O actor, praticante budista desde os anos 70, explica como transmite os seus valores aos três filhos — sem imposições, sem dogmas e sempre com o exemplo como guia.
Richard Gere não é apenas um dos rostos mais icónicos de Hollywood: há mais de quatro décadas que é também uma das figuras públicas mais profundamente ligadas ao budismo tibetano. A ligação começou nos anos 70, quando foi apresentado à filosofia pelos monges tibetanos, e culminou numa amizade duradoura com o próprio Dalai Lama — uma influência que continua a moldar a visão de Gere sobre a vida, a felicidade e, sobretudo, a parentalidade.
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Durante o DOC NYC Visionaries Tribute Luncheon, em Nova Iorque, o actor, hoje com 76 anos, partilhou com a revista PEOPLE a principal lição que tenta transmitir aos seus três filhos. Não é um mantra complexo, nem um ritual espiritual — é algo muito mais simples e universal: “Mostrar bondade. É a melhor coisa que podes fazer.”
Gere faz questão de ensinar pelo exemplo. Não força crenças, não impõe práticas, não exige que os filhos sigam o mesmo caminho espiritual. Essa abordagem ficou particularmente clara com o filho mais velho, Homer James Jigme Gere, de 25 anos. O nome do meio — Jigme — significa “destemido” em tibetano, uma homenagem da família às raízes budistas do actor.
Hoje, Homer é meditador — mas chegou lá por escolha própria. “Ele agradece-me por nunca o pressionar”, contou Gere. O actor sempre acreditou que a espiritualidade não se impõe: descobre-se.
Além de Homer, Gere é pai de Alexander, de 6 anos, e James, de 5, filhos de Alejandra Silva. E a lição que deseja que os três levem para a vida não poderia ser mais clara: cultivar aquilo a que chama “bondade básica”.
Para ilustrar este princípio, Gere recordou uma história envolvendo o Dalai Lama que o marcou profundamente. Um casal amigo, preocupado sobre como educar uma criança num mundo tão turbulento, procurou o conselho do líder espiritual. A resposta foi inesperadamente simples: “Ensina-os a serem gentis com os insectos.”
O Dalai Lama explicou que a maior parte das pessoas não pensa duas vezes antes de esmagar um insecto, uma vida minúscula e aparentemente irrelevante. Mas aprender a respeitar até essa forma de vida implica desenvolver uma sensibilidade capaz de se estender a tudo e a todos. É um treino de compaixão que molda toda a existência.
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Gere aprofunda esta ideia no documentário Wisdom of Happiness, que produziu e que explora precisamente os ensinamentos do Dalai Lama. E o actor não tem dúvidas: a felicidade que procuramos começa nos gestos de bondade. “Somos seres sensíveis, criaturas de compaixão. Sentimo-nos melhor quando agimos assim”, explica. “Ajudar alguém não só beneficia o outro — faz algo ao nosso próprio coração.”
Num mundo cada vez mais acelerado, ruidoso e tenso, Gere recupera uma sabedoria que parece simples mas nunca foi tão necessária: a bondade transforma. Primeiro o outro. Depois, quem a pratica.
