Quentin Tarantino Recorda o Fracasso de Death Proof e Como Voltou ao Topo

O “namoro” falhado com o público

Na longa e aplaudida carreira de Quentin Tarantino, há um título que continua a ser lembrado como a sua maior pedra no sapato: Death Proof (2007). Parte do projeto duplo Grindhouse, em parceria com Robert Rodriguez, o filme foi pensado como homenagem ao cinema de exploração dos anos 70. Mas a aposta não resultou. Com um orçamento de 67 milhões de dólares, o projeto abriu apenas em quarto lugar na bilheteira norte-americana, arrecadando 11,5 milhões no fim de semana de estreia.

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No Festival de Cinema de Burbank, onde recebeu o Vanguard Award, Tarantino confessou que esse fracasso “abalou a sua confiança”:

“Na altura senti que a audiência era a minha namorada… e que tinha acabado comigo.”

Conselhos de gigantes

O realizador contou que procurou conforto junto de dois mentores: Tony Scott e Steven Spielberg. Ambos o tranquilizaram, lembrando-lhe que o essencial era ter feito o filme que queria fazer. Spielberg deixou-lhe ainda uma lição que Tarantino nunca esqueceu:

“Agora que sabes o que é ter um flop, o próximo sucesso vais saboreá-lo mais do que todos os anteriores.”

O regresso triunfal

A profecia cumpriu-se em 2009. Dois anos após Death Proof, Tarantino lançou Inglourious Basterds, que se tornou num sucesso global: 321 milhões de dólares em bilheteira mundial, superando até o fenómeno Pulp Fiction. Três anos depois, com Django Unchained (2012), bateu todos os recordes da sua carreira, atingindo 426 milhões a nível global.

O futuro em aberto

Questionado em Burbank sobre o mítico “10º e último filme”, Tarantino reiterou: “Esse é o plano, vamos ver.” Depois de cancelar o projeto The Critic em 2024, o realizador admite estar a escrever uma peça de teatro, que poderá ou não ser adaptada ao cinema.

Um legado celebrado

A conversa no festival percorreu a sua carreira, desde os dias em que trabalhava num videoclube até ao apoio decisivo de Harvey Keitel em Reservoir Dogs, passando por curiosidades como a insistência de Bruce Willis para entrar em Pulp Fiction.

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No final, a cidade de El Segundo, onde Tarantino viveu parte da infância, declarou oficialmente 28 de setembro como o “Dia de Quentin Tarantino” — mais uma homenagem a um cineasta que, mesmo após um tropeço, voltou a erguer-se e cimentou o estatuto de lenda viva de Hollywood.

Leonardo DiCaprio e o Desafio de “Django Unchained”: Como Samuel L. Jackson o Conquistou 💥🎥

No universo do cinema, alguns papéis exigem uma profundidade emocional e uma coragem surpreendentes. Foi exatamente o caso de Leonardo DiCaprio em Django Unchained (2012), de Quentin Tarantino, onde o ator interpretou Calvin Candie, um cruel proprietário de escravos. Recentemente, Jamie Foxx, colega de elenco, revelou como DiCaprio enfrentou dificuldades em usar insultos raciais no filme, até que Samuel L. Jackson interveio de forma memorável.

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“Diz essa porcaria!” – O Momento que Quebrou o Gelo 🗣️

Segundo Foxx, DiCaprio estava visivelmente desconfortável com as falas que envolviam insultos raciais durante os ensaios. “Leo parou a leitura e disse: ‘Pessoal, não consigo fazer isto. Não sou eu,’” recordou Foxx numa entrevista à Vanity Fair. Foi então que Samuel L. Jackson, com o seu jeito inconfundível, encorajou-o da forma mais direta possível: “Diz essa porcaria, seu [impropriedade]! É só mais uma terça-feira. Que se lixem!”

Este momento parece ter marcado um ponto de viragem para DiCaprio, que, com a ajuda do apoio de Jackson e de Foxx, mergulhou completamente na sua personagem. Foxx relembra ainda ter dito ao colega: “Não vais conseguir interpretar esta personagem até entenderes o que foi a escravatura. Foi horrível. Foi devastador.” O resultado foi evidente. No dia seguinte, DiCaprio chegou ao set com uma nova intensidade e recusou até falar com Foxx fora das cenas, indicando que estava completamente imerso no papel.

O Sucesso de “Django Unchained” 🌟

O esforço de DiCaprio e do restante elenco foi recompensado. Django Unchained tornou-se o filme de maior bilheteira de Tarantino, arrecadando quase 500 milhões de dólares a nível mundial. O filme recebeu aclamação da crítica e vários prémios, incluindo o Óscar de Melhor Argumento Original para Tarantino e Melhor Ator Secundário para Christoph Waltz, que interpretou o carismático Dr. King Schultz.

Infelizmente, DiCaprio não foi nomeado para o Óscar, mas conseguiu uma nomeação para o Globo de Ouro pela sua impressionante interpretação de Calvin Candie.

Tarantino e o Cinema: Sempre no Centro da Controvérsia 🎬🔥

Enquanto Django Unchained continua a ser celebrado, Tarantino mantém-se uma figura polarizadora na indústria. Recentemente, o realizador defendeu a sua admiração por Joker 2 contra as críticas, afirmando: “Que importa o que gosto?” Uma resposta tão contundente quanto os seus filmes.

Jamie Foxx, por sua vez, mantém-se ativo na indústria, protagonizando o filme de ação Back In Action, que, embora tenha recebido críticas mistas, prova que o ator continua a desafiar-se em novos projetos.

Legado de “Django Unchained”

Mais de uma década após o seu lançamento, Django Unchained continua a ser um marco no cinema, tanto pelo seu impacto social como pelo desempenho inesquecível do elenco. A determinação de Leonardo DiCaprio em ultrapassar barreiras pessoais para dar vida ao vilão Calvin Candie é um exemplo poderoso de como o cinema pode exigir mais do que talento – exige coragem.

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