Os Melhores Piores Filmes de Sempre: Uma Celebração do Involuntariamente Hilariante

O cinema tem a incrível capacidade de nos emocionar, inspirar e, ocasionalmente, divertir pelas razões erradas. Existem filmes tão desastradamente executados que ultrapassam a mediocridade e entram na categoria dos “so-bad-it’s-good” (tão maus que são bons). Estes projetos, feitos com seriedade e intenções nobres, falham de forma espetacular, tornando-se um deleite para cinéfilos que apreciam rir das suas incongruências.

Aproveitamos uma lista dos veteranos da Collider do 10 filmes mais essenciais desta peculiar categoria e tentamos sempre que possível ir buscar os Honest Trailers dos Screen Junkies um grupo divertidíssimo que atrai milhões de fãs no Youtube,

10. Batman & Robin (1997)

Realizador: Joel Schumacher

Este infame capítulo na saga do Homem-Morcego ficou conhecido pelo exagero em todos os aspetos. Desde os diálogos ridículos (“Ice to see you”, diz Arnold Schwarzenegger como Mr. Freeze) até aos fatos com mamilos, Batman & Robin é um desastre visual. George Clooney, um ator fenomenal, foi claramente mal escalado como Bruce Wayne, mas o humor involuntário do filme mantém-no como um favorito das sessões de “cinema de culto”.

9. Troll 2 (1990)

Realizador: Claudio Fragasso

Se pensava que um filme de monstros nunca poderia falhar completamente, Troll 2 prova o contrário. A maquilhagem amadora e o guião incoerente criam uma experiência hilariantemente terrível. Este é um clássico de sessões interativas onde o público se diverte a apontar as suas falhas gritantes.

8. Battlefield Earth (2000)

Realizador: Roger Christian

John Travolta mergulhou de cabeça nesta adaptação de um livro do fundador da Cientologia, L. Ron Hubbard, e arruinou a sua própria carreira no processo. Os visuais risíveis e o guião confuso tornam-no um estudo de caso de como não fazer ficção científica.

7. The Wicker Man (2006)

Realizador: Neil LaBute

Esta refilmagem do clássico de 1973 troca subtileza por performances exageradas. Nicolas Cage brilha pelo absurdo, culminando na agora famosa cena das “abelhas”. Apesar de ser uma catástrofe cinematográfica, é irresistível para quem procura rir às custas de um thriller mal executado.

6. The Happening (2008)

Realizador: M. Night Shyamalan

O que começou como uma homenagem aos filmes B de ficção científica transformou-se num exercício de ridículo. Mark Wahlberg, a interpretar um professor de ciências, entrega diálogos tão absurdos que transformam o terror ambiental num espetáculo cómico.

5. Miami Connection (1987)

Realizador: Richard Park Wu-sang

Uma mistura de artes marciais, dramas de crescimento pessoal e um comentário social que não faz sentido algum. Miami Connection é uma obra-prima involuntária com lutas mal coreografadas e performances que desafiam qualquer lógica narrativa.

4. Wish Upon (2017)

Realizador: John R. Leonetti

Este filme de terror tenta explorar a temática de desejos com consequências, mas falha em todos os níveis. O retrato estereotipado de adolescentes e as decisões absurdas dos personagens transformam-no num desastre difícil de desviar o olhar.

3. Fateful Findings (2014)

Realizador: Neil Breen

Neil Breen dirige, escreve, produz e protagoniza esta extravagância de egocentrismo cinematográfico. O enredo sobre conspirações governamentais é tão ridículo que se torna impossível levá-lo a sério, o que garante gargalhadas em cada cena.

2. Plan 9 From Outer Space (1959)

Realizador: Ed Wood

Considerado o melhor pior filme de sempre, Plan 9 mistura ficção científica com terror e diálogos que desafiam qualquer credibilidade. Bela Lugosi, a estrela principal, faleceu a meio da produção, o que forçou a equipa a improvisar com um substituto claramente diferente.

1. The Room (2003)

Realizador: Tommy Wiseau

O pináculo dos filmes so-bad-it’s-goodThe Room é uma tempestade perfeita de guião absurdo, interpretações desastrosas e subenredos que não levam a lado nenhum. Tommy Wiseau torna-se uma figura icónica pela sua dedicação desajeitada e diálogos como o lendário “Oh hi, Mark!”. Ainda hoje, sessões interativas de The Room atraem fãs de todo o mundo.

Porquê Adoramos Estes Filmes?

O fascínio dos filmes so-bad-it’s-good reside na sinceridade dos seus criadores. Eles não tentaram fazer algo risível, mas a sua falta de habilidade ou visão transformou-nos em experiências únicas e divertidas. Para quem aprecia a arte do cinema, estes desastres são uma lição valiosa de como a paixão, mesmo mal dirigida, pode criar algo verdadeiramente inesquecível.

Concordam com estes filmes? Têm Sugestões diferentes? Deixem-nos as vossas ideias nos comentários.

Os 10 Piores Filmes de Drama de Todos os Tempos, Segundo Roger Ebert

O filósofo Aristóteles acreditava que a parte mais importante de um drama era o enredo e a sua capacidade de conectar o público a cada detalhe da história. No cinema, os filmes dramáticos utilizam o simbolismo e o desenvolvimento de personagens para alcançar um resultado que evoca emoções. No entanto, os piores dramas falham em realizar qualquer uma dessas tarefas. O amado e opinativo crítico de cinema, Roger Ebert, seria o primeiro a apontar essas falhas, selecionando uma coleção de dramas que ele acreditava serem os piores de todos os tempos. Alguns desses filmes infames ganharam um lugar na sua lista dos mais odiados, apesar de serem favoritos dos fãs ou clássicos de culto.

Desde dramas históricos classificados como “X” até dramas biográficos e de guerra, as escolhas de Ebert para os piores do género buscaram um público amplo, conquistando alguns, mas nunca Ebert. As suas críticas severas e muitas vezes mordazes destacavam onde esses filmes se tornavam desastrosos, questionando porque alguns espectadores comprariam um bilhete para os ver. Os piores dramas de todos os tempos apresentam ícones de Hollywood e elencos repletos de estrelas, provando que nenhum elenco está a salvo da mordaz opinião de Ebert.

10. ‘Mommie Dearest’ (1981)

Apesar de uma recepção positiva do público e de se ter tornado um clássico de culto, Mommie Dearest recebeu apenas uma estrela de Ebert pela sua representação da relação abusiva entre a estrela de Hollywood Joan Crawford e a sua filha adotiva Christina. Numa performance icónica de Faye Dunaway como Crawford, o filme baseia-se no livro revelador de Christina, que expôs a sua mãe como uma alcoólica egoísta e abusiva. Para Ebert, “o filme nem sequer faz sentido narrativo”, pois carece de ritmo estratégico e estrutura lógica. A crítica de Ebert destacou a falta de profundidade psicológica ao retratar Joan Crawford como um monstro sem explorar as origens do seu comportamento abusivo. O filme é repetitivo e sensacionalista, deixando Ebert e outros críticos desanimados com a sua abordagem superficial ao tema do abuso infantil.

9. ‘The Scarlet Letter’ (1995)

A adaptação de 1995 de The Scarlet Letter ganhou uma crítica de uma estrela e meia de Ebert. Baseado no romance de Nathaniel Hawthorne, o filme tenta transformar uma história de culpa e penitência num romance banal. Hester Prynne (interpretada por Demi Moore) é condenada ao ostracismo na sua comunidade puritana após ter uma filha fora do casamento. O filme toma várias liberdades criativas, incluindo a romantização da relação entre Hester e o Reverendo Dimmesdale, que no livro original é um símbolo de hipocrisia. Ebert criticou duramente as cenas de sexo gratuitas e a transformação de Dimmesdale numa figura mais simpática, perdendo a essência moral do romance e tornando o drama numa narrativa superficial e desprovida de verdadeira carga emocional.

8. ‘Staying Alive’ (1983)

Staying Alive, a sequela de Saturday Night Fever, foi dirigida por Sylvester Stallone e recebeu uma crítica de uma estrela de Ebert. O filme segue Tony Manero (John Travolta) enquanto ele tenta fazer uma carreira na Broadway. Apesar do sucesso comercial, Ebert achou que o filme era uma sombra do seu antecessor, descrevendo-o como uma coleção de clichés sem qualquer substância dramática real. Para Ebert, o filme carecia da autenticidade e do realismo que tornaram Saturday Night Fever um clássico, substituindo o desenvolvimento de personagens por sequências de dança exageradas e um enredo previsível.

7. ‘Purple Hearts’ (1984)

Purple Hearts foi concebido como um drama de guerra, mas acabou por ser um romance de novela. O filme segue a relação entre um cirurgião da Marinha, Don Jardian (Ken Wahl), e uma enfermeira, Deborah Solomon (Cheryl Ladd), durante a Guerra do Vietname. Ebert, que deu ao filme meia estrela, criticou a sua abordagem melodramática e o enredo pouco credível. Em vez de explorar as realidades brutais da guerra, o filme opta por um romance sentimental e previsível, repleto de coincidências impossíveis e diálogos banais. A crítica de Ebert destacou a falta de autenticidade e a forma como o filme banalizou o horror da guerra ao transformá-lo num cenário para uma história de amor simplista.

6. ‘200 Cigarettes’ (1999)

200 CIGARETTES, Ben Affleck, Kate Hudson, Jay Mohr, 1999

Com um elenco repleto de estrelas, incluindo Ben Affleck, Paul Rudd e Christina Ricci, 200 Cigarettes tinha o potencial de ser um sucesso. No entanto, Ebert deu ao filme meia estrela, criticando o seu enredo sem rumo e a falta de desenvolvimento de personagens. Ambientado na véspera de Ano Novo de 1981, o filme tenta explorar temas como o amor e a solidão, mas falha em criar qualquer conexão emocional significativa com o público. Ebert lamentou a falta de química entre o elenco e a má utilização de talentos tão promissores, resultando num filme que, segundo ele, é “vazio e sem alma”.

5. ‘Bolero’ (1984)

Bolero, dirigido por John Derek, é outro filme que Ebert classificou com meia estrela. Este drama romântico segue a jovem Lida MacGillivery (Bo Derek) na sua busca por amor nos anos 1920, envolvendo-se em relações com um xeique marroquino e um toureiro espanhol. Ebert foi implacável na sua crítica, descrevendo o filme como uma sequência de cenas de conteúdo explícito sem qualquer coerência narrativa. Ele criticou o filme por ser uma obra vazia que apenas procura chocar, sem oferecer qualquer valor artístico ou dramático, concluindo que a única utilidade de Bolero seria como um exemplo de como não fazer cinema.

4. ‘Drop Squad’ (1994)

Drop Squad, realizado por David C. Johnson, recebeu apenas meia estrela de Ebert. O filme pretende ser uma crítica social, mas falha na execução. Segue a história de Bruford Jamison Jr., um executivo de publicidade afro-americano que é “reprogramado” por um grupo militante que se opõe às suas campanhas publicitárias degradantes dirigidas à comunidade negra. Ebert criticou o filme pela sua abordagem extremista e simplista ao problema do racismo, acusando-o de promover métodos totalitários como solução. Ele também destacou a falta de subtilidade e nuance no tratamento do tema, tornando o filme mais um exercício de pregação do que uma verdadeira reflexão dramática.

3. ‘The Green Berets’ (1968)

The Green Berets, um drama de guerra dirigido e protagonizado por John Wayne, foi considerado por Ebert como um dos piores filmes sobre a Guerra do Vietname. O filme foi acusado de ser propaganda militarista, ignorando as complexidades morais e políticas do conflito. Ebert deu zero estrelas ao filme, criticando a sua visão simplista do Vietname como uma luta entre “bons e maus”. Ele também apontou a falta de realismo e a glorificação excessiva da guerra, tornando-o, nas palavras de Ebert, “indigno das vidas que foram perdidas naquele conflito”.

2. ‘Mad Dog Time’ (1996)

Mad Dog Time, dirigido por Larry Bishop, é um drama de máfia que também recebeu zero estrelas de Ebert. O filme, estrelado por Richard Dreyfuss e Jeff Goldblum, tenta ser um thriller criminal, mas falha miseravelmente. Ebert criticou o filme pela sua falta de coerência e narrativa, descrevendo-o como uma série de cenas sem sentido onde os personagens simplesmente recitam diálogos sem emoção antes de serem mortos. Para Ebert, o filme foi um desperdício de talento e tempo, uma experiência cinematográfica que ele considerou totalmente desnecessária.

1. ‘Caligula’ (1979)

Caligula, dirigido por Tinto Brass, ocupa o topo da lista dos piores dramas de todos os tempos, segundo Roger Ebert. Este filme histórico e erótico é conhecido pelas suas cenas gráficas de violência e sexo, que incluem desde decapitação até necrofilia. Ebert foi implacável na sua crítica, classificando o filme com zero estrelas e chamando-o de “o pior filme que já vi”. Ele destacou a falta de qualquer valor artístico ou moral, acusando o filme de ser “lixo vergonhoso” tanto em termos de conteúdo quanto de execução. Para Ebert, Caligula não só falhou como drama, mas também como cinema, sendo uma experiência que ele achou repugnante e inútil.

Conclusão

Estas escolhas de Roger Ebert mostram como até os maiores nomes de Hollywood e filmes com grandes orçamentos não estão imunes a críticas severas. A análise de Ebert revela que um bom drama não depende apenas de um elenco forte ou de uma premissa interessante, mas sim de uma execução eficaz que conecte o público de forma significativa.