Joe Eszterhas regressa aos 80 anos para escrever nova versão do clássico erótico de 1992. Sharon Stone pode voltar como Catherine Tramell.
O descruzar de pernas mais célebre da história do cinema poderá ganhar nova vida — com a mesma caneta e um espírito declaradamente “anti-woke”. A Amazon MGM Studios acaba de fechar um acordo milionário para desenvolver um remake de “Instinto Fatal”, e contratou ninguém menos que Joe Eszterhas, o argumentista do filme original de 1992, para o escrever.
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O novo projecto, ainda envolto em segredo, será produzido pela United Artists, e pretende marcar um regresso às origens do thriller erótico, apostando numa abordagem “sem filtros” e “não politicamente correcta”, segundo avançou o site The Wrap.
Um regresso provocador
“Para aqueles que questionam o que um homem de 80 anos está a fazer a escrever um thriller sexy e erótico: os rumores sobre a minha impotência cinematográfica são exagerados e preconceituosos”, brincou Eszterhas, autor de sucessos como Flashdance, O Fio do Suspeito e o polémico Showgirls.
O argumentista explicou ainda que trabalha em parceria com o seu “homenzinho retorcido interior”, que tem 29 anos e “vive no fundo de mim”. Juntos, prometem criar “uma viagem selvagem e orgástica”.
O novo argumento foi vendido como spec script — um guião não encomendado — e já valeu dois milhões de dólares à partida, podendo atingir os quatro milhões caso o filme avance para produção, tornando-se o maior acordo do género em 2025.
Curiosamente, o primeiro Instinto Fatal também nasceu como spec script, escrito em apenas 13 dias e vendido por três milhões, um recorde à época.
Sharon Stone de volta?
Outra grande novidade: Sharon Stone poderá regressar ao papel de Catherine Tramell, a enigmática escritora com instintos perigosamente sedutores. A actriz protagonizou o original ao lado de Michael Douglas, tornando-se instantaneamente numa estrela global.
Apesar de ter repetido o papel numa sequela em 2006 (sem o envolvimento de Eszterhas e sem sucesso), fontes próximas da produção indicam que o regresso de Stone está a ser considerado seriamente — talvez até como passagem simbólica de testemunho.
Uma cena, duas versões
A cena mais icónica do filme — o interrogatório policial e o descruzar de pernas — tornou-se, com o tempo, motivo de controvérsia. Sharon Stone tem uma versão muito clara dos acontecimentos, revelada na sua autobiografia: Verhoeven, o realizador, pediu-lhe que retirasse a roupa interior e garantiu que nada seria visível na versão final. Mais tarde, na sala de montagem, descobriu que a promessa não tinha sido cumprida.
Ainda assim, Stone decidiu deixar a cena, “porque era o melhor para o filme”, mesmo que essa decisão tenha demorado a amadurecer. Já Paul Verhoeven nega essa narrativa e garante que “ela sabia exactamente o que estávamos a fazer”.
Um remake com intenções claras
O novo filme é descrito como uma resposta ao actual clima cultural de Hollywood. “Anti-woke” é a palavra de ordem — num género que, nos últimos anos, praticamente desapareceu do grande ecrã. A Amazon quer recuperar o espírito ousado e provocador dos anos 90, com Eszterhas de volta ao leme.
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O original foi um sucesso de bilheteira e gerou polémica, críticas de grupos LGBTQ+ e feministas, mas também uma legião de fãs e uma marca indelével na cultura pop. Agora, mais de 30 anos depois, os produtores parecem determinados em reacender esse mesmo fogo — ou, quem sabe, incendiá-lo ainda mais.
