Cancelamento de Colbert Abala o Mundo da Comédia: Jimmy Kimmel e Jimmy Fallon Defendem o Colega, Trump Celebra

🎭 O universo dos late-night shows norte-americanos sofreu um verdadeiro terramoto com o anúncio do fim do programa The Late Show with Stephen Colbert. A decisão da CBS apanhou de surpresa fãs, colegas e até o próprio apresentador, e o ambiente entre bastidores está longe de ser pacífico. O apoio entre humoristas não se fez esperar — com Jimmy Kimmel e Jimmy Fallon a saírem em defesa do colega — mas, claro, Donald Trump festejou o cancelamento com sarcasmo venenoso.

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Kimmel sem papas na língua: “Que se f**** vocês da CBS”

Foi nas stories do Instagram que Jimmy Kimmel, anfitrião do Jimmy Kimmel Live! da ABC, reagiu com uma mistura de emoção e fúria à notícia.

“Amo-te, Stephen. Que se f**** vocês da CBS”, escreveu, num apoio claro ao amigo e numa crítica directa à estação que, segundo se sabe agora, não avisou Colbert da decisão até à véspera do anúncio oficial.

Fallon também não ficou calado

Jimmy Fallon, do The Tonight Show, também recorreu às redes sociais para mostrar o seu espanto e tristeza:

“Stephen é um dos apresentadores mais espertos e engraçados que já fizeram isto. Pensei que continuaria por muitos anos. Estou triste porque a minha família e amigos vão precisar de um programa novo às 23h30. Mas tenho a certeza de que tudo o que fizer a seguir será brilhante.”

Uma decisão “financeira”… ou algo mais?

O cancelamento de The Late Show, com data marcada para maio de 2026, foi oficialmente justificado pela CBS com “motivos financeiros”. No entanto, a proximidade com uma polémica recente levanta suspeitas: dias antes, Stephen Colbert criticou em directo o pagamento de 16 milhões de dólares feito pela Paramount (dona da CBS) a Donald Trump, no âmbito de um processo judicial durante a campanha presidencial de 2024.

Coincidência ou retaliação encapotada? Muitos apontam o dedo à gestão da cadeia televisiva e questionam se esta decisão não será uma tentativa de evitar mais atritos com figuras políticas poderosas.

Trump rejubila com a saída de cena de Colbert

Na sua plataforma Truth Social, o ex-presidente norte-americano Donald Trump não perdeu tempo a celebrar a notícia com um dos seus habituais insultos personalizados:

“Adoro que o Colbert tenha sido despedido. O seu talento era ainda menor do que as suas audiências.”
E ainda deixou uma ameaça no ar:
“Ouvi dizer que o Jimmy Kimmel é o próximo. Tem ainda menos talento do que o Colbert!”

A animosidade entre Trump e os late-night hosts já vem de longe. Colbert, Kimmel e outros têm sido críticos frequentes do ex-presidente, com monólogos incisivos e sátiras constantes. Trump, por sua vez, não se cansa de os acusar de “falhar nas audiências” e de “não terem graça nenhuma”.

Humor em risco?

O cancelamento do programa de Colbert levanta questões sobre a liberdade criativa na televisão norte-americana. Poderá a pressão política ou económica estar a sufocar a sátira televisiva? E estará o modelo clássico dos late-night shows a viver os seus últimos dias perante as novas dinâmicas das redes sociais e plataformas de streaming?

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Uma coisa é certa: Stephen Colbert não ficará calado. E os seus colegas de palco também não. Kimmel, Fallon e outros humoristas estão agora mais unidos que nunca — até porque sabem que, num mundo cada vez mais sensível ao sarcasmo, o próximo alvo pode ser qualquer um deles.

Denise Richards Acusa Ex-Marido de Violência Doméstica — Mas Ele Diz Que Foi Uma Queda Com Álcool à Mistura

🥀 A polémica instalou-se em torno da actriz norte-americana Denise Richards, conhecida do grande público por filmes como Wild Things e 007 – O Mundo Não Chega, e pelas suas participações nos reality shows The Real Housewives of Beverly Hills e OnlyFans. A actriz, de 54 anos, acaba de obter uma ordem de restrição temporária contra o ex-marido, mas a história está longe de ser consensual — e há acusações de parte a parte.

Violência doméstica ou queda acidental?

A denúncia é grave: Denise Richards afirma que o ex-marido, Aaron Phypers, a agrediu fisicamente num episódio ocorrido no inverno de 2022. A actriz relata que ele “usou a palma da mão para a atingir no olho” enquanto a insultava violentamente. A fotografia do olho negro foi anexada como prova na queixa apresentada recentemente ao tribunal.

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Richards afirma ainda que este não foi um caso isolado. Segundo os documentos legais, Phypers terá, ao longo do relacionamento, a estrangulado, esbofeteado, empurrado contra toalheiros e ameaçado de morte — um padrão de alegado comportamento abusivo que teria durado anos. A actriz afirma que um familiar chegou mesmo a testemunhar o episódio de agressão e correu a buscar alimentos congelados para reduzir o inchaço do olho.

A resposta de Phypers: “Tudo mentira”

Contudo, uma fonte próxima de Phypers — pouco conhecido do público português mas que esteve casado com Richards durante quase sete anos — apresenta uma versão radicalmente diferente. Em declarações ao Daily Mail, a mesma fonte afirma que Denise Richards caiu sozinha, alcoolizada, ao subir os degraus de uma clínica onde o ex trabalhava.

“Ela caiu e bateu com o canto do olho nos degraus. Foi tudo tratado ali na hora com gelo. Havia várias pessoas no local que viram o que se passou”, assegura a fonte, acrescentando que Denise “tem um problema com o álcool” e que está a tentar encobri-lo com estas alegações.

O próprio Phypers já negou publicamente todas as acusações, num comunicado em que afirma categoricamente:

“Nunca abusei física ou emocionalmente da Denise — ou de qualquer outra pessoa. Estas acusações são completamente falsas e profundamente dolorosas.”

Phypers pediu aos media e ao público para não “espalharem rumores infundados e prejudiciais” e reiterou que, apesar de o casal ter tido os seus “desafios”, qualquer sugestão de violência é “categoricamente falsa”.

Divórcio, apoio financeiro… e polémicas antigas

Curiosamente (ou talvez não), esta batalha legal surge poucos dias depois de Phypers ter pedido o divórcio e solicitado pensão de alimentos à ex-mulher, alegando estar desempregado e que Richards ganha mais de 250 mil dólares por mês — boa parte desse valor proveniente de conteúdos para a plataforma OnlyFans.

E como se não bastasse, os fãs mais atentos já desenterraram uma cena de The Real Housewives of Beverly Hills, da 10.ª temporada, em que Phypers aparece a ameaçar esmagar a mão da actriz durante uma discussão — um momento que, revisto à luz das novas acusações, está a gerar ainda mais indignação nas redes sociais.

A verdade ainda está por apurar

Num país onde a cultura das celebridades se mistura com reality shows, redes sociais e escândalos mediáticos, este caso está a ganhar contornos de telenovela sombria. Por agora, Denise Richards tem a seu favor uma ordem judicial de protecção. Mas Phypers jura inocência. E o que era uma relação digna de capas de revista transformou-se num campo de batalha legal com feridas expostas — físicas e emocionais.

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Enquanto isso, o tribunal decidirá o que é verdade e o que é encenação. Até lá, o público assiste, dividido, a mais um episódio da vida real… em modo drama de Hollywood.

Fernanda Torres no Júri de Veneza: Um Regresso Triunfal ao Festival que a Consagrou

🎬 Um ano depois de ter brilhado com Ainda Estou Aqui, Fernanda Torres regressa a Veneza — desta vez do outro lado da cortina. A actriz e argumentista brasileira foi escolhida para integrar o júri principal da 82.ª edição do Festival de Cinema de Veneza, que decorre entre 27 de Agosto e 6 de Setembro.

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É um regresso com sabor a consagração: em 2024, Ainda Estou Aqui arrecadou o prémio de Melhor Argumento no Lido e acabaria por conquistar o Óscar de Melhor Filme Internacional. Agora, cabe a Fernanda ajudar a decidir quem sucede aos vencedores, ao lado de nomes de peso do cinema mundial.

Um júri com estrelas e autores

O júri que decidirá o Leão de Ouro — o prémio máximo do festival — será presidido pelo realizador norte-americano Alexander Payne, conhecido por filmes como Nebraska ou The Descendants. Juntam-se a ele:

  • A actriz chinesa Zhao Tao, presença marcante no cinema de Jia Zhangke e vencedora do Leão de Ouro com Natureza Morta (2006).
  • O francês Stéphane Brizé, realizador de O Valor de um Homem.
  • A italiana Maura Delpero, autora de Maternal.
  • O romeno Cristian Mungiu, Palma de Ouro em Cannes por 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias.
  • O iraniano Mohammad Rasoulof, cineasta dissidente que ganhou o Urso de Ouro com There Is No Evil.

É um painel que equilibra vozes femininas, olhares autorais e uma diversidade cultural notável — com Fernanda Torres a representar o cinema em língua portuguesa ao mais alto nível.

Horizontes e primeiras obras: Júris alternativos também revelados

Na secção Horizontes, dedicada às novas linguagens do cinema, o destaque vai para a presidente do júri, Julia Ducournau, que venceu a Palma de Ouro em Cannes com Titane. Com ela estarão:

  • O artista visual italiano Yuri Ancarani;
  • O crítico argentino Fernando Enrique Juan Lima;
  • A realizadora australiana Shannon Murphy;
  • E o cineasta e fotógrafo norte-americano RaMell Ross.

Já o júri do Prémio Luigi De Laurentiis, que distingue a melhor primeira obra, será liderado pela britânica Charlotte Wells (Aftersun), com Erige Sehiri (França/Tunísia) e Silvio Soldini (Itália).

Uma edição cheia de simbolismo… e cinema de qualidade

A 82.ª edição do festival abrirá com “La Grazia”, o novo filme do italiano Paolo Sorrentino, e prestará uma homenagem especial à lendária Kim Novak, com a atribuição do Leão de Ouro de Carreira.

E para os amantes do cinema português, há uma pérola imperdível: “Aniki Bóbó”, o primeiro filme de Manoel de Oliveira, será exibido numa secção dedicada a obras-primas restauradas — uma curadoria pessoal do director artístico Alberto Barbera.

Um símbolo do reconhecimento internacional da lusofonia

O convite a Fernanda Torres não é apenas um reconhecimento do seu talento individual — é também um marco para o cinema falado em português num dos palcos mais importantes do mundo. Depois do impacto de Ainda Estou Aqui, este regresso sela um ciclo de afirmação internacional para a actriz e para o cinema brasileiro, num festival que nunca deixou de valorizar o olhar autoral.

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Com Alexander Payne ao leme, e Fernanda como parte integrante do júri, a edição de 2025 do Festival de Veneza promete um equilíbrio entre tradição e novidade, emoção e reflexão — como só o grande cinema sabe fazer.


Morreu Alan Bergman: O Homem que Pôs o Amor em Letra e Ganhou Óscares com Isso

🎵 “Mem’ries, light the corners of my mind…” — é impossível não cantarolar esta frase sem pensar em Alan Bergman. O lendário compositor norte-americano faleceu aos 99 anos, na sua casa em Los Angeles, na noite de quinta-feira. Estaria prestes a completar um século de vida a 11 de Setembro. Mas se o corpo se vai, o legado permanece — e que legado.

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Uma vida ao ritmo da música… e do cinema

Alan Bergman foi, ao lado da esposa Marilyn Bergman (falecida em 2022), um dos nomes mais influentes da canção cinematográfica norte-americana. Não estamos a falar apenas de um compositor: estamos a falar de uma dupla que ajudou a definir o som emocional de Hollywood durante décadas.

Os Bergman coleccionaram estatuetas douradas, Emmys, Grammys e reconhecimento de todas as áreas do entretenimento. A sua parceria com nomes como Michel Legrand, Marvin Hamlisch ou John Williams originou temas inesquecíveis — e sim, também daqueles que nos fazem puxar o lenço.

Canções que marcaram gerações (e ganharam prémios)

Se “The Way We Were” (O Nosso Amor de Ontem, 1973) vos soa familiar, é porque é mesmo um dos grandes clássicos da história do cinema. E deu aos Bergman e a Marvin Hamlisch um Óscar e um Grammy. A icónica “The Windmills of Your Mind”, do filme O Grande Mestre do Crime (The Thomas Crown Affair, 1968), composta com Michel Legrand, valeu-lhes o primeiro Óscar. Já Yentl (1983), protagonizado e realizado por Barbra Streisand, rendeu outra estatueta — desta vez pela banda sonora adaptada, novamente com Legrand.

Ao todo, Alan e Marilyn somaram 16 nomeações para os Óscares, conquistando três vitórias. Em 1983, chegaram mesmo a dominar a categoria de Melhor Canção Original com três das cinco nomeações — perderam, curiosamente, para Up Where We Belong, de Oficial e Cavalheiro.

Mais do que filmes: cultura pop e televisão

A música dos Bergman não ficou presa à fita de celulóide. Temas compostos por eles aparecem em Os Simpsons, Family Guy, Stranger Things, Hawkeye (Marvel) e até em Austin Powers, Escola de Rock ou Deadpool 2. As suas letras foram cantadas por lendas como Frank Sinatra, Barbra Streisand, Ray Charles, Tony Bennett, Dean Martin, Neil Diamond e Fred Astaire — um verdadeiro hall of fame da música.

Também escreveram canções para séries como Maude (1972) e Good Times (1974), além de participações marcantes no universo dos especiais de televisão de Barbra Streisand, que lhes valeram quatro Emmys.

Parcerias lendárias

É difícil enumerar todos os grandes nomes com quem colaboraram, mas aqui vai uma amostra:

  • Quincy Jones — juntos criaram “In the Heat of the Night” (1967), cantada por Ray Charles.
  • Dave Grusin — colaboraram em …E Justiça Para Todos (1979), Tootsie (1982), e Dias de Glória… Dias de Amor (1991).
  • John Williams — trabalharam em Fitzwilly (1967), Um Amor Simples (1972), Yes, Giorgio (1982) e Sabrina (1995).
  • Henry Mancini, Maurice Jarre, Johnny Mandel e Elmer Bernstein também cruzaram caminhos musicais com os Bergman.

Um toque de poesia em cada verso

Mais do que compositores de música, Alan e Marilyn eram poetas. A sua escrita conseguia condensar emoções complexas — amor, perda, nostalgia, esperança — em poucas linhas, com uma simplicidade desarmante.

Alan Bergman deixa-nos aos 99 anos, mas a sua música continuará a tocar, seja nos grandes ecrãs, nos discos antigos, nas playlists actuais ou nos cantos mais sentimentais da nossa memória. Afinal, como escreveu ele próprio:

“Mem’ries may be beautiful and yet, what’s too painful to remember, we simply choose to forget…”
Um Monge, Uma Espingarda e Muitas Surpresas: A Joia Nepalesa Chegou ao FilmIn 

Mas a música dele? Essa, nunca será esquecida

“Fuck the Polis”: Rita Azevedo Gomes Conquista Marselha com Filme-Libelo à Beleza, Liberdade e Civilização

A realizadora portuguesa Rita Azevedo Gomes voltou a deixar marca no panorama internacional ao vencer o Grande Prémio da Competição Internacional do FIDMarseille – Festival Internacional de Cinema de Marselha, com o seu mais recente filme, provocadoramente intitulado Fuck the Polis.

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O júri não poupou elogios: a obra foi descrita como “uma viagem de espírito livre através e para lá daquilo a que chamamos Europa e um questionamento poderoso e com graça sobre a ideia de nação e civilização”. Palavras que encaixam na perfeição no percurso singular de uma cineasta que há décadas desafia normas, géneros e fronteiras estéticas.

Entre a Poesia e o Cinema

O título do filme – que surge simultaneamente como referência a um graffiti encontrado numa rua de Atenas e ao livro de poesia homónimo de João Miguel Fernandes Jorge – é uma chave de leitura para o espírito da obra: irreverente, filosófico e inclassificável. Com argumento da própria Rita Azevedo Gomes e da escritora Regina Guimarães, Fuck the Polis leva-nos numa deriva ensaística por ilhas gregas, através do olhar de quatro viajantes: Irma (que regressa vinte anos depois da sua última viagem, acreditando estar então condenada) e três jovens companheiros.

A sinopse é tão livre quanto o filme: “De ilha em ilha, entre o mar e o céu, leem, ouvem e vivem, movidos pelo gosto da beleza e da clareza.” Uma ode à descoberta, ao reencontro e à partilha, em tempos em que a própria ideia de Europa se vê constantemente questionada.

Filmado com uma pequena equipa e com câmaras e gravadores a passarem de mão em mão, o filme é, segundo o festival, uma experiência de cinema colectivo, com os próprios intérpretes (entre eles Bingham Bryant, Mauro Soares, João Sarantopoulos, Maria Novo, Loukianos Moshonas, Maria Farantouri e a própria realizadora) a assumirem múltiplas funções.

Um Legado de Singularidade

Aos 72 anos, Rita Azevedo Gomes é uma das vozes mais singulares do cinema português. Com formação em artes plásticas e um percurso que começou nos anos 70, trabalhou como assistente de realização, figurinista e programadora, antes de se estrear na realização com O Som da Terra a Tremer (1990). Desde então, construiu uma filmografia que inclui títulos como Frágil como o Mundo (2001), A Vingança de uma Mulher (2012), A Portuguesa (2018) e Trio em Mi Bemol (2022), muitos deles exibidos e premiados em festivais internacionais.

Em 2023, foi homenageada com um prémio de carreira no Festival Zinebi, em Bilbau, consolidando o reconhecimento europeu pelo seu trabalho.

Cinema Português em Destaque em Marselha

Fuck the Polis não foi o único destaque nacional no 36.º FIDMarseille. A primeira longa-metragem de Leonor Noivo, Bulakna, recebeu um prémio especial da Cinemateca do Documentário, enquanto Morte e Vida Madalena, do brasileiro Guto Parente (com coprodução portuguesa), também foi distinguido. A selecção oficial contou ainda com Complô, de João Miller Guerra, e All Roads Lead to You, coprodução da artista ucraniana Jenya Milyukos com Portugal.

Num festival que celebra o risco e o pensamento crítico no cinema documental e experimental, a presença portuguesa foi não só notória, como especialmente premiada.

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Com Fuck the Polis, Rita Azevedo Gomes reafirma a vitalidade de um cinema que pensa, sente e, sobretudo, ousa. Um cinema que desafia o espectador a navegar por territórios onde a beleza e a política, a memória e a viagem, o pessoal e o universal se entrelaçam. Um cinema que, mesmo no título, nos lembra que às vezes é preciso gritar contra as estruturas para melhor compreendê-las — e reinventá-las.


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Richard Linklater Abre a 26.ª Festa do Cinema Francês com “Nouvelle Vague”: Uma Carta de Amor à Revolução Cinematográfica de Godard

O aclamado realizador norte-americano Richard Linklater será o responsável por abrir oficialmente a 26.ª edição da Festa do Cinema Francês, com o seu mais recente filme Nouvelle Vague, um tributo cinéfilo ao espírito revolucionário da nouvelle vague francesa. O festival, que este ano ganha uma nova direcção artística e um novo impulso programático, arranca no dia 2 de Outubro no Cinema São Jorge, em Lisboa, com a antestreia nacional do filme, que foi apresentado pela primeira vez em Maio no Festival de Cannes.

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Linklater, conhecido por obras como Before Sunrise, Boyhood e Dazed and Confused, vira agora a câmara para a França de 1959, recriando a produção e rodagem de O Acossado (À bout de souffle), obra seminal de Jean-Luc Godard que viria a transformar para sempre o cinema moderno. Com Jean Seberg e Jean-Paul Belmondo como protagonistas, o filme de Godard encarnava o espírito de improvisação, liberdade narrativa e visual, e a ousadia estética que definiram uma geração inteira de cineastas franceses.

Segundo a organização do Festival de Cannes, Nouvelle Vague não é apenas um retrato do jovem Godard, mas “de toda uma geração de realizadores”, recuperando a poesia do quotidiano e o impulso de ruptura que definiu aquela época.

Uma Festa com Nova Direcção e Novas Secções

Este ano, a Festa do Cinema Francês apresenta várias novidades: a começar pela nova direcção artística, entregue a Anne Delseth, programadora com experiência em festivais de renome como Cannes, Locarno e Marraquexe. Com esta mudança chega também uma reformulação do modelo do festival, que passa a decorrer praticamente em simultâneo em Lisboa e no Porto — entre os dias 2 e 12 de Outubro na capital e de 3 a 10 de Outubro na cidade Invicta. Coimbra também entra na programação, com sessões entre 8 e 11 de Outubro.

Além da já habitual selecção de filmes francófonos, o festival introduz este ano uma secção competitiva dedicada a primeiras e segundas obras — reforçando a aposta no talento emergente — e promove um encontro profissional de coprodução luso-francófona, um gesto estratégico para dinamizar parcerias internacionais. Regressa também a iniciativa “Do Filme à Série”, que continua a explorar as intersecções entre cinema e televisão.

No Porto, a programação dividir-se-á entre o Batalha Centro de Cinema e o Cinema Trindade, com destaque para a nova secção competitiva e um prémio do público, reforçando o envolvimento directo dos espectadores na celebração do cinema francófono.

Uma Mostra Nacional em Expansão

Depois da passagem por Lisboa, Porto e Coimbra, a Festa do Cinema Francês estender-se-á a Almada (14 a 18 de Outubro) e Beja (em Novembro), com outras cidades ainda por anunciar. A itinerância continua a ser um dos pilares fundamentais da Festa, permitindo levar o melhor do cinema francês a diferentes públicos em todo o país.

A produção do festival está agora a cargo da associação Il Sorpasso, que organiza também a Festa do Cinema Italiano e o Luso! – Mostra Itinerante de Cinema Português em Itália. Esta nova direcção promete uma abordagem mais cosmopolita, dialogante e integradora entre os cinemas de expressão latina.

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Com uma programação que homenageia o passado e olha para o futuro, a 26.ª Festa do Cinema Francês promete ser uma edição marcante, abrindo com um filme que é, ele próprio, uma homenagem cinéfila apaixonada ao poder transformador do cinema.

Portugal Brilha na Bulgária: “O Diabo do Entrudo” de Diogo Varela Silva Distinguido com Menção Honrosa

O cinema documental português continua a conquistar palcos internacionais, desta vez com o filme O Diabo do Entrudo, do realizador Diogo Varela Silva, que arrecadou uma Menção Honrosa na competição internacional do prestigiado Rhodope International Documentary Film Festival (RIFE), que decorreu entre os dias 10 e 13 de Julho, em Smolyan, na Bulgária.

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Este documentário, que mergulha na ancestral tradição dos Caretos do Entrudo de Lazarim, em Lamego, foi distinguido pelo júri da competição de média-metragem, que destacou “a singularidade do olhar do realizador e a riqueza cultural associada à celebração, bem como à enigmática figura do ‘diabo’ que nela persiste”.

Ao lado de Unspoken, do polaco Maciej Adamek, o filme português partilhou esta distinção numa secção particularmente competitiva. O grande vencedor da categoria foi Koka, também da Polónia, realizado por Aliaksandr Tsymbaliuk.

Um Carnaval Arcaico, um Diabo Vivo

O Diabo do Entrudo dá corpo e voz a uma das tradições mais singulares e menos domesticadas do imaginário português: o Entrudo de Lazarim, onde máscaras demoníacas esculpidas em madeira invadem as ruas num ritual de catarse colectiva e celebração primitiva. O filme, segundo o próprio Diogo Varela Silva, procura não só documentar, mas também ressignificar o legado simbólico dos Caretos, numa ponte entre o passado pagão e o presente comunitário.

Desde a sua estreia no DocLisboa em Outubro de 2023, o filme tem percorrido um percurso internacional notável. Foi distinguido como melhor documentário em festivais de Roma e Milão, venceu o prémio Prata nos New York Movie Awards e arrecadou o Prémio do Público no Festival Internacional de Cinema de Santarém.

Festival Búlgaro em Alta

O festival RIFE, cada vez mais reputado entre os circuitos europeus de documentário, premiou também outras obras de relevo. Na categoria de longas-metragens internacionais, o prémio principal foi entregue ao alemão Daniel Kötter, pelo filme Landshaft, uma coprodução Alemanha-Arménia que traça uma “psicogeografia” da região do Lago Sevan até à mina de ouro de Sotk, actualmente ocupada pelo Azerbaijão. Este trabalho, fortemente político e poético, explora uma paisagem marcada por tensões e pela presença silenciosa da memória e da disputa territorial.

A Menção Honrosa nesta categoria foi para Mother Vera, um retrato íntimo de fé e maternidade, realizado pelas britânicas Cécile Embleton e Alys Tomlinson.

Já na categoria de curtas-metragens internacionais, o prémio de Melhor Documentário foi atribuído a Clear Sky, da Polónia, dirigido por Marcin Kundera. Nesta secção, foram ainda distinguidos To the Embers (França) e Convention of Contracts (Grécia), com Menções Honrosas.

A Importância de Persistir

O reconhecimento internacional de O Diabo do Entrudo representa não só uma vitória artística para Diogo Varela Silva, mas também uma valorização da tradição oral, ritual e simbólica portuguesa num palco global. Em tempos de crescente homogeneização cultural, o olhar atento e poético do realizador sobre a tradição carnavalesca portuguesa assume-se como um gesto de resistência — e de afirmação identitária.

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Para um país onde o cinema documental luta muitas vezes com orçamentos limitados e escassa visibilidade, este percurso internacional mostra que o que é local pode ser também universal — e que o “diabo” português pode, afinal, continuar a dançar mundo fora.

South Park em Risco? O Conflito Bilionário Que Pode Abalar o Futuro da Série Icónica

🔧 O que têm em comum uma comédia animada que já dura há 28 anos e um império mediático avaliado em milhares de milhões de dólares? A resposta: uma guerra de bastidores que ameaça parar South Park no auge do seu sucesso. Com a estreia da 27.ª temporada adiada para 23 de julho e ainda envolta em incerteza, o destino da série criada por Trey Parker e Matt Stone pode depender do desfecho de um braço-de-ferro que envolve Paramount, Skydance e um contrato avaliado em 3 mil milhões de dólares.

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O conflito surgiu na sequência da iminente fusão entre a Paramount Global e a Skydance, liderada por David Ellison, filho do magnata da tecnologia Larry Ellison. Enquanto Parker e Stone — através da sua produtora Park County — acreditavam ter fechado um acordo com a Paramount para um novo contrato de 10 anos, a Skydance veio deitar água na fervura. A empresa, que deverá assumir o controlo da Paramount, recusa um compromisso tão prolongado, preferindo um modelo de cinco anos, mais alinhado com as incertezas do mercado e a sua estratégia de contenção financeira.

Este desacordo tem já consequências práticas. Os direitos de streaming da série expiraram a 30 de junho, levando à sua remoção da plataforma Paramount+ fora dos EUA. Para manter os episódios disponíveis, foi necessário renovar temporariamente o acordo com a HBO Max — um remendo que está longe de garantir estabilidade. E enquanto isso, Parker e Stone continuam a trabalhar nos novos episódios, mas sem garantia de que cheguem aos ecrãs. A frustração é tal que os criadores recorreram às redes sociais para desabafar: “Esta fusão é um desastre e está a lixar o South Park”.

💥 O cerne do problema reside numa proposta que, segundo fontes próximas, triplicaria o valor do contrato anterior dos criadores. Park County exige um novo acordo de 3 mil milhões de dólares por 10 anos, mas a Skydance, apesar de ainda não ter formalizado a aquisição, reclama o direito de vetar contratos de valor significativo. E está a fazê-lo. A resposta foi imediata: Parker e Stone contrataram Bryan Freedman, um dos advogados mais agressivos de Hollywood, para defender os seus interesses — e uma batalha legal está prestes a estalar.

Não se trata apenas de dinheiro. A estrutura da Park County, criada em 2007, dá aos criadores uma fatia de cerca de 50% da receita de streaming da série — um modelo raríssimo, e que os coloca numa posição negocial invulgarmente forte. Mas com um empréstimo de 800 milhões de dólares por pagar à Carlyle Group (com cerca de 80 milhões de dólares anuais só em juros), a pressão sobre Parker e Stone está a aumentar. A Paramount poderá estar disposta a pagar mais de 150 milhões por ano… mas não durante uma década.

🤝 Entre os vários intervenientes surgem nomes sonantes: Jeff Shell (ex-CEO da NBCUniversal), agora aliado da RedBird Capital e cotado para liderar a nova Paramount; Chris McCarthy, co-CEO da Paramount; e Kevin Morris, advogado e conselheiro de longa data de Parker e Stone (e também conhecido por ajudar financeiramente Hunter Biden).

E como se tudo isto não fosse já complexo, a própria fusão entre Skydance e Paramount tem estado envolta em polémica política, com ramificações que chegam a Donald Trump, ao programa 60 Minutes e à vice-presidente Kamala Harris. Uma tempestade perfeita.

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A única certeza? Enquanto os criadores e os executivos discutem cláusulas e prazos, milhões de fãs aguardam — impacientes e no escuro — pelo regresso de South Park. Uma série que sobreviveu a cancelamentos culturais, censura internacional e pandemias, pode agora ver-se travada por… contratos e fusões.

James Brolin, o Bond Que Quase Foi: Quando Roger Moore Mudou de Ideia à Última Hora

Nos bastidores do cinema, existem histórias que, se tivessem tido um final ligeiramente diferente, poderiam ter mudado por completo o rumo da sétima arte. Uma dessas histórias envolve James Brolin, actor veterano de Hollywood, que esteve a centímetros de vestir o icónico fato de espião com licença para matar… até Roger Moore dizer que afinal ainda não era altura de largar o volante do Aston Martin.

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O Verão de 1983: Um Agente em Suspense

Estamos em 1983. Roger Moore, que já havia dado corpo e charme britânico a James Bond em seis filmes, estava a ponderar seriamente reformar-se da personagem. Foi nessa altura que os produtores da saga, com Cubby Broccoli à cabeça, começaram a procurar alternativas. E encontraram uma promessa segura do outro lado do Atlântico: James Brolin.

Brolin, que já havia alcançado notoriedade com The Amityville Horror (1979), foi chamado a Londres, conheceu os produtores, instalou-se num apartamento e começou a treinar com os duplos. A decisão parecia tomada. James Brolin ia ser o próximo Bond, e tudo apontava para que Octopussy fosse o seu filme de estreia como 007.

Mas antes de assinar contrato, o telefone tocou.

Roger Moore tinha mudado de ideias. Ia voltar, afinal, para mais um filme. Brolin foi dispensado — sem ressentimentos, mas com a vaga de Bond a escapar-lhe por entre os dedos.

Um “Superman” Rejeitado e um Carreira de Carácter

Curiosamente, esta não foi a única oportunidade “titânica” recusada por James Brolin. Noutra ocasião, foi-lhe oferecido o papel de Superman no filme de Richard Donner, que viria a lançar Christopher Reeve para o estrelato. Mas Brolin recusou: “Não me via pendurado por fios com um collant vermelho. Não era o tipo de carreira que queria”, explicou numa recente entrevista à People.

Com o tempo, James Brolin encontrou o seu espaço — não como herói de acção, mas como actor de carácter. Participou em filmes como Traffic (2000), Catch Me If You Can (2002), ao lado de Leonardo DiCaprio, e emprestou a sua voz ao vilão Zurg no spin-off Lightyear da saga Toy Story.

E Roger Moore?

Moore, por sua vez, viria a interpretar James Bond em mais dois filmes: Octopussy (1983) e A View to a Kill (1985). Com sete aparições no papel, continua a ser o actor que mais vezes vestiu a pele do agente secreto no grande ecrã.

Tinha 56 anos quando filmou Octopussy, e o seu legado como um dos Bonds mais carismáticos (e cómicos) permanece até hoje.

Uma Vida de Hollywood — e de Amor

James Brolin não desapareceu nas sombras. Desde 1998 é casado com a cantora e actriz Barbra Streisand, com quem forma um dos casais mais queridos da indústria. Curiosamente, foi um comentário que Brolin fez sobre o início do seu romance com Streisand que inspirou a compositora Diane Warren a escrever o tema “I Don’t Want to Miss a Thing”, imortalizado por Aerosmith no filme Armageddon (1998).

Brolin é também pai de Josh Brolin, estrela de filmes como No Country for Old Men e Milk, e uma figura de peso no cinema contemporâneo.

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E se…?

Fica a pergunta inevitável: como teria sido James Brolin como James Bond? Teria trazido um ar mais americano ao agente britânico? Teria durado mais do que um filme? Nunca saberemos. Mas numa realidade paralela, Octopussy foi protagonizado por um Bond de Los Angeles… e Roger Moore estava confortavelmente reformado numa villa algarvia (quem sabe?).

Butkus, o Melhor Amigo de Rocky: A Incrível História do Cão que Viveu o Sonho Americano com Stallone

Há histórias de bastidores que nos comovem mais do que os próprios filmes. E esta, protagonizada por Sylvester Stallone e o seu fiel companheiro de quatro patas, Butkus, é um desses casos raros em que a realidade supera a ficção. Antes de conquistar Hollywood com Rocky, Stallone viveu na pobreza mais absoluta — e o cão que dividia consigo um minúsculo quarto de albergue acabou por ser peça central na narrativa improvável da sua redenção.

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Nos anos 70, Stallone era um actor desconhecido, praticamente sem dinheiro e sem perspectivas. Partilhava um pequeno quarto numa pensão em Nova Iorque com Butkus, um mastim imponente mas de olhar doce. Viviam acima de uma paragem de metro e, segundo o próprio Stallone recordaria mais tarde, “ambos estávamos com fome”.

Sem dinheiro sequer para comprar comida, o jovem actor tomou uma decisão devastadora: vender Butkus. Foi em frente a uma loja 7-Eleven que Stallone entregou o seu melhor amigo por 40 dólares, numa troca que lhe rasgou o coração mas que lhe permitiu, pelo menos, sobreviver mais uns dias.

Mas o destino tinha outros planos.

O Milagre Chamado “Rocky”

Pouco tempo depois, Stallone escreveu o argumento de Rocky, inspirado em parte na sua própria luta e determinação. Quando finalmente conseguiu vendê-lo — e com a condição de interpretar ele próprio o papel principal —, a sua vida mudou da noite para o dia. Ganhou reconhecimento, abriu portas e, acima de tudo, teve uma prioridade inquestionável: encontrar Butkus.

E encontrou-o. Mas o antigo comprador sabia que Stallone, agora uma estrela em ascensão, estava desesperado por recuperar o seu cão. Exigiu 15.000 dólares para o devolver — mais de 375 vezes o preço original. Stallone pagou sem hesitar. “Valeu cada cêntimo!”, declarou anos depois.

Butkus voltou a casa — e não foi apenas para servir de mascote. O mastim tornou-se presença incontornável nos dois primeiros filmes da saga Rocky, aparecendo ao lado do seu dono dentro e fora do ecrã. De certa forma, Butkus não era apenas um cão: era símbolo da luta, da amizade e da lealdade que Rocky representa.

Um Ícone Quase Esquecido

Butkus faleceu em 1981, após ter acompanhado o meteórico crescimento de Stallone e participado na criação de um dos maiores ícones do cinema americano. Embora não receba o mesmo destaque que outros elementos da saga, os verdadeiros fãs conhecem-lhe a importância.

Para Stallone, Butkus não foi apenas um animal de estimação. Foi família, foi colega de cena e foi, acima de tudo, uma âncora emocional numa altura em que tudo parecia desmoronar.

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Esta história tem tudo o que o cinema adora: queda, redenção, sacrifício e um reencontro digno de um final feliz. E talvez por isso mesmo tenha tocado tantos corações ao longo dos anos. Butkus não ganhou um Óscar — mas esteve ao lado de quem o ganhou. E isso é, por si só, um argumento melhor do que muitos que passaram por Hollywood.

Ewan McGregor Barrado Pela Câmara Escocesa: Pedido Para Substituir Telhado de Mansão de £2 Milhões Rejeitado

🏰 O regresso às raízes escocesas não está a ser feito sem percalços para Ewan McGregor. O actor de Trainspotting e Star Wars, hoje com 54 anos, viu recentemente ser rejeitado o pedido para substituir o telhado da sua mansão histórica no centro da Escócia. A propriedade, adquirida em 2023 por cerca de £2 milhões, é uma villa do século XVIII com dez quartos, localizada numa zona rural do concelho de Perth and Kinross, e encontra-se classificada como edifício de interesse histórico (grau C).

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Segundo o requerimento apresentado pelos arquitectos David Bell, o telhado em chumbo encontra-se “irreparável”, apresentando fissuras, fendas e falhas nas caleiras. Para além dos riscos estruturais, os arquitectos alertaram ainda para a possibilidade de roubo do valioso material — uma preocupação crescente em edifícios isolados e de grande valor patrimonial. A solução proposta? Substituir o telhado original por uma cobertura moderna em Sarnafil, uma membrana monocamada de PVC, mais segura, leve e resistente à água.

Segurança vs Património: o dilema

No entanto, a Câmara de Perth and Kinross foi clara na sua decisão: o pedido foi recusado. O motivo? A alteração iria comprometer o “carácter arquitectónico especial” do edifício e contrariar o Plano de Desenvolvimento Local, que favorece a preservação e restauração de materiais tradicionais.

Na fundamentação da decisão, pode ler-se: “A substituição por materiais não-tradicionais, como a membrana monocamada e os ripados de PVC, bem como a inclusão de lanternins de telhado reprofilados, afectaria negativamente a integridade estética e patrimonial do imóvel”.

Apesar do esforço dos representantes do actor para justificar a mudança com argumentos técnicos e de segurança, o município manteve-se firme: preservar o património exige fidelidade aos materiais originais, mesmo quando estes representam desafios logísticos e financeiros.

Uma mansão cinematográfica — mas com burocracia bem real

A propriedade em causa, construída em 1789, estende-se por três pisos e 15.000 pés quadrados (cerca de 1.400 m²). Entre os seus encantos, contam-se uma sala de bilhar, uma garrafeira e 18 acres de jardins privados. Um cenário digno de filme — e, de certa forma, é precisamente isso que a torna tão sensível a alterações.

Desde a compra do imóvel, Ewan McGregor tem procurado restaurá-lo com equilíbrio entre conforto moderno e respeito histórico. Já tinha recebido aprovação para construir uma garagem nova, alterar a suite principal e reparar os danos causados pela humidade. O telhado, no entanto, revelou-se um obstáculo mais complexo.

Um regresso sentimental — e um pouco frustrado

Em entrevista à Architectural Digest no ano passado, McGregor revelou que o regresso à Escócia foi quase instintivo: “Comecei a sentir um chamamento para casa. Nunca pensei que isso acontecesse, é estranho. Acho que quem quer que tenha feito o mundo, começou pela Escócia — e acertou.”

Após mais de duas décadas a viver entre Londres, Nova Iorque e Los Angeles, o actor decidiu voltar às origens, adquirindo uma casa perto da zona onde nasceu. A sua intenção: restaurar um pedaço do passado, para criar um novo futuro. Só não contava com os entraves administrativos.

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Enquanto tenta resolver o impasse, McGregor continua em destaque nos palcos de Londres, protagonizando My Master Builder — o seu regresso ao teatro britânico após 17 anos de ausência.

Catherine Hardwicke e o Cupcake Amargo: Realizadora de Twilight Expõe a Desigualdade em Hollywood

🎬 Em 2008, Catherine Hardwicke parecia prestes a entrar no panteão dos realizadores mais influentes de Hollywood. Tinha acabado de dirigir Twilight, o primeiro capítulo da saga baseada nos romances de Stephenie Meyer, protagonizada por Kristen Stewart e Robert Pattinson. O filme, produzido com um orçamento modesto e expectativas discretas, tornou-se um fenómeno global, arrecadando mais de 400 milhões de dólares nas bilheteiras — um valor que ultrapassou em mais de dez vezes as previsões iniciais da Summit Entertainment.

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Mas enquanto o estúdio celebrava o inesperado sucesso com prémios e novos contratos, a mulher por trás das câmaras recebeu… um mini cupcake.

Sim, um cupcake.

Um presente simbólico — e profundamente revelador

Em entrevista recente ao The Guardian, Catherine Hardwicke falou de forma franca e emotiva sobre a forma como foi tratada após o sucesso estrondoso de Twilight. Segundo a realizadora, o momento em que percebeu o desequilíbrio gritante entre o tratamento dado a realizadores homens e mulheres foi tão “doce” quanto devastador.

“Entrei numa sala com todos aqueles presentes, e todos estavam a dar os parabéns ao estúdio”, recorda Hardwicke. “Deram-me uma caixa. Abri e era um mini cupcake.”

O gesto — aparentemente simpático — não foi acompanhado de nenhuma proposta concreta, nenhum contrato para filmes futuros, nenhum prémio condizente com a escala do feito. Apenas um doce, pequeno e descartável. Enquanto isso, como a própria observou, realizadores homens com sucessos comparáveis recebiam contratos para várias produções, carros novos ou liberdade criativa para fazer o que quisessem.

Uma carreira interrompida… por ser mulher?

Hardwicke, que já tinha dado nas vistas com Thirteen – Inocência Perdida (2003) e Os Reis de Dogtown (2005), não regressou para os três filmes seguintes da saga Twilight, apesar de ter lançado o fenómeno e estabelecido a estética visual da franquia. Todos os capítulos seguintes foram entregues a homens — Chris Weitz, David Slade, Bill Condon —, num padrão recorrente em Hollywood.

“Não, as pessoas não vão contratar mais mulheres realizadoras. Não te vão oferecer o próximo trabalho e deixar-te fazer algo muito bom. Foi imediatamente uma realidade devastadora”, afirmou com desilusão. O sucesso comercial não foi suficiente para quebrar o tecto de vidro.

Esta não é uma história isolada. O desequilíbrio entre géneros no acesso a grandes produções continua a ser evidente na indústria do cinema. Realizadoras como Patty Jenkins (Wonder Woman), Greta Gerwig (Barbie) ou Chloé Zhao (Nomadland) conquistaram, nos últimos anos, visibilidade e reconhecimento. Mas os números continuam a mostrar que as grandes produções — especialmente dentro dos géneros blockbuster, fantasia ou acção — continuam a ser dominadas por homens.

Hollywood, 17 anos depois

A entrevista de Hardwicke surge num momento em que Hollywood começa lentamente a discutir de forma mais aberta o sexismo institucional. O que aconteceu com Twilight é um exemplo paradigmático: um filme juvenil, com uma realizadora mulher e protagonizado por uma jovem actriz, que foi subestimado antes da estreia e desvalorizado mesmo após a sua explosiva recepção.

Hoje, Twilight é alvo de reavaliações críticas, com muitos a reconhecerem o seu impacto cultural e a forma como abriu portas para outras sagas centradas em protagonistas femininas. Mas o reconhecimento para quem lhe deu vida atrás das câmaras continua a ser escasso.

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E talvez não haja metáfora melhor para a forma como a indústria trata muitas das suas criadoras do que a imagem de Catherine Hardwicke, sozinha numa sala cheia de executivos, a receber um mini cupcake depois de gerar centenas de milhões para o estúdio.

Peter Jackson Quer Ressuscitar o Moa — e Sim, Estamos a Falar Mesmo de um Pássaro Extinto

O realizador de O Senhor dos Anéis entra no mundo da engenharia genética com um plano (quase) tão ambicioso como a destruição do Anel

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Enquanto o mundo ainda tenta digerir o impacto de O Senhor dos Anéis e O Hobbit, Peter Jackson decidiu que não chega apenas criar mundos épicos no cinema — agora quer também recriar espécies extintas. Literalmente.

O cineasta neozelandês é o novo rosto por detrás de um projecto insólito: devolver à vida o moa, uma ave gigante, não voadora, extinta há mais de 600 anos. Com a ajuda da empresa de biotecnologia Colossal Biosciences e do centro de investigação Ngāi Tahu, da Universidade de Canterbury, Jackson e a sua parceira Fran Walsh investiram 15 milhões de dólares nesta missão cientificamente ousada e eticamente… debatível.

“Os filmes são o meu trabalho do dia. O moa é aquilo que faço por diversão”, confessou Jackson, como se estar à frente de sagas com centenas de milhões em jogo não fosse o suficiente para manter alguém ocupado.

Um Pássaro com 3,6 Metros de Altura

Para quem não está familiarizado com o moa: pensem num cruzamento entre um avestruz e um dinossauro mal-humorado. A espécie em causa, o South Island Giant Moa, podia chegar aos 3,6 metros de altura — e sim, tinha umas garras que fariam um velociraptor corar de vergonha. Caçados até à extinção pelos primeiros habitantes da Nova Zelândia, os moa desapareceram por volta do século XV.

Mas Jackson não esqueceu. Durante anos, o realizador coleccionou entre 300 e 400 ossos de moa, todos legalmente adquiridos (a venda é permitida apenas para achados em terrenos privados). Agora, esses restos mortais podem tornar-se a chave para uma reconstituição genética.

De Jurassic Park à Realidade?

Com a ajuda da Colossal Biosciences — conhecida pelos seus projectos de “ressurreição” de espécies como o lobo gigante e o mamute lanoso — o plano passa por extrair DNA dos ossos mais bem preservados, compará-lo com genomas de aves vivas (como o emu e o tinamou) e, através de técnicas de edição genética como o CRISPR, criar uma criatura moderna… que se pareça o mais possível com um moa.

Mas como explicou Beth Shapiro, cientista-chefe da Colossal, fazer engenharia genética em aves é um quebra-cabeças. Ao contrário dos mamíferos, os embriões desenvolvem-se em ovos, tornando impossível a tradicional fertilização in vitro. Estamos ainda nos primeiros passos — literalmente.

Um Animal Perigoso ou Uma Ave da Esperança?

A ideia de trazer de volta uma criatura extinta gera inevitáveis perguntas éticas e ambientais. Stuart Pimm, ecólogo da Universidade de Duke, atira o balde de água fria:

“Será que se pode realmente devolver uma espécie à natureza depois de ter sido exterminada? É altamente improvável.”

E avisa: “Este seria um animal extremamente perigoso.”

Por outro lado, o projecto tem apoio e supervisão de investigadores Māori, com o arqueólogo Kyle Davis a sublinhar que o trabalho “reacendeu o interesse nas tradições e mitologias do nosso povo”. Em locais como Pyramid Valley, onde foram descobertos fósseis e arte rupestre que representa o moa, a ligação entre o passado e a ciência moderna ganha nova vida.

Peter Jackson, o Moa e a Nova Trilogia Científica?

Paul Scofield, curador do Museu de História Natural de Canterbury, não esconde o espanto:

“O Peter não tem só alguns ossos de moa — ele tem uma colecção verdadeiramente abrangente.”

Depois de reinventar a Terra Média e encantar o mundo com dragões, elfos e hobbits, Peter Jackson pode agora estar a escrever uma nova trilogia — desta vez com ADN, biotecnologia e aves extintas. Pode não ser tão cinematográfica como O Retorno do Rei, mas ninguém pode acusá-lo de falta de ambição.

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Para quem não tem dificuldades com Inglês, sugerimos a leitura e o video da Associated Press aqui

Johnny Depp Quebra o Silêncio: “Fui Cancelado. Mas Não Me Derrubam Assim Tão Facilmente”

Ator revela como foi afastado dos filmes Fantastic Beasts e deixa resposta à altura

Johnny Depp está de volta às manchetes — não por um novo papel, mas por falar abertamente sobre o momento em que foi “shunned, dumped, booted, deep-sixed, cancelled” (ou seja, chutado para canto de todas as formas possíveis) no auge da batalha legal com Amber Heard. E há um episódio que ainda o incomoda particularmente: a sua saída forçada da saga Fantastic Beasts, onde interpretava o vilão Gellert Grindelwald.

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“Literalmente parou num milésimo de segundo”, contou Depp ao The Telegraph. “Estava a meio do filme. Disseram-me: ‘Queremos que te demitas’. Mas o que eu ouvi foi: ‘Queremos que te reformes.’”

A resposta do ator não deixou margem para dúvidas:

“F***-se. Há demasiados de mim para matarem. Se acham que me conseguem magoar mais do que já me magoaram, estão redondamente enganados.”

Um passado com cicatrizes (e muitas polémicas)

O caso Depp vs. Heard tornou-se um verdadeiro folhetim mediático. Primeiro no Reino Unido, onde perdeu um processo de difamação contra o The Sun, que o rotulou de “espancador de mulheres”. Depois nos Estados Unidos, onde venceu uma acção contra Amber Heard após o artigo da actriz no Washington Post, em que esta dizia ter sido vítima de violência sexual.

Apesar da vitória nos tribunais norte-americanos, Depp sente que a reputação nunca mais foi a mesma. E que Hollywood o tratou como descartável.

No caso concreto de Fantastic Beasts, Depp participou nos dois primeiros filmes da prequela de Harry Potter, mas foi substituído por Mads Mikkelsen no terceiro, The Secrets of Dumbledore (2022), após pedido (ou exigência) da Warner Bros.

A produção, diga-se, já vinha envolta em polémicas: além da saída de Depp, Ezra Miller (outra das estrelas da saga) acumulava acusações graves, e J.K. Rowling era alvo de críticas pelas suas declarações anti-trans.

Depp não quer saber das críticas — e está pronto para seguir em frente

Apesar de tudo, Johnny Depp não tem mágoas. Pelo menos, diz que não.

“Ouvi de tudo sobre mim. Mas isso não me incomoda. Não estou a concorrer a eleições.”

A ligação emocional com o papel de Grindelwald — um dos seus últimos grandes papéis em franquias de estúdio — ainda é sentida, mas Depp parece agora mais preocupado em deixar claro que ainda não se deu por vencido.

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Num momento em que Hollywood reavalia constantemente quem merece uma “segunda oportunidade”, Depp surge como figura complexa e polarizadora, mas determinada a não desaparecer em silêncio. E, para muitos fãs, continua a ser uma das presenças mais magnéticas do grande ecrã — quer venha em modo pirata, feiticeiro, ou apenas como Johnny Depp.

Charlize Theron Atira-se a Hollywood: “Os Estúdios Têm Medo de Mulheres em Filmes de Acção”

A estrela de Mad Max: Fury Road denuncia os preconceitos da indústria e defende mais oportunidades para protagonistas femininas

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Charlize Theron não tem papas na língua — e ainda bem. Numa entrevista recente ao The New York Times, a actriz sul-africana decidiu apontar o dedo à indústria que tantas vezes a elogia… mas que hesita quando é hora de investir em mulheres como protagonistas de acção. E a crítica foi clara: Hollywood tem medo de arriscar em filmes de acção com mulheres à frente do combate.

“É mais difícil. Toda a gente sabe disso”, disse Charlize. “Filmes de acção com protagonistas femininas não são aprovados com a mesma frequência que os que têm homens no papel principal. E o que mais me frustra é que os homens têm carta branca.”

Homens podem falhar. Mulheres, nem por isso.

A vencedora de um Óscar foi ainda mais longe, ao realçar o duplo padrão absurdo que reina em Hollywood.

“Quando os homens falham, continuam a receber oportunidades. Quando uma mulher faz um filme que não corre tão bem, muitas vezes não volta a ter hipótese. Os olhos estão sempre postos em nós.”

Theron, que ao longo da sua carreira mostrou ser uma força imparável em títulos como Mad Max: Fury RoadAtomic BlondeThe Old GuardThe Italian Job ou Fast & Furious 8, sabe bem do que fala. Não são suposições — é experiência no terreno.

E mais: mesmo com provas dadas, a resistência continua.

“Não é um risco que os estúdios queiram correr, mas arriscam vezes sem conta no mesmo actor masculino, mesmo que ele tenha feito vários filmes de acção que não funcionaram.”

Corpo em movimento, corpo em risco

Apesar da crítica à indústria, Charlize não esconde o seu amor pelo género.

“Adoro dançar, mas nunca poderia voltar a ser bailarina, certo? Os filmes de acção deram-me essa oportunidade de voltar a ser física, de contar histórias com o corpo.”

E sim, esse amor tem custos. A actriz confessou que já passou por múltiplas cirurgias e “várias fracturas” ao longo dos anos, fruto das exigentes cenas de acção que assume com entrega total.

“Sou propensa a acidentes”, brincou, com um sorriso que esconde cicatrizes reais.

A Guerra Continua

Theron regressou recentemente ao papel de Andy em The Old Guard 2, a sequela do filme de 2020 que se tornou um dos maiores êxitos da Netflix. Mas apesar do sucesso e da aclamação crítica, a batalha para que filmes de acção com protagonistas femininas sejam encarados com a mesma seriedade — e potencial de bilheteira — continua.

Enquanto isso, Hollywood continua a investir milhões em sagas lideradas por homens… mesmo quando os resultados não justificam o entusiasmo.

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Theron não está a pedir favores. Está apenas a exigir equidade. E é difícil não concordar com ela. Afinal, se há alguém que provou que uma mulher pode liderar um blockbuster de acção com garra, estilo e impacto global… é Charlize.

Scarlett Johansson Recebeu um “Email Gigante” de Bryce Dallas Howard ao Entrar no Mundo dos Dinossauros

A ex-Claire Dearing deu as boas-vindas calorosas à nova estrela de Jurassic World: Rebirth: “Os fãs são para a vida!”

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🦖 Há novas estrelas no parque… e também há passagem de testemunho jurássico! Com a estreia de Jurassic World: RebirthScarlett Johansson junta-se oficialmente à família dos dinossauros — mas fê-lo com uma recepção calorosa por parte de quem já conhece o trilho.

A atriz revelou à revista People que recebeu um longo e afetuoso email de boas-vindas de Bryce Dallas Howard, a intérprete de Claire Dearing nas três últimas entregas da saga.

“Quando fui escolhida, a Bryce contactou-me e estava tão entusiasmada”, contou Scarlett. “Escreveu-me um email enorme sobre a experiência dela, sobre como os fãs são maravilhosos e como isso é uma das partes mais incríveis: fazer parte desta família jurássica e ganhar fãs para a vida.”

Zora Bennett entra em cena… e Bryce continua na plateia

Em Jurassic World: Rebirth, Johansson interpreta Zora Bennett, uma ex-agente de operações secretas enviada para uma das últimas ilhas onde os dinossauros ainda vivem. Junta-se a um elenco de luxo que inclui Jonathan Bailey e Mahershala Ali, naquela que é a sétima entrada oficial da saga iniciada por Steven Spielberg em 1993.

Do outro lado do ecrã, Bryce Dallas Howard, que deu vida à gestora de operações Claire Dearing desde Jurassic World(2015), não esconde a emoção com o novo capítulo:

“Estou tão entusiasmada com Jurassic World: Rebirth! Vou estar na estreia, com certeza. O elenco é incrível — Mahershala Ali, Scarlett Johansson, Jonathan Bailey… Vai ser absolutamente fantástico.”

E se os fãs estão a torcer por um regresso da Claire? Howard não diz que não:

“Daqui a 20 anos, se me pedirem para voltar, voltaria num instante.”

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Uma família jurássica que atravessa gerações

A troca de palavras entre Scarlett Johansson e Bryce Dallas Howard mostra bem como a saga Jurassic se tornou mais do que apenas uma série de blockbusters: é uma comunidade de fãs, criadores e atores que continuam a reinventar o mundo dos dinossauros com respeito e entusiasmo. E agora, com Johansson ao leme, a nova era parece em boas mãos — mesmo que essas mãos tenham de fugir de um T-Rex de vez em quando.

Scarlett Johansson Torna-se a Rainha de Hollywood com “Jurassic World: Rebirth”

Atriz destrona Samuel L. Jackson e Robert Downey Jr. como a estrela mais rentável da história do cinema… e sim, os dinossauros ajudaram.

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🦖 Ela já enfrentou deuses nórdicos, robôs assassinos e supervilões cósmicos, mas agora foi a vez de enfrentar… dinossauros. E com isso, Scarlett Johansson entrou oficialmente para a história: tornou-se a atriz (ou ator) com maior receita de bilheteira da história do cinema, em papéis principais, com um total de 14,8 mil milhões de dólaresarrecadados a nível global.

O marco histórico deve-se ao sucesso imediato de “Jurassic World: Rebirth”, onde Johansson assume o protagonismo da franquia, substituindo Chris Pratt, num papel novo e cheio de adrenalina: Zora Bennett, uma ex-operacional militar enviada para uma das poucas ilhas onde ainda existem dinossauros. O filme arrecadou 318 milhões de dólares nos primeiros seis dias, ficando apenas atrás do fenómeno chinês Ne Zha 2 no ranking de estreias de 2025.

Um império construído com dinossauros… e Vingadores

Boa parte da fortuna cinematográfica de Scarlett Johansson foi construída no universo Marvel. Só com os quatro filmes dos Vingadores e Capitão América: Guerra Civil, arrecadou 8,7 mil milhões de dólares. A isto juntam-se papéis de destaque em Iron Man 2 (a sua estreia como Viúva Negra) e as duas animações Cantar! (Sing) onde deu voz à porco-espinho roqueira Ash.

Segundo o site especializado The Numbers, Scarlett passou agora à frente de:

  • Samuel L. Jackson (anterior detentor do recorde, com 14,6 mil milhões)
  • Robert Downey Jr., com 14,2 mil milhões (dos quais 11,8 mil milhões vêm dos seus nove filmes como Tony Stark/Iron Man)

Curiosamente, dos cinco atores mais rentáveis da história, apenas Tom Hanks não passou pelo universo Marvel. Todos os outros — Johansson, Jackson, Downey Jr. e Chris Pratt — devem o seu estatuto à popularidade global das sagas da Marvel.

O futuro? Dinossauros sim. MCU… provavelmente não.

Scarlett já afirmou várias vezes que não voltará ao papel de Natasha Romanoff / Viúva Negra, apesar das inevitáveis especulações em torno de Avengers: Doomsday (2026) e Secret Wars (2027), onde os multiversos podem servir de desculpa para tudo — até para ressuscitar personagens mortos.

Por agora, é Johansson quem reina, com ou sem o uniforme preto. E caso Downey Jr. venha a recuperar o trono, terá de o fazer com o apoio de novos vilões, como o enigmático Doutor Destino.

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Mas a verdade é esta: Scarlett Johansson acaba de fazer história. E fá-lo com estilo, talento e… um velociraptor ao lado.

Michael Douglas Pensa Pendurar as Botas: “Não Estou Reformado, Mas Não Tenho Grandes Intenções de Voltar”

Aos 80 anos, o veterano de Hollywood reflete sobre quase seis décadas de carreira, saúde, família… e uma comédia conjugal com Catherine Zeta-Jones

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🎭 Michael Douglas não se despede com dramatismo, nem faz discursos de adeus com lágrimas nos olhos. Em vez disso, com um sorriso tranquilo e uma elegância à antiga, o ator revelou recentemente que não tem planos concretos para regressar à representação — a não ser que algo verdadeiramente especial surja.

“Não estou reformado, mas também não tenho grandes intenções de voltar”, afirmou Douglas durante o Festival de Cinema de Karlovy Vary, na República Checa. “Se surgir algo especial, volto. Caso contrário, não.”

Douglas, que completa 81 anos em setembro, falou à imprensa enquanto apresentava uma cópia restaurada de Voando Sobre um Ninho de Cucos (1975), o clássico de Miloš Forman que co-produziu no início da sua carreira — antes mesmo de se tornar um dos rostos mais emblemáticos de Hollywood.

“Não queria ser um daqueles que cai morto no set”

A decisão de parar foi consciente. O último papel no grande ecrã foi em “Ant-Man and the Wasp: Quantumania” (2023), e desde então limitou-se à minissérie “Franklin” (Apple TV+, 2024), onde interpretou Benjamin Franklin. Mas já em 2022 tinha decidido abrandar:

“Percebi que tinha de parar. Estive a trabalhar bastante durante quase 60 anos e não queria ser um daqueles que cai morto no set”, confessou.

Ainda assim, há um projeto curioso no horizonte: “Looking Through Water”, um filme onde contracena com o filho, Cameron Douglas — embora sem data de estreia definida.

Um sobrevivente, literal e figurado

Durante a conferência de imprensa, Douglas também falou abertamente sobre a luta contra um cancro da língua em estágio 4, diagnosticado em 2010. Na altura, recusou cirurgia radical que poderia ter comprometido a fala e, consequentemente, a sua carreira:

“O estágio 4 não é um feriado. Não há muitas opções. Escolhi quimioterapia e radioterapia. A cirurgia teria implicado retirar parte da mandíbula e isso teria sido muito limitador para um actor.”

Vida de casado e uma nova forma de representar

Casado há mais de duas décadas com Catherine Zeta-Jones, Michael Douglas garante que, hoje, os papéis que mais aprecia são os domésticos.

“Tenho um pequeno filme independente em mãos, mas neste momento, no espírito de manter um bom casamento, estou feliz por ser ‘a esposa’”, brincou, arrancando gargalhadas da plateia.

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É o tipo de humor afável e auto-consciente que só alguém com décadas de carreira e um Óscar na prateleira pode fazer sem esforço. E se há algo que Douglas provou ao longo da vida é que não precisa de estar em todos os filmes — basta estar no certo.

Brad Pitt, o Feijão e a Flatulência Diabólica: Quando o Método Correu Horrivelmente Mal

O ator tentou levar a sério a sua cena… e acabou por “expulsar” toda a equipa técnica de um café

🥫🎬 Já todos sabíamos que Brad Pitt tem talento, pinta e um Óscar na prateleira. Mas o que talvez não soubéssemos é que, em tempos, tentou ser um actor de Método… e que isso acabou em flatulência épica e fuga colectiva de 60 pessoas de um set de filmagens.

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Durante uma hilariante participação no podcast New Heights, apresentado pelos irmãos e jogadores da NFL Jason e Travis Kelce, Brad Pitt contou um episódio insólito dos seus primeiros tempos como actor. A cena? Um homem esfomeado a devorar um prato de feijão com bacon. O problema? Pitt levou o realismo longe de mais.

“Era num café minúsculo, cheio de gente. Estavam lá cerca de 60 pessoas. Estava calor, não se respirava. A minha personagem não comia há dias, e recebe este prato gigante de feijão e bacon. E eu, todo metódico, pensei: ‘É agora. Vou fazer isto a sério’.”

E fez. E repetiu. E repetiu de novo.

“Primeira cena: devoro o prato. Segunda cena: igual. Terceira cena: igual. Quarta vez… algo aconteceu. Fiquei preso na cadeira. E a natureza seguiu o seu curso.”

Inicialmente, pensou que tinha passado despercebido. Engano redondo.

“Pensei, ‘ufa, escapei’. Mas de repente… algo diabólico invadiu a sala. Toda a equipa fugiu do café. Foi indescritível.”

O homem que come em todos os filmes (menos no “F1”)

A ironia? Hoje em dia, Brad Pitt é conhecido por comer em praticamente todos os seus filmes. Tão conhecido, aliás, que há compilações no YouTube como “15 Minutes of Brad Pitt Eating”, com mais de 2,7 milhões de visualizações.

Questionado pelos irmãos Kelce sobre essa curiosa tendência gastronómica cinematográfica, Pitt respondeu com espanto:

“Não percebo porquê. Toda a gente come, não é?”

Desta vez, no entanto, não há cenas a comer no seu mais recente sucesso, F1, onde interpreta um antigo piloto de Fórmula 1 a treinar um novato. O filme já arrecadou 144 milhões de dólares na estreia global, sendo o maior arranque de sempre da Apple no cinema. E segundo a Varietyjá estão a decorrer conversas para uma possível sequela.

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Moral da história?

Se alguma vez pensou em entrar no Método… evite pratos de feijão com bacon em ambientes fechados. E se for o Brad Pitt, talvez esteja perdoado — porque nem uma nuvem tóxica num café cheio de gente consegue apagar o brilho de uma carreira destas.