“Pequenos Clarões”: Pilar Palomero estreia em Portugal o seu novo drama sobre luto, memória e perdão

A realizadora espanhola Pilar Palomero, uma das vozes mais marcantes da nova geração de cineastas do país vizinho, traz a Portugal a sua nova longa-metragem, “Pequenos Clarões”, um drama intimista que mergulha nas dores invisíveis do luto e nos caminhos difíceis do perdão. Inspirado no conto “Un corazón demasiado grande”, da escritora Eider Rodríguez, o filme chega carregado de emoção e história pessoal.

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Embora não seja uma obra autobiográfica, Palomero confessa que o impulso criativo nasceu num momento profundamente íntimo: a morte do pai. O luto atravessou-a de forma silenciosa mas determinante, e isso sente-se na sensibilidade com que as personagens procuram reconstruir-se entre memórias, fragilidades e pequenas revelações — os “clarões” que iluminam a dor. Uma das cenas mais significativas inclui a leitura de um excerto de “Platero e Eu”, de Juan Ramón Jiménez, uma homenagem directa ao pai da realizadora e um dos pilares emocionais do filme.

As filmagens decorreram na Horta de Sant Joan, perto de Tarragona, terra ligada às raízes familiares de Palomero. O cenário rural, marcado por uma luminosidade austera e uma atmosfera de introspecção, torna-se parte essencial da narrativa, como se a paisagem dialogasse com o estado emocional das personagens.

Pilar Palomero não é desconhecida do grande público: conquistou reconhecimento imediato com a sua primeira longa-metragem, “Las Niñas”, que venceu quatro Prémios Goya, incluindo Melhor Filme, Melhor Realizadora Revelação e Melhor Argumento Original. A sua assinatura cinematográfica é marcada por uma atenção muito particular às emoções contidas, às relações familiares e à forma como crescemos — e mudamos — perante aquilo que perdemos.

“Pequenos Clarões” foi apresentado no LEFFEST, reforçando o prestígio do festival enquanto plataforma de exibição para novos autores do cinema europeu. A obra estabelece-se como uma carta aberta à família, à memória e à vida, numa combinação de delicadeza e verdade que tem definido o percurso da realizadora.

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O filme chega agora a Portugal com a promessa de tocar quem já viveu os silêncios do luto, quem procura reconciliação com o passado ou simplesmente quem aprecia cinema que ilumina a condição humana com autenticidade e profundidade.

Festival de San Sebastián 2025 Arranca com 27 Nights e Homenagem a Esther García 🌟🎬

Festival Internacional de Cinema de San Sebastián abriu oficialmente as portas da sua 73.ª edição com uma noite dupla de celebração: a estreia mundial de 27 Nights, de Daniel Hendler, e a entrega do Prémio Donostia à histórica produtora Esther García, figura incontornável do cinema espanhol.

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A cerimónia decorreu no monumental Kursaal Center, perante um público que aplaudiu de pé García, reconhecida pela sua longa colaboração com os irmãos Pedro e Agustín Almodóvar através da produtora El Deseo. Desde 1986, Esther foi peça-chave em títulos como Mulheres à Beira de um Ataque de NervosTudo Sobre a Minha Mãe ou Fala com Ela, além do recente The Room Next Door (2024), protagonizado por Julianne Moore e Tilda Swinton.

No discurso, a produtora recordou as dificuldades de ser mulher numa indústria dominada por homens, nos anos 70 e 80, quando a maioria das funções disponíveis eram de assistente de produção ou figurinista:

“Nunca pensei em desistir. Tinha um filho e este era o meu trabalho. O urgente foi fazer o meu trabalho bem e conquistar a confiança dos outros. Atirei-me de cabeça, vezes sem conta, até encontrar os irmãos Almodóvar.”

Com seis prémios Goya no currículo, Esther García é hoje descrita pelo diretor do festival, José Luis Rebordinos, como “uma mulher incrível” e uma referência incontornável para compreender a obra de Almodóvar. Este ano, divide a honra do Donostia com Jennifer Lawrence, que receberá o galardão a 26 de setembro.

27 Nights: Mistério na Abertura

A sessão inaugural ficou marcada pela estreia de 27 Nights, produção da Netflix realizada por Daniel Hendler, que também integra o elenco. O filme segue Martha Hoffman (Marilú Marini), uma excêntrica mecenas das artes internada numa clínica psiquiátrica pelas próprias filhas. Caberá ao perito forense Casares (interpretado pelo próprio Hendler) descobrir se tudo não passa de um plano para controlar a fortuna da mãe ou se a personagem sofre, de facto, de demência.

O elenco conta ainda com Humberto Tortonese, Paula Grinszpan, Julieta Zylberberg e Carla Peterson, esta última aplaudida ao lado do realizador no photocall de abertura, que decorreu numa tarde escaldante em San Sebastián.

Um Festival em Alta

Para além do glamour da passadeira vermelha, Rebordinos sublinhou a importância crescente do festival no panorama global: “Pouco a pouco, encontrámos o nosso lugar. O festival vive um bom momento e temos uma grande equipa.”

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Entre 19 e 27 de setembro, San Sebastián volta assim a afirmar-se como um dos epicentros do cinema mundial, combinando cinema de autor, estreias internacionais e homenagens às figuras que moldaram — e continuam a moldar — a história da sétima arte.

Carmen Maura regressa em grande: “Calle Málaga” celebra a velhice com humor e humanidade no Festival de Veneza

Carmen Maura, uma das grandes damas do cinema espanhol e rosto incontornável de Pedro Almodóvar, está de volta aos ecrãs com “Calle Málaga”, exibido no Festival de Veneza e já apontado como um dos títulos mais emotivos da edição. O filme marca o regresso da atriz a um papel central e faz-se através do olhar delicado da realizadora marroquina Maryam Touzani, que conquistou projeção internacional com O Azul do Cafetã (2022).

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Em “Calle Málaga”, Maura interpreta María Ángeles, uma espanhola que sempre viveu em Tânger e que, prestes a reencontrar-se com a filha Clara (Marta Etura), prepara croquetes e arruma a casa como quem arruma a própria memória. Mas a visita traz consigo uma revelação amarga: Clara quer vender o apartamento e levar a mãe para Madrid. Perante este choque, a protagonista resiste — com fragilidade, mas também com humor e dignidade.

A realizadora explicou que o filme nasceu da perda da sua própria mãe e da memória das mulheres da sua família. É um trabalho profundamente pessoal, entrelaçado com a língua castelhana que partilhava em casa, os cheiros da cozinha e as músicas de María Dolores Pradera. Essa herança cultural atravessa a narrativa e transforma-se em cinema: os grandes planos de Carmen Maura a cozinhar, a intensidade no seu olhar e o modo como encara a velhice sem máscara ou disfarce.

Para se ambientar, a atriz de 79 anos viveu algumas semanas em Tânger antes das filmagens, mergulhando num universo que, para Touzani, é também o reflexo da sua identidade. A cineasta sublinha que quis retratar a velhice de outra forma, sem a sombra do peso social ou a caricatura habitual: “Envelhecer é um privilégio e uma bênção. Queria celebrar os corpos envelhecidos que tantas vezes preferimos esconder.”

Com “Calle Málaga”, Carmen Maura prova mais uma vez que é capaz de unir força e fragilidade, humor e dor, num só gesto. E Maryam Touzani confirma-se como uma das vozes mais interessantes do cinema contemporâneo, capaz de transformar a memória íntima numa história universal sobre identidade, pertença e a coragem de resistir.

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Sirat: Óliver Laxe Convida-nos a Caminhar no Inferno (Para Encontrar Qualquer Coisa Parecida com Esperança)

O realizador galego estreia em Portugal o seu filme mais duro e introspectivo — e talvez o mais necessário

🔥 Óliver Laxe não faz cinema para nos entreter. Faz cinema para nos abanar. E com Sirat, a sua mais recente longa-metragem, o cineasta galego convida-nos para uma viagem seca, árida e sem atalhos, passada entre raves no deserto de Marrocos e silêncios carregados de dor. O filme, já premiado em Cannes e agora estreado em Portugal, é um mergulho no abismo — mas um abismo onde se procura, ainda assim, sentido.

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Sirat é um filme duro. Mas a minha intenção foi cuidar do espectador”, explica Laxe. “Queria que olhasse para dentro.”


Entre Gilgamesh e o Rei Artur… numa rave no deserto

A premissa de Sirat pode parecer simples: um pai e um filho procuram Mar, a filha e irmã desaparecida numa zona remota de Marrocos, palco de raves clandestinas e decadência espiritual. Mas o que Laxe filma é uma verdadeira descida aos infernos, onde o que está em jogo não é apenas o reencontro, mas o confronto com o vazio — e com a morte.

Inspirado por epopeias como o Épico de Gilgamesh ou as lendas do Santo Graal, Laxe assume o cinema como via para a transcendência. E fá-lo recorrendo a uma linguagem crua, visualmente poderosa, onde a imagem é sempre mais forte do que qualquer explicação.

“Um filme não é para ser entendido, é para ser sentido”, afirma.


Um cinema que remexe, que inquieta, que cuida — à sua maneira

Desde Todos vós sodes capitáns (2010) a O Que Arde (2019), passando por Mimosas (2016), Laxe construiu uma obra singular e espiritual, marcada por paisagens que são personagens e silêncios que são gritos. Em Sirat, essa procura radical atinge um novo patamar.

“Sou um viciado da imagem. Elas apanham-me. Estamos à sua mercê.”

E se o espectador se sente arrastado por esse deserto interior, é porque o próprio realizador também o percorreu com sacrifício.

“Custou-me escrever e montar as sequências mais duras. Não queria fazer ninguém sofrer. Mas quis mostrar que a dor, a perda, a morte fazem parte do caminho.”


O medo da morte e a rave como purgatório moderno

O título do filme, Sirat, remete para a tradição islâmica: a ponte que separa o inferno do paraíso, o caminho que todos devem atravessar após a morte. Essa ponte, no filme, é tanto literal como simbólica. E Laxe não foge à provocação:

“Vivemos numa sociedade tanatofóbica. Fugimos da dor, da morte, da angústia. Eu quero olhar para a morte. Quero saber se morro com dignidade.”

No meio de batidas electrónicas e corpos perdidos em êxtase, o cineasta vê algo mais do que fuga: vê um acto de entrega, uma espécie de liturgia contemporânea.

“Na cultura rave, nada há de mais transcendental do que morrer num acto de serviço no dancefloor.”


Paisagens com alma, cinema com cicatrizes

Como em toda a sua obra, também aqui a paisagem tem peso ontológico. É personagem, é espelho, é ameaça. E se Laxe afirma que adoraria filmar no Porto, é porque vê na arquitectura e nos lugares a alma das histórias.

“Encantava-me filmar no Porto. Pela arquitectura, pela sucessão de lugares… pela vida que existe ali.”

A vida, afinal, está sempre no centro do seu cinema — mesmo quando fala de morte. Porque, como sublinha:

“Estamos todos feridos. Só que nem todos o sabem. O cinema, para mim, é essa tomada de consciência.”


Caminhar, mesmo quando se sangra

Sirat não é um filme fácil. Não pretende ser. É uma meditação existencial, uma oração inquieta sobre perda, fé e aceitação. Mas é, acima de tudo, um gesto de esperança.

“A realidade é dura, mas temos fé de que o caminho nos leva a bom porto.”

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E esse caminho, como nos lembra Laxe, é feito de sombras, de desertos, de imagens que nos perseguem. Mas também de cinema — esse lugar onde, por vezes, encontramos respostas sem precisar de perguntas.

Almodóvar regressa ao castelhano com “Amarga Navidad”🎄

Cineasta espanhol troca o inglês por um Natal emocional em Lanzarote e Madrid

Depois da sua primeira longa-metragem inteiramente falada em inglês, O Quarto ao Lado, Pedro Almodóvar volta ao idioma que o consagrou. E fá-lo com estilo, emoção e um título que promete aquecer (e amargar) os corações: Amarga Navidad.

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A rodagem da 24.ª longa-metragem do realizador espanhol mais internacional arrancou oficialmente e está a decorrer entre Madrid e a paradisíaca Lanzarote, nas Ilhas Canárias. O filme deverá estrear-se em 2026 nas salas de cinema espanholas, antes de seguir diretamente para a plataforma Movistar Plus+ — tal como aconteceu com o anterior.

Um elenco almodovariano de luxo

No centro do novo filme está um elenco que já é, em muitos casos, da casa:

🔹 Leonardo Sbaraglia, que já tinha brilhado em Dor e Glória

🔹 Aitana Sánchez-Gijón e Milena Smit, ambas de Mães Paralelas

🔹 Victoria Luengo, que participou no mais recente O Quarto ao Lado

🔹 Bárbara LenniePatrick Criado e Quim Gutiérrez, que completam o elenco

A escolha de actores volta a reflectir o estilo inconfundível de Almodóvar: talento, intensidade dramática e uma paleta de emoções em constante ebulição.


O enredo: ficção, luto e realidade misturada

Amarga Navidad vai cruzar duas histórias paralelas:

🎁 Elsa, uma publicitária em luto, que viaja até Lanzarote com uma amiga após a morte da mãe;

🎥 Raúl Durán, um cineasta que vive numa corda bamba entre a ficção e a realidade, numa espécie de autorreflexão que cheira a metacinema.

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O comunicado da produtora El Deseo, dos irmãos Agustín e Pedro Almodóvar, promete uma narrativa com o ADN do realizador: intimista, emocional, provocadora e com espaço para a surpresa. Como sempre.

Entre Hollywood e a sua casa

O regresso ao castelhano marca também um retorno simbólico às raízes. Depois de aventuras internacionais (e de ter dirigido nomes como Tilda Swinton e Ethan Hawke em inglês), Almodóvar parece querer recentrar-se. O calor humano, os dramas familiares e as paisagens da Península Ibérica (e arredores) continuam a ser o seu palco preferido — e, sejamos honestos, o mais eficaz.

Ainda não são conhecidos os planos para distribuição internacional, mas é de esperar que Amarga Navidad chegue a festivais de peso — e que as plataformas em Portugal e Brasil fiquem atentas.

Uma Noite com Adela: o thriller implacável filmado em plano-sequência chega ao TVCine

🔥 Preparem-se para uma viagem intensa e perturbadora! Uma Noite com Adela, o thriller espanhol de Hugo Ruiz que conquistou o Festival de Tribeca, estreia este domingo, dia 9 de março, às 22h, em exclusivo no TVCine Edition e no TVCine+.

Filmado num ousado plano-sequência, o filme coloca-nos na pele de Adela (Laura Galán, de Piggy), uma trabalhadora da recolha de lixo noturna em Madrid, cujo mundo parece ruir. Vazia, infeliz e consumida pela raiva, Adela decide que é hora de ajustar contas… à sua maneira. O resultado? Uma noite de vingança sem tréguas! 😱

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🎥 Um thriller sem cortes e sem piedade

Dizer que este filme é uma experiência imersiva é pouco. Ao adotar um plano-sequência – ou seja, sem cortes aparentes –, Uma Noite com Adela mantém-nos presos ao ecrã do início ao fim, sem momentos para respirar. A sensação de urgência e tensão cresce à medida que acompanhamos Adela pelas ruas de Madrid, numa performance eletrizante de Laura Galán.

Além da protagonista, o elenco conta ainda com Jimmy Barnatán, Beatriz Morandeira, Carlos Indriago e Raudel Raúl Martiato.

🏆 Prémios e reconhecimento

Uma Noite com Adela já deu que falar no circuito de festivais, arrecadando o prémio de Melhor Novo Realizador de Narração no Festival de Tribeca. Em Portugal, o filme teve a sua antestreia exclusiva no Cinema Fernando Lopes, passou pelo MOTELX e chegou às salas nacionais antes desta estreia televisiva.

Se são fãs de histórias de vingança com uma abordagem visual inovadora, esta é uma aposta certeira. Marquem no calendário: domingo, 9 de março, às 22h, no TVCine Edition! 📺🔥

🎬 Prémios Goya 2025 Fazem História: Dois Vencedores para Melhor Filme e Vitória de “Ainda Estou Aqui” 🇪🇸🏆🇧🇷

39.ª edição dos Prémios Goya, os Óscares de Espanha, entrou para a história ao premiar dois filmes ex-aequo na categoria de Melhor Filme, algo nunca antes visto na premiação. O cinema ibero-americano também brilhou, com “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, a confirmar o favoritismo e levar o prémio de Melhor Filme Ibero-Americano.

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🎭 Momento Inédito: Dois Vencedores para Melhor Filme!

A surpresa da noite aconteceu às 01h32, quando Belén Rueda abriu o envelope para anunciar o vencedor de Melhor Filme. O primeiro título anunciado foi “El 47”, levando a uma explosão de celebração da equipa do filme. No entanto, segundos depois, a apresentadora pediu silêncio e revelou que “La Infiltrada” também era vencedora!

O momento fez lembrar a infame troca de envelopes dos Óscares de 2017, quando “La La Land” foi anunciado por engano em vez de “Moonlight”. Contudo, desta vez, tratou-se de uma decisão legítima da Academia de Cinema de Espanha, resultado de uma votação muito equilibrada entre os mais de 2.000 membros.

A confusão inicial deu lugar à união, com as equipas de “El 47” e “La Infiltrada” a celebrarem juntas no palco. Mais tarde, Tamar Novas explicou nos bastidores que o aviso de “ex aequo” estava escrito em letras minúsculas numa folha dentro do envelope, o que passou despercebido nos primeiros instantes.

📽 VEJA O MOMENTO DO ANÚNCIO

🇧🇷 “Ainda Estou Aqui” Confirma Favoritismo e Leva Melhor Filme Ibero-Americano

O cinema brasileiro voltou a brilhar nos Goya! “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, arrecadou o prémio de Melhor Filme Ibero-Americano, consolidando a sua trajetória de sucesso nas premiações internacionais.

No palco, Fernanda Torres, protagonista do filme e nomeada ao Óscar de Melhor Atriz, agradeceu a distinção e dedicou o prémio “à memória, à resistência e à luta pela justiça no Brasil”.

Com mais de 3,8 milhões de espectadores no Brasil e líder de bilheteiras em Portugal há três semanas, o filme conta a história real do ex-deputado Rubens Paiva, preso e morto pela ditadura militar brasileira (1964-1985), e da sua esposa, Eunice Paiva, que lutou pela verdade e pela justiça.

📽 VEJA O DISCURSO DE WALTER SALLES

🏆 Os Grandes Vencedores da Noite

🎭 Melhor Filme – “El 47” & “La Infiltrada” (ex-aequo)

📜 Melhor Argumento Adaptado – Pedro Almodóvar, por “O Quarto ao Lado”

🎼 Melhor Banda Sonora – Alberto Iglesias, por “O Quarto ao Lado”

🎬 Melhor Realização – Isaki Lacuesta & Pol Rodríguez, por “Segundo Premio”

🎥 Melhor Filme Europeu – “Emília Pérez”

🌍 Richard Gere Ataca Trump nos Goya

A cerimónia também ficou marcada pelo discurso do ator Richard Gere, que recebeu o Prémio Goya Internacional e criticou duramente Donald Trump.

🗣 “Os EUA vivem um momento muito sombrio. Temos um rufia, um criminoso, como presidente. Mas isto não acontece só na América, é uma ameaça global.”

A declaração foi recebida com aplausos, mas gerou polémica devido à sua intensidade.

🎞 Uma Noite Histórica para o Cinema Ibero-Americano!

Os Prémios Goya 2025 provaram que ainda podem surpreender, desde uma dobradinha inédita no Melhor Filme, até à vitória de “Ainda Estou Aqui”, consolidando o Brasil como uma potência no cinema internacional. A poucos dias dos Óscares, fica a pergunta: será que o filme de Walter Salles pode repetir o feito na Academia de Hollywood?

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📌 Fica atento para mais novidades do mundo do cinema! 🍿🎥

Pedro Almodóvar em Retrospetiva: 45 Anos de Cinema Celebrados no Batalha Centro de Cinema

O Batalha Centro de Cinema, no Porto, prepara-se para homenagear um dos maiores ícones do cinema contemporâneo com a retrospetiva “A Paixão de Almodóvar”, uma jornada completa pela filmografia do cineasta espanhol Pedro Almodóvar. Entre 21 de março e 9 de julho de 2024, o público terá a oportunidade de revisitar 45 anos de carreira do realizador que redefiniu o cinema espanhol e conquistou o mundo.

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A Mais Completa Retrospetiva de Almodóvar em Portugal

Com o apoio da El Deseo, a produtora fundada pelos irmãos Pedro e Agustín Almodóvar, esta retrospetiva é a mais abrangente realizada em Portugal. O evento apresentará 23 longas-metragens, desde os primeiros trabalhos do realizador nos anos 80 até às suas produções mais recentes, explorando a sua visão artística única, marcada por cores vibrantes, personagens inesquecíveis e um olhar provocador sobre temas como sexualidade, identidade e relações humanas.

O programa contará também com a exibição de algumas das suas curtas-metragens, oferecendo um panorama completo do seu percurso cinematográfico.

Uma Homenagem a Marisa Paredes

A abertura da retrospetiva terá um significado especial, com duas sessões dedicadas a Marisa Paredes, uma das musas de Almodóvar, falecida em dezembro de 2024. A 21 e 23 de março, serão exibidos dois dos seus filmes mais icónicos: “Tudo Sobre a Minha Mãe”(1999), vencedor do Óscar de Melhor Filme Estrangeiro e do Prémio de Melhor Realizador no Festival de Cannes, e “Saltos Altos” (1991), onde a atriz assumiu um dos seus papéis mais marcantes.

O Legado de Pedro Almodóvar

Ao longo de mais de quatro décadas, Almodóvar construiu uma filmografia revolucionária, dando voz a personagens femininas fortes, explorando tabus sociais e criando histórias carregadas de emoção, humor e melodrama. Entre os filmes que poderão ser vistos nesta retrospetiva, destacam-se clássicos como:

“Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos” (1988)

“Negros Hábitos” (1983)

“Carne Trémula” (1997)

“Volver” (2006)

Com um currículo repleto de distinções, o realizador espanhol soma dois Óscares, cinco Goyas, cinco Baftas, quatro Césares e, mais recentemente, recebeu o prémio Donostia do Festival de San Sebastián pelo seu contributo inestimável para o cinema.

Bilhetes e Programação

A programação completa desta retrospetiva será divulgada no dia 28 de janeiro no site do Batalha Centro de Cinema. Os bilhetes poderão ser adquiridos na bilheteira física e online a partir da mesma data.

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Com esta iniciativa, o Porto recebe uma celebração imperdível da obra de Pedro Almodóvar, um cineasta que transformou o cinema mundial com o seu estilo inconfundível e narrativas apaixonantes.

Morreu Marisa Paredes, a Icónica Atriz dos Filmes de Pedro Almodóvar

Marisa Paredes, uma das atrizes mais emblemáticas do cinema espanhol e colaboradora de longa data do realizador Pedro Almodóvar, faleceu aos 78 anos. Conhecida pela sua presença magnética no grande ecrã, Paredes tornou-se uma figura icónica, deixando um legado imenso na história do cinema europeu.

Uma Carreira Marcada pelo Cinema de Almodóvar

Nascida em Madrid, a 3 de abril de 1946, Marisa Paredes construiu uma carreira sólida e internacional ao longo de seis décadas. Embora tenha começado a sua jornada artística no teatro e televisão espanhola nos anos 60, foi o seu trabalho com Pedro Almodóvar que lhe trouxe fama mundial. A colaboração entre os dois tornou-se histórica, criando alguns dos filmes mais icónicos do cinema contemporâneo.

Tudo Sobre a Minha Mãe

Paredes destacou-se em papéis memoráveis, como em:

“De Salto Alto” (1991), onde interpretou a mãe glamorosa e complicada de Victoria Abril.

“A Flor do Meu Segredo” (1995), protagonizando uma escritora em crise, um papel que consolidou o seu estatuto como musa de Almodóvar.

“Tudo Sobre a Minha Mãe” (1999), vencedor do Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, onde brilhou num papel mais secundário, mas essencial para a narrativa.

Os filmes de Almodóvar proporcionaram a Paredes a oportunidade de explorar personagens intensas, complexas e muitas vezes à beira da autodescoberta, características que se tornaram a sua assinatura artística. A elegância e a força emocional que trouxe a cada papel fizeram dela uma das grandes damas do cinema espanhol.

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Uma Atriz de Reconhecimento Internacional

Além da parceria com Almodóvar, Marisa Paredes trabalhou com outros realizadores de renome, incluindo Roberto Benigni em “A Vida é Bela” (1997), onde teve uma participação especial. O seu talento foi igualmente celebrado em França e Itália, mercados onde a atriz manteve uma presença constante.

Paredes foi nomeada presidente da Academia de Cinema Espanhol entre 2000 e 2003, um papel em que lutou pela valorização do cinema ibérico no contexto internacional. A sua voz firme e apaixonada fez dela não apenas uma artista, mas também uma defensora das artes e dos direitos dos artistas.

Reações e Homenagens

A morte de Marisa Paredes deixou um vazio no coração do cinema espanhol. Personalidades do cinema e teatro manifestaram o seu pesar e admiração pela atriz. Pedro Almodóvar, com quem partilhou uma relação artística e de amizade ao longo de décadas, declarou:

“Marisa era o rosto da elegância e da dor em simultâneo. Uma atriz que podia expressar tudo com um olhar. Uma perda irreparável.”

Outros nomes como Penélope CruzCarmen Maura e Antonio Banderas também prestaram homenagem, recordando o impacto profundo de Marisa Paredes no cinema europeu e na vida das gerações futuras de atores e atrizes.

O Legado de Marisa Paredes

Com a sua partida, Marisa Paredes deixa um legado de talento e autenticidade que transcende o tempo. As suas performances, cheias de emoção e profundidade, permanecerão como um testemunho eterno do seu amor pela arte. Mais do que uma atriz, Paredes foi uma musa, uma voz e um símbolo da força feminina no cinema.

A MESA DE CAFÉ: O FILME CHOCANTE QUE IMPRESSIONOU STEPHEN KING

Uma História de Terror e Crise

María e Jesús acabam de ser pais, mas a sua relação não está a atravessar o melhor momento. Envolvidos numa crise e enfrentando vários problemas, o casal decide comprar uma pequena mesa de café para a sala de jantar. No entanto, o que parecia ser uma simples aquisição transforma-se no seu pior pesadelo, tornando-se na pior decisão das suas vidas.

O Filme Espanhol Mais Premiado da Temporada

“A Mesa de Café” é, de longe, o filme espanhol mais premiado em festivais de cinema nesta temporada, acumulando mais de 40 prémios em todo o mundo. Entre as distinções, destacam-se o Prémio de Melhor Filme e o Prémio do Público no TerrorMolins, o Prémio de Melhor Filme no Festival de Cinema Fantástico de Bruxelas e o Prémio do Público na Semana de Cinema de Terror e Fantasia de San Sebastian.

Elogios de Stephen King

A popularidade de “A Mesa de Café” multiplicou-se depois de o próprio Stephen King, indiscutivelmente a maior figura mundial do género fantasia e terror, ter publicado uma mensagem nas suas redes sociais a elogiar o filme. King escreveu: “Acho que nunca, nem uma vez na vossa vida, viram um filme tão negro como este. É horrível e terrivelmente engraçado. É o sonho mais negro dos irmãos Coen.” Estas palavras, vindas do mestre do terror, catapultaram o filme para um novo nível de reconhecimento, transformando-o num fenómeno no Letterbox e IMDb.

Sucesso e Distribuição Internacional

Apesar do seu inegável êxito e do prestígio adquirido nos últimos meses graças ao boca a boca, “A Mesa de Café” enfrentava dificuldades em conseguir distribuição em Espanha e Portugal. No entanto, esta situação mudou, e o filme chegará em exclusivo à Filmin a 20 de Junho. Esta estreia é aguardada com grande expectativa pelos fãs de cinema, especialmente aqueles que apreciam o género de terror e fantasia.

Uma Experiência Única

“A Mesa de Café” promete ser uma experiência única e inesquecível para os espectadores, oferecendo uma mistura de terror e humor negro que tem encantado críticos e público ao redor do mundo. A capacidade do filme de combinar elementos de horror com situações humorísticas de forma eficaz é um dos fatores que contribuíram para o seu sucesso e reconhecimento.