South Park em Risco? O Conflito Bilionário Que Pode Abalar o Futuro da Série Icónica

🔧 O que têm em comum uma comédia animada que já dura há 28 anos e um império mediático avaliado em milhares de milhões de dólares? A resposta: uma guerra de bastidores que ameaça parar South Park no auge do seu sucesso. Com a estreia da 27.ª temporada adiada para 23 de julho e ainda envolta em incerteza, o destino da série criada por Trey Parker e Matt Stone pode depender do desfecho de um braço-de-ferro que envolve Paramount, Skydance e um contrato avaliado em 3 mil milhões de dólares.

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O conflito surgiu na sequência da iminente fusão entre a Paramount Global e a Skydance, liderada por David Ellison, filho do magnata da tecnologia Larry Ellison. Enquanto Parker e Stone — através da sua produtora Park County — acreditavam ter fechado um acordo com a Paramount para um novo contrato de 10 anos, a Skydance veio deitar água na fervura. A empresa, que deverá assumir o controlo da Paramount, recusa um compromisso tão prolongado, preferindo um modelo de cinco anos, mais alinhado com as incertezas do mercado e a sua estratégia de contenção financeira.

Este desacordo tem já consequências práticas. Os direitos de streaming da série expiraram a 30 de junho, levando à sua remoção da plataforma Paramount+ fora dos EUA. Para manter os episódios disponíveis, foi necessário renovar temporariamente o acordo com a HBO Max — um remendo que está longe de garantir estabilidade. E enquanto isso, Parker e Stone continuam a trabalhar nos novos episódios, mas sem garantia de que cheguem aos ecrãs. A frustração é tal que os criadores recorreram às redes sociais para desabafar: “Esta fusão é um desastre e está a lixar o South Park”.

💥 O cerne do problema reside numa proposta que, segundo fontes próximas, triplicaria o valor do contrato anterior dos criadores. Park County exige um novo acordo de 3 mil milhões de dólares por 10 anos, mas a Skydance, apesar de ainda não ter formalizado a aquisição, reclama o direito de vetar contratos de valor significativo. E está a fazê-lo. A resposta foi imediata: Parker e Stone contrataram Bryan Freedman, um dos advogados mais agressivos de Hollywood, para defender os seus interesses — e uma batalha legal está prestes a estalar.

Não se trata apenas de dinheiro. A estrutura da Park County, criada em 2007, dá aos criadores uma fatia de cerca de 50% da receita de streaming da série — um modelo raríssimo, e que os coloca numa posição negocial invulgarmente forte. Mas com um empréstimo de 800 milhões de dólares por pagar à Carlyle Group (com cerca de 80 milhões de dólares anuais só em juros), a pressão sobre Parker e Stone está a aumentar. A Paramount poderá estar disposta a pagar mais de 150 milhões por ano… mas não durante uma década.

🤝 Entre os vários intervenientes surgem nomes sonantes: Jeff Shell (ex-CEO da NBCUniversal), agora aliado da RedBird Capital e cotado para liderar a nova Paramount; Chris McCarthy, co-CEO da Paramount; e Kevin Morris, advogado e conselheiro de longa data de Parker e Stone (e também conhecido por ajudar financeiramente Hunter Biden).

E como se tudo isto não fosse já complexo, a própria fusão entre Skydance e Paramount tem estado envolta em polémica política, com ramificações que chegam a Donald Trump, ao programa 60 Minutes e à vice-presidente Kamala Harris. Uma tempestade perfeita.

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A única certeza? Enquanto os criadores e os executivos discutem cláusulas e prazos, milhões de fãs aguardam — impacientes e no escuro — pelo regresso de South Park. Uma série que sobreviveu a cancelamentos culturais, censura internacional e pandemias, pode agora ver-se travada por… contratos e fusões.

Hollywood Quer-se de Volta à Califórnia: Estado Aumenta Incentivos Fiscais para Travar a Fuga de Produções

🎬 Luzes, câmara… impostos reduzidos! A Califórnia está determinada a voltar a ser o epicentro da produção cinematográfica e televisiva mundial, e para isso acaba de aprovar um aumento significativo nos seus incentivos fiscais à indústria do entretenimento. O novo pacote financeiro cresce de 330 milhões para uns generosos 750 milhões de dólares, numa tentativa de travar a sangria de produções para estados como a Geórgia e o Novo México — e, ao mesmo tempo, revitalizar Hollywood.

O Regresso ao Lar dos Estúdios?

Depois de anos a ver as câmaras, atores e técnicos rumarem a destinos com vantagens fiscais mais apetecíveis, a Califórnia decidiu agir. O governador Gavin Newsom, defensor da medida, deverá agora assinar o projeto-lei que reforça o programa de incentivos à produção audiovisual. A ideia? Tornar o estado novamente competitivo num mercado que, apesar de glamoroso, é cada vez mais sensível aos custos.

Governador da Califórnia

Rebecca Rhine, presidente da Coligação de Sindicatos do Entretenimento e diretora executiva do sindicato de realizadores, celebrou a aprovação:

“A ampliação do financiamento do nosso programa é um lembrete importante da força e resiliência dos nossos membros (…) e do papel que a nossa indústria desempenha no apoio à economia do nosso estado.”

Rhine deixou ainda um apelo claro aos estúdios: “Comprometam-se com as comunidades e os trabalhadores da Califórnia que ajudaram a construir esta indústria.”

Uma Indústria em Recuperação

Os últimos anos foram tudo menos simpáticos para Hollywood. A pandemia de Covid-19 pôs toda a maquinaria criativa em pausa, e quando os motores começaram a voltar a aquecer, surgiram novas dores de cabeça. A guerra do streaming fragmentou o mercado e aumentou a pressão financeira sobre os estúdios. E quando se esperava alguma estabilidade, 2023 trouxe uma das maiores greves de argumentistas e atores da história recente.

O resultado? Menos de 20% dos filmes e séries exibidos nos EUA em 2024 foram produzidos na Califórnia, segundo a FilmLA. Os incentivos oferecidos por outros estados revelaram-se mais sedutores, e os estúdios, sem qualquer lealdade geográfica, seguiram o dinheiro. A Geórgia, por exemplo, tornou-se um novo centro de blockbusters, e o Novo México continua a seduzir séries de grande orçamento, com destaque para as produções da Netflix.


A Guerra Fiscal dos Estúdios

A aposta da Califórnia é clara: se não podes vencê-los, iguala a proposta. Com este novo pacote de 750 milhões de dólares, o estado quer reconquistar as produções e garantir que as ruas de Los Angeles voltam a ser ocupadas por carrinhas de produção, câmaras em movimento e estrelas a passar pelas coffee shops locais antes de seguirem para o set.

Mas será suficiente?

O mercado mudou. As produções já não são reféns da geografia. Os efeitos especiais, os fundos verdes e as equipas técnicas altamente especializadas espalhadas por todo o globo fizeram com que “filmar em Hollywood” já não seja uma necessidade — é uma opção.

O que o estado agora tenta é tornar essa opção novamente irresistível.

Conclusão: Uma Nova Era ou um Último Suspiro?

Se este investimento será ou não suficiente para recuperar a mística de Hollywood como capital mundial do cinema, ainda está por ver. Mas é, sem dúvida, um sinal claro de que a Califórnia não está disposta a ver a sua indústria mais icónica minguar sem lutar.

As câmaras podem estar sempre a mudar de direção. Mas, para a Califórnia, ainda vale a pena gritar: “Action!”