Jennifer Lawrence e Robert Pattinson em Ruptura Psicológica: Die My Love Revela o Seu Primeiro Trailer 🎬🖤


O regresso de Lynne Ramsay

Depois de oito anos afastada da realização de longas-metragens, Lynne Ramsay regressa em grande com Die My Love, filme que promete marcar a temporada de prémios. A realizadora escocesa, conhecida pela intensidade de We Need to Talk About Kevin e You Were Never Really Here, apresenta aqui mais um mergulho profundo na psicologia humana.

O filme estreou em competição oficial no Festival de Cannes, em maio, onde foi imediatamente apontado como um dos favoritos.

Um drama psicológico em Montana

A história passa-se numa zona rural de Montana. Jennifer Lawrence interpreta uma mulher em luta com a maternidade, incapaz de se adaptar ao papel de mãe. Ao seu lado, Robert Pattinson dá vida ao marido, que se revela pouco presente e ainda menos útil perante o colapso da companheira.

A dupla divide o ecrã com nomes de peso como Sissy SpacekNick Nolte e LaKeith Stanfield, compondo um elenco de luxo para um drama psicológico que explora os limites entre depressão pós-parto, psicose e perturbações de personalidade.

Um retrato cru e visceral

Em crítica publicada na Variety, o jornalista Owen Gleiberman destacou uma das cenas mais arrebatadoras do filme, onde Lawrence tem uma quebra emocional ao som de “Mickey”, de Toni Basil:

“Ramsay tem um dom exuberante para encenar esse tipo de colapso barroco ao som de rock ‘n’ roll.”

Mais do que dar respostas clínicas, o filme oferece ao público um retrato intenso e vívido de uma mulher e mãe a sucumbir à pressão, enquanto a realidade começa a fragmentar-se.

Mubi aposta forte após sucesso de The Substance

A distribuição de Die My Love ficou a cargo da Mubi, que adquiriu os direitos de exibição por 24 milhões de dólares, garantindo a estreia na América do Norte e em vários territórios internacionais. O negócio segue a aposta da plataforma no cinema de autor, depois do sucesso alcançado com The Substance, que se transformou numa surpresa da temporada de prémios.

A ligação ao produtor Martin Scorsese, destacada no próprio trailer, reforça ainda mais o peso artístico e mediático da produção.

Estreia marcada para novembro

Com estreia agendada para 7 de novembroDie My Love promete ser um dos grandes títulos do ano, combinando a intensidade de Lynne Ramsay com interpretações de fôlego de Jennifer Lawrence e Robert Pattinson.

O trailer já disponível deixa antever um filme cru, denso e perturbador — daqueles que não nos deixam indiferentes muito depois de sairmos da sala de cinema.

Dois Procuradores: Janus Films adquire os direitos do drama ucraniano premiado em Cannes

🎬 Um retrato denso e perturbador da repressão soviética que promete agitar o circuito de cinema independente norte-americano

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O thriller histórico Dois Procuradores (Two Prosecutors), realizado pelo ucraniano Sergei Loznitsa e apresentado na Competição Oficial do Festival de Cannes 2025, foi adquirido pela distribuidora Janus Films para os direitos de exibição na América do Norte.

A longa-metragem, ambientada na União Soviética de 1937 durante o auge do Grande Expurgo estalinista, acompanha um recém-formado em Direito que, ao assumir o cargo de procurador, decide enfrentar a corrupção do sistema… e paga caro pela ousadia. Baseado numa novela do cientista e dissidente soviético Georgy Demidov — ele próprio prisioneiro político —, o filme mergulha nos horrores burocráticos e morais de um regime totalitário.

Em Cannes, Dois Procuradores arrecadou o Prémio François Chalais, distinção atribuída a obras que melhor retratam os valores do jornalismo e da dignidade humana.

Uma realização meticulosa e um ambiente opressivo

Descrito pelo crítico Jordan Mintzer, do The Hollywood Reporter, como “meticulosamente realizado e magistralmente interpretado”, o filme foi particularmente elogiado pelo seu ambiente claustrofóbico, fiel ao terror psicológico vivido sob o regime de Estaline.

No elenco destacam-se Aleksandr Kuznetsov, Alexander Filippenko, Anatoli Beliy, Andris Keišs e Vytautas Kaniušonis — rostos fortes para um drama onde a tensão política e moral é levada ao extremo.

O realizador Sergei Loznitsa comentou a aquisição:

“Estou orgulhoso por confiar o meu mais recente filme à Janus e entusiasmado por trabalhar com eles pela primeira vez. Tenho plena confiança de que darão ao filme o lançamento impactante que merece na América do Norte.”

Por seu lado, a Janus Films sublinhou a importância contemporânea do projeto:

“Com Dois Procuradores, Sergei criou um thriller meticuloso e assombroso, enraizado nos horrores do passado, mas de uma ressonância arrepiante com as realidades políticas de hoje.”

Um novo capítulo para Janus Films

Este é mais um título de prestígio a juntar-se ao catálogo da distribuidora, que já lançou nos EUA filmes como Drive My Car, de Ryusuke Hamaguchi (vencedor do Óscar de Melhor Filme Internacional), e este ano os aguardados Misericórdia, de Alain Guiraudie, The Shrouds, de David Cronenberg, e Caught by the Tides, de Jia Zhangke.

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Para além de Dois Procuradores, a Janus Films também adquiriu outros destaques de Cannes 2025, como Ressurreição, de Bi Gan (Prémio do Júri), o épico histórico Magalhães, de Lav Diaz, e O Amor que Resta, de Hlynur Pálmason.

A data de estreia de Dois Procuradores nos cinemas portugueses ainda não é conhecida, mas o seu percurso internacional — e o seu potencial impacto no circuito de prémios — fazem deste um título a acompanhar de perto.

Richard Linklater homenageia Godard em “Nouvelle Vague” — e Netflix paga um recorde por isso


🎬 Uma carta de amor ao cinema… agora nas mãos da Netflix

Richard Linklater, o realizador norte-americano por trás de obras como Boyhood e Before Sunrise, apresentou no Festival de Cannes 2025 o seu mais recente projeto: Nouvelle Vague. Este filme é uma homenagem ao clássico À Bout de Souffle(1960) de Jean-Luc Godard e à revolução cinematográfica da Nouvelle Vague francesa. Após uma estreia calorosamente recebida, com uma ovação de 11 minutos, a Netflix adquiriu os direitos de distribuição nos EUA por 4 milhões de dólares — um recorde para um filme em língua francesa no mercado norte-americano, ficando apenas atrás de Emilia Pérez no ano anterior . 

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🎥 O filme: recriar a lenda em preto e branco

Filmado em preto e branco e no formato 4:3, Nouvelle Vague mergulha no processo criativo de Godard durante a realização de À Bout de Souffle. Guillaume Marbeck interpreta Jean-Luc Godard, Zoey Deutch dá vida a Jean Seberg e Aubry Dullin assume o papel de Jean-Paul Belmondo. O elenco inclui ainda representações de figuras icónicas como François Truffaut, Claude Chabrol, Agnès Varda e Éric Rohmer . 

Linklater descreveu o filme como “uma carta de amor ao cinema”, capturando o espírito rebelde e inovador da Nouvelle Vague, mas com o seu toque pessoal. A produção recria a Paris dos anos 50 com autenticidade, desde os figurinos até à banda sonora jazzística . 

🏆 Cannes aplaude, Netflix aposta

Apesar de não ter conquistado prémios em Cannes, Nouvelle Vague foi amplamente elogiado pela crítica. A Netflix, que já havia adquirido Hit Man de Linklater em 2023, continua a investir em obras de prestígio, mesmo que estas tenham lançamentos limitados em salas de cinema. Espera-se que o filme tenha uma exibição curta nos cinemas para qualificação a prémios antes de chegar à plataforma . 

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🎞️ Uma reflexão sobre o passado e o presente do cinema

Nouvelle Vague não é apenas uma recriação histórica; é uma meditação sobre a arte de fazer cinema, a paixão dos cineastas e a eterna luta entre inovação e tradição. Linklater convida-nos a revisitar um momento crucial da história cinematográfica, lembrando-nos do poder transformador da sétima arte.

🎬 Festival de Cannes 2025: Palma de Ouro para Jafar Panahi e dupla vitória brasileira com O Agente Secreto

Filme iraniano It Was Just an Accident leva o prémio máximo, enquanto Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho brilham com a produção luso-brasileira

O Festival de Cannes 2025 terminou com um palmarés marcado por escolhas politicamente carregadas, estreias intensas e um forte destaque para o cinema de língua portuguesa. O realizador Jafar Panahi foi galardoado com a Palma de Ouropela obra It Was Just an Accident, um drama clandestino filmado em Teerão e baseado em testemunhos reais de prisioneiros políticos.

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Panahi, que esteve preso até recentemente e filmou sem autorização, emocionou ao receber o prémio das mãos de Cate Blanchett, numa das cerimónias mais impactantes dos últimos anos. Foi também a primeira vez em 15 anos que o cineasta pôde comparecer presencialmente em Cannes.


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O Agente Secreto: duas distinções para o Brasil (e Portugal)

A produção O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, recebeu os prémios de Melhor Realização e Melhor Actor, este para Wagner Moura, pelo seu papel como um especialista em tecnologia em fuga da repressão durante a ditadura militar brasileira.

O filme, já distinguido com o prémio FIPRESCI da crítica internacional, foi aclamado pela sua densidade política e atmosfera de suspense. É também uma coprodução com Portugal (via Nitrato Filmes), tendo estreia prevista para breve nas salas portuguesas.

🏆 Outros destaques do palmarés oficial:

  • Grande PrémioSentimental Value, de Joachim Trier, com Renate Reinsve e Stellan Skarsgård
  • Prémio do Júri (ex aequo):
    • Sirât, de Oliver Laxe
    • Sound of Falling, de Mascha Schilinski
  • Melhor ActrizNadia Melliti por La Petite Dernière, no papel de Fatima, jovem muçulmana a descobrir a sua sexualidade
  • Melhor ArgumentoJeunes Mères, dos irmãos Dardenne
  • Prémio Especial do JúriResurrection, de Bi Gan
  • Câmara de OuroThe President’s Cake, de Hasan Hadi (Iraque)
  • Menção HonrosaMy Father’s Shadow, de Akinola Davies Jr.
  • Melhor Curta-MetragemI’m Glad You’re Dead Now, de Tawfeek Barhom
  • Menção Honrosa (Curta)Ali, de Adnan Al Rajeev

🎥 Cinema português sem prémios nas curtas

As curtas-metragens Arguments in Favor of Love, de Gabriel Abrantes, e A Solidão dos Lagartos, de Inês Nunes, ficaram fora do palmarés. Ainda assim, a presença portuguesa foi sentida através da coprodução de O Agente Secreto e na performance premiada de Cleo Diára (em Un Certain Regard).

⚡ Uma edição marcada por apagões e diversidade

A cerimónia de encerramento decorreu sob tensão, após um apagão de cinco horas e meia em Cannes causado por um acto de sabotagem. O Palácio do Festival manteve-se operacional graças ao seu próprio gerador.

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O júri, presidido por Juliette Binoche, contou com nomes como Halle BerryJeremy StrongHong Sang-sooPayal Kapadia e Carlos Reygadas — um grupo plural que reflectiu a diversidade cultural e estética do palmarés entregue.

🎬 Wagner Moura conquista Cannes com “O Agente Secreto”

Actor brasileiro vence prémio de Melhor Actor no Festival de Cannes 2025 pelo papel de Marcelo, um académico em fuga durante a ditadura militar brasileira

O actor brasileiro Wagner Moura foi distinguido com o prémio de Melhor Actor no Festival de Cannes 2025 pela sua interpretação no filme O Agente Secreto, realizado por Kleber Mendonça Filho. O filme também arrecadou o prémio de Melhor Realização, consolidando-se como uma das obras mais aclamadas desta edição do festival. 

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🕵️‍♂️ Um thriller político ambientado nos anos 70

O Agente Secreto é um thriller político que se desenrola em 1977, durante os anos finais da ditadura militar no Brasil. A história acompanha Marcelo, interpretado por Wagner Moura, um professor universitário que se vê forçado a fugir de São Paulo para Recife após se tornar alvo do regime autoritário. Em Recife, Marcelo procura reencontrar o filho e acaba envolvido numa rede de espionagem e conspirações políticas. 


🎭 Uma performance aclamada pela crítica

A actuação de Wagner Moura foi amplamente elogiada pela crítica internacional. O jornal The Guardian descreveu o filme como “um brilhante drama brasileiro sobre um académico em fuga nos anos 70”, destacando a performance de Moura como “profundamente comovente e convincente”.  


🎉 Uma ovação de pé em Cannes

A estreia mundial de O Agente Secreto em Cannes foi recebida com uma ovação de pé de 13 minutos, um dos momentos mais memoráveis do festival deste ano. O filme foi amplamente aclamado pela sua abordagem estilizada e crítica à repressão política da época, misturando elementos de suspense, drama e sátira. 

🇧🇷 Um marco para o cinema brasileiro

A vitória de Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho em Cannes representa um marco significativo para o cinema brasileiro no cenário internacional. Ambos já haviam colaborado anteriormente em projectos que exploram temas sociais e políticos do Brasil, e O Agente Secreto reforça essa parceria criativa. 

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📅 Estreia nos cinemas

O Agente Secreto tem estreia prevista nos cinemas brasileiros ainda em 2025, com distribuição da Vitrine Filmes. Em Portugal, ainda não foi confirmada uma data oficial de estreia para O Agente Secreto, mas é expectável que o filme chegue às salas nacionais no segundo semestre de 2025, após o circuito de festivais internacionais e da estreia no Brasil.Nos Estados Unidos, o filme será distribuído pela Neon, enquanto no Reino Unido, Índia e restante da América Latina, a distribuição ficará a cargo da MUBI. 

🎭 Cleo Diára Faz História em Cannes: Primeira Atriz Portuguesa a Vencer na Secção Un Certain Regard

Distinção internacional para a protagonista de “O Riso e a Faca” consagra o talento lusófono e dá novo impulso ao cinema português

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Foi uma noite histórica para o cinema português e lusófono. A atriz Cleo Diára conquistou o prémio de Melhor Atriz na secção Un Certain Regard do Festival de Cannes 2025, graças à sua interpretação arrebatadora em O Riso e a Faca, realizado por Pedro Pinho. É a primeira vez que uma intérprete portuguesa vence este prestigiado prémio no maior festival de cinema do mundo.


Uma interpretação de corpo inteiro

Cleo Diára dá vida a Diára, uma mulher que vive num território africano onde se cruza com um engenheiro ambiental português envolvido num projeto de construção de uma estrada. Entre o calor do deserto e os silêncios da selva, a sua personagem carrega o peso do passado, do corpo colonizado e da intimidade como terreno de resistência.

A performance de Diára foi amplamente elogiada pela crítica internacional pela sua intensidade contidapresença magnética e uma rara capacidade de comunicar emoções complexas sem recorrer ao óbvio. A entrega física e emocional da atriz imprimiu uma marca indelével num filme já de si ousado na forma e no conteúdo.


Uma vitória partilhada (mas distinta)

O prémio foi atribuído ex aequo com Frank Dillane, protagonista de Urchin, mas isso não retira o brilho à conquista: trata-se de um reconhecimento sem precedentes para uma atriz com origens cabo-verdianas e carreira feita maioritariamente em Portugal. Cleo Diára junta-se assim a um restrito grupo de talentos nacionais que já deixaram marca em Cannes — mas com um feito inédito no feminino e na representação.


Impacto para além do troféu

O prémio de Melhor Atriz em Un Certain Regard é mais do que uma medalha: é uma afirmação de que o cinema português pode competir ao mais alto nível, com histórias que cruzam geografias, identidades e feridas históricas. E é também uma validação do percurso artístico de Cleo Diára, que se afirmou como uma das atrizes mais promissoras e comprometidas da sua geração.

Num festival onde estrearam filmes realizados por nomes como Scarlett Johansson e Kristen Stewart, foi a voz serena mas poderosa de Cleo Diára que ficou gravada na memória do júri.


E agora?

Com O Riso e a Faca ainda a iniciar o seu circuito internacional, a vitória em Cannes promete abrir portas — tanto para a atriz como para o filme. Distribuidores, festivais e críticos de todo o mundo estarão agora atentos ao próximo passo de Cleo Diára, que provou não apenas ter talento, mas ser capaz de o projectar num dos palcos mais exigentes do mundo.

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🎬 Cannes 2025: Portugal conquista Cannes com “O Riso e a Faca” e “Era uma vez em Gaza” brilha na secção Un Certain Regard

Prémios para Pedro Pinho e para os irmãos Nasser elevam a presença lusófona no festival. Scarlett Johansson, Kristen Stewart e Harris Dickinson também marcam estreia na realização.

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A secção Un Certain Regard do Festival de Cannes 2025 revelou-se uma das mais vibrantes e politicamente relevantes dos últimos anos. Com uma seleção de 20 filmes — incluindo nove primeiras obras — a competição distinguiu obras de forte carga emocional, social e estética. Entre os destaques, dois filmes com ligação a Portugal saíram premiados: O Riso e a Faca, de Pedro Pinho, e Era uma vez em Gaza, dos irmãos palestinianos Arab e Tarzan Nasser, com coprodução portuguesa.


🇵🇹 O Riso e a Faca: o neocolonialismo na lente de Pedro Pinho

O realizador português Pedro Pinho regressou a Cannes oito anos depois de A Fábrica de Nada, desta vez com uma longa-metragem rodada em África e com mais de três horas de duração. O Riso e a Faca valeu o Prémio de Melhor Atriz a Cleo Diára, ex aequo com Frank Dillane, protagonista de Urchin, de Harris Dickinson.

O filme segue Sérgio (Sérgio Coragem), um engenheiro ambiental português que viaja para África para colaborar num projecto de construção de uma estrada entre o deserto e a selva. No entanto, a missão técnica rapidamente se transforma numa descoberta íntima, emocional e política, à medida que Sérgio se envolve com dois habitantes locais: Diára (Cleo Diára) e Gui (Jonathan Guilherme). A obra aborda temas como o neocolonialismo, o privilégio europeu e os laços interpessoais entre culturas em tensão.


🌍 Era uma vez em Gaza: humor, resistência e falafel

Realizado pelos irmãos Arab e Tarzan NasserEra uma vez em Gaza conquistou o Prémio de Melhor Realização, com o júri a destacar a ousadia e humanidade da obra. A história acompanha dois jovens amigos, Yahia e Osama, que vendem comprimidos escondidos em sanduíches de falafel numa Gaza devastada e sob bloqueio. Entre sonhos de fuga, máquinas de picar carne e farmácias saqueadas, o filme encontra espaço para crítica social, humor negro e até lirismo.

Com coprodução portuguesa (Ukbar Filmes), além de França, Alemanha e Palestina, o filme contou com apoio do ICA e da RTP, tendo a pós-produção sido finalizada em Portugal. Esta é a terceira longa-metragem dos irmãos Nasser, nascidos em Gaza e atualmente a filmar na Jordânia.

🏆 Os restantes premiados de 2025

  • Prémio Un Certain RegardLa misteriosa mirada del flamenco, de Diego Céspedes (Chile), sobre uma família queer numa cidade mineira chilena durante os primeiros dias da crise da SIDA — uma história com toques de western, protagonizada por actores transgénero.
  • Prémio do JúriUn Poeta, de Simón Mesa Soto (Colômbia), sobre um poeta envelhecido que se torna mentor de uma adolescente.
  • Melhor AtorFrank Dillane em Urchin, realizado por Harris Dickinson.
  • Melhor ArgumentoPillion, de Harry Lighton, protagonizado por Alexander Skarsgård.

O júri foi presidido pela cineasta Molly Manning Walker e incluiu os realizadores Louise Courvoisier e Roberto Minervini, o actor Nahuel Perez Biscayart e a programadora Vanja Kaluđerčić.

🎥 Estreias de peso na realização: Scarlett, Kristen e Harris

A edição de 2025 marcou também as estreias na realização de três nomes sonantes de Hollywood:

  • Scarlett Johansson apresentou Eleanor the Great, centrado numa viúva de 94 anos que assume por engano a identidade da amiga falecida, sobrevivente do Holocausto.
  • Kristen Stewart comoveu com The Chronology of Water, uma adaptação da autobiografia de Lidia Yuknavitch, que mergulha em temas como trauma, abuso e resiliência feminina.
  • Harris Dickinson, conhecido por Babygirl, surpreendeu com Urchin, um retrato sombrio da toxicodependência em Londres.

🌐 Un Certain Regard: um espaço para novas vozes

Mais uma vez, a secção Un Certain Regard provou ser o espaço mais estimulante do Festival de Cannes para novos olhares e narrativas arrojadas. A forte presença portuguesa, a valorização de vozes árabes e queer, e o surgimento de novas cineastas internacionais reforçam o compromisso do festival com a diversidade estética e social do cinema contemporâneo.

🎬 Scarlett Johansson estreia-se na realização com Eleanor the Great em Cannes

June Squibb brilha aos 95 anos num filme sobre amizade, perda e reinvenção

Scarlett Johansson apresentou a sua estreia como realizadora no Festival de Cannes com Eleanor the Great, um drama que explora temas de identidade, luto e perdão. O filme, exibido na secção Un Certain Regard, foi calorosamente recebido, culminando numa ovação de seis minutos para a protagonista June Squibb, de 95 anos.  

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👵 Uma história de reconexão e empatia

Eleanor the Great segue Eleanor Morgenstein, uma viúva judia de 94 anos que, após a morte da sua melhor amiga, muda-se para Nova Iorque para se reaproximar da família. Lá, por engano, junta-se a um grupo de apoio para sobreviventes do Holocausto e, numa tentativa de se integrar, assume a identidade da amiga falecida. Este ato leva-a a formar uma ligação inesperada com Nina, uma estudante de jornalismo de 19 anos, interpretada por Erin Kellyman.  


🎭 June Squibb: uma performance memorável

A atuação de June Squibb foi amplamente elogiada pela crítica, destacando-se pela complexidade e profundidade emocional. A sua interpretação de Eleanor equilibra humor e vulnerabilidade, tornando-a uma personagem cativante e autêntica. A performance de Squibb é considerada um dos pontos altos do filme, consolidando ainda mais a sua carreira notável.  


🎥 Johansson: uma estreia promissora na realização

Scarlett Johansson, conhecida pelos seus papéis em filmes como Marriage Story e Jojo Rabbit, revelou que a decisão de dirigir surgiu do desejo de contar histórias significativas. Em Eleanor the Great, ela procurou explorar a importância da empatia e do perdão, temas que considera especialmente relevantes na sociedade atual. Apesar de algumas críticas apontarem inconsistências tonais no filme, a estreia de Johansson na realização foi considerada um passo promissor na sua carreira.  


🏆 Receção crítica e expectativas futuras

Embora Eleanor the Great tenha recebido críticas mistas, com alguns apontamentos sobre a abordagem de temas sensíveis, o filme foi amplamente apreciado pelo público em Cannes. A ovação calorosa e a performance de Squibb aumentam as expectativas para possíveis reconhecimentos em futuras premiações. A estreia de Johansson como realizadora também abre portas para novos projetos e colaborações no mundo do cinema.  

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🎬 Julian Assange Reaparece em Cannes com Documentário-Choque: 

The Six Billion Dollar Man
O fundador do WikiLeaks marca presença no Festival de Cannes, promovendo um documentário que retrata a sua saga judicial e reacende o debate sobre a liberdade de imprensa

Julian Assange, figura central na luta pela liberdade de informação, fez uma aparição pública no Festival de Cannes para a estreia de The Six Billion Dollar Man, documentário realizado por Eugene Jarecki. O filme, apresentado na secção de Sessões Especiais, oferece uma visão intensa sobre a batalha legal de Assange contra a extradição e o seu papel como símbolo da liberdade de imprensa.  

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🎥 Um Thriller Documental de Alta Tensão

Dirigido pelo premiado cineasta Eugene Jarecki, The Six Billion Dollar Man adota o estilo de um thriller tecnológico para narrar a trajetória de Assange. Com acesso exclusivo a arquivos do WikiLeaks e material inédito, o documentário destaca a importância de Assange como um “canário na mina de carvão” para os direitos da imprensa, alertando para os perigos que ameaçam a liberdade de informação global.  

🧑‍⚖️ Assange: Do Isolamento à Reativação Política

Após um acordo judicial com autoridades norte-americanas, Assange, de 53 anos, retornou à Austrália, encerrando um período de cinco anos de encarceramento no Reino Unido. Sua esposa, Stella Assange, revelou que ele está em processo de recuperação e considera retomar atividades políticas, motivado por preocupações com o estado atual do mundo.  

🧥 Uma Mensagem no Vestuário

Durante o festival, Assange foi visto usando uma t-shirt com os nomes de crianças palestinianas falecidas em Gaza, demonstrando solidariedade com as vítimas do conflito. Embora não tenha concedido entrevistas, sua presença silenciosa transmitiu uma mensagem poderosa sobre seu contínuo compromisso com causas humanitárias.  

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🎞️ Um Filme Necessário para os Tempos Atuais

The Six Billion Dollar Man não apenas documenta a vida de Assange, mas também serve como um alerta sobre os desafios enfrentados pela liberdade de imprensa. Ao destacar a importância de proteger o direito à informação, o documentário convida o público a refletir sobre o papel crucial do jornalismo independente na sociedade contemporânea. 

🎬 Festival de Cannes 2025: Três Novos Filmes Entram na Corrida pela Palma de Ouro

Carla Simón, Oliver Hermanus e Joachim Trier apresentam obras que exploram memória, amor e reconciliação

O Festival de Cannes continua a surpreender com a adição de três novos filmes à sua mostra competitiva. As obras “Romería”, “The History of Sound” e “Sentimental Value” trazem narrativas profundas e emocionantes, reforçando a diversidade e qualidade da seleção deste ano. 


🇪🇸 “Romería” de Carla Simón: Uma Viagem às Raízes Familiares

A realizadora espanhola Carla Simón apresenta “Romería”, encerrando a sua trilogia sobre memória familiar. O filme segue Marina, uma adolescente que viaja até à Galiza para conhecer os parentes do seu pai, falecido devido à SIDA. Com a ajuda do diário da mãe, também vítima da mesma doença, Marina confronta as lembranças e segredos da família. Simón, que já havia conquistado o Urso de Ouro em Berlim com “Alcarràs”, volta a emocionar com uma narrativa íntima e pessoal. 

🇺🇸 “The History of Sound” de Oliver Hermanus: Amor em Tempos de Guerra

O sul-africano Oliver Hermanus traz “The History of Sound”, protagonizado por Paul Mescal e Josh O’Connor. Ambientado nos Estados Unidos durante a Primeira Guerra Mundial, o filme explora a relação entre dois homens numa área rural, destacando a conexão humana em tempos de conflito. Hermanus, conhecido por “Moffie”, continua a abordar temas complexos com sensibilidade e profundidade. 

🇳🇴 “Sentimental Value” de Joachim Trier: Reconstruindo Laços Familiares

O norueguês Joachim Trier apresenta “Sentimental Value”, sua terceira participação em Cannes. Com um elenco de peso, incluindo Stellan Skarsgård, Elle Fanning e Renate Reinsve, o filme narra a tentativa de um cineasta em reconstruir os laços com as suas filhas. Trier, conhecido por “The Worst Person in the World”, continua a explorar as complexidades das relações humanas com uma abordagem única. 


🏆 A Competição Aquece

Com estas adições, a competição pela Palma de Ouro torna-se ainda mais acirrada. Entre os favoritos da crítica estão o brasileiro “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, o ucraniano “Two Prosecutors”, de Sergei Loznitsa, e “It Was Just an Accident”, do iraniano Jafar Panahi. A diversidade de temas e estilos promete uma decisão difícil para o júri. 

🎬 Kristen Stewart em Cannes: “Ser mulher é uma experiência violenta”

Atriz estreia-se como realizadora com The Chronology of Water, um retrato visceral da sobrevivência feminina

No Festival de Cannes 2025, Kristen Stewart apresentou a sua estreia na realização com The Chronology of Water, uma adaptação das memórias de Lidia Yuknavitch. O filme, exibido na secção Un Certain Regard, aborda temas como abuso, trauma e a busca por identidade, através de uma narrativa sensorial e fragmentada. 

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🎥 Uma estreia audaciosa

Stewart, conhecida por papéis em filmes como Crepúsculo e Spencer, assume agora a cadeira de realizadora, trazendo à tela a história de Yuknavitch, uma nadadora e escritora que enfrentou abusos na infância e encontrou na arte uma forma de redenção. A atriz Imogen Poots interpreta Yuknavitch, oferecendo uma performance intensa e comovente. 

💬 “Ser mulher é uma experiência violenta”

Em entrevista à AFP, Stewart afirmou: 

“Ser mulher é uma experiência realmente violenta (…) mesmo que não se tenha o tipo de experiência extrema que retratamos no filme ou que a Lidia suportou e da qual saiu lindamente.”  

A realizadora destacou que, embora não tenha vivido as mesmas experiências de Yuknavitch, compreende profundamente a sensação de ter a voz silenciada e a luta para recuperar a confiança em si mesma. 


🎞️ Uma narrativa sensorial

The Chronology of Water é descrito como um filme que mergulha o espectador numa experiência sensorial, utilizando imagens oníricas e uma montagem não linear para transmitir as emoções da protagonista. A crítica tem elogiado a abordagem ousada de Stewart, que opta por sugerir em vez de mostrar explicitamente, criando um impacto emocional profundo. 


🌊 Um projeto pessoal

Stewart revelou que lutou durante anos para concretizar este projeto, enfrentando dificuldades em obter financiamento devido à natureza do tema e à sua falta de experiência como realizadora. Apesar dos obstáculos, ela manteve-se fiel à sua visão, resultando num filme que é tanto uma obra de arte quanto um ato de resistência. 

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Michelle Williams e Ryan Gosling: A Vida Partilhada por um Filme

Atriz revela como viver com o colega de elenco fortaleceu a autenticidade de Blue Valentine

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Em entrevista recente, Michelle Williams partilhou detalhes sobre o intenso processo de preparação para o filme Blue Valentine (2010), no qual viveu com Ryan Gosling durante um mês para aprofundar a dinâmica do casal que interpretavam. A atriz descreveu essa experiência como fundamental para capturar a essência realista e emocional do relacionamento retratado no ecrã.


🏠 Uma Experiência de Vida Real para um Amor Ficcional

Para dar vida ao casal Dean e Cindy, Williams e Gosling mergulharam num exercício de imersão total: viveram juntos numa casa modesta, decorada com os pertences dos próprios atores, e seguiram uma rotina baseada no orçamento dos personagens. Essa convivência incluiu tarefas domésticas, compras e até discussões improvisadas, tudo com o objetivo de construir uma relação autêntica e palpável.

“Foi uma forma de explorar as nuances do relacionamento deles, entender as tensões e os momentos de ternura que definem um casal ao longo dos anos”, explicou Williams.


🎥 Um Filme que Desafia Convenções

Blue Valentine, realizado por Derek Cianfrance, é conhecido pela sua abordagem crua e honesta sobre o amor e a desilusão. O filme alterna entre os momentos iniciais do romance e o seu eventual declínio, oferecendo uma visão profunda sobre os altos e baixos de uma relação. A performance de Williams foi amplamente elogiada, rendendo-lhe uma nomeação ao Óscar de Melhor Atriz. 

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🌟 Legado e Impacto

A dedicação de Williams e Gosling ao processo criativo de Blue Valentine é frequentemente citada como um exemplo de compromisso artístico. A autenticidade das suas interpretações continua a ser uma referência para atores e cineastas que buscam retratar relações humanas com profundidade e realismo.

🎬 Jodie Foster Brilha em Cannes com Vie Privée: Um Thriller Francês que Encanta o Público

A atriz norte-americana regressa ao cinema francês com uma performance aclamada no Festival de Cannes 2025

Jodie Foster regressa ao cinema francês com Vie Privée, um thriller psicológico realizado por Rebecca Zlotowski, que estreou fora de competição no Festival de Cannes 2025. A atuação de Foster como Lilian Steiner, uma terapeuta americana em Paris que investiga a morte suspeita de uma paciente, foi recebida com entusiasmo, culminando numa ovação de pé de oito minutos.  

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🎭 Um Elenco de Peso e uma Narrativa Intrigante

Além de Foster, o filme conta com Daniel Auteuil, Virginie Efira, Mathieu Amalric, Vincent Lacoste e Luàna Bajrami. A trama explora temas de identidade, privacidade e as complexidades da psique humana, elementos que Zlotowski aborda com maestria. 

🎥 Uma Produção Franco-Americana de Excelência

Vie Privée é uma coprodução entre Les Films Velvet e France 3 Cinéma, com distribuição internacional a cargo da Sony Pictures Classics. O filme foi rodado em Paris e na Normandia entre setembro e novembro de 2024.  

🌟 Um Regresso Triunfal ao Cinema Francês

Esta é a primeira vez em mais de duas décadas que Foster protagoniza um filme em francês, língua que domina fluentemente. A atriz expressou sentir-se “mais livre” ao atuar em francês, destacando a profundidade emocional que a língua lhe permite alcançar.  

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🎥 Amor Cão Regressa em Forma de Arte: Iñárritu Transforma Material Inédito numa Instalação Imersiva

25 anos depois, o realizador mexicano revisita a sua obra-prima com uma instalação artística que promete uma nova perspetiva sobre o filme

No Festival de Cannes de 2025, Alejandro González Iñárritu anunciou um projeto artístico inovador: uma instalação baseada em material inédito de Amor Cão (Amores Perros), o filme que o catapultou para a fama internacional. Esta instalação será apresentada em setembro e outubro na Fundação Prada, em Milão, seguindo-se exibições em Los Angeles e no México.  

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🎬 Uma Viagem ao Passado com Olhar Contemporâneo

Durante a apresentação em Cannes, Iñárritu revelou que, na altura da rodagem de Amor Cão, captou uma quantidade significativa de material que acabou por não ser incluído na versão final do filme. Este material foi cuidadosamente preservado na Cinemateca da Universidade do México durante 25 anos. Agora, o realizador pretende dar-lhe uma nova vida através de uma instalação artística que não seguirá uma narrativa tradicional, mas sim uma experiência sensorial e imersiva.  

🖼️ Uma Instalação que Promete Envolver os Sentidos

A instalação será composta por salas escuras equipadas com projetores de 35 mm e múltiplos ecrãs, oferecendo ao público uma experiência única e envolvente. Iñárritu descreve este projeto como uma forma de explorar o material descartado de uma maneira que vá além do cinema convencional, proporcionando uma nova perspetiva sobre os temas e personagens de Amor Cão.  

🐾 Amor Cão: Um Marco no Cinema Mexicano

Lançado em 2000, Amor Cão é um filme composto por três histórias interligadas por um acidente de carro, explorando temas como o amor, a perda e a redenção. Com interpretações memoráveis de Gael García BernalEmilio EchevarríaGoya Toledo, entre outros, o filme recebeu aclamação crítica e diversos prémios, incluindo o Grande Prémio da Semana da Crítica em Cannes.  

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🎬 Eagles of the Republic: Tarik Saleh Desafia o Regime Egípcio em Cannes

Um Thriller Político que Coloca o Presidente Al Sisi no Centro das Críticas

O Festival de Cannes 2025 foi palco de uma estreia audaciosa: Eagles of the Republic, do realizador sueco-egípcio Tarik Saleh, um thriller político que faz uma crítica direta ao presidente egípcio Abdel Fatah al Sisi. O filme, que concorre à Palma de Ouro, utiliza imagens reais do presidente e inclui um duplo para representá-lo em algumas cenas . 

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🎥 Uma Narrativa que Espelha a Realidade Egípcia

A trama acompanha George Fahmy, o ator mais famoso do Egito, interpretado por Fares Fares, que é pressionado a protagonizar um filme de propaganda sobre o líder do país. Apesar de não se parecer fisicamente com o presidente, Fahmy é escolhido pelas autoridades, refletindo a manipulação da imagem presidencial na mídia estatal . 


🎬 Crítica à Indústria Cinematográfica Controlada pelo Estado

Saleh denuncia a apropriação da indústria cinematográfica pelo exército egípcio após a ascensão de Al Sisi ao poder, destacando como o regime utiliza o cinema como ferramenta de propaganda. O realizador inspirou-se na série de TV egípcia The Choice, onde o presidente é retratado de forma idealizada, contrastando com a realidade . 

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🌍 Produção Internacional e Repercussão em Cannes

Rodado na Turquia com um elenco internacional, Eagles of the Republic é a terceira longa-metragem de Saleh ambientada no Cairo, após The Nile Hilton Incident (2017) e Cairo Conspiracy (2022), este último vencedor do prémio de Melhor Argumento em Cannes. A estreia do filme foi recebida com entusiasmo, consolidando a reputação de Saleh como um dos cineastas mais ousados da atualidade . 

🎬 Cannes Celebra Cacá Diegues: Uma Homenagem ao Mestre do Cinema Brasileiro

O Festival de Cannes presta tributo ao cineasta com a exibição do documentário “Para Vigo Me Voy” no dia em que completaria 85 anos

No dia 19 de maio de 2025, data em que Cacá Diegues completaria 85 anos, o Festival de Cannes homenageou o renomado cineasta brasileiro com a exibição do documentário Para Vigo Me Voy. A sessão contou com a presença de sua esposa, Renata Magalhães, e da filha, Isabel, e foi marcada por emoção e reconhecimento à contribuição de Diegues ao cinema mundial. 

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🎞️ Para Vigo Me Voy: Um Tributo Cinematográfico

Dirigido por Karen Harley e Lírio Ferreira, o documentário apresenta entrevistas inéditas com Diegues, nas quais ele reflete sobre sua obra, o Brasil e memórias pessoais. A produção inclui trechos de filmes emblemáticos como Bye Bye Brasil (1979) e Xica da Silva (1976), este último considerado o primeiro filme brasileiro com uma heroína negra. O título do documentário faz referência a Bye Bye Brasil, obra que levou Diegues a concorrer à Palma de Ouro. 

🎥 Legado e Reconhecimento Internacional

Cacá Diegues foi um dos precursores do movimento Cinema Novo e esteve presente em Cannes em diversas ocasiões, tanto apresentando filmes quanto como membro do júri. Seu trabalho é reconhecido por abordar temas sociais e políticos, promovendo a diversidade e a liberdade de expressão no cinema brasileiro. 

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🏆 Competição pelo Olho de Ouro

Para Vigo Me Voy integra a seleção Cannes Classics e está na disputa pelo prêmio L’Œil d’Or (Olho de Ouro), que reconhece o melhor documentário exibido em todas as seções do festival. A homenagem a Diegues coincide com a estreia de O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, na competição oficial, evidenciando a forte presença do cinema brasileiro em Cannes este ano. 

🌍 Magalhães: Gael García Bernal Encabeça Épico Histórico com Selo Português Estreado em Cannes

Lav Diaz reinterpreta a figura de Fernão de Magalhães numa coprodução luso-hispano-filipina que desafia a narrativa colonial

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O Festival de Cannes 2025 acolheu a estreia mundial de Magalhães, a mais recente obra do realizador filipino Lav Diaz, protagonizada por Gael García Bernal no papel do navegador português Fernão de Magalhães. Apresentado na secção Cannes Première, o filme é uma coprodução entre Portugal, Espanha e Filipinas, com a participação da portuguesa Rosa Filmes


Uma Perspectiva Descolonizadora

Diferenciando-se das abordagens tradicionais, Diaz oferece uma visão crítica da presença europeia no Sudeste Asiático, centrando-se na chegada de Magalhães às Filipinas no século XVI. O realizador questiona a figura de Lapu-Lapu, considerado herói da resistência filipina, sugerindo que possa ter sido uma invenção de Humabon, rajá de uma ilha vizinha, como parte de uma armadilha para Magalhães . 


Rodagem em Território Nacional

A produção contou com filmagens em Portugal, nomeadamente em BelémÉvoraBorba e Vila Viçosa, além de Espanha e Filipinas. A versão apresentada em Cannes tem cerca de duas horas e quarenta minutos, embora Diaz tenha mencionado planos para uma versão mais extensa, possivelmente com nove horas de duração . 


Gael García Bernal no Papel de Magalhães

O ator mexicano Gael García Bernal assume o papel de Fernão de Magalhães, trazendo uma nova dimensão à figura histórica. Durante a apresentação em Cannes, Bernal agradeceu em português, demonstrando a sua dedicação ao papel e à produção . 

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Uma Produção Internacional

Magalhães é uma coprodução entre Rosa Filmes (Portugal), Andergraun Films (Espanha), BlackCap Pictures(Filipinas) e Volos Films (Taiwan). A cinematografia ficou a cargo de Artur Tort, colaborador habitual de Albert Serra, e de Larry Manda, parceiro frequente de Diaz . 

O Regresso de Henrique Galvão ao Cinema: “Palácio do Cidadão” Brilha em Cannes com Estreia Mundial 🎬🇵🇹

Filme português que mistura ficção e documentário estreia na prestigiada secção ACID e marca presença inédita

Henrique Galvão está de volta ao grande ecrã com Palácio do Cidadão, um filme que mistura o registo documental com a ficção para reflectir sobre os caminhos da utopia, os fantasmas do passado e as camadas (nem sempre visíveis) da sociedade portuguesa. E não o faz num palco qualquer: a estreia mundial acontece esta semana no prestigiado Festival de Cannes, inserido na secção ACID (Association du Cinéma Indépendant pour sa Diffusion), um espaço dedicado ao cinema independente com olhar autoral.

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A selecção é um feito de peso para o cinema nacional e confirma Henrique Galvão como um nome a seguir com atenção, sobretudo para quem aprecia obras que desafiam fronteiras narrativas e provocam o espectador com mais perguntas do que respostas.

Uma história dentro de um palácio… e muito além

Rodado no Palácio Marquês de Pombal, em Oeiras, o filme coloca frente a frente três personagens que se cruzam com os ecos da História, da Revolução e da luta por uma nova forma de habitar o espaço público. Entre memórias revolucionárias e ruínas que já foram palco de ideias e convicções, Palácio do Cidadão convida-nos a entrar num lugar físico e simbólico, onde se misturam a herança do passado e os projectos do presente.

Henrique Galvão — que além de realizador, é também artista visual — conduz esta viagem com um olhar plástico, rigoroso e inquieto. O resultado é uma obra que não se encaixa em etiquetas fáceis, mas que se apresenta como uma proposta singular no panorama do cinema português contemporâneo.

O cinema português na secção ACID: um reconhecimento raro

A presença de Palácio do Cidadão em Cannes é particularmente significativa porque a secção ACID é conhecida por dar visibilidade a obras que arriscam, inovam e que, muitas vezes, não encontram espaço nas competições principais. Fundada em 1993 por realizadores franceses, a ACID destaca todos os anos cerca de nove filmes, escolhidos directamente por cineastas. A selecção de Galvão representa uma rara conquista para o cinema nacional nesta plataforma de prestígio.

Com uma carreira que passa também pela criação artística e pela reflexão crítica sobre o espaço urbano e social, Henrique Galvão oferece aqui uma peça que dialoga com o cinema, a memória e a utopia — sem nunca perder a dimensão humana dos seus protagonistas.

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🎬 Halle Berry: “Não sei se o 007 deveria ser uma mulher”

A atriz, que interpretou Jinx em 007 – Die Another Day, partilha a sua opinião sobre a possibilidade de uma versão feminina de James Bond

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Durante uma conferência de imprensa no Festival de Cannes de 2025, Halle Berry, conhecida pelo seu papel como Jinx em 007 – Die Another Day (2002), expressou dúvidas sobre a ideia de uma mulher assumir o papel de James Bond. A atriz afirmou: 

“Não sei se o 007 deveria ser uma mulher. Em 2025, é bonito dizer: ‘Oh, ela deveria ser uma mulher.’ Mas não sei se isso é o certo a fazer.”  

Berry sugeriu que, em vez de transformar personagens existentes, seria mais apropriado criar novas personagens femininas fortes no universo do cinema de ação.

O spin-off de Jinx que nunca aconteceu

Após o sucesso de 007 – Die Another Day, houve planos para um filme centrado na personagem Jinx, interpretada por Berry. No entanto, o projeto foi cancelado. Em entrevistas anteriores, Berry mencionou que a indústria cinematográfica na época não estava pronta para investir numa protagonista negra num filme de ação de grande orçamento.  

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Um debate contínuo sobre o futuro de James Bond

A discussão sobre a possibilidade de uma versão feminina de James Bond tem sido recorrente. Outras atrizes, como Ana de Armas e Helen Mirren, também expressaram opiniões semelhantes às de Berry, defendendo a criação de novas personagens femininas em vez de alterar personagens icónicas existentes.  

🎬 Tom Cruise regressa a Cannes com Missão: Impossível – A Recompensa Final

Estreia fora de competição marca o regresso do ator ao festival francês após a homenagem de 2022

Três anos depois de ter sido homenageado com uma Palma de Ouro honorária pela estreia de Top Gun: Maverick, Tom Cruise está de volta ao Festival de Cannes. Desta vez, o ator apresenta Missão: Impossível – A Recompensa Final(Mission: Impossible – The Final Reckoning), que será exibido fora de competição no dia 14 de maio, no Palais des Festivals . 

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O filme, realizado por Christopher McQuarrie, é o oitavo capítulo da saga e dá continuidade direta aos eventos de Dead Reckoning – Parte Um (2023). A estreia mundial ocorreu em Tóquio a 5 de maio, e a estreia nos cinemas norte-americanos está marcada para 23 de maio . 

A presença de Cruise em Cannes é aguardada com grande expectativa, especialmente após a sua recente façanha em Londres, onde subiu ao telhado do British Film Institute, demonstrando mais uma vez o seu compromisso com acrobacias ousadas . 

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