Festival de Busan Celebra o Poder do Cinema Asiático com Park Chan-wook na Linha da Frente 🎬✨

Um Festival em Mudança, Mas Sempre Fiel às Suas Raízes

O Festival Internacional de Cinema de Busan (BIFF) celebra este ano a sua 30.ª edição e chega num momento em que o cinema asiático está mais forte do que nunca. Depois de sucessos globais como ParasitasSquid Game e mais recentemente Guerreiras do K-POP, o BIFF reforça o seu papel como a maior montra do cinema asiático, ao lançar pela primeira vez uma competição oficial com 14 títulos, quatro deles sul-coreanos.

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A passadeira vermelha contou com estrelas de peso, entre elas a cantora Lisa (BLACKPINK) e o próprio Park Chan-wook, que inaugurou o festival com a sua nova comédia negra No Other Choice.

Park Chan-wook: Entre a Comédia Negra e a Reflexão Social

Conhecido mundialmente por Oldboy – Velho Amigo, Park regressa a Busan com um filme que já tinha sido aplaudido em Veneza. Baseado no romance The Axe (1997) de Donald E. Westlake, No Other Choice acompanha um trabalhador despedido da indústria do papel que decide eliminar os seus rivais para garantir um novo emprego.

O realizador confessou identificar-se com o protagonista:

“Tal como ele dedica a vida ao fabrico de papel, eu aposto tudo no cinema, mesmo que muitos o vejam apenas como entretenimento passageiro.”

A obra, protagonizada por Lee Byung-hun (Squid Game) e Son Ye-jin (Crash Landing on You), mistura humor negro com críticas ao mercado de trabalho e até referências à Inteligência Artificial.

Estreias, Prémios e Novas Vozes

Este ano, o BIFF apresenta 241 filmes de 64 países, incluindo 90 estreias mundiais. Entre os destaques, Hana Korea, um drama sobre refugiados norte-coreanos com Kim Min-ha (Pachinko), e The People Upstairs, de Ha Jung-woo, que explora o eterno problema dos vizinhos barulhentos.

Na cerimónia de abertura, a atriz e realizadora Sylvia Chang recebeu o Prémio Camélia, reconhecendo o seu contributo para o cinema feminino. Já Jafar Panahi foi distinguido como Cineasta Asiático do Ano, num gesto simbólico de apoio à liberdade artística.

O festival também reforça o olhar sobre talentos emergentes. Como sublinhou Park Sung-ho, programador do BIFF, as curtas-metragens têm sido um espaço de ousadia e criatividade, mesmo em países onde a liberdade de expressão continua limitada.

Um Futuro Brilhante para o Cinema Asiático

Entre homenagens, estreias e uma programação arrojada, o BIFF confirma o estatuto do cinema asiático como um dos motores criativos mais dinâmicos da atualidade. A presença de nomes consagrados como Bong Joon-ho, Jia Zhangke, Michael Mann, Juliette Binoche e Milla Jovovich demonstra que Busan não é apenas uma vitrina regional — é hoje um dos epicentros do cinema mundial.

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Seja com histórias íntimas ou narrativas arrojadas, o cinema asiático continua a expandir fronteiras, e o BIFF é, mais do que nunca, o palco onde o futuro do cinema se desenha.

Bong Joon-ho e o único género que nunca irá explorar no cinema

O realizador sul-coreano Bong Joon-ho, vencedor do Óscar por Parasitas (2019), tem uma carreira marcada pela versatilidade e pela sua capacidade de transitar entre géneros cinematográficos com maestria. No entanto, há uma certeza absoluta sobre o seu percurso: nunca irá realizar um musical.

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Durante a sua recente participação no programa The Late Show with Stephen Colbert, enquanto promovia o seu mais recente filme Mickey 17, Bong foi questionado sobre os tipos de filmes que gostaria de explorar no futuro. A sua resposta gerou gargalhadas no público e até no próprio apresentador. “Tenho muito respeito pelos musicais. Gosto especialmente de Jesus Cristo Superstar e adoro All That Jazz, do Bob Fosse. Mas nunca poderei fazer um musical”, afirmou Bong, deixando a plateia curiosa sobre o motivo.

A justificação foi hilária e direta: “Não suporto assim que começam a cantar”.

O realizador brincou com a lógica dos musicais, mencionando o icónico West Side Story: “Porque vemos as personagens a falar normalmente e, de repente, começam a cantar ‘Tonight…'”, disse ele, imitando o tom característico do tema. “Não consigo aguentar. Não posso fazer um musical”.

Um realizador que desafia convenções

Desde Memories of Murder (2003) a O Hospedeiro (2006), Expresso do Amanhã (2013) e o já citado Parasitas, Bong Joon-ho tem demonstrado um apetite voraz por géneros variados, misturando elementos de suspense, ficção científica, comédia negra e sátira social. Agora, prepara-se para lançar Mickey 17, uma ficção científica protagonizada por Robert Pattinson, que tem estreia marcada para 6 de março nos cinemas portugueses.

O cineasta também anunciou recentemente que está a trabalhar num filme de animação, outro território que ainda não havia explorado. Contudo, a resistência a musicais parece ser definitiva. Enquanto Hollywood continua a produzir grandes sucessos no género, como La La Land (2016) ou o recente Wonka (2023), Bong Joon-ho confirma que essa será a única excepção à sua impressionante versatilidade.

Para os fãs que gostariam de ver uma abordagem surreal e satírica ao género musical sob o olhar do mestre sul-coreano, a resposta já está dada: isso nunca acontecerá. Mas se há algo que aprendemos com Bong Joon-ho, é que ele sempre encontra uma forma inesperada de surpreender o público.

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Bong Joon-ho, realizador de “Parasitas”, prepara novo filme de animação para 2027

Com o muito adiado Mickey 17, protagonizado por Robert Pattinson, a chegar finalmente aos cinemas em março, Bong Joon-ho já tem um novo projeto em andamento — e promete ser ambicioso.

O realizador sul-coreano, que se tornou um dos nomes mais influentes do cinema contemporâneo após vencer o Óscar com Parasitas, estará presente no Festival de Berlim para apresentar Mickey 17 fora da competição. No entanto, os seus planos para o futuro já estão bem delineados e incluem um ousado projeto de animação.

Festival de Cinema de Berlim abre com tom político e resistência contra a extrema-direita

O filme mais caro da história do cinema coreano

Ainda sem título oficial, o novo filme de Bong Joon-ho está a ser descrito como a animação mais cara alguma vez feita na Coreia do Sul, com um orçamento estimado em 60 milhões de dólares (cerca de 57,72 milhões de euros, à cotação atual).

O cineasta revelou recentemente, em entrevista ao canal coreano JTBC (via World of Freel), que o projeto está “a meio caminho”, mas que só deverá estrear em 2027, ou no final de 2026, caso tudo corra dentro do previsto.

“Estou a trabalhar muito nele, com muitas pessoas. Atualmente, estamos a desenvolver o filme com o objetivo de lançá-lo em 2027. Sempre que vejo filmes de animação, reparo que costumam ter dois ou três realizadores creditados, mas eu estou a tentar fazer tudo sozinho e, por isso, está a demorar mais”, explicou Bong Joon-ho.

Uma história inspirada no fundo do mar

O argumento do filme tem vindo a ser desenvolvido desde 2018 e ficou concluído em janeiro de 2021. Apesar de manter os detalhes da história em segredo, o realizador deixou escapar que o enredo gira em torno da relação entre criaturas do fundo do mar e os humanos.

A inspiração vem, alegadamente, do livro Criaturas do Abismo, da escritora francesa Claire Nouvian, uma obra que explora a biodiversidade das profundezas oceânicas e o impacto ambiental causado pela atividade humana.

Werner Herzog no elenco de vozes

Outro nome já confirmado no projeto é o lendário realizador alemão Werner Herzog, que emprestará a sua voz a uma das personagens do filme. Herzog, conhecido tanto pela sua filmografia como pelo seu trabalho vocal em projetos como The Mandalorian, será um dos grandes atrativos desta produção.

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Para já, os fãs do cineasta sul-coreano podem marcar na agenda o lançamento de Mickey 17, que finalmente chega aos cinemas portugueses a 6 de março.

Festival de Cinema de Berlim abre com tom político e resistência contra a extrema-direita

Tilda Swinton recebe Urso de Ouro e faz discurso crítico na Berlinale

A 75.ª edição do Festival de Cinema de Berlim arrancou com um forte tom político, refletindo o clima de tensão que se vive na Alemanha, a poucos dias das eleições legislativas. A atriz escocesa Tilda Swinton, homenageada com o Urso de Ouro honorário pela sua carreira, fez um discurso contundente sobre o estado atual do mundo, denunciando a violência, os extremismos e as injustiças sociais.

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“O desumano está a ser perpetuado perante os nossos próprios olhos”, declarou Swinton, de 64 anos, sublinhando a sua preocupação com os assassinatos em massa organizados por Estados e permitidos em escala internacional.

A Berlinale, conhecida pelo seu caráter progressista e politicamente engajado, tornou-se um palco de resistência, num momento em que a extrema-direita cresce na Alemanha. A noite de abertura incluiu também um gesto de solidariedade, com vários atores alemães e Tricia Tuttle, diretora do festival, a segurarem uma fotografia do ator israelita David Cunio, atualmente refém do Hamas.

A presença de Cunio no festival prende-se com o filme “A Letter to David”, do realizador Tom Shoval, que será apresentado nos próximos dias.

Eleições na Alemanha e a ascensão da extrema-direita

O contexto político da Berlinale este ano não passa despercebido. A Alemanha está prestes a realizar eleições parlamentares a 23 de fevereiro, e as sondagens indicam que o partido de extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha) poderá conquistar o segundo lugar, atrás apenas dos conservadores.

Na conferência de imprensa do júri, Tricia Tuttle reforçou a importância do festival como um espaço de resistência ao autoritarismo, enquanto o realizador Todd Haynes, presidente do júri, mencionou a crise política global e os desafios que os EUA enfrentam atualmente.

O festival também prestou homenagem às vítimas de um atropelamento em massa em Munique, ocorrido na quinta-feira, protagonizado por um requerente de asilo afegão que feriu 30 pessoas.

A competição e os filmes em destaque

A edição deste ano da Berlinale apresenta 19 filmes na competição oficial, com um júri presidido por Todd Haynes, conhecido por filmes como Carol e Velvet Goldmine.

Entre os destaques estão:

• “Dreams”, do realizador mexicano Michel Franco, protagonizado por Jessica Chastain e Isaac Hernandez, sobre uma bailarina mexicana que tenta vencer nos EUA.

• “O Último Azul”, do brasileiro Gabriel Mascaro.

• “El Mensaje”, do argentino Iván Fund.

• Filmes de cineastas consagrados como Richard Linklater e Hong Sang-soo também integram a competição.

O festival procura este ano atrair mais estrelas para a passadeira vermelha, com nomes como Timothée Chalamet, Jessica Chastain, Marion Cotillard, Ethan Hawke e Robert Pattinson a marcarem presença.

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Pattinson protagoniza “Mickey 17”, novo filme de Bong Joon-ho, que está fora de competição e marca o regresso do realizador sul-coreano desde o sucesso de “Parasitas”. O filme, uma comédia de ficção científica, satiriza um multimilionário que faz lembrar Elon Musk, líder da Tesla e SpaceX, próximo de Donald Trump e simpatizante do AfD alemão.

Festival de Cinema de Berlim 2025: Política e Cinema em Equilíbrio Delicado

🎬 Berlinale arranca sob tensão política, mas quer manter o foco nos filmes

Festival de Cinema de Berlim começa esta quinta-feira, 15 de fevereiro, e enfrenta um desafio que tem dominado a indústria artística ocidental: como impedir que a política tome conta do debate cinematográfico?

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O evento, conhecido pela sua inclinação para temas sociais e políticos, viu a sua edição de 2024 ser ofuscada por polémicas relacionadas com os ataques de Israel a Gaza, algo que gerou fortes reações entre cineastas e políticos alemães.

Além disso, a Berlinale deste ano coincide com um momento crítico para a Alemanha, onde as eleições nacionais, marcadas para 23 de fevereiro, poderão trazer ganhos históricos para o partido de extrema-direita AfD, de acordo com sondagens.

A nova diretora do festival, Tricia Tuttle, garantiu que a Berlinale não vai evitar temas controversos, mas espera que as discussões não eclipsam o verdadeiro protagonista do evento: o cinema.

🗣️ “A agenda noticiosa pode dominar todos os festivais, mas esperamos que os filmes consigam ser o foco principal do debate.” – Tricia Tuttle

Abertura com um filme de tom político

O festival arrancará com “Das Licht” (“A Luz”) do realizador Tom Tykwer, um filme que aborda a imigração na Alemanha – um dos temas políticos mais sensíveis no país.

A história segue uma família alemã de classe média cuja vida é transformada pela chegada de uma misteriosa governanta síria. A escolha deste filme para a noite de abertura não é inocente, já que a crise migratória de 2015-2016 foi um dos fatores que impulsionaram o crescimento da extrema-direita alemã.

Em 2023, os organizadores do festival barraram cinco políticos da AfD que tinham sido previamente convidados, afirmando que “não eram bem-vindos”.

🎙️ “Seria bom se os principais debates fossem sobre os filmes, mas esse não é o mundo em que vivemos hoje.” – Scott Roxborough, The Hollywood Reporter

Os grandes destaques da Berlinale 2025

A Berlinale continua a ser um espaço de descoberta para cineastas independentes, mas contará também com grandes estrelas e produções de prestígio.

🔥 Na competição oficial:

• “Blue Moon” – O novo filme de Richard Linklater, protagonizado por Ethan Hawke

• Filmes de realizadores emergentes da América Latina, Europa e Ásia

🎥 Exibições especiais:

• “Mickey 17” – O novo filme de Bong Joon-ho (Parasitas), com Robert Pattinson

• Homenagem a Tilda Swinton pela sua carreira

• Jessica Chastain, Marion Cotillard e Timothée Chalamet entre os convidados

🎭 Júri do festival: Liderado pelo realizador Todd Haynes (CarolMay December).

Polémica do ano passado ainda assombra a Berlinale

A edição de 2024 ficou marcada por discursos políticos inflamados durante a entrega de prémios. O cineasta Ben Russell, usando um lenço palestiniano, acusou Israel de cometer “genocídio”, enquanto o cineasta palestiniano Basel Adraafirmou que a população de Gaza estava a ser “massacrada”.

A resposta do governo alemão foi imediata, classificando os comentários como “inaceitáveis”.

A nova diretora, Tricia Tuttle, reconhece que este ambiente politizado levou alguns cineastas a ponderar a sua participação no evento.

🎙️ “Houve realizadores que decidiram não regressar até verem como gerimos esta questão.” – Tricia Tuttle

Temas sensíveis no festival de 2025

Entre as exibições confirmadas, dois títulos chamam a atenção:

🎞️ Documentário sobre um ator israelita feito refém pelo Hamas

🎞️ “Shoah” (1985), o monumental épico de Claude Lanzmann sobre o Holocausto (+9 horas de duração!)

A inclusão destes filmes demonstra que a Berlinale continua a abraçar debates políticos, quer queira, quer não.

🎙️ “Berlim sempre foi um local de grande debate político.” – Scott Roxborough

Conclusão: Cinema ou política?

Berlinale 2025 promete ser mais uma edição marcada pela tensão entre arte e política. Embora a organização tente manter o foco nos filmes, o contexto internacional e as eleições alemãs tornam isso um desafio.

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Será possível assistir ao festival sem que a política domine o debate?

📅 O Festival de Cinema de Berlim decorre de 15 a 25 de fevereiro de 2025.