Kevin Spacey Diz Que Está Sem Casa — e Hollywood Continua Sem Saber o Que Fazer Com Ele

O actor afirma viver entre hotéis e Airbnbs após sete anos de processos, cancelamentos e projectos mínimos — mas garante que um telefonema certo pode mudar tudo.

Kevin Spacey voltou a ser notícia — e não por um novo papel, mas pela brutal sinceridade de uma entrevista recente ao The Telegraph. O actor, outrora um dos nomes mais influentes de Hollywood, vencedor de dois Óscares, afirma estar sem casa, a viver “onde há trabalho”, depois de anos de batalhas legais que consumiram praticamente todas as suas finanças.

“Estou a viver em hotéis, a viver em Airbnbs. Vou onde há trabalho. Literalmente não tenho casa.”

Spacey explica que a sua antiga residência em Baltimore, cidade onde viveu durante as filmagens de House of Cards, foi leiloada, deixando-o num cenário financeiro que descreve como “não grande”.

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Desde 2017, quando começaram a surgir múltiplas acusações de má conduta sexual, Spacey viu a carreira colapsar de um dia para o outro. Mais de uma dezena de homens o acusaram publicamente; o actor negou sempre todas as alegações. Em tribunal, foi absolvido no caso londrino de 2023 e considerado não responsável no processo civil movido por Anthony Rapp em 2022.

Legalmente, saiu ileso. Profissionalmente, nunca mais recuperou.

Sete anos, milhões perdidos e uma carreira reduzida a projectos mínimos

Depois de ser afastado de produções de alto perfil, Spacey trabalhou apenas em filmes independentes, muitos deles realizados por estreantes — projectos discretos, alguns quase experimentais, todos longe da máquina mainstream que o coroou em American Beauty e The Usual Suspects.

Chegou mesmo a fazer um espectáculo de variedades em Chipre, numa tentativa improvável de se manter activo artisticamente.

O actor descreve os últimos anos como um período de gastos constantes e rendimento quase nulo:

“Os custos destes últimos sete anos foram astronómicos. Entrou muito pouco e saiu tudo.”

O que falta para Hollywood o aceitar de volta? Segundo Spacey, “permissão”

Apesar de tudo, Spacey mantém-se optimista — talvez até surpreendentemente. Garante que continua em contacto com “pessoas extremamente poderosas” que querem vê-lo trabalhar novamente, mas acredita que a indústria está a aguardar um sinal verde de alguém com enorme peso artístico.

“A indústria está à espera de receber permissão — de alguém com respeito e autoridade.”

E é aqui que Spacey revela a ideia mais polémica da entrevista: se Martin Scorsese ou Quentin Tarantino ligassem ao seu agente, a sua carreira seria instantaneamente reabilitada.

“Se Scorsese ou Tarantino ligarem, acabou. Eu adoraria — seria uma honra.”

O regresso ainda é possível?

A pergunta divide Hollywood e a opinião pública.

Spacey foi juridicamente ilibado, mas isso não anulou o impacto da avalanche mediática, nem a forma como a sua imagem ficou gravemente danificada. Perante isso, a indústria continua numa espécie de paralisia moral: ninguém quer ser o primeiro a contratá-lo — mas também ninguém exclui categoricamente um possível retorno.

O próprio actor parece saber isso. Por isso vive num limbo: sem casa fixa, sem garantias, mas com a firme esperança de que um único projecto, assinado por “um gigante”, possa reescrever o seu destino.

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Até lá, Kevin Spacey continua a deslocar-se entre hotéis, Airbnbs e pequenos sets — aguardando o telefonema que, acredita, poderá restaurar o que perdeu.

As Cassetes de Tomás Taveira e a Mulher Que Pagou o Preço Mais Alto

Uma série que revive fantasmas do passado

A estreia da série “O Arquiteto”, transmitida pela TVI e pela Prime Video, voltou a lançar luz sobre um dos episódios mais mediáticos e polémicos da sociedade portuguesa: o escândalo sexual que envolveu o arquiteto Tomás Taveira no final dos anos 80. A produção, que oficialmente não é biográfica, tem como protagonista o fictício Tomé Serpa, mas as semelhanças com a vida real de Taveira são tantas que a ligação é inevitável.

O enredo foca-se num arquiteto em ascensão que grava em segredo os encontros íntimos com mulheres, sem o conhecimento destas — uma história que remete diretamente para as famosas cassetes que circularam em 1989 e que viriam a abalar não só a carreira, mas também a vida pessoal do arquiteto.

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As cassetes que chocaram o país

Em 1989, a imprensa foi surpreendida por um visitante inesperado: um homem que se apresentou nas redações dos jornais a vender cassetes de vídeo com gravações explícitas do arquiteto em encontros íntimos com mulheres da alta sociedade e até com alunas no seu escritório nas Amoreiras.

A revista Semana Ilustrada baptizou o escândalo como “As Loucuras Sexuais de Tomás Taveira”, um título que ficaria marcado na memória coletiva. Mais tarde, a revista espanhola Interviú tentou lucrar com a curiosidade em torno do caso, lançando 20 mil exemplares destinados ao mercado português — grande parte acabou apreendida pela polícia.

A única mulher envolvida a 100%: Amarílis Taveira

Se muitas mulheres viram os seus nomes associados ao caso, a única que se viu verdadeiramente envolvida de forma integral foi Amarílis Taveira, então esposa do arquiteto. Figura conhecida do jet set português, habituada a aparecer em revistas sociais, Amarílis viu-se arrastada para o centro da polémica.

Com rumores, boatos e especulações a mancharem a sua imagem, foi praticamente “forçada” a desaparecer da vida pública. Mais tarde, já divorciada, regressou aos eventos sociais, mas sob o nome de Amarílis Cristina, numa tentativa de refazer a sua vida longe do peso do escândalo.

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O eco de uma história que nunca morreu

Passadas mais de três décadas, o caso continua a suscitar curiosidade e a ser tema de debate, agora reavivado pela ficção televisiva. Para uns, “O Arquiteto” é apenas uma série de época; para outros, é a reabertura de um capítulo que marcou para sempre a vida pública portuguesa e, sobretudo, a de uma mulher que acabou por ser colateral de uma das maiores polémicas mediáticas nacionais.