“Wicked”: Um Filme Radical que Pode Enfrentar Censura no Futuro, Prevê Adam McKay

O realizador e argumentista vencedor do Óscar, Adam McKay, levantou questões inquietantes sobre o impacto cultural e político de “Wicked”, a adaptação cinematográfica do musical da Broadway protagonizada por Cynthia Erivo e Ariana Grande. Na sua análise, McKay descreve a primeira parte da saga como um dos filmes mais radicais já lançados por um grande estúdio de Hollywood, prevendo até a possibilidade de ser banido nos Estados Unidos num futuro próximo.

O Radicalismo de “Wicked”

Lançada num período de crescente polarização política nos EUA, a primeira parte de “Wicked” destaca-se, segundo McKay, pela sua narrativa ousada. Ele descreve o filme como uma reflexão sobre temas como radicalização, carreirismo, fascismo e propaganda, tópicos que ressoam intensamente no clima sociopolítico atual.
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“Está entre os filmes de grande estúdio mais radicais já feitos,” escreveu McKay na rede social X (antigo Twitter). Para o realizador, o contexto de lançamento é tão significativo quanto o próprio enredo. “É impressionante que a parte 1 de ‘Wicked’ seja lançada AGORA, quando a América nunca foi tão de direita e influenciada pela propaganda,” sublinhou.

Apesar de a história ter raízes mais antigas — tanto no livro de Gregory Maguire como no musical original — McKay destaca que o timing do lançamento não deixa de ser pertinente, coincidindo com um momento de tensões políticas e sociais nos Estados Unidos.

Comparações com Clássicos do Cinema Radical

Adam McKay traçou paralelos entre “Wicked” e outros filmes que ele considera radicais, como “A Ponte do Rio Kwai” (1957) e “Música no Coração” (1965). Curiosamente, o realizador também menciona obras mais recentes, como “The Hunger Games – Os Jogos da Fome” (2012), chamando-o de um dos exemplos mais “abertamente de esquerda” lançados por um grande estúdio.

Além disso, McKay referiu títulos menos convencionais, como “Dr. Estranhoamor” (1964) e “Serpico” (1973), conhecidos pelo seu tom crítico em relação às estruturas de poder.

A Possibilidade de Censura

McKay alertou ainda para a possibilidade de “Wicked” enfrentar censura nos EUA, caso o ambiente político continue a caminhar para uma direção mais conservadora. “Se a América continuar a seguir pelo mesmo caminho, não ficaria surpreendido se fosse banido dentro de 3 a 5 anos,” escreveu, referindo-se às mudanças rápidas no cenário político e cultural do país.

Embora admita que tal proibição seria um cenário extremo, McKay realça que a censura de conteúdos “incómodos” não é uma ideia nova, mas algo que ganha força em contextos de crescente autoritarismo.

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“Wicked: For Good” Promete Encerrar a História em 2025

Enquanto o debate em torno da primeira parte continua, a segunda parte da saga já tem data de estreia marcada. Recentemente renomeada “Wicked: For Good”, o filme chegará aos cinemas a 20 de novembro de 2025. Segundo McKay, esta sequência será menos radical e mais centrada no desfecho emocional da história.

O Significado Cultural de “Wicked”

“Wicked” transcende o género de fantasia ao abordar temas políticos e sociais profundos, afirmando-se como um marco cultural no cinema contemporâneo. Ao mesmo tempo, a obra serve como um lembrete do poder do cinema para desafiar normas, provocar reflexão e, em última instância, influenciar a sociedade. Num mundo cada vez mais polarizado, filmes como este tornam-se ainda mais relevantes — e, potencialmente, mais controversos.

Amy Adams protagoniza nova série da Netflix sobre a queda de Elizabeth Holmes

A atriz seis vezes nomeada para os Óscares, Amy Adams, foi escolhida para protagonizar a nova minissérie da Netflixintitulada “Silicon Valley Queen”, baseada na vida e queda da ex-CEO da TheranosElizabeth Holmes. Esta será uma adaptação do livro best-seller “Bad Blood: Secrets and Lies in a Silicon Valley Startup”, escrito pelo jornalista John Carreyrou, que expôs as fraudes de Holmes e da sua empresa de biotecnologia.

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A série contará a história da ascensão meteórica de Elizabeth Holmes, que se apresentava como a próxima grande visionária tecnológica do Vale do Silício, até ao seu espetacular colapso e subsequente condenação por fraude. Amy Adams interpretará Holmes, oferecendo uma visão detalhada da psicologia da jovem empreendedora, cujo charme e carisma atraíram milhões de dólares em investimento de nomes de peso como Rupert Murdoch e o ex-secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger.

Com um orçamento estimado em 100 milhões de dólares, a série será dirigida por Adam McKay, que anteriormente trabalhou com Adams no filme “Vice”, pelo qual ela foi nomeada ao Óscar. McKay é conhecido pelas suas abordagens críticas a figuras controversas e pelo seu estilo narrativo dinâmico, como já demonstrou em filmes como “The Big Short” e “Don’t Look Up”. A série será dividida em seis episódios, e promete explorar tanto o lado público quanto o privado de Elizabeth Holmes, desde a sua ascensão como “a nova Steve Jobs” até ao seu julgamento e condenação em 2022.

Holmes foi condenada por fraude depois de ser provado que a sua empresa Theranos não conseguia realizar os testes sanguíneos revolucionários que prometia. A série será uma das primeiras adaptações dramatizadas da história de Holmes, embora tenha havido recentemente um documentário e uma série da Hulu, protagonizada por Amanda Seyfried, que também recebeu elogios da crítica.

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Amy Adams, que já teve papéis aclamados em filmes como “Arrival”“American Hustle” e “Sharp Objects”, promete trazer uma interpretação poderosa e emocional da personagem, oferecendo ao público uma visão íntima e complexa de uma das figuras mais controversas do mundo dos negócios.