Charlize Theron Prepara Novo Thriller “Tyrant” com a Amazon MGM Studios

A actriz sul-africana vai protagonizar e produzir o novo filme de David Weil, um thriller intenso passado no competitivo mundo da alta gastronomia de Nova Iorque.

Charlize Theron está prestes a regressar ao grande ecrã com um novo papel que promete combinar ambição, poder e tensão psicológica. A actriz vencedora de um Óscar está em negociações finais para protagonizar Tyrant, o novo thriller da Amazon MGM Studios, escrito e realizado por David Weil — criador da série Hunters e argumentista de Citadel.

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Segundo o Deadline, o projecto ganhou forma rapidamente após uma disputa acesa entre estúdios por um dos guiões mais cobiçados do ano. Assim que Theron demonstrou interesse, o filme entrou em modo de produção acelerada. A actriz não só será a protagonista, como também irá produzir através da sua produtora Secret Menu, ao lado de Beth Kono e A.J. Dix.

Um thriller à la Wall Street e Whiplash

Os detalhes da história permanecem envoltos em mistério, mas sabe-se que Tyrant terá “tons de Wall Street e Whiplash”, transportando essa energia competitiva e obsessiva para o universo da alta cozinha nova-iorquina. O filme promete explorar as dinâmicas de poder, ambição e rivalidade num dos meios mais implacáveis e perfeccionistas do mundo moderno — o da gastronomia de luxo.

Fontes próximas do projecto revelam ainda que há um segundo papel feminino de grande destaque a ser escalado, o que sugere que o filme contará com duas interpretações de peso no centro da trama.

Uma agenda recheada para Charlize Theron

O novo projecto junta-se a uma lista impressionante de produções da Secret Menu, entre elas o thriller Apex da Netflix (com Theron e Taron Egerton, realizado por Baltasar Kormákur), a série limitada The Quiet Tenant com a Blumhouse, e Jane, um thriller psicológico inspirado na vida de Philip K. Dick, que será realizado por Alfonso Cuarón.

Theron também vai protagonizar Two for the Money, realizado por Justin Lin, e tem presença confirmada no épico The Odyssey, de Christopher Nolan, previsto para o próximo verão.

David Weil: o novo nome quente de Hollywood

David Weil, conhecido pelo seu olhar cinematográfico sobre temas de poder e moralidade, tem vindo a consolidar o seu estatuto em Hollywood. Além de Tyrant, o argumentista está a escrever Extraction 3 para a Netflix e desenvolve um filme sobre o jornalista do Wall Street Journal Evan Gershkovich, em colaboração com o realizador Edward Berger (Conclave).

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Com Tyrant, Weil e Theron parecem apostar numa mistura explosiva de drama psicológico, crítica social e suspense estilizado — uma receita perfeita para mais um sucesso de bilheteira e, quem sabe, de prémios.

The Voice of Hind Rajab: o filme sobre Gaza que comoveu Veneza com 23 minutos de aplausos

O retrato de uma tragédia real

O 82.º Festival de Veneza viveu um dos momentos mais intensos da sua edição com a antestreia de The Voice of Hind Rajab, da realizadora franco-tunisina Kaouther Ben Hania. O filme recria as últimas horas da vida de Hind Rajab, menina palestiniana de cinco anos morta a 29 de janeiro de 2024 por forças israelitas enquanto tentava escapar da Cidade de Gaza com a família.

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Com o consentimento da mãe, a produção incorpora as gravações reais da chamada em que a criança pediu socorro a um centro de emergência em Ramallah: “Fique comigo, não me abandone”, ouve-se Hind, entre tiros e explosões.

A sessão terminou com uma ovação de 23 minutos, considerada a mais longa do festival, durante a qual vários espectadores ergueram bandeiras palestinianas e gritaram palavras de ordem em solidariedade.

Entre lágrimas e protestos

No final da projeção, a equipa palestiniana do filme não conteve as lágrimas. Mais cedo, vestidos de preto e segurando uma fotografia de Hind Rajab, atores e realizadora desfilaram pela passadeira vermelha acompanhados por Rooney Mara e Joaquin Phoenix, produtores executivos do projeto e raramente vistos juntos em eventos públicos.

O filme conta ainda com o apoio de Brad Pitt, Alfonso Cuarón e Jonathan Glazer, também como produtores executivos.

Apresentado em competição oficialThe Voice of Hind Rajab é um dos 21 filmes que disputam o Leão de Ouro, que será entregue no sábado por um júri presidido por Alexander Payne e que inclui nomes como Fernanda TorresZhao TaoStéphane BrizéMaura DelperoCristian Mungiu e Mohammad Rasoulof.

Cinema como resistência

Em conferência de imprensa, Kaouther Ben Hania destacou o papel do cinema como resposta ao silenciamento:

“Estamos a ver que, em todo o mundo, a imprensa apresenta os mortos em Gaza como danos colaterais. Parece-me muito desumanizante. O cinema, a arte e todas as formas de expressão são fundamentais para dar uma voz e um rosto a essas pessoas.”

Um festival marcado pela guerra

Desde a sua abertura, a 27 de agosto, o Festival de Veneza tem sido atravessado por manifestações contra a ofensiva israelita na Faixa de Gaza. O coletivo Venice4Palestine reuniu duas mil assinaturas numa carta aberta contra a guerra, e vários cineastas aproveitaram a passadeira vermelha para protestar.

A marroquina Maryam Touzani e o cineasta Nabil Ayouche exibiram um cartaz a exigir “Stop the genocide in Gaza”, enquanto a argentina Lucrecia Martel denunciou a devastação diária do território palestiniano.

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O diretor artístico Alberto Barbera sublinhou que Veneza é “um lugar de abertura e debate”, confirmando que a Mostra deste ano ficará marcada não só pelo cinema, mas também pelo peso da atualidade política e humanitária.

Cate Blanchett Recebe Prémio Donostia em San Sebastián e Encanta o Público com Discursos Emotivos

No segundo dia do prestigiado Festival de Cinema de San Sebastián, a icónica atriz australiana Cate Blanchett foi homenageada com o Prémio Donostia em reconhecimento pela sua notável carreira cinematográfica. A atriz, vencedora de dois Óscares e considerada uma das intérpretes mais talentosas da sua geração, recebeu o prémio das mãos do cineasta mexicano Alfonso Cuarón, que a dirigiu em Difamação (2006). Durante a cerimónia, Blanchett emocionou-se ao receber uma mensagem especial de George Clooney, um amigo de longa data, que a encheu de elogios.

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“Fazes sempre com que todos nós à tua volta nos sintamos sortudos por trabalhar com alguém tão talentoso e gentil. E eu tenho orgulho de te chamar de amiga”, afirmou Clooney numa mensagem em vídeo, fazendo com que Blanchett, visivelmente comovida, agradecesse emocionada ao público. Ao aceitar o prémio, a atriz refletiu sobre o impacto do cinema e a sua capacidade de transcender fronteiras culturais e geográficas. “O cinema levou-me a todo o mundo e, agora, aqui no País Basco, neste festival extraordinário, sinto que estou a voltar para casa”, disse.

Uma Carreira de Excelência e Versatilidade

Cate Blanchett, de 55 anos, construiu uma carreira repleta de papéis memoráveis, tanto em filmes independentes como em grandes produções de Hollywood. Desde a sua estreia internacional como Elizabeth I em Elizabeth (1998), papel que lhe valeu a primeira nomeação ao Óscar, até à sua consagração com Blue Jasmine (2013), onde interpretou uma socialite decadente, a atriz destacou-se sempre pela sua versatilidade e profundidade emocional.

Blanchett venceu dois Óscares – Melhor Atriz por Blue Jasmine e Melhor Atriz Secundária por O Aviador (2004) – e quatro Globos de Ouro. Além disso, é reconhecida pelo seu trabalho em filmes aclamados como Carol (2015), O Despertar da Mente (2004), Notas Sobre um Escândalo (2006) e a trilogia O Senhor dos Anéis.

O Prémio Donostia, atribuído anualmente pelo Festival de San Sebastián, já homenageou algumas das maiores figuras do cinema mundial, incluindo Gregory PeckVittorio GassmanBette DavisLauren Bacall e Meryl Streep. Este ano, além de Cate Blanchett, o prémio também será entregue ao ator espanhol Javier Bardem e ao cineasta Pedro Almodóvar, reafirmando o compromisso do festival em reconhecer os melhores talentos da sétima arte.

San Sebastián Acolhe Filmes com Olhos no Óscar

No mesmo dia em que Blanchett foi homenageada, o festival exibiu dois candidatos à Concha de Ouro que já geram grande expectativa para os prémios Óscar. Um deles é Conclave, realizado pelo alemão Edward Berger (vencedor de quatro Óscares com A Oeste Nada de Novo), protagonizado por Ralph FiennesStanley Tucci e John Lithgow. O filme, baseado no romance homónimo de Robert Harris, aborda as tensões nos bastidores do Vaticano durante a eleição de um novo papa.

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Apesar de o tema religioso estar no centro da trama, Berger sublinhou que o filme é, na verdade, sobre “jogos de poder”, afirmando que a dinâmica retratada poderia ser aplicada em qualquer organização ou ambiente de trabalho. Conclave foi exibido anteriormente no Festival de Toronto, e já se especula que Ralph Fiennes possa ser um dos fortes concorrentes aos prémios da Academia.

Outro filme que chamou a atenção em San Sebastián foi Soy Nevenka, do realizador espanhol Icíar Bollaín. O filme conta a história real de Nevenka Fernández, uma conselheira do município de Ponferrada, em Castilla y León, que, em 2001, denunciou o então presidente da câmara Ismael Álvarez por assédio sexual. A denúncia foi histórica, tornando-se a primeira condenação de um político espanhol por assédio sexual. O filme regressa a este caso, refletindo sobre o impacto do assédio e o caminho percorrido desde então.

Um Festival que Celebra Talento e Cinema de Impacto

O Festival de Cinema de San Sebastián, que decorre entre 20 e 28 de setembro, continua a ser um dos eventos mais importantes da agenda cinematográfica internacional, acolhendo tanto grandes estrelas de Hollywood como novos talentos do cinema europeu e mundial. Este ano, com Blanchett, Bardem e Almodóvar a receberem as honras máximas, e com uma programação repleta de filmes que abordam questões políticas, sociais e culturais, o festival reafirma a sua posição como um espaço de diálogo e celebração do poder transformador do cinema.

Nicole Kidman e Cate Blanchett Reinventam o Thriller Erótico no Festival de Veneza

O Festival de Cinema de Veneza deste ano trouxe de volta um género que há muito tempo não dominava as telas: o thriller erótico. Este regresso foi liderado por duas das mais renomadas atrizes de Hollywood, Nicole Kidman e Cate Blanchett, que protagonizam projetos altamente aguardados e que desafiam as normas tradicionais do género, apresentando narrativas complexas através de uma perspetiva feminina.

“Babygirl” de Nicole Kidman

Nicole Kidman, conhecida por explorar personagens complexas e emocionalmente desafiadoras, brilhou em Veneza com o seu novo filme “Babygirl”. O filme, dirigido pela cineasta holandesa Halina Reijn, é o terceiro projeto da realizadora e marca a sua primeira seleção para um grande festival. “Babygirl” é um filme que mergulha profundamente nas complexidades da sexualidade e do desejo, temas que Kidman tem explorado ao longo da sua carreira.

Kidman interpreta uma empresária casada que, insatisfeita com o seu casamento, embarca num relacionamento sadomasoquista com um jovem estagiário, colocando em risco a sua carreira e a sua família. A atriz expressou como a experiência de filmar cenas de sexo explícito foi “muito estranha” e algo que normalmente “não é para ser visto por todos”. A reação ao filme foi calorosa, com muitos aplaudindo a abordagem ousada e sensível de Reijn, bem como a performance corajosa de Kidman.

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Cate Blanchett em “Disclaimer”

Cate Blanchett também trouxe o seu talento para Veneza com a série “Disclaimer”, um thriller psicológico dirigido por Alfonso Cuarón. A série, que mistura elementos de suspense com uma intensa carga emocional, aborda os temas de vergonha, arrependimento e as consequências de decisões passadas. Blanchett interpreta uma jornalista de sucesso que é confrontada com os erros do seu passado quando alguém publica um romance que detalha exatamente os eventos que ela esperava manter escondidos.

“Disclaimer” foi apresentado como uma série de sete episódios, filmada com a intensidade e o cuidado de um longa-metragem. O público de Veneza recebeu os primeiros episódios com entusiasmo, aplaudindo calorosamente as performances de Blanchett e dos seus colegas de elenco, incluindo Sacha Baron Cohen e Kevin Kline.

Uma Nova Perspetiva no Thriller Erótico

Ambos os projetos representam uma evolução do thriller erótico, um género que atingiu o seu auge nas décadas de 1980 e 1990 com filmes como “Atracção Fatal” e “Instinto Fatal”. Desde o movimento #MeToo, o género sofreu uma reinvenção, com mais histórias a serem contadas a partir de uma perspetiva feminina, explorando o desejo e a intimidade de maneiras mais subtis e profundas.

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Filmes como “Retrato de uma Rapariga em Chamas” abriram caminho para esta nova abordagem, onde as práticas de filmagem também mudaram significativamente, incluindo a utilização de coordenadores de intimidade para garantir o conforto e a segurança dos atores durante cenas sensíveis. Este novo olhar permite que o thriller erótico evolua de uma forma que respeite mais os atores e as histórias que estão a ser contadas, permitindo uma exploração mais honesta e emotiva do desejo humano.

Conclusão

Nicole Kidman e Cate Blanchett, com “Babygirl” e “Disclaimer”, trouxeram uma nova dimensão ao thriller erótico, destacando a importância de contar histórias complexas e emocionalmente ricas através de uma lente feminina. O Festival de Cinema de Veneza deste ano não só celebrou estas performances ousadas, mas também mostrou que o género tem um futuro vibrante e inovador pela frente, capaz de desafiar convenções e explorar novas fronteiras cinematográficas.