🏛️ O Palácio de Cidadãos: Um Retrato Íntimo da Assembleia da República

O documentário O Palácio de Cidadãos, realizado por Rui Pires, oferece uma visão inédita do funcionamento interno da Assembleia da República portuguesa. Filmado ao longo de um ano, entre 2018 e 2019, o filme acompanha o trabalho diário dos deputados, destacando debates, votações e a interação com a sociedade civil. 

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🎥 Uma Janela para a Democracia

Durante o período de filmagem, Rui Pires captou momentos significativos, como as discussões sobre a Lei de Bases da Habitação, aprovada em 2019. O documentário revela não apenas os processos legislativos, mas também o envolvimento dos cidadãos nas decisões políticas, evidenciando a importância da participação cívica. 


🗣️ Testemunhos de Dirigentes Políticos

Na antestreia do filme, realizada no Cinema Ideal em Lisboa, diversos dirigentes partidários expressaram a sua nostalgia e apreço pela representação autêntica da Assembleia. Rui Tavares, do Livre, destacou o afeto e interesse das pessoas pela “casa que é de nós todos”. Catarina Martins, ex-coordenadora do BE, enfatizou o papel dos cidadãos nas conquistas políticas, enquanto Paula Santos, do PCP, sublinhou o envolvimento da sociedade civil no processo legislativo. Angélique Da Teresa, da IL, e Carlos Reis, do PSD, também elogiaram a abordagem do documentário. 


📅 Estreia e Exibições

O Palácio de Cidadãos estreou a 24 de abril de 2025 e está em exibição em várias salas de cinema em Portugal. O filme é uma co-produção da Monomito Argumentistas e da Terratreme Filmes, com o apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual. 


“Os Mil Dias de Allende”: A Minissérie Estreia em Portugal no TVCine

TVCine Edition prepara-se para estrear, no próximo dia 22 de outubro, pelas 22h10, a minissérie “Os Mil Dias de Allende”, um retrato emocionante da ascensão e queda de Salvador Allende, o histórico presidente chileno. Esta série de quatro episódios promete trazer ao público português uma visão detalhada sobre o percurso de Allende até ao fatídico golpe de Estado de 1973, liderado por Augusto Pinochet.

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A minissérie narra a história desde a campanha presidencial de Allende até ao bombardeamento do palácio presidencial de La Moneda, a 11 de setembro de 1973. Durante este ataque, Allende, que se recusou a render-se, ordena ao seu jovem conselheiro, Manuel Ruiz, que fuja do local e sobreviva para contar ao mundo os ideais de mudança social que estavam em curso no Chile. Cinquenta anos depois, Ruiz, agora advogado e residente em Espanha, revive esses mil dias em que o Chile tentou concretizar uma revolução democrática e social, sem sacrificar as liberdades e a democracia.

Esta obra é uma co-produção entre Chile, Espanha e Argentina, e conta com a realização de Nicolás Acuña. O elenco inclui Alfredo Castro no papel principal, ao lado de Pablo Capuz, Susana Hidalgo, Aline Küppenheim e Francisca Gavilán. A estreia mundial da série ocorreu no Festival de San Sebastián, em 2023, marcando os 50 anos do golpe de Estado que interrompeu o projeto socialista de Allende.

Com um tom de thriller político, “Os Mil Dias de Allende” propõe uma reflexão sobre a importância da democracia, convidando o público a conhecer de perto um dos períodos mais turbulentos da história contemporânea. A série estará disponível em exclusivo no TVCine Edition e no TVCine+, sendo exibida semanalmente a partir de 22 de outubro.

Esta é uma oportunidade imperdível para os fãs de cinema, política e história, que poderão reviver um dos momentos mais impactantes do século XX, através de uma produção envolvente e de grande qualidade.

‘Reality’: O Caso que Continua a Assombrar as Eleições Americanas

O filme Reality, realizado por Tina Satter, retrata de forma crua e meticulosa o interrogatório de Reality Winner, a jovem que divulgou informações confidenciais sobre a interferência russa nas eleições americanas de 2016. Esta obra cinematográfica é uma estreia impressionante de Satter no grande ecrã, trazendo consigo uma tensão quase palpável, sustentada pela reconstituição fiel de cada palavra trocada durante o interrogatório que culminou na detenção de Winner.

O título Reality não só remete para o conceito de realidade em si, mas também para o nome improvável da protagonista, Reality Winner, que em 2017 foi abordada pelo FBI depois de ter libertado um relatório confidencial da Agência de Segurança Nacional (NSA), onde trabalhava como tradutora. Este documento revelava a interferência russa nas eleições americanas de 2016. Reality, uma jovem de 25 anos e veterana da Força Aérea dos Estados Unidos, acabou por ser sentenciada a cinco anos de prisão – a maior pena de sempre para um caso de fuga de informação deste tipo.

A Reconstrução do Dia Decisivo

O ponto fulcral de Reality decorre a 3 de julho de 2017, quando Winner regressa a casa em Augusta, Geórgia, após uma ida ao supermercado. Antes de conseguir entrar, é interpelada por dois agentes do FBI, que a confrontam com o seu crime. Este momento é recriado no filme de forma absolutamente fiel, onde cada detalhe conta, desde a posição dos agentes até à descrição das compras que Reality transportava. O filme de Tina Satter tem como base a transcrição integral do interrogatório realizado pelo FBI, o que lhe confere um realismo cronometrado, quase documental.

A Precisão do Argumento

O argumento de Reality não inventa nem enfeita. Satter, também dramaturga, construiu o filme a partir da peça que estreou em 2019, baseada exatamente na transcrição daquele dia. No ecrã, os diálogos reproduzem palavra por palavra o que foi dito durante o interrogatório. Em várias ocasiões, as falas são acompanhadas pelas próprias transcrições escritas, exibidas para o público como forma de intensificar a experiência. Desta maneira, o espectador sente o desconforto e a banalidade do momento, onde a vida quotidiana de Reality Winner se mistura com a gravidade da situação, revelando a linha ténue entre a autoridade e o cidadão comum.

Minimalismo e Suspense

A força de Reality reside no minimalismo com que constrói o seu suspense. O filme evita qualquer dramatização desnecessária e mantém-se fiel ao material não dramático em que se baseia. A relação entre Winner e os agentes do FBI oscila entre o absurdo e o opressor, com conversas aparentemente triviais sobre crossfit e os animais de estimação de Winner a contrapor a seriedade da investigação. Esta justaposição cria momentos de comédia negra que amplificam a tensão subjacente.

Reality não procura forçar qualquer comentário político direto, mas a sua fiel reconstituição deste caso serve de lembrete do poder das forças de autoridade e da fragilidade do indivíduo perante o Estado. Embora o filme seja um retrato particular da paranoia política americana, o seu impacto vai além das fronteiras dos Estados Unidos. Com novas eleições americanas a aproximarem-se, Reality relembra-nos de como a democracia pode ser vulnerável a ameaças, internas e externas, e da importância de denunciar injustiças, mesmo quando o preço a pagar é elevado.

Conclusão

O filme Reality é um testemunho da complexidade da vida moderna e da fragilidade da nossa condição como cidadãos num mundo onde a informação e o controlo caminham de mãos dadas. Ao reconstituir um momento de enorme tensão política e pessoal, Tina Satter criou uma obra que nos leva a refletir sobre a natureza do poder, da verdade e da justiça. O caso de Reality Winner serve como um alerta constante sobre os riscos inerentes à transparência e às fugas de informação em sociedades democráticas.