no contexto das tensões crescentes entre Israel e o Hezbollah — especialmente após ataques recentes que causaram vítimas civis no território libanês.
🎬 O boicote a Gal Gadot
Segundo a distribuidora regional Italia Films, com sede em Beirute e responsável pelos títulos da Disney no Médio Oriente, Gal Gadot já faz parte da “lista de boicote israelita” do Líbano há vários anos, e nenhum filme com a sua participação foi alguma vez exibido comercialmente no país.
Assim, a exclusão de Snow White não é propriamente uma surpresa — mas ganha maior visibilidade internacional dado o peso mediático do filme, da atriz e do estúdio.
Ao contrário do que chegou a ser noticiado nalguns meios, a distribuidora esclareceu que o filme não está banido no Kuwait, sendo esta uma decisão isolada do Líbano.
🇮🇱 Gal Gadot e o activismo político
Gal Gadot, que nasceu em Israel e serviu nas Forças de Defesa Israelitas (IDF), tem sido uma defensora vocal do seu país, especialmente após os ataques do Hamas a 7 de outubro de 2023.
Durante a sua intervenção no Anti-Defamation League Summit, em Nova Iorque, em março deste ano, Gadot disse:
“Nunca imaginei que nas ruas dos Estados Unidos — e em várias cidades do mundo — veríamos pessoas a não condenar o Hamas, mas sim a celebrar, justificar e aplaudir um massacre de judeus.”
Estas declarações, e a sua constante posição pública pró-Israel, têm contribuído para que a sua presença em grandes produções continue a ser um ponto de fricção política em países com legislação activa de boicote a artistas israelitas.
📽️ Uma tendência crescente?
Esta não é a primeira vez que o Líbano toma este tipo de decisão. Há dois meses, o país também proibiu a exibição de Captain America: Brave New World, devido à participação da atriz israelita Shira Haas.
O caso levanta questões mais amplas sobre a intersecção entre política internacional e exibição cinematográfica — e até onde deve (ou pode) ir o boicote cultural num mundo cada vez mais interligado e polarizado.
🎬 A polémica em torno de Snow White poderá não afetar diretamente a maioria dos espectadores ocidentais, mas é mais um exemplo de como o cinema e a geopolítica continuam inevitavelmente entrelaçados. Num tempo em que as histórias de princesas voltam a ser reimaginadas, o verdadeiro conflito está fora do ecrã.
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