John Candy: A Verdade Dura por Trás do Riso — Os Filhos Revelam a Fatfobia Que o Ator Sofreu em Hollywood

No novo documentário I Like Me, os filhos do lendário comediante falam sobre o lado sombrio da fama e o preconceito que marcou a sua vida

John Candy foi um dos rostos mais amados da comédia dos anos 80 e 90 — uma presença calorosa, generosa e hilariante que conquistou o público em filmes como Uncle BuckPlanes, Trains & Automobiles e Splash. Mas por trás do sorriso e do humor contagiante, havia dor, ansiedade e uma batalha constante contra o preconceito.

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No novo documentário John Candy: I Like Me, agora disponível na Prime Video, os filhos do ator, Jennifer e Christopher Candy, partilham o choque e a tristeza de descobrirem a extensão da fatfobia que o pai enfrentou ao longo da carreira.

“Foi revoltante ver o que ele passou”

Em entrevista à Us Weekly, os filhos revelaram que só agora, ao verem as gravações de bastidores e entrevistas antigas, perceberam o quanto o pai foi alvo de comentários cruéis sobre o peso. “Foi mesmo revoltante”, confessou Christopher, de 41 anos. “Ver o que ele suportou é doloroso. Descobrimos que ele, às vezes, evitava comer em público por causa dos paparazzi — acabava por ficar sem comer o dia todo, bebia ou fumava, e só comia quando chegava ao quarto de hotel. Isso é terrível para o corpo.”

Jennifer, de 45 anos, disse que a experiência foi igualmente dura: “Foi chocante ver jornalistas a comentar o peso dele, a tratá-lo como se fosse uma piada. As pessoas sabem que isso é errado — não se fala assim do que é claramente uma luta pessoal.”

O homem por trás da lenda

O documentário, realizado por Colin Hanks e produzido por Ryan Reynolds, mostra um John Candy mais humano — vulnerável, ansioso e por vezes em conflito com a sua própria imagem pública. O filme não foge das dificuldades: aborda os ataques de pânico, o medo constante de ser julgado e o peso (literal e simbólico) de ter de corresponder às expectativas de Hollywood.

Segundo Eugene Levy, amigo e colega do ator, Candy chegou a cortar relações com alguém que lhe escreveu uma carta a criticar o peso. Ainda assim, o ator esforçava-se para cuidar de si — frequentava um centro de perda de peso, tinha nutricionista e treinador pessoal, e tentava adotar hábitos mais saudáveis.

Mas, como revela o filme, o sistema parecia querer o contrário. “Sentia que queriam que ele fosse grande — que ele fosse o ‘John Candy’ que todos esperavam. E por isso, manteve-se assim”, explicou Christopher.

Um legado de empatia e vulnerabilidade

Os filhos garantem que não quiseram fazer um documentário “fofinho”, mas sim um retrato real. “Não queríamos uma versão polida ou um simples resumo de carreira. Queríamos mostrar o trauma, o que ele estava a tentar resolver antes de morrer”, disse Christopher. Jennifer acrescenta: “Não queríamos adoçar a história. Queríamos que as pessoas aprendessem algo e sentissem algo.”

Ambos partilham como a morte precoce do pai — vítima de ataque cardíaco aos 43 anos, em 1994 — os marcou profundamente. Jennifer continua a monitorizar a própria saúde cardíaca, enquanto Christopher mantém acompanhamento médico regular desde os 24 anos. “Hoje percebo que nem tudo era genética — muito era comportamento. E isso dá-me força para seguir em frente sem medo de envelhecer”, disse o filho.

O comediante que inspirou gerações

Apesar da dor, I Like Me é também uma celebração. O documentário reúne depoimentos emocionados de amigos e fãs como Tom Hanks, Martin Short e Conan O’Brien, que reconhecem a influência profunda de Candy na comédia moderna.

“Às vezes esquecemo-nos do quão grande ele era até vermos pessoas como o Tom Hanks a falar dele com tanto carinho”, confessou Christopher. “É surreal. O nosso pai inspirou-os — e eles inspiraram-nos a nós.”

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John Candy pode ter partido cedo demais, mas o seu riso, a sua humanidade e o seu coração continuam a ecoar nas gerações que se seguiram.

John Candy: I Like Me  abre o Festival de Toronto com emoção e memória de um ícone canadiano

Uma homenagem justa a “Johnny Toronto”

Festival Internacional de Cinema de Toronto abriu este ano com um tributo profundamente canadiano: a estreia de John Candy: I Like Me, documentário realizado por Colin Hanks e produzido por Ryan Reynolds, que celebra a vida e a carreira do ator e comediante John Candy.

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Conhecido por papéis inesquecíveis em Planes, Trains and AutomobilesUncle Buck e The Great Outdoors, Candy foi muito mais do que uma estrela de comédia. Era, como disse Mel Brooks no filme, “um ator total porque era uma pessoa total”.

Ryan Reynolds e Colin Hanks numa réplica do carro de Antes Só, que Mal Acompanhado no original Planes, Trains and Automobiles

O filme e o legado

O documentário, que estreia no Prime Video a 10 de outubro, é o primeiro grande retrato cinematográfico de Candy desde a sua morte precoce, em 1994, aos 43 anos, vítima de falha cardíaca. O título — I Like Me — recupera uma das frases mais marcantes de Planes, Trains and Automobiles, transformada aqui em mote para a vida e obra de um homem que, no ecrã e fora dele, transmitia autenticidade, humor e calor humano.

Reynolds sublinha esse legado com emoção:

“Ele morreu do coração e, ironicamente, o que deixou foi o coração. É isso que permanece.”

Entre família e cinema

O filme conta com testemunhos íntimos dos filhos de Candy, Jennifer e Chris, que recordam como as cassetes de Radio Kandy e a coleção de DVDs dos filmes do pai os ajudaram a lidar com a perda. “Era uma forma de voltar a ouvir a sua voz”, confessa Jennifer.

Para Chris, rever os filmes foi um reencontro tardio mas revelador: “Fiquei espantado com o talento dele.” Ambos descrevem o documentário como uma cápsula do tempo que perpetua a presença do pai.

A visão de Colin Hanks

Hanks, que já tinha assinado o documentário All Things Must Pass sobre a Tower Records, procura aqui ir além da simples homenagem. Para ele, a questão central era descobrir o que fazia de Candy um verdadeiro “everyman”, alguém que parecia ser o tio de todos. O realizador recorda mesmo a sua própria infância, quando o conheceu nos bastidores de Splash, filme em que Candy contracenava com o seu pai, Tom Hanks.

“Ele fazia qualquer pessoa sentir-se importante, até uma criança como eu”, recorda.

O peso da influência

Reynolds, que cresceu a ver Candy em SCTV, admite que o comediante canadiano marcou a sua carreira. Nos filmes de Deadpool, espalhou “ovos de Páscoa” em homenagem a Candy: desde canecas com a frase “I like me” a carros idênticos aos usados em Planes, Trains.

“Gosto de o ter por perto”, afirma Reynolds. “Sinto-me mais seguro, mais honesto.”

Um arranque à altura

A escolha do documentário para abrir o festival foi vista como natural: Candy, apelidado de “Johnny Toronto”, é ainda hoje um dos rostos mais queridos da cultura canadiana. O público da noite de estreia aplaudiu de pé a celebração de um homem que, como resume Bill Murray logo no início do filme, simplesmente não tinha defeitos à altura das suas virtudes.

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Ainda não temos uma versão legendada do trailer, mas o trailer original está aqui