The Shrouds – As Mortalhas: David Cronenberg Confronta o Luto com Tecnologia e Horror Psicológico 🖤📱⚰️

O regresso inquietante de um mestre do cinema

O pioneiro do body horror está de volta. The Shrouds – As Mortalhas, o mais recente filme de David Cronenberg, estreia já este sábado, 27 de setembro, às 21h30, em exclusivo no TVCine Top e TVCine+ .

Descrito como um dos projetos mais pessoais do realizador canadiano — escrito após a morte da sua mulher —, o filme mergulha no território onde o luto e a tecnologia se cruzam de forma perturbadora.

Uma app que fala com os mortos

A narrativa acompanha Karsh (interpretado por Vincent Cassel), um empresário de tecnologia devastado pela morte da esposa, Becca (Diane Kruger). Incapaz de aceitar a perda, Karsh cria uma invenção polémica: mortalhas inteligentes, que permitem aos vivos observar os corpos dos seus entes queridos em tempo real, mesmo após a morte.

Instalado em cemitérios de última geração, o sistema transforma o luto num negócio — mas também abre portas que nunca deveriam ter sido abertas. Quando vários caixões são profanados, Karsh vê-se envolvido numa teia de conspiração, paranoia e feridas emocionais que o obrigam a confrontar os limites da dor, da memória e da própria intimidade.

Cronenberg na sua essência

Fiel ao seu estilo, Cronenberg volta a explorar o lado mais inquietante da condição humana, onde corpo, tecnologia e psicologia se entrelaçam em cenários desconfortáveis. Mas aqui há uma camada extra de intensidade: a inspiração autobiográfica. O realizador escreveu o guião após a morte da sua companheira, transformando The Shrouds num filme que é ao mesmo tempo arte, catarse e reflexão sobre o ato de “deixar partir”.

Um elenco de peso

Além de Vincent Cassel e Diane Kruger, o filme conta com interpretações que reforçam o ambiente claustrofóbico e emocional da história. Juntos, dão corpo a uma narrativa que questiona os limites da nossa necessidade de ligação com quem já partiu.

Uma estreia a não perder

Mais do que um filme de terror, The Shrouds – As Mortalhas é um drama psicológico desconcertante que desafia o espectador a refletir sobre a fronteira entre intimidade e invasão, memória e obsessão. Uma experiência cinematográfica imperdível para fãs de Cronenberg — e para todos os que não têm medo de encarar o lado mais sombrio da tecnologia.

David Cronenberg está de regresso com The Shrouds

David Cronenberg regressa ao grande ecrã com The Shrouds, um thriller psicológico profundamente pessoal que explora o luto e a ligação entre os vivos e os mortos. O filme, protagonizado por Vincent CasselDiane KrugerGuy Pearce e Sandrine Holt, estreou no Festival de Cannes de 2024 e tem gerado grande expectativa entre os fãs do realizador canadiano. 

Uma narrativa sobre luto e tecnologia

Em The Shrouds, Cassel interpreta Karsh, um empresário inovador que, após a morte da esposa, desenvolve uma tecnologia controversa que permite aos enlutados observar em tempo real a decomposição dos seus entes queridos através de mortalhas funerárias. A trama intensifica-se quando várias sepulturas, incluindo a da sua esposa, são vandalizadas, levando Karsh a questionar as suas motivações e a natureza da sua invenção. 

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Reflexões pessoais de Cronenberg

Cronenberg descreve The Shrouds como um projeto profundamente pessoal, inspirado pela perda da sua própria esposa. Em entrevistas, o realizador revelou que o filme serve como uma forma de processar o seu luto, utilizando a ficção para explorar emoções reais e complexas.

Estreia e distribuição

O filme estreou no Festival de Cannes em 2024 e tem sido apresentado em diversos festivais internacionais desde então. A distribuição comercial está prevista para 2025, embora as datas específicas de lançamento em Portugal e no Brasil ainda não tenham sido confirmadas.

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Viggo Mortensen Reflete Sobre “A History of Violence”: Um Clássico do Cinema Noir

Lançado em 2005, A History of Violence continua a ser um marco no cinema contemporâneo, misturando ação intensa e profundidade psicológica sob a direção inconfundível de David Cronenberg. Viggo Mortensen, protagonista do filme, não hesita em elogiá-lo, descrevendo-o como “um dos melhores filmes” em que já participou. Em recente entrevista, o ator destacou o processo criativo e algumas curiosidades de bastidores que mostram o nível de dedicação que trouxe a esta obra.

Um Guião Reescrito para a Perfeição

Inicialmente, Mortensen teve reservas em relação ao guião. A primeira versão, escrita por Josh Olson, não o impressionou. “Era mais de 120 páginas de caos; meio sem sentido, honestamente”, afirmou. No entanto, após conhecer David Cronenberg, Mortensen mudou de opinião. O realizador reimaginou o material, transformando-o numa narrativa mais coerente e rica, alinhada com os elementos que tornaram o filme um clássico moderno. Para Mortensen, esta abordagem tornou A History of Violence “um filme noir quase perfeito”.

Humor nos Bastidores: A Cena do Bar com Ed Harris

Apesar do tom sombrio e intenso do filme, os bastidores tiveram momentos inesperados de leveza. Durante a gravação da primeira cena no bar, Mortensen não conseguia parar de rir. A situação tornou-se tão complicada que Ed Harris decidiu concluir a cena sem calças, vestindo apenas roupa interior, algo que não é visível no produto final devido à posição da mesa. Esta estratégia obrigou Mortensen a manter a seriedade durante a cena, criando uma dinâmica única que acabou por ser usada no filme.

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A Imersão no Papel: Viggo e os Detalhes Autênticos

Viggo Mortensen é conhecido pela sua dedicação aos papéis que interpreta, e A History of Violence não foi exceção. Para se conectar mais profundamente com o personagem Tom Stall, Mortensen fez uma viagem ao Midwest americano, onde comprou vários adereços para o cenário do diner e da casa da família Stall. Entre os objetos que adquiriu, destaca-se um poster de tipos de peixes, visível na parede do restaurante, que reflete o estilo de vida simples do protagonista.

Um Clássico Moderno do Cinema Noir

A History of Violence foi amplamente aclamado pela crítica, não apenas pela sua abordagem inovadora ao género noir, mas também pelas performances memoráveis de Mortensen, Ed Harris e Maria Bello. A atenção aos detalhes, tanto no guião quanto na direção de arte, elevou o filme a um estatuto quase mítico dentro da filmografia de Cronenberg.

Para Mortensen, a combinação de um guião reimaginado, direção meticulosa e atuações envolventes fazem deste filme uma experiência cinematográfica que continua a ressoar. “Não existe um filme perfeito, mas este chega muito perto”, concluiu o ator.

Mohammad Rasoulof Vence Grande Prémio do LEFFEST com Filme Sobre o Irão

O realizador iraniano Mohammad Rasoulof conquistou o Grande Prémio do LEFFEST – Lisbon & Sintra Film Festival – com o seu mais recente filme, “Les Graines du Figuier Sauvage”. A obra, que aborda os protestos pela morte de Mahsa Amini em 2022, foi aclamada pela sua abordagem íntima e crítica aos conflitos sociais e políticos no Irão.

Uma Reflexão Sobre Justiça e Família

O filme explora os dilemas de uma família iraniana cujo pai, um juiz de instrução, se vê envolvido numa crise moral no contexto das tensões políticas e sociais. Rasoulof, que é conhecido pela sua oposição ao regime iraniano, destacou-se novamente pela forma como combina narrativas pessoais e questões universais.

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“Les Graines du Figuier Sauvage” já havia sido premiado em Cannes com o Prémio da Crítica Internacional e do Júri Ecuménico, reforçando a relevância do cinema como meio de resistência e reflexão.

Outros Vencedores do LEFFEST

O festival premiou ainda dois filmes com o Grande Prémio do Júri: “The Shrouds”, de David Cronenberg, e “Rendez-vous avec Pol Pot”, de Rithy Panh. Ambas as obras receberam elogios pela sua profundidade narrativa e abordagens únicas.

Na categoria de Melhor Interpretação Feminina, o júri reconheceu o conjunto de atrizes de “Vermiglio”, enquanto Karim Leklou levou o prémio de Melhor Interpretação Masculina por “Le Roman de Jim”.

O LEFFEST destacou-se, mais uma vez, pela qualidade da sua programação e pelo compromisso em promover discussões relevantes através do cinema.

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Hollywood Regressa ao Universo de Terror de “A Mosca”: Um Novo Projeto Inspirado no Clássico de David Cronenberg

Hollywood está pronta para revisitar um dos clássicos mais aterradores do cinema, A Mosca, filme de culto dirigido por David Cronenberg em 1986 e protagonizado por Jeff Goldblum e Geena Davis. A realizadora norte-americana Nikyatu Jusu, conhecida pelo seu trabalho inovador em filmes de terror, assume agora o desafio de expandir o universo deste clássico do body horror, numa produção desenvolvida pela 20th Century Studios e Chernin Entertainment, em colaboração com a Disney.

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Contudo, Jusu não pretende criar um remake. Em vez disso, a sua visão passa por explorar novos caminhos dentro do universo sombrio e transformador de Cronenberg, trazendo uma perspetiva moderna ao tema da metamorfose humana. A ideia é captar a essência e o legado do filme original, mantendo o foco nos efeitos práticos e visuais que foram uma marca dos filmes de terror dos anos 80. Estes efeitos práticos, que resultaram numa experiência visceral e inesquecível para o público, renderam ao filme original um Óscar de Melhor Caracterização, um feito raro para o género.

A História e o Legado de “A Mosca”

O filme de Cronenberg conta a história de Seth Brundle, um cientista excêntrico interpretado por Jeff Goldblum, que, ao desenvolver uma máquina de teletransporte, decide testar o equipamento em si mesmo. Sem saber, uma mosca entra na câmara de teletransporte e, durante a transferência, os genes de ambos se fundem. A partir desse momento, Brundle inicia uma transformação lenta e grotesca, que mistura horror e tragédia numa narrativa que explora os limites do corpo humano e a perda de identidade. Esta história, com um tom provocante e intenso, consolidou a reputação de Cronenberg como um mestre do body horror, um subgénero que explora as mutações e transformações corporais como fonte de terror.

A nova abordagem de Jusu terá como objetivo expandir esta visão de transformação e terror psicológico, mantendo a intensidade e profundidade emocional da obra original. Segundo fontes, Jusu está empenhada em honrar a herança de Cronenberg, apostando numa narrativa que utiliza o terror para abordar questões contemporâneas sobre identidade, ética científica e as consequências da tecnologia. A realizadora pretende, assim, manter a autenticidade do original, mas enriquecer a história com temas atuais que falam diretamente à audiência moderna.

Nikyatu Jusu: Uma Nova Voz no Terror

Jusu tem-se afirmado como uma das cineastas de terror mais promissoras dos últimos anos, especialmente após o sucesso de Nanny (2022), um thriller psicológico que ganhou o prémio principal no Festival de Sundance. A sua entrada no universo de A Mosca é um passo significativo numa carreira que se destaca por explorar as emoções e conflitos humanos através de uma lente de terror. Para além deste projeto, Jusu está envolvida na criação de uma sequela do clássico A Noite dos Mortos-Vivos (1968), de George Romero, e numa nova produção de terror em colaboração com Jordan Peele, cineasta conhecido por redefinir o género com filmes como Get Out e Us.

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Com esta nova abordagem, Jusu traz uma visão fresca e ambiciosa ao género do body horror, refletindo a tendência de Hollywood em explorar novas narrativas dentro de universos já estabelecidos. O seu envolvimento no projeto traz uma perspetiva diversificada e inovadora que poderá atrair tanto fãs do filme original como uma nova geração de espectadores.

A Mosca e o Futuro do Terror em Hollywood

O regresso ao universo de A Mosca é um exemplo do esforço de Hollywood em revitalizar clássicos do terror, mantendo a autenticidade e o legado destes filmes ao mesmo tempo que os adapta a sensibilidades modernas. Com Nikyatu Jusu à frente deste novo projeto, o público pode esperar uma obra que honra o impacto visual e psicológico do original, utilizando técnicas de efeitos práticos e uma narrativa envolvente para mergulhar os espectadores num novo capítulo de terror.

Este regresso a A Mosca representa mais do que uma homenagem; é uma tentativa de dar continuidade ao impacto do body horror, explorando as ansiedades modernas sobre a evolução científica e os limites da humanidade. Este projeto insere-se numa tendência crescente em Hollywood de revisitar e expandir universos de filmes de culto, proporcionando aos espectadores uma experiência de terror que, à semelhança do filme original de Cronenberg, promete ser visceral, provocante e inesquecível.