🏆 Dahomey: O Urso de Ouro da Berlinale Chega à TVCine com uma Reflexão Poderosa sobre Descolonização e Memória

É já no próximo sábado, dia 26 de abril, às 22h, que o aclamado documentário Dahomey, da realizadora Mati Diop, chega em estreia exclusiva à televisão portuguesa, através do TVCine Edition e TVCine+. Vencedor do Urso de Ourona 74.ª Berlinale, este é um filme que não se limita a reconstituir a História — desafia-nos a escutá-la de novo, com todos os sentidos abertos.

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🎥 Entre o documental e o simbólico: o regresso de tesouros saqueados

O ponto de partida de Dahomey é factual: em novembro de 2021, o Estado francês devolveu 26 artefactos culturais ao Benim, peças originalmente pertencentes ao antigo Reino do Daomé, saqueadas pelas tropas coloniais em 1892. Mas o que poderia ser um simples registo administrativo torna-se, nas mãos de Diop, um exercício poético e político de rara intensidade.

A realizadora franco-senegalesa — conhecida pelo hipnotizante Atlantique — junta o registo documental à fantasia especulativa, incorporando vozes espirituais e memórias ancestrais que pairam entre os objectos. A alma destes artefactos é libertada no momento do seu regresso, enquanto estudantes da Universidade de Abomey-Calavi discutem, com emoção e lucidez, o que significa verdadeiramente a reparação cultural.


🗣️ Um filme que convoca os vivos e os mortos

A crítica internacional não poupou elogios. A IndieWire chamou-lhe “uma lição de história arrojada e memorável”. A Variety destacou a força do filme como “exemplo impressionante e comovente da poesia que pode resultar quando os mortos e os despossuídos falam com e através dos vivos”. Já o The Hollywood Reporter sublinhou que Diop “une o poético ao político, sem nunca se tornar didática”.

É essa subtileza que torna Dahomey tão especial — o gesto de devolver não é apenas físico, é também simbólico, espiritual e intergeracional. A devolução dos objetos desencadeia questões maiores: O que ficou ausente? O que mudou na sua ausência? E que papel devem agora desempenhar, de volta ao lar?


📺 Onde ver

Dahomey estreia em exclusivo na televisão portuguesa no canal TVCine Edition, no dia 26 de abril, às 22h, com exibição simultânea na plataforma TVCine+. Esta é uma oportunidade imperdível para ver um dos documentários mais relevantes da década, num momento em que o debate sobre descolonização cultural continua urgente e necessário.


✨ Uma proposta cinematográfica que obriga a escutar — e a pensar

Com apenas 67 minutosDahomey é um filme conciso, mas imenso. Recorrendo a um dispositivo simples mas eficaz — ouvir as vozes dos estudantes e dos espíritos que habitam os objetos — Mati Diop mostra que a descolonização não é apenas um processo político, mas também uma prática afetiva, ética e cinematográfica.


Festival de Cinema de Marraquexe 2024: Uma celebração da diversidade cinematográfica

Festival Internacional de Cinema de Marraquexe, um dos eventos mais prestigiados no calendário cinematográfico, regressa em 2024 com uma programação que promete enaltecer a diversidade e o talento global. Realizado na histórica cidade marroquina, o festival é conhecido por atrair realizadores, atores e amantes da sétima arte de todo o mundo.

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Uma celebração de 22 anos de história
Desde a sua fundação em 2001, o Festival de Marraquexe tornou-se um ponto de encontro para culturas e estilos cinematográficos. Este ano, a edição celebra o cinema como uma linguagem universal, destacando filmes que exploram temas como identidade, memória e mudança social.

O evento contará com uma seleção oficial composta por longas-metragens de mais de 20 países, abrangendo géneros que vão do drama ao experimental, com especial ênfase no cinema africano e do Médio Oriente. A Competição Oficial terá um júri internacional presidido por uma figura de renome na indústria cinematográfica, cujo nome será revelado nas próximas semanas.

Homenagens a ícones do cinema
Um dos momentos mais aguardados do festival é a homenagem a figuras marcantes do cinema mundial. Este ano, serão celebradas personalidades que contribuíram significativamente para a evolução da sétima arte, com tributos a atores, realizadores e produtores de diferentes partes do globo. Em edições passadas, nomes como Martin ScorseseIsabelle Huppert e Francis Ford Coppola receberam este prestigiado reconhecimento.

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Foco na nova geração
O festival também dedica especial atenção a novos talentos, com programas como o Atelier de Realização e as Masterclasses, que proporcionam a jovens cineastas a oportunidade de aprender com os melhores da indústria. Estas iniciativas têm como objetivo fomentar a próxima geração de criadores de cinema, reforçando o compromisso do evento com a educação e a inovação.

A cidade de Marraquexe como palco central
Realizado em locais icónicos da cidade, como a Praça Jemaa el-Fna e o luxuoso Palácio El Badi, o festival mistura a tradição cultural de Marrocos com a modernidade do cinema internacional. Esta combinação única atrai visitantes não só pelo cinema, mas também pela experiência imersiva que a cidade oferece.

Uma plataforma global para o cinema
O Festival de Marraquexe continua a ser uma celebração do poder do cinema para unir pessoas e culturas. Com uma programação diversificada, homenagens a lendas da indústria e um foco no futuro do cinema, o evento reforça o seu estatuto como um dos mais importantes no cenário cinematográfico internacional.

Datas imperdíveis
O festival realiza-se de 24 de novembro a 2 de dezembro de 2024, oferecendo uma semana repleta de exibições, debates e celebrações que prometem encantar os apaixonados pelo cinema.

Idris Elba Defende o Futuro do Cinema Africano no Gana

O renomado ator britânico Idris Elba participou recentemente no Africa Cinema Summit, que teve lugar em Acra, capital do Gana, entre os dias 7 e 9 de outubro de 2024. Este evento reuniu algumas das principais figuras da indústria cinematográfica africana para discutir e projetar o futuro do cinema no continente. Elba, conhecido por filmes como Mandela: Longo Caminho para a Liberdade e Beasts of No Nation, gravado no Gana, destacou-se como um dos principais defensores da expansão e fortalecimento do cinema africano.

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Filho de pai da Serra Leoa e mãe ganesa, Elba tem uma ligação forte ao continente africano e aproveitou esta cimeira para sublinhar a importância de criar infraestruturas que permitam ao cinema africano crescer. O ator afirmou que, embora o cinema africano tenha uma longa história, continua a ser sub-representado no cenário global. Para ele, o futuro do cinema no continente passa por desenvolver uma rede de distribuição que possibilite que os filmes cheguem ao público local, sem depender exclusivamente de plataformas de streaming internacionais, como a Netflix.

Durante o evento, Elba enfatizou o potencial criativo da jovem população africana, destacando que muitos estão a utilizar smartphones para criar filmes inovadores. Contudo, defendeu que é necessário ampliar essas iniciativas e assegurar que existam métodos de distribuição para que essas criações alcancem audiências mais vastas. Como parte do seu compromisso com o futuro do cinema africano, o ator investiu na construção de dois estúdios de cinema – um no Gana e outro na ilha de Zanzibar – que têm como objetivo apoiar os talentos emergentes e fortalecer a indústria cinematográfica africana.

Idris Elba vê o cinema como uma ferramenta poderosa para contar histórias africanas ao mundo. Ele acredita que, para além do reconhecimento internacional, o cinema africano precisa também de um forte apoio interno, com mais salas de cinema e um público fiel dentro do próprio continente. O ator espera que, ao investir em infraestruturas e apostar no talento local, o cinema africano possa prosperar e tornar-se numa força global.

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Com este compromisso, Elba continua a ser uma das vozes mais influentes na promoção do cinema africano, defendendo que o futuro da indústria cinematográfica no continente tem um potencial enorme. Através da sua paixão e do seu investimento pessoal, ele está a ajudar a moldar uma nova era para o cinema em África.