Querer: A Série Espanhola Que Abala Silêncios e Confronta a Violência Oculta

Inspirada em factos reais, a minissérie realizada por Alauda Ruiz de Azúa estreia a 27 de outubro no TVCine Edition e promete ser uma das produções mais intensas do ano.

Há séries que entretêm. Outras, como Querer, confrontam-nos com verdades difíceis. A nova minissérie espanhola, que estreia no TVCine Edition a 27 de outubro, às 22h10, mergulha no drama de uma família despedaçada quando a mãe decide quebrar um silêncio de trinta anos — e denunciar o marido por violação contínua ao longo do casamento.

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O gesto desencadeia uma tempestade emocional que abala todos à volta: o marido nega as acusações, sentindo-se humilhado, os filhos são forçados a escolher lados, e o sistema judicial torna-se o palco de uma luta pela verdade — ou pelas versões dela.

Um retrato cru e humano

Ao longo de quatro episódios, Querer expõe a violência invisível que se pode esconder por detrás de uma fachada familiar aparentemente perfeita. A narrativa, inspirada em factos reais, é conduzida com uma sensibilidade rara pela realizadora Alauda Ruiz de Azúa, conhecida pelo premiado Cinco Lobitos.

A série aborda temas complexos — violência sexual dentro do casamento, o peso do silêncio e a fratura emocional familiar — sem recorrer ao sensacionalismo. É um retrato íntimo, honesto e profundamente humano, que levanta uma questão desconfortável: a quem pertence a verdade dentro de uma família?

Reconhecida pela crítica e premiada

Desde a sua estreia em Espanha, Querer tem sido amplamente aclamada pela crítica, tornando-se uma das produções televisivas mais impactantes dos últimos anos. Foi distinguida nos Prémios Forqué com os galardões de Melhor Série de FicçãoMelhor Interpretação Feminina (Nagore Aranburu) e Melhor Interpretação Masculina (Pedro Casablanc).

A série voltou a brilhar nos Prémios Feroz 2025, onde conquistou os troféus de Melhor Série DramáticaMelhor Atriz Principal em Série e Melhor Guião — um reconhecimento da sua força narrativa e da subtileza com que trata um tema tão delicado.

Uma estreia imperdível no TVCine

Querer estreia em exclusivo no TVCine Edition e TVCine+ no dia 27 de outubro, às 22h10, com novos episódios a cada segunda-feira.

Mais do que uma série, é uma experiência emocional que convida à reflexão — e que nos lembra que o amor, quando manipulado pelo poder e pelo medo, pode tornar-se no mais silencioso dos horrores.

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Los Domingos vence a Concha de Ouro em San Sebastián numa edição marcada por política e emoção

A vitória espanhola

Festival de Cinema de San Sebastián 2025 terminou com o triunfo de Los domingos, da realizadora Alauda Ruiz de Azúa, que conquistou a Concha de Ouro. A obra retrata o despertar religioso de Ainara, uma adolescente de 17 anos interpretada pela estreante Blanca Soroa, cuja decisão de entrar para um convento de clausura abala profundamente a sua família.

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A realizadora, que já tinha sido distinguida com o Goya de Melhor Realizadora Revelação por Cinco Lobitos (2022), sublinhou:

“Não creio que tentar compreender algo signifique validá-lo ou legitimá-lo, mas acredito que vivemos num mundo onde há sempre pessoas diferentes.”

Conchas de Prata e grandes interpretações

O belga Joachim Lafosse conquistou a Concha de Prata de Melhor Realização por Six jours ce printemps-là, recebendo também o prémio de Melhor Argumento. Não é a primeira vez que o cineasta brilha no certame: em 2015 já tinha levado o mesmo galardão com Les chevaliers blancs.

Na categoria de interpretação, o júri optou por uma atribuição ex aequo:

  • Zhao Xiaohong, pela sua poderosa atuação em Jianyu laide mama, onde interpreta uma mulher que tenta reconstruir a vida após cumprir pena por homicídio.
  • José Ramón Soroiz, pelo papel em Maspalomas, como um idoso homossexual que regressa à terra natal conservadora.

Já a argentina Camila Plaate venceu a Concha de Prata de Melhor Interpretação Secundária pela sua prestação em Belén, filme de Dolores Fonzi inspirado numa história real de injustiça ligada ao aborto em Tucumán. Plaate dedicou o prémio ao movimento de mulheres da Argentina e do mundo.

Gaza e o peso da atualidade

O contexto político também marcou a cerimónia. O filme tunisino A Voz de Hind Rajab, de Kaouther Ben Hania, venceu o Prémio do Público Cidade de Donostia. A obra relata a morte de uma menina palestiniana às mãos do exército israelita e foi recebida com forte carga emocional.

“Dedicamos este prémio de todo o coração à família de Hind Rajab, que mantém viva a sua memória no meio de uma dor insuportável”, afirmou o ator Motaz Malhees ao receber o galardão.

Horizontes Latinos

O prémio Horizontes Latinos distinguiu Un poeta, do colombiano Simón Mesa Soto, um retrato de um escritor fracassado que descobre uma jovem promissora. Mesa Soto, que em 2014 venceu a Palma de Ouro para Melhor Curta-Metragem com Leidi, dedicou o galardão “a todos os que lutam para fazer cinema na América Latina”.

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Uma edição intensa

Presidido por J.A. Bayona e com nomes como Mark Strong e Gia Coppola no júri, o festival mostrou mais uma vez a sua relevância cultural, ao unir o melhor do cinema mundial com debates urgentes da atualidade.