Emmys 2025: The Studio Brinda ao Recorde, Mas Houve Mais Surpresas na Noite da Televisão

A sátira que virou carta de amor a Hollywood

A 77.ª edição dos Emmys, os “Óscares da Televisão”, coroou The Studio como a grande vencedora da noite. A série da Apple TV+, criada e protagonizada por Seth Rogen, conquistou 13 estatuetas — um recorde absoluto para uma série de comédia — e transformou a sua visão satírica e apaixonada sobre Hollywood num fenómeno televisivo.

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Com 23 nomeações, já partia como favorita. No fim, arrecadou os troféus mais cobiçados, incluindo Melhor Série de Comédia e Melhor Ator numa Série de Comédia para Rogen, que igualou o recorde de mais Emmys ganhos por uma só pessoa numa noite. A série confirma-se como um retrato mordaz das inseguranças e falhas morais da indústria que retrata… mas com um toque de autoironia que encantou votantes e público.

A força britânica de Adolescência

Se Hollywood celebrou com Rogen, também houve sotaque britânico na festa. A minissérie Adolescência, da Netflix, conquistou oito Emmys, incluindo o de Melhor Minissérie. Stephen Graham brilhou como Melhor Ator, enquanto Owen Cooper entrou para a história como o mais jovem vencedor masculino de sempre numa categoria de interpretação, ao levar para casa o prémio de Melhor Ator Secundário. Erin Doherty, por sua vez, confirmou o estatuto de revelação ao vencer Melhor Atriz Secundária.

Drama com sabor a vitória: The Pitt

O drama também teve os seus heróis. The Pitt, da HBO Max, sagrou-se Melhor Série Dramática, derrotando pesos pesados como The Last of UsSeparação e The White Lotus. Noah Wyle arrebatou o Emmy de Melhor Ator em Drama, e Katherine LaNasa surpreendeu ao vencer na categoria de Melhor Atriz Secundária, impondo-se a quatro nomeadas de The White Lotus.

Outros destaques da noite

Nem só de recordes viveu esta edição. The Penguin arrecadou nove estatuetas, sobretudo em categorias técnicas, mas também deu a Cristin Milloti o prémio de Melhor Atriz numa Minissérie. Já Separação, apesar das 27 nomeações, ficou-se por oito vitórias — mas ainda assim entrou para a história: Tramell Tillman tornou-se o primeiro homem negro a conquistar o Emmy de Melhor Ator Secundário em Drama, e Britt Lower venceu Melhor Atriz Dramática.

Houve ainda momentos de nostalgia: os 25 anos de Gilmore Girls, o 50.º episódio de Survivor, os 40 anos de Golden Girls e até os 20 de Anatomia de Grey. A cerimónia foi conduzida pelo comediante Nate Bargatze, que prometeu discursos curtos com uma “chantagem solidária”: doar 100 mil dólares a uma instituição de caridade, com o valor a decrescer sempre que alguém se alongasse. Resultado? Uma noite mais ágil e focada na celebração da televisão.

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A festa da televisão continua

Do brilho da passadeira vermelha às homenagens sentidas, os Emmys de 2025 confirmaram que a televisão continua a ser terreno fértil para grandes histórias e interpretações memoráveis. Se The Studio ficará para a história como a rainha da sátira televisiva, Adolescência e The Pitt provaram que há sempre espaço para novas vozes e dramas marcantes.

🎸 Emoção em Alta Voz: Stephen Graham Chorou ao Receber Mensagem de Bruce Springsteen

Stephen Graham é, neste momento, o rosto de um dos maiores fenómenos televisivos do ano com Adolescência, a minissérie da Netflix que tem dominado as conversas culturais e batido recordes de audiência. Mas longe das câmaras, o ator britânico viveu recentemente um momento de grande emoção — proporcionado por um dos seus maiores ídolos: Bruce Springsteen.

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Numa entrevista recente ao podcast Soundtracking, Graham contou que chorou ao receber uma mensagem do próprio “Boss”, que o contactou pessoalmente depois de assistir à série. “Estava a correr para o aeroporto e recebi um texto maravilhoso, melhor que qualquer prémio que possa vir a receber”, revelou o ator, com a voz embargada pela memória.

Segundo Graham, a mensagem de Springsteen não foi apenas um gesto de cortesia. Foi uma demonstração sincera de reconhecimento, marcada por uma nota pessoal comovente. O músico agradeceu-lhe pela sua prestação como pai de Jamie em Adolescência, confessando que o seu próprio pai já falecera e que a atuação de Graham o fez sentir que o “revivera”.

“Chorei ao ler a mensagem. Partilhar isso com alguém foi muito bonito. É um homem amabilíssimo”, disse o ator.

De Jamie para Bruce: um pai para cada história

O mais curioso nesta ligação entre os dois artistas? Stephen Graham está neste momento a preparar-se para interpretar o próprio pai de Springsteen no cinema. O filme chama-se Deliver Me From Nowhere e centra-se na criação de Nebraska, o álbum mais cru e introspectivo da carreira do cantor norte-americano — e o primeiro gravado sem a E Street Band. A longa-metragem, que será lançada ainda este ano, foca-se no processo criativo singular que resultou numa das obras mais intimistas e pessoais da discografia de Springsteen.

A escolha de Graham para o papel do pai do “Boss” ganha agora uma carga emocional acrescida, não apenas pela sua capacidade de representar figuras paternas com profundidade e humanidade, como também por este gesto de confiança e agradecimento vindo diretamente de Springsteen.

O ator do momento

Stephen Graham é um dos atores mais respeitados do Reino Unido. Conhecido por performances intensas em obras como This Is EnglandThe VirtuesBoardwalk Empire ou Boiling Point, o ator construiu uma carreira alicerçada na autenticidade e na empatia pelas figuras marginalizadas. Em Adolescência, brilha ao lado de Owen Cooper e Christine Tremarco num drama que aborda temas como o extremismo online, a cultura “incel” e o colapso do diálogo entre pais e filhos numa era saturada de desinformação.

A série, escrita por Jack Thorne e realizada por Philip Barantini, tornou-se num fenómeno instantâneo: bateu recordes de audiência no Reino Unido e acumulou mais de 24 milhões de visualizações a nível global numa só semana. Cada episódio foi filmado num plano-sequência contínuo, uma ousadia técnica que aumentou ainda mais o impacto emocional da narrativa.

Uma ponte entre mundos

A relação entre Graham e Springsteen vai muito além da colaboração cinematográfica. Une-os uma sensibilidade partilhada pelas histórias da classe operária, pela dor invisível dos homens comuns e pela procura de redenção em mundos difíceis. Adolescência e Nebraska falam, cada um à sua maneira, da solidão, da raiva e da esperança que persiste nos lugares mais sombrios.

Que Graham tenha recebido uma mensagem tão íntima e poderosa de Bruce Springsteen não surpreende — é o reconhecimento de um artista para outro. E para os espectadores, é um lembrete comovente de que, por vezes, a arte aproxima mesmo aqueles que nunca se cruzaram… até que uma história os une.

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Elon Musk criticado por espalhar desinformação sobre minissérie de sucesso da Netflix

A minissérie britânica Adolescência, protagonizada por Stephen Graham, tornou-se num fenómeno desde que chegou à Netflix, alcançando mais de 24 milhões de visualizações na sua primeira semana. Dividida em quatro episódios filmados em plano-sequência, a série mergulha numa história intensa e perturbadora que acompanha Jamie, um rapaz de 13 anos acusado do homicídio de uma colega da escola. A produção tem sido amplamente elogiada pela forma realista como retrata a radicalização online e a influência de culturas misóginas sobre adolescentes do sexo masculino. No entanto, esta semana, foi envolvida numa controvérsia inesperada — alimentada por Elon Musk.

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O bilionário e proprietário da plataforma X (antigo Twitter) foi alvo de fortes críticas por ter reagido a uma publicação que promovia desinformação sobre Adolescência. O post, feito por Ian Miles Cheong (@stillgray), alegava que a série era inspirada num caso real ocorrido em Southport, no qual o agressor teria sido um migrante negro. O utilizador acusava a Netflix de “racismo anti-branco” por ter alegadamente trocado a etnia do atacante na ficção. A publicação foi amplamente partilhada, contando com mais de cinco milhões de visualizações.

Elon Musk, que tem mais de 220 milhões de seguidores, respondeu com um simples “Wow”, amplificando a mensagem e dando-lhe legitimidade. A resposta gerou uma onda de indignação por parte de utilizadores da plataforma, especialistas e fãs da série.

Factos desmentem a polémica

Vários utilizadores vieram esclarecer a origem da série. O jornalista @Shayan86 sublinhou que Adolescência não é baseada em nenhum caso específico, muito menos no trágico ataque de Southport, ocorrido a 29 de julho de 2023. O projeto estava já em produção e em filmagens desde março do mesmo ano, com as gravações a decorrerem entre março e setembro — ou seja, antes do ataque que muitos tentaram relacionar com a história de Jamie.

Além disso, o criador da série, Jack Thorne, e o ator e produtor Stephen Graham têm sido claros sobre as inspirações para Adolescência: uma série de casos reais que envolvem jovens rapazes britânicos responsáveis por crimes violentos com facas. Entre os exemplos citados por Graham estão os assassinatos de jovens raparigas em Londres e Liverpool, incluindo o chocante caso de Brianna Ghey, uma adolescente trans assassinada por dois colegas.

Graham explicou que a série foi pensada ao longo de dez anos e tem como principal objetivo explorar a pressão crescente que os jovens enfrentam, particularmente os rapazes, e como ambientes tóxicos online — incluindo figuras influentes como Andrew Tate — moldam comportamentos perigosos.

O perigo da desinformação viral

A publicação original e a resposta de Musk foram amplamente criticadas por contribuírem para a proliferação de narrativas falsas. Comentadores acusaram Musk de utilizar a sua influência para amplificar teorias conspirativas e fomentar ressentimento racial injustificado. @Sensanetional descreveu o caso como “preocupante” e outros utilizadores apelidaram a plataforma de “inferno digital”.

Este episódio sublinha um problema crescente nas redes sociais: a rapidez com que desinformação se torna viral, mesmo quando factualmente incorreta. No caso de Adolescência, a falsa ligação a um caso real e a acusação de “propaganda anti-branca” ignora o verdadeiro propósito da série — um alerta social e uma análise cuidada do que leva jovens aparentemente “normais” a cometer atos de violência extrema.

Uma reflexão necessária

Adolescência procura não apontar dedos fáceis, mas questionar as causas estruturais por detrás de um fenómeno preocupante: a radicalização de adolescentes através da internet. Mostrando um lar funcional e amoroso, a série desmonta o preconceito de que estes comportamentos resultam apenas de lares disfuncionais.

Stephen Graham sintetizou o espírito da obra numa entrevista: “E se a culpa não for dos pais? E se forem forças invisíveis, digitais, que entram no quarto à noite e moldam mentes sem que ninguém repare?”

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A série é mais do que um thriller — é uma poderosa chamada de atenção para um problema que afeta cada vez mais famílias, e cuja resposta não pode ser enviesada por narrativas simplistas ou preconceituosas. A polémica em torno da sua suposta “motivação real” apenas reforça a urgência de uma discussão informada, baseada em factos e não em desinformação viral.

💔 Stephen Graham ofereceu-se para adotar jovem ator após tragédia pessoal

Conhecido pela sua intensidade dramática no ecrã e por um talento que atravessa géneros e décadas, Stephen Graham voltou a conquistar a admiração do público não apenas pela sua atuação na nova minissérie Adolescência, da Netflix, mas também por uma história de vida comovente que mostra o verdadeiro alcance da sua generosidade fora das câmaras.

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O gesto que agora vem à tona aconteceu em 2006, durante as filmagens de This is England, uma aclamada produção britânica realizada por Shane Meadows. Foi nesse projeto que Graham contracenou com Thomas Turgoose, um adolescente de apenas 13 anos, estreante no mundo da representação e com uma vida pessoal marcada por uma dor profunda: a morte da sua mãe devido a um cancro.

A ligação entre os dois atores rapidamente ultrapassou os limites do set. Num episódio comovente do podcast Private Parts, gravado em 2021, Thomas Turgoose revelou que Graham e o realizador Shane Meadows chegaram a discutir a possibilidade de o adotar, caso percebessem que o jovem não estaria bem entregue ao pai biológico — um homem que Thomas mal conhecia na altura e com quem foi viver após a morte da mãe.

“Sentei-me no meu quarto por dias, semanas, estava muito confuso”, partilhou Turgoose sobre o difícil período de transição. “Passei muito tempo com o Shane Meadows e com o Stephen Graham. Eles acordaram entre eles que, se não fossem ‘com a cara’ do meu pai, ou se vissem que ele não me estava a fazer bem, adotavam-me”, contou.

Felizmente, a situação tomou um rumo positivo. Graham e Meadows conheceram o pai de Thomas, e ficaram rapidamente convencidos de que era um homem íntegro e dedicado. “Ele é uma rocha! Trabalhou que nem um louco a vida toda, e é um homem respeitável. Eu e ele somos os melhores amigos agora”, disse o ator, sublinhando que, apesar da relação próxima que hoje partilham, no início mal se conheciam.

Este episódio comovente volta a destacar o lado mais humano de Stephen Graham, atualmente elogiado pelo seu papel em Adolescência, uma série que também se distingue por apostar em novos talentos — algo que o ator fez questão de exigir à produção. A sua influência, tanto na frente como atrás das câmaras, demonstra um profundo compromisso com a inclusão, o apoio aos jovens e a transformação real na indústria do entretenimento.

Num tempo em que o estrelato é muitas vezes associado a distanciamento e egocentrismo, histórias como esta lembram-nos que os verdadeiros heróis da televisão e do cinema não são apenas aqueles que interpretam papéis marcantes, mas também aqueles que, nos bastidores, mudam vidas.

“Adolescência”: A Minissérie da Netflix que Está a Deixar os Pais Britânicos em Alerta

A nova minissérie da Netflix Adolescência está a causar furor no Reino Unido — mas não só pelos motivos habituais de sucesso de audiência. Com mais de 24 milhões de visualizações nos primeiros quatro dias, tornou-se rapidamente o programa mais visto da plataforma na semana de 10 a 16 de março. No entanto, o seu impacto está a ir muito além dos ecrãs, gerando um debate nacional aceso sobre violência juvenil, misoginia online e a vulnerabilidade dos adolescentes na era digital.

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Uma História Intensa, Filmada em Tempo Real

Criada com um conceito visualmente arrojado — cada episódio é filmado em plano-sequência, sem cortes — a série acompanha o colapso emocional e social de uma família britânica comum após o filho de 13 anos, Jamie Miller (interpretado com espantosa maturidade por Owen Cooper), ser detido pela polícia numa operação ao amanhecer. A acusação? O homicídio brutal de uma colega da escola.

À medida que a narrativa se desenrola em tempo real, os quatro episódios imergem o espectador num turbilhão emocional que inclui o interrogatório policial, as reações da família, as dúvidas dos investigadores e o impacto nos amigos e vizinhos. A questão central paira no ar: como é que chegámos aqui?

A produção executiva de Brad Pitt, que também trabalhou com a sua produtora Plan B, empresta à série um peso extra que a destaca no catálogo da Netflix. Mas é o enredo, inspirado em vários casos reais e com ecos perturbadores da atualidade, que está a mexer com a sociedade britânica.

Um Espelho Perturbador da Realidade

Desde o seu lançamento, Adolescência provocou reações fortes nos media, nos círculos educativos e até no parlamento britânico. O próprio primeiro-ministro Keir Starmer revelou estar a ver a série com os filhos, sublinhando a importância do tema.

A razão? A minissérie não é apenas ficção: ressoa profundamente com uma vaga de crimes com arma branca cometidos por adolescentes que tem chocado o Reino Unido nos últimos anos. Ao mesmo tempo, surge num contexto de crescente preocupação com a influência de figuras misóginas como Andrew Tate junto dos mais jovens.

Em entrevistas recentes, educadores, psicólogos e especialistas em segurança online alertaram para o facto de muitos adolescentes estarem a consumir conteúdos nocivos nas redes sociais, onde discursos de ódio e glorificação da violência têm terreno fértil.

A série mostra como tudo pode parecer “normal” até ao momento em que deixa de o ser. É esse desconforto — o reconhecimento de que Adolescência podia ser sobre qualquer jovem — que está a gerar debates intensos nas casas britânicas, nas escolas e até nas câmaras parlamentares.

Entre o Medo e a Empatia

Adolescência não oferece respostas fáceis. Pelo contrário: apresenta uma realidade complexa, onde vítimas e culpados podem ser difíceis de distinguir. Através do retrato cru da dor dos pais, das hesitações dos investigadores e da opacidade emocional dos adolescentes, a série exige reflexão e, em muitos casos, empatia.

É precisamente por isso que muitos pais sentem ansiedade ao vê-la. Não é só uma boa série de televisão — é um alerta. E, para alguns, uma chamada de atenção para a necessidade urgente de mais literacia emocional e digital entre os jovens.

Conclusão

Com um enredo intenso, interpretações sólidas e uma realização ousada, Adolescência é mais do que um sucesso da Netflix — é um fenómeno cultural que obriga o Reino Unido a olhar-se ao espelho. Numa altura em que muitos pais tentam perceber que influência tem o mundo online nos seus filhos, esta série coloca o dedo na ferida de forma brutal e, por isso mesmo, necessária.

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Disponível exclusivamente na NetflixAdolescência é uma minissérie de apenas quatro episódios, mas com impacto suficiente para alimentar conversas durante muito tempo.