Argumento ficará a cargo de Dave Callaham e o projecto promete uma abordagem “swashbuckling” e original
A Disney continua determinada a explorar o seu catálogo de personagens clássicas em imagem real — e desta vez o foco recai sobre um dos vilões mais carismáticos (e detestáveis) do seu panteão. Gaston, antagonista de A Bela e o Monstro, vai ser o protagonista de um novo filme autónomo em imagem real, actualmente em desenvolvimento nos estúdios da Casa do Rato.
De acordo com informações avançadas pela Deadline, o argumento está a ser desenvolvido por Dave Callaham, conhecido pelo seu trabalho em Spider-Man: Across the Spider-Verse, enquanto a produção ficará a cargo de Michelle Rejwan, que já colaborou com a Disney em projectos como Star Wars: O Despertar da Força e a série Andor. Trata-se, desde já, de um sinal claro de que o estúdio quer dar ao projecto uma dimensão cinematográfica ambiciosa e não apenas um exercício derivativo.
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Um novo Gaston, uma nova abordagem
Importa esclarecer desde já um ponto essencial: este filme não tem qualquer ligação directa à série prequela de A Bela e o Monstro anunciada para o Disney+, protagonizada por Josh Gad e Luke Evans, que acabou por ser cancelada antes de entrar em produção. O novo projecto será totalmente independente, com um novo actor a interpretar Gaston e uma abordagem que se afasta deliberadamente do filme em imagem real de 2017.
Segundo a Deadline, o argumento — que teve versões anteriores assinadas por Kate Herron e Briony Redman(conhecidas pelo trabalho em Doctor Who) — está agora a ser reformulado como uma história “nova e original”, com um tom assumidamente aventureiro e espadachim, algo que terá agradado bastante aos executivos da Disney nesta fase inicial de desenvolvimento.
Não se espera, para já, que o filme seja um musical, nem que inclua personagens como LeFou. A ideia parece ser reinventar Gaston fora do contexto imediato de Belle e da aldeia que conhecemos, apostando numa narrativa mais expansiva e cinematográfica.
Vilões Disney: entre sucessos e tropeções
A aposta da Disney em filmes centrados nos seus vilões tem tido resultados irregulares. Maleficent e a sua sequela Mistress of Evil dividiram opiniões e nunca alcançaram o estatuto de clássico moderno, enquanto Cruella, realizado por Craig Gillespie, acabou por surpreender pela energia visual e pela reinvenção estilística da personagem.
É precisamente nesse equilíbrio delicado que o filme de Gaston se posiciona. O personagem é, desde há décadas, um dos vilões mais icónicos da Disney: narcisista, fisicamente imponente, convencido da sua superioridade e profundamente tóxico. Transformá-lo num protagonista exige cuidado — e uma clara consciência do que o torna fascinante sem o tornar simpático à força.
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Curiosidade em alta, cautela mantida
Com um argumentista sólido, uma produtora experiente e uma personagem que o público adora odiar, o projecto desperta curiosidade. Resta saber se a Disney conseguirá evitar os lugares-comuns e justificar verdadeiramente a existência deste spin-off.
Por agora, o filme de Gaston está ainda numa fase embrionária, sem realizador ou data de estreia anunciados. Mas, conhecendo a estratégia recente do estúdio, dificilmente ficará esquecido na gaveta.
