Daniel Day-Lewis Quebra o Silêncio: “Nunca Quis Aposentar-me, Devia Ter Ficado Calado”

O regresso do mestre após oito anos afastado

Ele é considerado um dos maiores atores de sempre, dono de três Óscares de Melhor Ator, e em 2017 surpreendeu o mundo ao anunciar a sua retirada do cinema. Agora, Daniel Day-Lewis, 68 anos, regressa aos ecrãs e admite que a sua “reforma” nunca foi intencional.

Em entrevista à Rolling Stone, o protagonista de Lincoln e There Will Be Blood esclareceu:

“Nunca tive a intenção de me aposentar, de verdade. Apenas deixei de fazer esse tipo de trabalho para me dedicar a outras coisas. Aparentemente já fui acusado de me reformar duas vezes… Eu só queria trabalhar noutra área por um tempo. Olhando para trás, devia era ter ficado calado.”

Um regresso em família: 

Anemone

Day-Lewis manteve-se fora da ribalta quase uma década, até anunciar em 2024 o seu regresso no filme Anemone, realizado pelo seu filho de 27 anos, Ronan Day-Lewis. Pai e filho assinam juntos o argumento de uma história sobre os laços entre pais, filhos e irmãos, com estreia marcada para 3 de outubro.

O elenco conta ainda com Sean Bean e Samantha Morton, sob a chancela da Focus Features.

Amor pela arte, medo da exposição

Apesar da pausa, Day-Lewis garante que nunca perdeu o fascínio pela arte da representação:

“O trabalho era algo que eu amava. Nunca deixei de amar. Mas havia aspetos da vida que acompanhava esse trabalho com os quais nunca me senti confortável. Desde o início, até hoje, havia sempre algo nesse processo que me deixava esgotado.”

O ator confessou também ter sentido ansiedade em regressar à máquina de Hollywood, temendo o peso da indústria após tantos anos afastado.

O peso de um legado único

Antes de Phantom Thread (2017), que marcou a sua “despedida”, Day-Lewis já tinha conquistado três Óscares por O Meu Pé Esquerdo (1989), Haverá Sangue (2007) e Lincoln (2012), além de nomeações por Em Nome do PaiGangues de Nova Iorque e o próprio Phantom Thread.

Com Anemone, prova que o talento e a tentação de regressar nunca o abandonaram. Como ele próprio ironizou:

“Achei que ao dizer que não voltaria a atuar, ia proteger-me de futuras tentações. Mas o facto de ter voltado mostra apenas que não sou tão orgulhoso quanto pensava.”