Escola Religiosa em Inglaterra Proíbe Músicas do Filme Guerreiras do K-Pop

Direção invoca referências a demónios e “incompatibilidade com a ética cristã” para impedir que crianças cantem canções do sucesso de animação.

O fenómeno Guerreiras do K-Pop continua imparável nas plataformas de streaming e já tem continuação confirmada. O filme, lançado em 2025, mistura acção, comédia musical e fantasia, acompanhando um grupo de cantoras de K-pop que alternam entre palcos iluminados e batalhas contra demónios. Mas, enquanto conquista audiências em todo o mundo, também começa a gerar polémica — sobretudo em ambientes conservadores.

ler também : O Filme Que Fez Valter Hugo Mãe Chorar: Daniel Rezende Abraça o Desafio “Impossível” de Adaptar O Filho de Mil Homens

O caso mais recente ocorreu numa escola religiosa em Dorset, no sul de Inglaterra. A Lilliput Church of England Infant School, instituição ligada à Igreja Anglicana e com alunos entre os quatro e os sete anos, enviou uma carta aos pais a informar que as músicas do filme estão proibidas no interior da escola.

Referências a demónios motivam desconforto da comunidade

Screenshot

Segundo a BBC, a decisão partiu de queixas de membros da comunidade local que se sentiram “profundamente desconfortáveis” com as letras das canções do filme, onde as protagonistas enfrentam demónios e entidades sobrenaturais. A direcção escolar decidiu, por isso, pedir aos pais que desmotivem as crianças de cantar temas do filme no recreio ou dentro das salas.

A carta explica a posição oficial da instituição:

“Demónios são associados a forças espirituais opostas a Deus e à bondade, o que contraria a ética cristã da escola.”

Para alguns cristãos, argumenta a direcção, até o uso fictício ou lúdico desse tipo de linguagem pode colidir com a fé que os orienta.

O director, Lloyd Allington, desenvolve esta ideia na comunicação enviada às famílias:

“Para alguns cristãos, até o uso ficcional desta linguagem pode criar conflito com uma fé que enfatiza rejeitar o maléfico, em vez de o integrar no entretenimento.”

Escola esclarece que não está a censurar o gosto das crianças

Apesar da proibição, a direcção fez questão de acalmar receios e sublinhar que não está a demonizar — ironicamente — o filme ou a experiência das crianças que o apreciam.

Allington clarifica:

“Não estamos a pedir que digam aos filhos que é errado gostar do filme ou das suas músicas, se tal estiver alinhado com as vossas próprias crenças. Não será essa a mensagem que transmitiremos na escola.”

O objectivo, explica, não é excluir ou punir gostos individuais, mas promover respeito entre alunos cujas famílias mantêm crenças diferentes:

“O nosso papel será ajudar as crianças a perceber que alguns colegas podem ter opiniões distintas e a explorar formas de respeitar e apoiar esses colegas na preservação da sua fé.”

O sucesso global que está no centro da polémica

Guerreiras do K-Pop tornou-se rapidamente um dos maiores êxitos de animação do ano: uma fusão energética de música pop coreana, estética colorida e acção sobrenatural. A mistura irreverente cativou um público jovem — mas, como acontece frequentemente com obras que lidam com fantasia demoníaca, levantou alertas em comunidades religiosas mais conservadoras.

ler também: Sydney Sweeney Fala Sobre “Ter de Aguentar Tudo” — e o Que a Nova Biopic Christy Revela Sobre as Pressões Sobre as Mulheres

A continuação já anunciada deverá manter o espírito irreverente do original, o que significa que discussões semelhantes poderão repetir-se no futuro.