Sydney Sweeney ignora polémica da American Eagle e centra atenções em Christy no TIFF

“Estou lá para falar do meu filme, não de jeans”

Às vésperas da estreia do seu novo filme no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF)Sydney Sweeneyfez questão de separar águas. Questionada sobre a polémica em torno da sua campanha publicitária para a marca American Eagle, a atriz respondeu de forma categórica à Vanity Fair:

“Estou lá para apoiar o meu filme e as pessoas envolvidas na sua realização, não estou lá para falar de jeans. O filme é sobre a Christy, e é disso que estarei lá para falar.”

A declaração chega depois da sua campanha de ganga — considerada por muitos uma homenagem (ou provocação) ao célebre anúncio da Calvin Klein com Brooke Shields em 1980 — ter gerado críticas, elogios e até um inesperado comentário de Donald Trump, que elogiou a atriz.

Christy: a luta dentro e fora do ringue

Dirigido por David Michôd, o filme conta a história real da pugilista Christy Martin, que passou de uma vida modesta na Virgínia Ocidental para se tornar um fenómeno do boxe.

Com Ben Foster no papel do treinador e marido, Christy acompanha não apenas a ascensão da atleta, movida por determinação inabalável, mas também os dramas fora do ringue: as tensões familiares, a identidade e um casamento que se transforma num campo de batalha perigoso.

Baseado em factos verídicos, o filme é descrito como uma celebração da resiliência e coragem de uma mulher que lutou por muito mais do que títulos.

Sweeney em ascensão

Este é o segundo projeto de Sweeney com a Black Bear, após o sucesso de terror Immaculate (lançado pela NEON). Christy estreia sexta-feira no TIFF e surge como mais uma aposta na versatilidade da atriz, duas vezes nomeada aos Emmy, que continua a cimentar-se como uma das figuras mais requisitadas de Hollywood.

Da polémica à consagração?

Enquanto a campanha da American Eagle continua a gerar debate — com a marca a responder que o anúncio “sempre foi apenas sobre os jeans” — Sweeney procura recentrar a narrativa no cinema.

Seja pela polémica ou pela performance em Christy, uma coisa é certa: todos os olhos estarão postos nela em Toronto.

007: First Light — Primeiras imagens revelam um James Bond com estilo… e muito de Hitman

A estreia do novo Bond no mundo dos videojogos

IO Interactive, criadora da saga Hitman, mostrou finalmente as primeiras imagens extensas de 007: First Lightdurante a mais recente transmissão State of Play da Sony. O resultado? Um jogo que mistura o charme e a grandiosidade de James Bond com a jogabilidade estratégica e criativa que tornou o Agente 47 um ícone.

Com lançamento previsto para 27 de março de 2026First Light promete ser o blockbuster digital que coloca os jogadores na pele de 007, mas com uma abordagem que oscila entre a infiltração silenciosa e as sequências de ação explosivas.

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Espionagem em estilo Hitman

Um dos trechos apresentados mostrou Bond infiltrado num torneio de xadrez exclusivo, na Eslováquia. O espião começa disfarçado de motorista num parque de estacionamento, mas rapidamente se envolve em situações de infiltração clássica: criar distrações ambientais para confundir seguranças, roubar identidades e manipular o ambiente a seu favor.

Segue-se uma sequência variada: social stealth no bar, perseguições de carro ao estilo arcade, tiroteios num aeródromo e até um hack de emergência para sabotar o controlo de um avião em fuga. Tudo temperado com gadgets dignos de Q — lasers que derrubam candelabros, granadas de fumo e, claro, a possibilidade de usar a famosa “Licença para Matar”.

Bond em Londres

Outro excerto revelou uma missão num gala em Kensington, Londres, que fez muitos fãs recordarem as melhores fases da trilogia World of Assassination de Hitman. Bond mistura-se na multidão, ouve conversas em busca de pistas, rouba discretamente e manipula situações com a calma calculista de um espião experiente.

O jogo introduz também um sistema de Instinct, que permite gastar pontos acumulados para enganar inimigos, criar emboscadas e até abrandar o tempo para tiros certeiros.

Entre Connery e Craig

Curiosamente, a versão de James Bond apresentada pela IO Interactive parece inspirar-se mais nos atores pré-Daniel Craig: um espião elegante, seguro de si e com humor sarcástico. Um contraste com o Bond mais frio e realista das últimas décadas no cinema.

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O que esperar

À primeira vista, 007: First Light é um cruzamento fascinante: um jogo de Bond que aprendeu muito com Hitman, ou um Hitman que veste smoking e pede martinis “shaken, not stirred”. Seja como for, a combinação promete agradar tanto aos fãs de videojogos de espionagem como aos admiradores do agente secreto mais famoso do cinema.

“Rainha da Cetamina” declara-se culpada pela morte de Matthew Perry

Jasveen Sangha enfrenta mais de 60 anos de prisão

O caso da morte de Matthew Perry, eterno Chandler Bing da série Friends, ganhou um novo capítulo. Jasveen Sangha, conhecida em Hollywood como a “Rainha da Cetamina”, declarou-se culpada de fornecer as drogas que provocaram a morte do ator, ao comparecer num tribunal da Califórnia esta quarta-feira.

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Sangha, de 42 anos, admitiu várias acusações, incluindo distribuição de cetamina resultando em morte ou lesões corporais graves. Detida desde agosto de 2024, poderá enfrentar uma pena superior a 60 anos de prisão. A sentença será conhecida a 10 de dezembro.

Uma rede de responsabilidade em torno da morte de Perry

Com esta confissão, Sangha tornou-se a quinta pessoa a admitir envolvimento no caso. Entre os já condenados estão os médicos Salvador Plasencia e Mark Chavez, que assumiram ter fornecido cetamina ao ator nas semanas que antecederam a sua morte.

Perry, de 54 anos, foi encontrado morto no jacuzzi da sua casa em Los Angeles a 28 de outubro de 2023. A autópsia concluiu que o óbito resultou dos “efeitos agudos da cetamina”, substância que o ator utilizava em contexto de terapia supervisionada, mas que acabou por ser também obtida de forma ilícita.

Sangha declarou-se ainda culpada de manutenção de um local associado ao consumo de drogas e de ter vendido frascos de cetamina a outro homem, Cody McLaury, que morreu por overdose em 2019.

A luta de Perry contra a dependência

A morte de Matthew Perry abalou Hollywood e os milhões de fãs de Friends. O ator nunca escondeu as suas batalhas contra o vício em álcool e analgésicos, chegando a escrever sobre o tema na sua autobiografia Friends, Lovers, and the Big Terrible Thing.

O seu testemunho público transformou-o num símbolo de luta contra a dependência, tornando ainda mais trágica a forma como a sua vida terminou.

O que se segue

De acordo com as autoridades norte-americanas, outros envolvidos no fornecimento de drogas a Perry deverão comparecer em tribunal nos próximos meses.

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Enquanto isso, o processo contra Jasveen Sangha poderá tornar-se um dos mais emblemáticos da relação entre a indústria do entretenimento, a dependência química e a responsabilidade criminal de quem lucra com ela.

Tom Holland elogia Christopher Nolan: “O argumento é o melhor que já li”

Um verão de 2026 dominado por Holland

Tom Holland prepara-se para viver um dos anos mais intensos da sua carreira. Em julho de 2026, o ator estreia-se em A Odisseia, a nova produção épica de Christopher Nolan, e, apenas duas semanas depois, regressa ao papel que o consagrou no MCU, em Spider-Man: Brand New Day.

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O argumento é o melhor que já li”, confessou Holland à AFP, referindo-se ao filme de Nolan, rodado em cenários naturais em redor do Mediterrâneo. O ator interpreta Telémaco, filho de Ulisses (Odisseu), numa das sagas fundadoras da mitologia grega.

Nolan e Holland: dois britânicos no centro do espetáculo

Depois do triunfo de Oppenheimer (2023), vencedor de sete Óscares, Nolan regressa com mais um projeto ambicioso, reunindo um elenco de luxo que inclui Matt Damon, Anne Hathaway, Robert Pattinson, Charlize Theron e Zendaya— noiva de Holland e parceira também fora do ecrã.

“O Chris [Nolan] é um verdadeiro colaborador. Sabe o que quer, mas cria espaço para que possamos explorar as personagens e trazer ideias”, afirmou o ator. Apesar de nunca terem trabalhado juntos, Holland e Nolan partilham algo em comum: ambos estão ligados a algumas das sagas mais populares da história do cinema, com O Cavaleiro das Trevas e Homem-Aranha a marcarem gerações.

Spider-Man continua a ser como a primeira vez

Poucos dias antes, surgiram imagens de Holland a filmar em Glasgow, com a cidade a servir de cenário para Nova Iorque. O ator descreveu a experiência de forma entusiasta:

“Ontem estava em cima de um tanque a conduzir pela rua principal de Glasgow, perante milhares de fãs, e foi incrível. Ainda parece a primeira vez.”

Com este novo capítulo, Holland completará sete filmes como Peter Parker, consolidando a sua versão energética e juvenil do herói, distinta das encarnações anteriores.

Entre LEGO e crítica às redes sociais

Além do cinema, Holland é também o rosto da campanha global da LEGONever Stop Playing, que defende a importância de preservar o espírito lúdico da infância.

“O problema hoje é a tecnologia tóxica: telemóveis, Instagram, iPads… As crianças são pressionadas para crescer depressa demais. Foi bom participar em algo tangível como o LEGO”, disse.

O ator de 29 anos sublinhou que a sua geração ainda cresceu antes da omnipresença das redes sociais, mas alerta para os riscos que estas representam para os jovens: “Acho que a Internet leva muitos a não serem eles próprios, mas sim versões daquilo que os outros esperam que sejam.”

Zendaya e futuro pessoal

Noivado com Zendaya, Holland mantém uma postura reservada quanto à vida privada, embora admita refletir sobre o impacto da exposição mediática. “Ainda não embarquei na fase dos filhos, mas sei que vou comprar LEGO antes de comprar um telemóvel”, brincou.

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Mais maduro, o ator admite estar “um pouco mais introvertido” e a valorizar a vida privada, mas insiste que a sua essência continuará a ser a mesma: “A criança dentro de mim vai estar sempre lá.”

O esquema Ponzi que abalou Hollywood: a ascensão e a queda de William Santor

O “rei” das Caimão que prometia luz verde a filmes

Hoje foi destaque no Hollywood Reporter, a investigação sobre um esquema de Ponzi que abalou toda a Indústria de Hollywood.

Durante anos, William Santor foi o financiador-milagre do cinema independente. Afável, pouco interventivo na criação e, sobretudo, com cheque em branco, tornou-se presença constante em rodagens nos Caribe e anfitrião de jantares de luxo. Através da sua empresa Productivity Media Inc. (PMI), atraiu nomes como Ron Perlman e transformou as Ilhas Caimão num improvável hub de filmagens. Parecia imbatível — até o castelo ruir.

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Como funcionava a máquina

A PMI especializou-se no financiamento-ponte, alavancando créditos fiscais reembolsáveis no Canadá (que devolvem dinheiro mesmo sem passivo fiscal), presales e direitos de distribuição. Na teoria, um modelo que dilui risco num setor volátil; na prática, segundo os processos em insolvência em Ontário, um esquema com “corporações impostoras”e-mails e sites falsos e desvios de fundos.

Os números avançados variam conforme as peças processuais e auditorias: pelo menos 31,7 milhões de dólares em valores alegadamente apropriados indevidamente, chegando a mais de 44 milhões em estimativas forenses posteriores.

O laboratório das Caimão

O ponto de viragem deu-se na pandemia. De férias nas Caimão quando o arquipélago fechou, Santor viu ali um “estúdio natural”: em dois anos, apoiou meia dúzia de longas (orçamentos entre 5 e 10 milhões), levando equipas canadianas em jatos fretados e contando com portas abertas do lado governamental. Dali saíram títulos como The Baker (com Ron Perlman), The Retirement Plan (com Nicolas Cage) e Unit 234 (com Don Johnson). Paralelamente, a PMI já somava créditos em indies de culto como The Little Hours (2017) e Black Bear (2020).

Sinais de alarme e queda em espiral

No fim de 2023, começaram as bandeiras vermelhas: pedidos de confirmação de empréstimos “que não existiam”, cheques não depositados e contas que não batiam certo entre projetos. Em 2024, a PMI foi para tribunal de insolvência, um receiver travou a alienação de bens nas Caimão (imóveis, contas, joias, vinhos, relógios e até um Bentley Bentayga) e multiplicaram-se as denúncias internas sobre bibliotecas sobrevalorizadas e desvio de receitas de distribuição para contas pessoais.

A morte e o choque da indústria

William Santor morreu a 28 de dezembro de 2024, aos 50 anos, após ter sido encontrado inanimado na sua casa nas Ilhas Caimão e transportado para o hospital local, onde foi declarado óbito. As autoridades falaram em investigação em curso. A notícia ganhou ampla repercussão no início de 2025, ao mesmo tempo que se acumulavam relatos judiciais sobre a dimensão das perdas.

Entre os lesados contam-se reformados canadianos de classe trabalhadora (canalizadores, eletricistas, serralheiros, telhadores), profissionais locais das Caimão e criativos de Hollywood. Santor deixou esposa e duas filhas. Tinha créditos como produtor em títulos por estrear, como Littlemouth (Dennis Quaid) e It Feeds (Ashley Greene), rodados antes do colapso.

Porque é que Hollywood caiu nisto (outra vez)?

A história de Santor junta-se a uma longa linhagem de financiamentos opacos no indie: quando o “greenlight”tradicional se afasta, o dinheiro rápido e sem “amarras criativas” torna-se isco perfeito. A corrida global aos incentivos fiscais criou uma geografia financeira complexa; sem due diligence independente, o brilho de um benfeitor pode encandear até os mais experientes.

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O que fica por apurar

Os tribunais continuam a desmontar a teia de empresas-fantasma e pagamentos em cadeia típicos de um padrão Ponzi. As responsabilidades individuais de antigos gestores e parceiros ainda são matéria de litígio. O certo é que a “terra prometida” de Santor nas Caimão deixou um rasto de milhões perdidos e projetos suspensos — e uma lição cara sobre governançaauditorias de terceiros e verificação de fluxos de caixa antes do “ação!”.

Alden Ehrenreich admite regressar a Han Solo — mas só na “versão certa”


O jovem contrabandista que pode voltar

em entrevista ao Collider, o ator admitiu que não fecha a porta a regressar à galáxia muito, muito distante — mas impõe uma condição clara: teria de ser “a versão certa” do personagem.

“Teriam mesmo de ser a versão certa de Han Solo”, explicou o ator de 35 anos, atualmente em destaque na série Ironheart.

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O filme que dividiu fãs e estúdios

Solo procurava explorar a juventude do contrabandista mais famoso da saga, revelando como conheceu Chewbacca e Lando Calrissian. Apesar da receção positiva à interpretação de Ehrenreich, o spin-off foi um fracasso comercial, arrecadando 393 milhões de dólares em bilheteira — muito aquém das expectativas da Disney e da Lucasfilm.

A produção atribulada, marcada pela saída dos realizadores Phil Lord e Christopher Miller a meio das filmagens, também contribuiu para a perceção de instabilidade em torno do projeto. Ainda assim, Ehrenreich encara a experiência com equilíbrio:

“Fazer um filme é sempre stressante. O importante é que seja um ambiente onde as pessoas se sintam seguras. Apesar de tudo, houve momentos realmente bons.”

Um trampolim para novos papéis

Apesar do insucesso nas bilheteiras, o ator considera que Solo lhe abriu portas. “Foi uma grande plataforma e ajudou-me a conquistar os projetos que tenho hoje”, afirmou.

Ehrenreich não descarta um regresso, mas deixa claro que só faria sentido se fosse numa visão que respeitasse a essência de Han Solo. Uma personagem icónica, imortalizada por Harrison Ford, que exige não apenas carisma e ironia, mas também a dimensão trágica de um homem em constante fuga.

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Um futuro incerto na galáxia

Com a Lucasfilm a expandir o universo Star Wars através de séries e novos filmes, a possibilidade de revisitar a juventude de Han Solo não está fora de questão. A questão é: haverá espaço — e vontade — para dar a Ehrenreich uma nova oportunidade de voar na Millennium Falcon?

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Do campo de batalha virtual para o grande ecrã

Depois de anos de rumores, a adaptação cinematográfica de Call of Duty é finalmente oficial. A Paramount assinou um acordo com a Activision, estúdio detentor da franquia, para desenvolver, produzir e distribuir um filme em imagem real baseado no icónico videojogo de tiro em primeira pessoa.

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A notícia foi avançada pela Variety e abre a porta não apenas a um filme isolado, mas potencialmente a um universo partilhado que poderá expandir-se para cinema e televisão, caso o projeto tenha sucesso.

O peso da história… e das tentativas falhadas

Não é a primeira vez que Hollywood tenta adaptar Call of Duty. No passado, nomes como Stefano Sollima (Sicario 2) chegaram a ser associados à realização, com Tom Hardy e Chris Pine na lista de potenciais protagonistas. Mas os projetos acabaram por não sair do papel.

Agora, com os exemplos bem-sucedidos de adaptações como The Last of Us (HBO), Fallout (Prime Video), A Minecraft Movie e The Super Mario Bros. Movie, o terreno parece finalmente preparado para que Call of Duty conquiste também o grande ecrã.

Um videojogo já com pedigree cinematográfico

Parte do segredo pode estar no facto de a própria saga sempre ter explorado um lado muito próximo do cinema. Ao longo de mais de 30 títulos, Call of Duty percorreu desde a Primeira Guerra Mundial à Guerra Fria, passando pela Guerra ao Terror, sempre com um olhar de espetáculo e intensidade visual.

Além disso, os jogos já contaram com vozes e interpretações de luxo: Gary Oldman deu vida a Viktor Reznov em World at WarIdris Elba surgiu em Modern Warfare 3, e até nomes como John Malkovich, Helena Bonham Carter, Bill Paxton, Jon Bernthal, Katee Sackhoff e Malcolm McDowell emprestaram a sua presença à popular vertente Zombies.

O que esperar do filme?

Ainda não há realizador, elenco ou enredo confirmados. Com tantas opções narrativas disponíveis — mais de 30 jogos — a Paramount poderá inspirar-se em episódios históricos ou apostar numa história original dentro do universo bélico da franquia.

O desafio será manter a imersão e intensidade que fizeram do jogo um fenómeno global, ao mesmo tempo que constrói uma narrativa capaz de atrair tanto os fãs de longa data como o público que nunca pegou num comando.

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Seja qual for a direção escolhida, o projeto promete ser uma das apostas mais ambiciosas da Paramount no género da ação e poderá redefinir o futuro das adaptações de videojogos no cinema.

28 Years Later: The Bone Temple — O regresso sombrio do universo pós-apocalíptico já tem trailer

Ralph Fiennes lidera o elenco na sequela de Nia DaCosta

A Sony Pictures revelou o primeiro trailer de 28 Years Later: The Bone Temple, a aguardada sequela realizada por Nia DaCosta. O filme dá continuidade aos acontecimentos de 28 Years Later, expandindo ainda mais o universo criado por Danny Boyle e Alex Garland.

Nesta nova etapa, acompanhamos Spike (Alfie Williams), que se cruza com o misterioso Sir Jimmy Crystal (Jack O’Connell) e o seu gangue de assassinos acrobatas numa Inglaterra devastada pelo apocalipse. Mas a verdadeira surpresa chega com Dr. Kelson (Ralph Fiennes), que se vê preso numa relação inesperada cujas consequências podem alterar para sempre o destino da humanidade.

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Segundo a sinopse oficial, “no mundo de The Bone Temple, os infetados já não são a maior ameaça — a crueldade dos sobreviventes revela-se ainda mais assustadora.”

O regresso de Cillian Murphy (mesmo que breve)

Embora a sua participação seja curta, Cillian Murphy volta a encarnar Jim, a personagem central de 28 Days Later(2002). Para os fãs, é uma ligação direta à génese desta saga de culto.

O produtor executivo Danny Boyle, que realizou o filme original, confirmou à Variety que Murphy terá um papel de enorme relevância na terceira parte da trilogia, atualmente em desenvolvimento.

Um elenco de peso para um mundo em ruínas

Além de Fiennes, O’Connell e Murphy, o filme conta ainda com Emma Laird, Maura Bird, Erin Kellyman e Chi Lewis-Parry, compondo um leque de protagonistas que promete intensificar o drama e a violência do cenário pós-apocalíptico.

O futuro da trilogia

Escrito e produzido por Alex GarlandThe Bone Temple aprofunda o enredo deixado em aberto no primeiro filme e prepara terreno para a terceira entrada na saga. Boyle reforçou que a sequela dará maior destaque às linhas narrativas do “continente”, que até agora tinham sido apenas sugeridas.

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Com produção da Columbia Pictures, DNA Films e Decibel Films, e distribuição da Sony, o filme tem estreia marcada para 16 de janeiro de 2026.

Preparem-se: se os infetados eram aterradores, o verdadeiro horror pode estar no coração dos sobreviventes.

Filho de Alain Delon contesta testamento e abre nova frente na disputa familiar

Alain-Fabien Delon pede anulação do testamento do pai

A herança de Alain Delon, falecido em agosto de 2024, continua a gerar polémica. O filho mais novo do ator francês, Alain-Fabien Delon, recorreu agora à Justiça para tentar anular o testamento deixado pelo pai, que considera favorecer em excesso a sua irmã Anouchka Delon.

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Segundo o advogado Christophe Ayela, um dos testamenteiros, Alain-Fabien alega que o pai “já não tinha o discernimento necessário” para tomar decisões após o derrame cerebral que sofreu em 2019. Uma primeira audiência foi marcada para 9 de março de 2026, em tribunal francês.

O centro do litígio: direitos de filmes e de imagem

O processo centra-se num testamento de 2022, no qual Alain Delon deixou exclusivamente a Anouchka os direitos de um dos filmes mais emblemáticos da sua carreira, O Leopardo (1963), realizado por Luchino Visconti e no qual contracenou com Claudia Cardinale.

Além disso, Alain-Fabien contesta ainda uma decisão de fevereiro de 2023, que concedeu à irmã 51% da empresa responsável pela gestão da marca e dos direitos de imagem do ator. Essa decisão deu a Anouchka uma posição de controlo sobre a exploração do nome e da figura do pai, algo que o irmão mais novo considera injusto.

Uma batalha familiar que antecedeu a morte

A disputa entre os três filhos — Anthony, Anouchka e Alain-Fabien — já tinha vindo a público antes mesmo da morte do ator. Durante os últimos anos de vida de Delon, marcado por forte degradação da saúde, a família esteve envolvida em batalhas judiciais e mediáticas sobre a forma como deveria ser administrada a sua vida pessoal e património.

Com o agravamento do seu estado, Alain Delon acabou por ser colocado sob proteção judicial durante cinco anos, decisão que refletiu as preocupações quanto à sua capacidade de gerir os próprios assuntos.

O legado de uma lenda do cinema francês

Reconhecido como um dos maiores ícones da história do cinema europeu, Alain Delon construiu uma carreira que atravessou décadas e deixou obras-primas como O Samurai (1967), Rocco e os Seus Irmãos (1960) e O Eclipse (1962). O litígio atual em torno da sua herança vem somar uma nova camada de drama à história de uma figura que sempre dividiu atenções dentro e fora do ecrã.

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Por enquanto, nem Anthony Delon nem Anouchka comentaram oficialmente as novas movimentações em tribunal. Mas uma coisa é certa: a herança de Alain Delon promete continuar a ser debatida muito depois do último aplauso.

Morreu Graham Greene, o memorável Ave que Esperneia de Danças com Lobos

Um rosto que deu voz e dignidade aos povos indígenas no cinema

O cinema perdeu uma das suas figuras mais marcantes na representação de personagens indígenas: Graham Greene, ator canadiano nomeado para os Óscares por Danças com Lobos (1990), morreu esta segunda-feira em Toronto, vítima de doença prolongada. Tinha 73 anos.

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O impacto de Danças com Lobos

Greene ficará para sempre associado ao papel de Ave que Esperneia, o Sioux curioso e sábio que cria uma ligação profunda com o Tenente John Dunbar (Kevin Costner). A sua personagem, além de ser uma das mais memoráveis do épico vencedor de sete Óscares, tornou-se um símbolo de dignidade e representação autêntica dos povos indígenas no grande ecrã.

A nomeação ao Óscar de Melhor Ator Secundário foi um marco histórico. Greene perdeu para Joe Pesci em Tudo Bons Rapazes, mas o reconhecimento abriu portas para que outros atores ameríndios encontrassem espaço em Hollywood.

Um percurso de perseverança

Nascido a 22 de junho de 1952 em Ohsweken, na Reserva das Seis Nações, Ontário, Graham Greene teve vários empregos antes de se dedicar à representação. Começou no teatro nos anos 70 e estreou-se no ecrã em 1979, num episódio da série The Great Detective.

No cinema canadiano, destacou-se em Running Brave (1983), mas foi Danças com Lobos que o catapultou para o reconhecimento internacional. O sucesso, contudo, não o livrou de dificuldades pessoais: em 1997, lutou contra uma depressão que o levou a uma tentativa de suicídio, experiência que nunca escondeu e que lhe deu ainda mais profundidade como intérprete.

De Hollywood aos novos tempos

A sua carreira estendeu-se por décadas, quase sempre em personagens secundárias que transmitiam nobreza e respeito. No cinema, brilhou em Maverick (1994), Die Hard: A Vingança (1995), À Espera de Um Milagre (1999), Transamerica(2005), A Saga Twilight: Lua Nova (2009), Jogo da Alta-Roda (2017) e, com especial intensidade, em Coração de Trovão(1992) e Wind River (2017).

O seu talento também se fez sentir na televisão, com participações em séries de culto como Northern Exposure (No Fim do Mundo), Lonesome Dove: The SeriesLongmireGoliathAmerican Gods e, mais recentemente, Reservation Dogs e Echo.

A colaboração com Taylor Sheridan, em 1883 e Tulsa King, demonstrou como Greene continuava a ser uma presença requisitada e respeitada, mesmo nos últimos anos de vida.

Um legado para além da representação

Casado há 35 anos e pai de uma filha, Graham Greene deixa não apenas uma carreira notável, mas também um legado simbólico: o de ter levado a autenticidade e a humanidade dos povos indígenas para o grande público, sem clichés ou caricaturas.

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Com a sua partida, Hollywood perde um ator discreto mas fundamental, alguém que, com cada olhar e cada gesto, fazia justiça às histórias que contava.

“Broken English”: Documentário de Veneza lança nova luz sobre Marianne Faithfull

O Festival de Veneza abriu espaço para redescobrir uma das vozes mais fascinantes e turbulentas da música britânica. Broken English, realizado pela dupla Jane Pollard e Iain Forsyth, olha de frente para a vida de Marianne Faithfull — cantora, compositora e ícone da “Swinging London” — que morreu em janeiro deste ano, aos 78 anos.

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O filme, exibido fora de competição, não segue o caminho tradicional do documentário musical. Em vez disso, mistura arquivo, encenação e até ficção para construir um retrato íntimo e ousado de Faithfull. Uma das ideias mais originais é a criação de um fictício “Ministério do Não Esquecimento”, dirigido por uma Tilda Swinton enigmática, encarregado de corrigir a memória histórica de uma artista tantas vezes reduzida à sombra de Mick Jagger ou ao peso das manchetes sensacionalistas.

Faithfull conheceu o estrelato em 1964 com As Tears Go By, escrita por Jagger e Keith Richards, mas a ascensão rápida trouxe também os excessos: drogas, perseguição da imprensa e, em determinado momento, a queda ao ponto de viver nas ruas de Londres. Porém, tal como o título do documentário sugere, Broken English também é sobre renascimento: o seu álbum homónimo de 1979 devolveu-lhe voz, energia e uma carreira que, nos anos seguintes, se manteve vibrante graças à sua disponibilidade para colaborar com novas gerações de músicos.

As imagens recentes mostram uma Faithfull frágil, em cadeira de rodas e dependente de oxigénio, mas ainda combativa. Durante as filmagens, a artista apelou a uma “recalibração urgente dos legados de alguns artistas brilhantes que correm o risco de serem esquecidos ou deturpados”. Essa é precisamente a missão do filme: devolver-lhe a profundidade que tantas vezes lhe foi negada.

Pollard confessou que, no início, Faithfull estava desconfiada da proposta — afinal, ninguém gosta da ideia de uma “instituição fictícia” a remexer no passado. Mas rapidamente percebeu que o dispositivo lhe dava liberdade para se abrir, revisitar memórias e reconsiderar a sua própria vida. O resultado é um retrato que não se limita ao registo jornalístico: aproxima-se antes da pintura ou da fotografia, procurando capturar a essência de uma mulher que nunca aceitou ser domada.

Ao lado de Broken English, Veneza destacou ainda outros documentários que exploram mundos ocultos ou memórias em risco. Gianfranco Rosi filmou Sotto le Nuvole, uma poderosa ode a Nápoles e ao constante perigo dos seus vulcões, enquanto Werner Herzog apresentou Ghost Elephants, uma busca quase mística por uma espécie de elefante nas florestas de Angola.

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Mas foi o regresso de Marianne Faithfull ao grande ecrã — através de um filme que desafia géneros e convenções — que mais tocou o público. Afinal, a sua vida foi tudo menos linear: da glória pop à marginalidade, da queda à redenção. Agora, com Broken English, fica a certeza de que a sua história não se apaga, mas ganha um novo fôlego para a eternidade.

Bollywood em choque: a Inteligência Artificial já está a reescrever finais e a criar filmes inteiros

A indústria cinematográfica mais produtiva do mundo está a viver um momento de viragem. Bollywood, conhecida pelos seus épicos repletos de música, dança e equipas de produção gigantescas, treme agora perante uma nova força criativa — ou destrutiva, dependendo do ponto de vista: a Inteligência Artificial.

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O alerta soou quando os produtores decidiram relançar Raanjhanaa (2013) com um final alternativo gerado por IA. Onde antes havia tragédia, com a morte do protagonista, surgiu de repente um desfecho esperançoso, com os olhos do herói a abrirem-se num último instante. A mudança provocou indignação: o realizador Aanand L. Rai considerou que se tinha “violado a integridade da narrativa”, enquanto a estrela Dhanush descreveu o novo final como um ataque à própria alma do filme.

Se este episódio parecia já suficiente para acender o debate, poucos dias depois surgiu outro anúncio ainda mais ousado: Chiranjeevi Hanuman – The Eternal, o primeiro épico indiano inteiramente gerado por IA, previsto para 2026. O projeto promete unir a mitologia hindu às mais recentes tecnologias, mas também levantou receios. “E assim começa”, comentou o cineasta Vikramaditya Motwane, temendo o desaparecimento de argumentistas e realizadores de carne e osso.

Entre o entusiasmo tecnológico e o medo da obliteração artística, Bollywood encontra-se dividida. Para alguns produtores, a IA é um disruptor capaz de reduzir custos e substituir equipas numerosas, democratizando o acesso à criação de imagens de grande escala. Mas para muitos realizadores, o risco está em matar a imprevisibilidade e a expressão humana que fazem a essência do cinema.

O veterano Shekhar Kapur, realizador de Elizabeth (1998), recusa o alarmismo. Para ele, “as melhores histórias são imprevisíveis, e a IA não consegue lidar com a imprevisibilidade”. Mais: acredita que a tecnologia pode abrir caminho a novos talentos que, sem meios para estudar cinema, finalmente poderão contar histórias através destas ferramentas. Já o realizador Shakun Batra, responsável por dramas como Kapoor & Sons, defende que o equilíbrio será sempre a chave: a IA deve complementar e não substituir a criatividade humana.

O público, porém, parece ter dado a primeira resposta. Face à polémica em torno de Raanjhanaa, os fãs mostraram fidelidade à versão original e rejeitaram a manipulação feita pela IA. Talvez esteja aí a prova de fogo: não bastará criar mundos perfeitos em computador se as emoções humanas, transmitidas no grande ecrã, não forem igualmente autênticas.

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No fundo, a questão permanece em aberto: será a IA a grande ameaça ao cinema indiano ou apenas mais uma ferramenta capaz de reinventar Bollywood? Uma coisa é certa: tal como acontece nas suas histórias mais vibrantes, também aqui o drama promete ser longo e cheio de reviravoltas

Magellan, de Lav Diaz, é o escolhido das Filipinas para os Óscares

As Filipinas já têm candidato oficial à categoria de Melhor Filme Internacional nos Óscares de 2026: Magellan, a mais recente obra do cineasta Lav Diaz.

A escolha foi anunciada no arranque das celebrações do Philippine Film Industry Month, depois de o filme ter sido selecionado de entre sete concorrentes locais. O júri destacou critérios como excelência estética e técnica, representação dos valores e cultura filipinos, apelo internacional e, claro, capacidade de organizar uma campanha forte para a shortlist de dezembro e a nomeação em fevereiro.

Rodado entre as Filipinas, Portugal e EspanhaMagellan estreou mundialmente no Festival de Cannes e conta no elenco com o mexicano Gael García Bernal, além de Arjay Babon, Ronnie Lazaro, Bong Cabrera e Hazel Orencio.

A narrativa centra-se nos últimos meses de vida de Fernão de Magalhães, explorador português que perdeu a vida na Batalha de Mactan, em 1521. Contudo, ao contrário das abordagens tradicionais, Diaz não o retrata como herói: o realizador apresenta-o como um homem confrontado com a sua própria mortalidade, cruzando a sua história com a dos filipinos capturados por traficantes de escravos em Malaca, que acabariam ao seu serviço.

Film Academy of the Philippines sublinhou que o filme “fornece uma perspetiva intransigente sobre a História, desafiando narrativas familiares para revelar realidades desconfortáveis”.

Produzido por Paul Soriano e Mark Victor, com Bianca Trinidad como produtora executiva, Magellan já tem distribuição assegurada pela Luxbox Films para vendas internacionais e pela Janus Films para a América do Norte.

Depois da estreia em Cannes, o filme segue agora para o Festival de Toronto e o New York Film Festival, antes de chegar às salas filipinas a 10 de setembro.

Paolo Villaluna, diretor-geral da Academia, descreveu-o como “um filme poderoso e poético”, garantindo que o governo filipino apoiará ativamente a campanha rumo a Hollywood:

“O percurso de Magellan para os Óscares está apenas a começar, mas faremos tudo para garantir que a sua visão chega ao mundo.”

Resta agora saber se a epopeia de Lav Diaz conseguirá repetir a rota de Magalhães e conquistar o Atlântico até chegar à cobiçada estatueta dourada.

Robin Wright troca os EUA pelo Reino Unido: “América é um caos”

Robin Wright, estrela de House of Cards e de clássicos como The Princess Bride, juntou-se ao grupo de celebridades que decidiram deixar os Estados Unidos para abraçar uma vida mais tranquila no Reino Unido.

Em entrevista ao The Times, a atriz e realizadora, oito vezes nomeada aos Emmy, explicou que já não se revê no estilo de vida americano:

“A América é um caos”, afirmou sem apontar diretamente a política ou nomes específicos.

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Segundo Wright, a diferença mais marcante entre os dois países está no ritmo do quotidiano:

“Adoro estar neste país. Há uma liberdade de ser aqui. As pessoas são amáveis, estão a viver. Não estão no carro, presas no trânsito, em pânico ao telefone enquanto comem uma sanduíche. Isso é a maioria da América: pressa, competição e velocidade.”

Atualmente a viver no campo britânico, a atriz descreve a serenidade que encontrou, contrastando com a sua vida anterior em Los Angeles:

“Aqui acordo a ouvir os pássaros. Antes, em Malibu, acordava com o barulho das obras dos vizinhos, todos a construir casas cada vez maiores. Estou farta disso — agora adoro o silêncio.”

Outro motivo que a prende ao Reino Unido é a vida pessoal: Wright revelou estar numa relação com o arquiteto Henry Smith, a quem conheceu num pub de aldeia, e falou sobre o sentimento de finalmente ter encontrado “a sua pessoa”.

Mesmo com esta mudança de rumo, Robin Wright não abandonou a carreira. A atriz vai surgir em breve em The Girlfriend, thriller psicológico e erótico da Prime Video, onde também assume a realização de alguns episódios. A série, que conta ainda com Olivia Cooke, estreia a 10 de setembro, mas Wright já deixou claro que pretende tirar um período de descanso e instalar-se definitivamente junto ao mar inglês.

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“É libertador. Terminei a busca, terminei de procurar e de ficar sempre com 60% do que queria. Agora, encontrei paz.”

Kim Novak manifesta preocupação com biopic sobre relação com Sammy Davis Jr.

A lendária atriz Kim Novak, ícone da era dourada de Hollywood e conhecida sobretudo por Vertigo – A Mulher Que Viveu Duas Vezes de Alfred Hitchcock, partilhou receios em relação ao próximo biopic que dramatiza a sua relação com o cantor e ator Sammy Davis Jr.

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Em entrevista ao The Guardian, Novak explicou que o título do filme — Scandalous! — não lhe agrada. “Não acho que a relação tenha sido escandalosa”, afirmou. “Ele foi alguém de quem gostei muito. Tínhamos muito em comum, incluindo a necessidade de sermos aceites pelo que fazíamos e não pela aparência. Mas temo que tentem reduzir tudo a aspetos sensacionalistas.”

O relacionamento entre Novak e Davis Jr. começou em 1956, após ambos se terem cruzado no programa The Steve Allen Show. No entanto, a ligação foi mantida em segredo devido ao preconceito racial da época e às leis de segregação ainda vigentes em vários estados norte-americanos.

Quando Harry Cohn, cofundador da Columbia Pictures, descobriu o envolvimento, pressionou Novak a terminar a relação, receando repercussões comerciais e sociais. O casal acabou por se separar pouco tempo depois.

O filme será a estreia de Colman Domingo como realizador e tem Sydney Sweeney no papel de Kim Novak, enquanto David Jonsson interpreta Sammy Davis Jr. Segundo Domingo, a produção deverá arrancar em 2025, após a conclusão da terceira temporada da série Euphoria.

“Espero que consigamos fazer um filme belo e delicado, que fale da possibilidade do amor em circunstâncias difíceis, sob o olhar de muitos, mas ainda assim tentando preservar a intimidade e a vida pessoal”, declarou o cineasta.

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Atualmente, Kim Novak encontra-se em Veneza, onde está a ser homenageada com o Leão de Ouro de Carreira. O festival apresenta ainda a estreia mundial do documentário Kim Novak’s Vertigo, realizado por Alexandre Philippe em colaboração com a atriz.

Bradley Cooper surpreende com “Is This Thing On?”: divórcio, comédia e um elenco de luxo

Bradley Cooper já nos habituou a ver o seu nome em múltiplas frentes — ator, realizador, produtor e argumentista — mas o seu novo projeto, Is This Thing On?, mostra um lado diferente do cineasta norte-americano. O filme, que acaba de ganhar o seu primeiro teaser trailer, cruza divórcio e comédia com um toque autobiográfico inspirado na vida do comediante britânico John Bishop.

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Um elenco de peso para uma história íntima

Embora assuma um papel mais secundário em cena, Cooper dirige e assina o argumento ao lado de Will Arnett e Mark Chappell. Os grandes protagonistas são Will Arnett e Laura Dern, que lideram a narrativa como um casal a braços com o fim do casamento. Arnett interpreta Alex, um comediante em crise de meia-idade que procura reinventar-se no competitivo panorama humorístico de Nova Iorque, enquanto Dern dá vida a Tess, uma mulher que confronta os sacrifícios feitos em nome da família.

O elenco de apoio reforça a ambição do projeto: Andra Day, Sean Hayes, Amy Sedaris e Ciarán Hinds juntam-se à produção, prometendo acrescentar novas camadas de intensidade e humor.

Entre risos e lágrimas

Segundo a sinopse oficial, o filme acompanha Alex e Tess enquanto enfrentam não só o processo de divórcio, mas também o desafio da coparentalidade e a redefinição da identidade pessoal. O que poderia ser um retrato pesado transforma-se, nas mãos de Cooper, numa exploração delicada e espirituosa da forma como o amor pode assumir novas formas mesmo após uma separação.

A caminho dos Óscares?

Depois do sucesso crítico e da corrida às estatuetas douradas com Assim Nasce Uma Estrela (2018) e Maestro (2023), Is This Thing On? surge como mais uma das grandes apostas da Searchlight Pictures para a temporada de prémios. O filme terá a sua estreia de prestígio no Festival de Nova Iorque a 10 de outubro, chegando aos cinemas da América do Norte a 19 de dezembro — uma data estratégica, próxima das nomeações para os Óscares. Para já, ainda não foi anunciada a data de estreia em Portugal.

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Comédia e drama voltam a cruzar-se no olhar de Cooper, que, mesmo fora do centro das atenções, continua a afirmar-se como um dos nomes mais versáteis e consistentes da Hollywood contemporânea.

veja o trailer original aqui

Veneza: Documentário Revela os Bastidores Tempestuosos de Megalopolis  e o Conflito de Coppola com Shia LaBeouf

Francis Ford Coppola voltou a fazer história em Veneza — mas desta vez não com um épico de ficção, e sim através de um documentário que expõe, em toda a sua intensidade, o processo criativo (e caótico) por detrás de Megalopolis.

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Realizado por Mike Figgis, Megadoc surge como um registo raro e intimista de um cineasta lendário a trabalhar no seu projeto de vida, um retrofuturista drama-parábola sobre a Roma Antiga que Coppola auto-financiou, investindo 120 milhões de dólares após vender parte do seu império vinícola. Mais do que números, o filme de Figgis mostra o realizador a viver e a respirar cinema — seja nos ensaios com os atores, através de jogos experimentais dignos de uma companhia de teatro de vanguarda, ou nos discursos inflamados em que celebra a glória de arriscar tudo pela arte.

Mas nem tudo foi glamour e inspiração. Megadoc não ignora os momentos mais tensos, incluindo a demissão em massa da equipa de efeitos visuais a meio da rodagem e as discussões acesas com Shia LaBeouf, cujo temperamento difícil se tornou quase um personagem secundário da narrativa. Ao lado disso, surgem entrevistas mais serenas com Jon Voight, Aubrey Plaza e Dustin Hoffman, bem como imagens de leituras de guião de 2001, quando Megalopolis quase saiu do papel com Robert De Niro e Uma Thurman.

Há ainda espaço para momentos de ternura, com a presença de Eleanor Coppola — a falecida esposa do realizador, que já tinha sido a cronista oficial do caos em Apocalypse Now através do mítico Hearts of Darkness. A sua aparição no set de Megalopolis dá ao documentário um toque de despedida e memória, lembrando que esta saga pessoal atravessa décadas de vida e carreira.

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O resultado? Mesmo que muitos críticos continuem a considerar Megalopolis um fracasso honroso, Megadoc é já visto como um triunfo. Não apenas pela oportunidade de observar Coppola em pleno ato criativo, mas também pelo retrato humano — vulnerável, conflituoso e obstinado — de um homem que nunca deixou de acreditar que o cinema merece todos os riscos.

The Goonies 2: Quarenta Anos Depois, a Nostalgia Continua a Mexer

Quarenta anos depois de Mikey, Chunk, Mouth e Data se aventurarem pelos túneis de Astoria, parece que a nostalgia ainda não disse adeus. Sim, The Goonies pode estar a caminho de um regresso — e, desta vez, há mesmo um guionista que garante que o barco pirata não se afundou em águas turvas de rumores.

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O escolhido é Potsy Ponciroli, realizador e argumentista que ganhou créditos com o western Old Henry (2021). Em plena promoção do seu novo filme Motor City, no Festival de Veneza, Ponciroli não resistiu a falar sobre o projeto que está a incendiar a imaginação dos fãs: The Goonies 2.

“Eu sei que muitos se perguntam se precisamos de um novo Goonies. Mas eu sou o maior fã do original, é o meu filme preferido de sempre”, confessou. “Nunca faria um ‘remake’. Para mim, era uma história que nunca tinha acabado — por isso, este é o filme que eu quero ver como fã.”

E é aqui que os olhos de qualquer saudosista brilham: Ponciroli garante já ter entregue um primeiro rascunho “muito bem recebido” e que o segundo está praticamente concluído. O entusiasmo é palpável. O problema? Ainda não há realizador nem elenco confirmado — nem sabemos se os sobreviventes da aventura original (Sean Astin, Josh Brolin, Corey Feldman, Martha Plimpton…) regressarão para este novo capítulo.

Mas, sejamos francos: o simples facto de The Goonies estar em desenvolvimento formal na Warner Bros., anunciado em fevereiro, já é mais do que os fãs podiam esperar depois de décadas de boatos e esperanças vãs. E Ponciroli não parece estar apenas a tentar surfar a onda da nostalgia: fala como um verdadeiro miúdo dos anos 80 que nunca esqueceu o mapa do tesouro.

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Se tudo correr bem, o que começou como uma caça a riquezas escondidas pode transformar-se, quatro décadas depois, num tesouro de bilheteira. Afinal, como diziam os próprios Goonies: “Goonies never say die.”

“Springsteen: Deliver Me From Nowhere” emociona Telluride com Jeremy Allen White a dar vida a Bruce Springsteen

O Festival de Telluride recebeu um dos momentos mais aguardados do ano: a estreia mundial de Springsteen: Deliver Me From Nowhere, a cinebiografia que coloca Jeremy Allen White (The Bear) na pele de Bruce Springsteen.

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O próprio “The Boss” marcou presença na sessão, arrancando aplausos entusiásticos de uma plateia composta por cinéfilos de todo o mundo, figuras da indústria e até celebridades como Oprah.


Um retrato íntimo e ousado

Realizado por Scott Cooper (Coração Louco), que também adaptou o argumento, o filme foca-se em momentos menos convencionais da vida e carreira do músico: o confronto com traumas de infância, as batalhas contra a depressão e o equilíbrio entre a energia explosiva em palco e a vulnerabilidade fora dele.

Jeremy Allen White mergulha de corpo e alma na personagem, com interpretações intensas de clássicos como Born to Run. Segundo Cooper, a escolha do ator foi natural:

“Ele tinha duas qualidades que reconheço no Bruce: humildade e ‘swagger’. E não se ensina ‘swagger’ em Juilliard”, disse o realizador.

A química com Odessa Young, que interpreta uma mãe solteira com quem Springsteen vive um romance atribulado, acrescenta uma camada de paixão e turbulência emocional ao retrato do músico.


Elenco de luxo

Além de White e Young, o filme conta com:

  • Jeremy Strong (Succession) como Jon Landau, o histórico manager de Springsteen,
  • Stephen Graham como o pai do músico, em intensos flashbacks,
  • Paul Walter Hauser como o técnico de guitarra Mike Batlan, responsável pelos momentos mais cómicos da narrativa.

Completam o elenco Gaby Hoffmann, David Krumholtz, Marc Maron, Johnny Cannizzaro, Harrison Gilbertson, Chris Jaymes e Matthew Anthony Pellicano (no papel do jovem Bruce).


Springsteen no centro das atenções

Visivelmente emocionado, o próprio Springsteen fez uma breve intervenção antes da sessão, recordando a amizade com Scott Cooper e até brincando com o facto de ter acolhido a família do realizador durante os incêndios de Los Angeles:

“Quero a minha casa de volta”, atirou em tom de humor.

A receção em Telluride foi calorosa, com alguns espectadores a cantar em uníssono durante as cenas musicais. Para muitos, o filme é mais do que uma biografia: é uma carta de amor a uma das vozes mais icónicas da música norte-americana.

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Estreia marcada

Springsteen: Deliver Me From Nowhere chega aos cinemas a 24 de outubro, numa estreia que promete emocionar tanto fãs de longa data como novas gerações que descobrem agora o poder da música e da história de Bruce Springsteen.

Chris Columbus revela o arrependimento que ainda o persegue em Harry Potter

Mais de vinte anos depois de ter realizado os dois primeiros filmes da saga Harry Potter, Chris Columbus continua a ser lembrado como o homem que deu forma ao mundo mágico no grande ecrã. Mas nem tudo correu como o cineasta gostaria. Em entrevista à RadioTimes, Columbus confessou que há uma ausência em Harry Potter e a Pedra Filosofal que ainda hoje “o mantém acordado à noite”: a do poltergeist Peeves.

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O fantasma que nunca vimos

Para os leitores dos livros de J. K. Rowling, Peeves é uma das figuras mais caóticas e divertidas de Hogwarts — um espírito travesso que passa o tempo a pregar partidas e a infernizar professores e alunos. Estava planeado para aparecer no primeiro filme, ao ponto de o ator Rik Mayall ter chegado a gravar as suas cenas, que seriam depois completadas com CGI.

Contudo, como explicou Columbus, o filme já se aproximava das três horas de duração, e a personagem acabou por ser cortada. “Ainda me atormenta não ter conseguido pôr Peeves no filme”, revelou o realizador, admitindo que as imagens permanecem guardadas em algum arquivo. Para os fãs, fica a esperança de que um dia esse material perdido possa vir a público.

Outras falhas que o realizador reconhece

Peeves não foi o único detalhe que deixou Columbus insatisfeito. O cineasta revelou também que ficou desapontado com os efeitos visuais das cenas de Quidditch em A Pedra Filosofal, considerando-os pouco convincentes. Ainda assim, reconheceu que a experiência serviu de aprendizagem e acredita que em A Câmara dos Segredos o resultado foi bastante mais satisfatório.

A oportunidade da nova série da HBO

Com a nova série televisiva de Harry Potter, atualmente em preparação pela HBO e com estreia prevista para 2027, abre-se a porta para recuperar personagens e subtramas que ficaram de fora dos filmes. Chris Columbus não esconde a sua “inveja” por não estar envolvido no projeto, mas considera que a adaptação televisiva será a forma mais fiel de honrar os livros, explorando capítulos e personagens que no cinema foram reduzidos ou omitidos.

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Entre essas personagens, Peeves é apontado como um dos grandes candidatos a finalmente ganhar vida no ecrã, tornando-se um favorito de uma nova geração de fãs.