“Bons Genes” ou Mau Gosto? Sydney Sweeney no centro de polémica que mistura moda, política e racismo

A atriz de Euphoria foi interpelada por um manifestante na estreia de Americana, enquanto a polémica em torno do seu anúncio para a American Eagle continua a incendiar as redes… e a política americana.

Sydney Sweeney não é estranha aos holofotes — mas desta vez, os flashes foram acompanhados por gritos e controvérsia. A atriz de Euphoria foi abordada por um manifestante na estreia do seu mais recente filme, Americana, em Hollywood, e tudo por causa… de um par de jeans. Ou melhor, de um trocadilho com “genes”.

ver também : Sharon Stone Revela Conflito com Michael Douglas Antes de Basic Instinct: “Ele Não Queria Que Eu Fosse Co-Protagonista”

“Parem com aquele anúncio, é racismo!”

A cena ocorreu no passado domingo, à porta do bar Desert 5 Spot, com inspiração country, onde decorreu a estreia de Americana. Assim que Sydney Sweeney saiu do carro, foi interpelada por alguém que lhe gritou: “Pára, aquele anúncio é racista!”. A atriz manteve o silêncio e seguiu diretamente para o interior do evento, onde posou ao lado da colega de elenco Halsey.

Em causa está uma campanha publicitária para a marca American Eagle, na qual Sweeney protagoniza um vídeo viral onde diz:

“Genes são passados dos pais para os filhos. Muitas vezes determinam características como cor do cabelo, personalidade, até a cor dos olhos. Os meus jeans são azuis.”

Ora, a conjugação entre a palavra “genes” e o facto de Sweeney ser uma mulher loira, de olhos azuis, bastou para desencadear uma onda de indignação online, com acusações de que o anúncio promove eugenia e ideias associadas à supremacia branca.

Celebrar a beleza ou promover ideologias perigosas?

Artistas como Doja Cat e Lizzo não perderam tempo a criticar o anúncio. Lizzo, por exemplo, respondeu com ironia nas redes sociais, partilhando uma fotografia em ganga com a legenda: “Os meus jeans são negros”. Já Sweeney, por sua vez, optou por não comentar publicamente — uma postura que tem mantido, mesmo enquanto a polémica escala.

Acrescentando combustível à fogueira, veio à tona recentemente que a atriz se registou como eleitora do Partido Republicano na Florida, pouco antes de Donald Trump regressar à Casa Branca. E foi o próprio presidente norte-americano quem se apressou a tomar partido… e a elogiar o anúncio.

Trump aprova: “Agora adoro o anúncio dela!”

Questionado por um jornalista quando se preparava para embarcar no Marine One, Trump não hesitou:

“Ela está registada como Republicana? Ah. Agora adoro o anúncio dela!”

Mais tarde, nas redes sociais, o antigo presidente (e agora novamente presidente) subiu o tom:

“Sydney Sweeney, uma Republicana registada, tem o anúncio mais HOT do momento. É para a American Eagle, e os jeans estão a voar das prateleiras. Força, Sydney!”

Trump aproveitou ainda para criticar marcas como a Jaguar e a Bud Light pelas suas campanhas “woke”, em contraste com a abordagem “autêntica” de Sweeney.

A cultura pop como campo de batalha político

O caso tornou-se rapidamente num símbolo da guerra cultural em curso nos Estados Unidos. Conservadores como o vice-presidente JD Vance usaram a controvérsia como arma contra os Democratas, acusando-os de exagerar e de transformar qualquer mulher loira num alvo político.

“O meu conselho político para os Democratas é continuarem a chamar nazi a toda a gente que ache a Sydney Sweeney atraente”, disse Vance num podcast.

Já o polémico Piers Morgan foi ainda mais longe:

“A polémica em torno da Sydney Sweeney é a prova de que a esquerda woke perdeu completamente o norte. Chamam nazi a qualquer pessoa que celebre a beleza ou o sex appeal. O woke morreu — agora só nos rimos da estupidez deles.”

E a American Eagle?

A marca, por seu lado, recusou-se a recuar e defendeu o anúncio:

“‘Sydney Sweeney Has Great Jeans’ sempre foi sobre os jeans. Os dela. A sua história. Continuaremos a celebrar a forma como cada pessoa veste os seus AE jeans com confiança. Bons jeans ficam bem em toda a gente.”

Americana chega aos cinemas a 15 de Agosto

Com todo este ruído mediático, o filme Americana (que, ironicamente, também é um western moderno sobre identidade e fronteiras culturais) estreia nos Estados Unidos a 15 de Agosto. Resta saber se o público vai conseguir separar o filme da figura que o protagoniza — ou se Sydney Sweeney se tornou, involuntariamente, a nova face de uma batalha ideológica que não tem fim à vista.

ver também : Quando o Grito de Scarlett Johansson Assusta Lobos: Marriage Story Está a Salvar Gado nos EUA

Se quiser ver o video no Youtube não está traduzido em Português