“Apanhado a Roubar”: Austin Butler levado ao limite num thriller imperfeito mas arrebatador de Darren Aronofsky

Um sonho perdido, um favor fatal

Hank Thompson (Austin Butler) foi, em tempos, uma promessa do basebol, mas um acidente roubou-lhe o futuro. Agora vive uma vida aparentemente tranquila em Nova Iorque: é barman, partilha o dia a dia com a namorada (Zoë Kravitz) e apoia religiosamente a sua equipa favorita. Tudo muda quando o vizinho punk (Matt Smith) lhe pede para tomar conta do gato durante uns dias. De repente, Hank vê-se no meio de uma conspiração violenta com gangsters à perna — e sem perceber porquê.

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Butler no centro da tempestade

Austin Butler é o coração pulsante do filme. A sua interpretação traz camadas de dor, arrependimento e raiva contida, transformando Hank num anti-herói atormentado. Mais do que sobreviver, o personagem parece lutar contra os fantasmas de tudo o que perdeu. Darren Aronofsky, fiel ao seu estilo visceral, transforma cada cena de brutalidade física numa metáfora para as feridas invisíveis da alma.

O olhar cru de Aronofsky

Filmado por Matthew Libatique com uma crueza quase documental, Apanhado a Roubar mergulha-nos numa Nova Iorque suja e claustrofóbica. A cidade é um espelho da degradação interna do protagonista. A banda sonora de Rob Simonsen, gravada pela banda Idles, intensifica a atmosfera sufocante, ora pulsante, ora melancólica.

Violência, humor e o risco do desequilíbrio

A violência é extrema, mas nunca gratuita: traduz a descida de Hank ao seu próprio inferno. Ainda assim, Aronofsky injeta humor negro através de personagens caricaturais, como o mafioso russo de Nikita Kukushkin ou a dupla de vilões insana interpretada por Liev Schreiber e Vincent D’Onofrio. Esse contraste gera momentos de ironia eficaz, mas por vezes choca com o peso dramático da narrativa.

Um final que divide

Depois de tanto caos e intensidade, o desfecho surge surpreendentemente sereno, quase em contraste com a brutalidade anterior. A escolha de Aronofsky pode frustrar quem esperava uma verdadeira tragédia, mas também oferece ao público uma catarse inesperada.

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Apanhado a Roubar é imperfeito, mas fascinante. Darren Aronofsky volta a provocar desconforto e reflexão, confirmando que o seu cinema é sempre uma experiência visceral. Austin Butler assina aqui uma das interpretações mais intensas da carreira, dando corpo e alma a um protagonista em guerra consigo próprio. É um thriller duro, inquietante e por vezes contraditório — mas que não deixa ninguém indiferente.

Robert Downey Jr. Fala Sobre Elon Musk e Critica o Seu “Cosplay” de Tony Stark

Robert Downey Jr. e Elon Musk são duas personalidades que, embora de esferas diferentes, se cruzaram no imaginário popular devido às suas semelhanças com Tony Stark, o icónico personagem de Iron Man. Em 2010, Musk e Downey até partilharam uma breve cena em “Iron Man 2”, onde Tony Stark e Musk se encontram num luxuoso evento do Grande Prémio de Mónaco. Para Downey Jr., no entanto, as semelhanças entre Musk e Stark vão além da tela, mas com algumas reservas.

Em entrevista ao podcast “On with Kara Swisher”, Downey foi questionado sobre o comportamento de Musk, e a resposta foi sincera e um pouco crítica. “Eu gostaria que ele controlasse o seu comportamento um pouco mais,” disse Downey, referindo-se a Musk como “um homem branco americano de quase 60 anos que se está a recuperar” das suas escolhas de vida. Embora reconheça o valor das contribuições de Musk para a tecnologia e o transporte espacial, Downey afirmou não estar convencido com a ideia de que “tudo é aceitável desde que o objetivo seja chegar a Marte”.

A comparação entre Musk e Tony Stark não é casual. O argumentista de “Iron Man”Mark Fergus, já tinha revelado que a versão cinematográfica de Stark foi inspirada em parte na personalidade audaciosa e inovadora de Musk, misturando as qualidades de Donald Trump e Steve Jobs para criar um personagem que é simultaneamente carismático, excêntrico e um génio tecnológico. Essa combinação tornou-se icónica e, apesar da hesitação de Downey, Musk continua a manter a sua reputação de “Tony Stark da vida real”.

Atualmente, Musk é conhecido pelo seu trabalho como CEO da Tesla, fundador da SpaceX e proprietário da plataforma X (antiga Twitter). Mas o seu comportamento público, especialmente nas redes sociais, gera controvérsia e críticas, algo que outras figuras de Hollywood, como Michael Keaton, não hesitaram em criticar. Keaton chegou mesmo a afirmar que figuras como Musk e Trump “riem-se das pessoas que os apoiam” e que são desrespeitosos para com os seus seguidores.

A vida de Musk em breve será também explorada em formato de filme, com uma biografia autorizada a caminho, baseada no livro de Walter Isaacson e realizada por Darren Aronofsky. Entre os nomes sugeridos para o papel de Musk, Variety mencionou o próprio Robert Downey Jr., completando assim o círculo entre realidade e ficção. Para já, Downey mostra-se cauteloso, mas certamente curioso com o que o filme poderá trazer à luz.