🐉 O Tigre e o Dragão Regressa — Agora em Série! A Amazon Prepara-se para Ressuscitar o Mito das Artes Marciais

É oficial: O Tigre e o Dragão, o épico wuxia que conquistou o mundo no virar do milénio, vai voltar. Mas não ao grande ecrã — desta vez, o palco será o streaming, com a Amazon Prime Video a desenvolver uma nova adaptação em formato de série. E não estamos a falar de uma simples sequela ou remake: este é um regresso às origens literárias da lenda.

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Baseada no romance homónimo de Wang Dulu, a nova série será uma exploração renovada da história de Shu Lien e Mu Bai, dois guerreiros divididos entre o amor e o dever, enquanto o seu mundo entra em choque com a modernidade. A produção está ainda numa fase inicial, sem elenco confirmado nem datas de estreia apontadas — mas as expectativas já estão nas nuvens.

O regresso do wuxia ao Ocidente?

Para os menos familiarizados, wuxia é o género chinês que mistura artes marciais, romance, honra, códigos morais e acrobacias poéticas em cima de bambus. Uma espécie de Shakespeare de sabre na mão e com levitações coreografadas. E O Tigre e o Dragão foi o grande responsável por introduzir o género a audiências ocidentais em massa.

O filme de Ang Lee, lançado em 2000, não foi apenas um sucesso global — foi um fenómeno. Ganhou 4 Óscares(incluindo Melhor Filme Estrangeiro), tornou-se a maior bilheteira de sempre para um filme de língua não inglesa nos EUA, e consolidou o estatuto lendário de Chow Yun-FatMichelle Yeoh e da então estreante Zhang Ziyi. Além disso, provou que o cinema de Hong Kong podia viajar… e encantar.

Quem está por trás da nova série?

A Amazon e a Sony Pictures Television lideram a produção, com nomes de peso na equipa criativa. O argumento está a cargo de Jason Ning, conhecido pelo seu trabalho em séries como PerceptionLúcifer e, mais recentemente, Os Irmãos Sun. A produção executiva será de Ron D. Moore, o responsável por sucessos como For All Mankind e Outlander, e atualmente também envolvido na adaptação de God of War para a Amazon.

O objetivo declarado é claro: dar nova vida a uma narrativa clássica, com “paisagens deslumbrantes e ação espetacular”, enquanto se explora o dilema existencial de dois guerreiros entre o dever e o amor. O que nos leva a crer que o tom será mais introspectivo e emocional do que meramente acrobático. Ou seja: uma série wuxia com coração.

Uma saga com raízes profundas

Importa lembrar que O Tigre e o Dragão é apenas uma parte de um universo literário mais vasto. A chamada Pentalogia do Ferro, escrita por Wang Dulu entre as décadas de 1930 e 1940, é composta por cinco romances:

  1. Crane Startles Kunlun
  2. Precious Sword, Golden Hairpin
  3. Sword Force, Pearl Shine
  4. Crouching Tiger, Hidden Dragon (o título original)
  5. Iron Knight, Silver Vase

A saga literária é uma epopeia romântica e filosófica que explora o peso da honra, os dilemas do desejo e o declínio de um mundo governado por códigos. E a série da Amazon promete resgatar precisamente essa densidade emocional e cultural, para além das lutas coreografadas.

Depois da espada do destino… nova esperança

Vale lembrar que em 2016 a Netflix tentou uma sequela com O Tigre e o Dragão: A Espada do Destino, realizado por Yuen Wo-Ping, lendário coreógrafo de artes marciais (MatrixKill Bill). O filme contava com Donnie YenHarry Shum Jr. e o regresso solitário de Michelle Yeoh. Mas o resultado foi morno — tanto na crítica como no impacto cultural.

Agora, a Amazon parece querer fazer diferente: ir à origem, com tempo para desenvolver personagens, relações e tensões — algo que uma série, bem feita, pode oferecer melhor que um filme de duas horas.

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🎬 O Tigre e o Dragão regressa ao ecrã, mas com fôlego renovado e um novo formato. Se tudo correr como prometido, a série da Amazon poderá não só reviver um clássico, como abrir as portas para uma nova era de wuxia nas plataformas de streaming. E nós, cinéfilos de coração, estaremos à espreita… como guerreiros no telhado.

Michelle Williams Relembra Brokeback Mountain e a Derrota que Ainda Hoje nos Deixa de Coração Partido 💔🎬

Quase duas décadas depois da estreia de Brokeback Mountain, o filme continua a marcar quem o viu. E não somos só nós a sentirmo-nos assim: Michelle Williams, uma das protagonistas, também não esquece a emoção — nem a polémica — que acompanhou a estreia deste verdadeiro marco do cinema.

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Num episódio recente do programa Watch What Happens Live With Andy Cohen, a actriz esteve a promover a série Dying for Sex, mas acabou por revisitar aquele que é, para muitos, o filme mais importante da sua carreira. E bastou um elogio sincero do apresentador para abrir as comportas da memória.

Brokeback Mountain foi e continua a ser um dos meus dois filmes preferidos de sempre”, disse Andy Cohen. “Teve um impacto profundo em mim.” E Michelle Williams respondeu com uma afirmação certeira: “Sim, sabíamos que ia ser especial. Porque as pessoas foram muito abertas sobre o que significava para elas.”

“Nunca tinha visto homens adultos chorarem assim”

Williams recorda um momento marcante durante a promoção do filme: “Lembro-me de fazer o junket e pensar — não temos muitas oportunidades de ver homens adultos a chorar. Foi nesse momento que percebemos que o filme ia tocar as pessoas de forma muito especial.”

E tocou mesmo. Realizado por Ang Lee e baseado num conto de Annie Proulx, Brokeback Mountain conta a história de amor entre dois cowboys, Jack Twist (Jake Gyllenhaal) e Ennis Del Mar (Heath Ledger), num percurso íntimo, belo e devastador, ao longo de 20 anos. Michelle Williams e Anne Hathaway interpretaram as esposas das personagens principais — e ambos os casais viveram vidas assombradas por segredos e frustrações.

O filme estreou em 2005 e conquistou o mundo. Ganhou três Óscares (Melhor Realizador, Argumento Adaptado e Banda Sonora Original) e foi nomeado para outros cinco. Mas perdeu aquele que todos davam como certo: Melhor Filme. A vitória de Crash continua a ser uma das decisões mais controversas da história da Academia.

“Quem é que fala de Crash hoje em dia?”

Durante a entrevista, Andy Cohen não escondeu a sua indignação: “Estava tão irritado com aquela derrota. Crash?! Isso é que ganhou?” — ao que Michelle respondeu com ironia: “O que era mesmo Crash?”

O momento gerou gargalhadas, mas o tom de fundo era de frustração. Brokeback Mountain foi (e continua a ser) um dos filmes mais aclamados da sua geração. O impacto cultural, emocional e simbólico da obra é inegável. Já Crash… bem, poucos se lembram da história — e menos ainda se referem a ela com entusiasmo.

Uma derrota anunciada… nos bastidores

Anos mais tarde, o realizador Ang Lee revelou que estava, literalmente, a um passo de vencer o Óscar de Melhor Filme. Depois de receber o prémio de Melhor Realizador, foi instruído por um assistente de palco a permanecer nos bastidores. “Disseram-me: ‘Fica aqui. Toda a gente assume que vais ganhar.’ Fiquei ali, mesmo ao lado do palco. Vi o Jack Nicholson abrir o envelope. E depois ele disse: Crash.”

Lee foi também confrontado com a possibilidade de o filme ter perdido por causa de preconceito contra a história de amor gay. A resposta foi clara: “Sim, acho que sim.”

Uma ferida que ainda não sarou

Apesar de todas as conquistas, a derrota de Brokeback Mountain nos Óscares de 2006 continua a ser uma espinha cravada na história da Academia. Foi um momento de viragem, que revelou tanto sobre os limites da indústria quanto sobre os seus preconceitos.

Hoje, o filme permanece como símbolo de progresso — um dos primeiros a apresentar com sensibilidade e profundidade uma história de amor entre dois homens, numa altura em que isso era tudo menos comum em Hollywood. E o seu legado só cresce com o tempo.

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Como bem disse Michelle Williams, o impacto do filme foi visível nos olhos de quem chorava nos junkets. E continua a sê-lo nos nossos corações, cada vez que ouvimos “I wish I knew how to quit you.