Megalopolis: o épico insano (e imperdível) de Francis Ford Coppola estreia-se na televisão portuguesa

Depois de décadas a sonhar e a riscar, Coppola dá-nos uma cidade romana em plena América moderna… com Adam Driver a liderar o caos visual mais polarizador do ano.

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🎬 Preparem-se para o delírio cinematográfico de 2024! Megalopolis, o filme que há décadas fervilhava na mente genial de Francis Ford Coppola, estreia finalmente na televisão portuguesa este sábado, 8 de junho, às 21h25, no TVCine Top. É a primeira oportunidade para muitos verem o filme que dividiu Cannes, incendiou críticas e reafirmou que Coppola, aos 85 anos, continua a ser um dos autores mais audaciosos da sétima arte.

Um sonho romano em plena Nova Iorque futurista

“Megalopolis” é tudo menos convencional. Com claras influências da Roma antiga e com uma estética que mistura o clássico com o surrealismo digital, Coppola desenha uma América alternativa onde a cidade de Nova Roma está em pleno dilema existencial: conservar os vícios do presente ou reinventar-se para um futuro utópico?

No centro desta fábula está Cesar Catilina (Adam Driver), arquiteto genial e idealista que quer reimaginar a cidade como um paraíso de justiça, beleza e paz. Do outro lado do conflito surge Franklyn Cicero (Giancarlo Esposito), presidente da câmara e defensor do status quo – um político do velho mundo, agarrado aos tentáculos da ganância e da guerra partidária.

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Entre estes dois mundos, Julia Cicero (Nathalie Emmanuel), filha do mayor e amante de Cesar, vê-se dividida entre o amor e a lealdade familiar, numa espécie de Julieta moderna com dilemas éticos, políticos e existenciais à mistura.

Cannes aplaudiu, mas também ficou perplexo

Estreado em maio no Festival de Cannes, Megalopolis competiu pela Palma de Ouro e saiu de lá como um dos filmes mais polarizantes da década. Houve quem gritasse “obra-prima” e quem fugisse a meio da projeção. Houve críticas que apelidaram o filme de “megalómano” (sem surpresa), e outras que o celebraram como “um grito criativo de liberdade”.

Com um elenco de luxo – para além de Adam Driver e Giancarlo Esposito, surgem ainda Aubrey Plaza, Shia LaBeouf, Forest Whitaker, Laurence Fishburne, Talia Shire, Jon Voight e Dustin Hoffman – Coppola dá-nos um filme que é tanto uma carta de amor ao cinema como uma provocação estética, filosófica e política.

Uma utopia visual ou um desastre glorioso?

“Megalopolis” não é para todos. Mas também não quer ser. É uma experiência que exige entrega, que rasga com as convenções narrativas e que abraça um estilo visual entre o operático e o teatral, com recurso a efeitos digitais ousados, monólogos shakespearianos e discursos inflamados sobre o destino da humanidade.

Francis Ford Coppola, que financiou o filme com a sua fortuna pessoal (estima-se que tenha investido mais de 120 milhões de dólares), quis deixar um testamento artístico. E conseguiu. Se o filme triunfa ou fracassa? Isso depende do espectador – mas indiferente, garantimos, ninguém ficará.

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📺 Megalopolis estreia sábado, 8 de junho, às 21h25, em exclusivo no TVCine Top e também disponível no TVCine+.

A cidade de Nova Roma aguarda a vossa decisão: evolução… ou destruição?

Megalopolis Só no Grande Ecrã: Coppola Diz “Não” ao Streaming nos EUA! 🎥🚫📱

O lendário realizador quer que o seu épico futurista seja vivido como um verdadeiro evento cinematográfico — e não visto no telemóvel, entre um scroll e outro

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Francis Ford Coppola, o mestre por detrás de O Padrinho e Apocalypse Now, voltou a mostrar que continua a remar contra a maré. O seu novo filme, Megalopolis, vai estrear mundialmente no Festival de Cannes, mas o realizador já avisou: nos Estados Unidos, não haverá streaming. Nem Netflix, nem Prime, nem HBO — o único lugar onde os americanos poderão ver o filme será… nas salas de cinema.

Num mundo onde tudo é “on demand”, Coppola decidiu pôr o pé no chão. “Este filme é para ser vivido, não apenas assistido”, disse. E com isto, junta-se a um pequeno mas resistente grupo de cineastas que ainda acreditam que o cinema, enquanto experiência colectiva e sensorial, não pode ser substituído por uma TV no quarto.

Um épico financiado do próprio bolso 💰

Megalopolis é um projecto pessoal que Coppola acalentava há mais de quatro décadas. Quando finalmente decidiu avançar, não quis saber de Hollywood nem de grandes estúdios: investiu mais de 120 milhões de dólares do seu próprio dinheiro para fazer o filme exactamente como queria. Resultado? Um épico futurista, ambicioso e visualmente ousado, com Adam Driver, Giancarlo Esposito, Nathalie Emmanuel, Aubrey Plaza e Forest Whitaker nos papéis principais.

O filme será apresentado em competição em Cannes, e as primeiras imagens sugerem algo entre Metropolis e Blade Runner, mas com o toque inconfundível de Coppola: política, paixão e grandiosidade.

“Não fiz isto para ser visto no telemóvel”

O realizador deixou claro que a sua decisão de manter Megalopolis longe do streaming nos EUA não é apenas uma questão de distribuição — é uma posição artística e filosófica. “As salas de cinema estão a desaparecer, e os estúdios perderam o respeito pelo cinema enquanto arte. Eu não fiz este filme para ser visto no telemóvel, nem para estar perdido no meio de um catálogo algorítmico.”

A distribuidora americana ainda não foi anunciada, mas Coppola está disposto a esperar por parceiros que valorizem a experiência cinematográfica. Em França, o filme já tem distribuição assegurada pela Le Pacte, e em Portugal é provável que também tenha estreia em sala — embora a data ainda não esteja confirmada.

Uma provocação ou um gesto heróico?

Enquanto uns acusam Coppola de estar desligado da realidade, outros vêem neste gesto uma verdadeira declaração de amor ao cinema. Numa altura em que até grandes estreias chegam ao streaming em simultâneo com as salas, Coppola quer fazer de Megalopolis um acontecimento, um regresso ao tempo em que ver um filme no cinema era uma escolha consciente e envolvente.

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Com 85 anos e uma carreira imortal, Coppola não tem nada a provar. Mas talvez tenha ainda algo a ensinar — sobretudo a uma indústria cada vez mais refém do imediato. Se Megalopolis será ou não um sucesso, logo se verá. Mas pelo menos, já é o filme que se recusa a encolher para caber num ecrã de bolso.