“O Professor de Inglês” chega esta semana a Portugal — e pode emocionar-te mais do que imaginas

Uma amizade improvável e inspiradora está prestes a chegar às salas de cinema portuguesas: o filme The Penguin Lessons — traduzido para português como O Professor de Inglês — estreia no próximo dia 4 de dezembro e traz consigo uma história real, comovente e cheia de esperança.  

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🐧 De professor desiludido a amigo improvável

A história centra-se em Tom Michell, um professor britânico que, nos anos 70, aceita leccionar numa escola para rapazes em Buenos Aires. Desiludido, indiferente e nada preparado para os desafios que encontra — turmas difíceis, ambiente de tensão política e uma sociedade em crise —, Tom pensa que vai passar por ali sem grande impacto. Mas tudo muda quando, numa viagem ao Uruguai, resgata um pinguim coberto de óleo, à beira da morte.  

Decidido a salvar o animal, Tom acaba por trazê-lo consigo para a escola, onde o pinguim — baptizado de Juan Salvador — começa, aos poucos e com gestos simples, a transformar a realidade de todos à sua volta. Estudantes que perdiam o interesse nas aulas voltam a prestar atenção, o corpo docente redescobre empatia e o próprio Tom reencontra sentido de vida. Numa Argentina mergulhada em caos e injustiças, surge uma lufada de humanidade através de olhares, peixes e barbatanas.  

Entre o drama político e o calor da esperança

O filme não evita o contexto histórico turbulento: 1976 era um dos períodos mais sombrios da Argentina, com uma ditadura militar a pairar e o medo a condicionar vidas. Esse pano de fundo dá peso à narrativa — a amizade entre homem e animal torna-se um acto de resistência, de coragem silenciosa e de humanidade partilhada.  

Mas longe de se tornar um drama sombrio, “O Professor de Inglês” encontra equilíbrio entre a brutalidade dos tempos e a ternura de um pinguim que, sem palavras, ensina o valor da compaixão, da amizade e da esperança. A presença deste pequeno ser no grande ecrã transforma-se num símbolo poderoso de resistência emocional e colectiva — algo que talvez seja mais necessário do que nunca.

Direção e elenco: mãos seguras e corações abertos

Sob a direcção de Peter Cattaneo — conhecido nome do cinema britânico — e com argumento adaptado do livro homónimo de Tom Michell, o filme conta com performances marcantes de Steve Coogan e Jonathan Pryce, entre outros. A interpretação, sobretudo de Coogan, equilibra o ceticismo inicial com uma transformação comovente, e transforma o pinguim Juan Salvador numa das personagens mais cativantes da tela.  

A forma como o filme mistura humor subtil, drama humano e contexto histórico revela uma abordagem sensível e madura — uma prova de que, por vezes, os filmes mais simples e humanos são os que mais tocam o coração.

Por que vale a pena ver “O Professor de Inglês”

Este filme não é uma fábula ingénua sobre animais fofinhos — é uma história de redenção, resiliência e solidariedade, ambientada num momento delicado da história da Argentina. E é também um lembrete de que, mesmo nas piores circunstâncias, gestos aparentemente pequenos podem redesenhar vidas.

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Se procuras um filme que combine emoção e reflexão, com personagens reais (mesmo que algumas delas tenham barbatanas), “O Professor de Inglês” parece feito à medida. Uma prova de que a empatia não tem fronteiras — nem espécies.

Coragem em Primeiro Plano: TVCine Edition Dedica o Dia 29 de Novembro a Quatro Mulheres Que Mudaram o Mundo — No Ecrã e Fora Dele

O TVCine Edition prepara-se para transformar o próximo sábado, 29 de Novembro, numa celebração absoluta da força feminina. A partir das 16h50, o canal apresenta o Especial Coragem Feminina, um conjunto de quatro filmes que fazem muito mais do que contar histórias: iluminam trajectos de ousadia, resistência e mudança, protagonizados por mulheres que recusaram aceitar o mundo tal como ele estava e decidiram, em vez disso, reinventá-lo.

São narrativas vindas de diferentes épocas, culturas e continentes, mas unidas pela mesma energia: a das que desafiam estruturas, enfrentam preconceitos, rompem silêncios e criam novos caminhos — para si, e para todas.

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“Freeheld – Amor e Justiça” (2015) – 16h50

O pontapé de saída do especial dá-se com um dos dramas mais marcantes desta década: a história real de Laurel Hester(Julianne Moore), agente policial de Nova Jérsia que trava uma batalha contra o preconceito institucional para garantir que a sua parceira, Stacie Andree (Elliot Page), recebe a pensão após a sua morte.

O filme, premiado no Festival de San Sebastián, lembra que a coragem também se mede na persistência — sobretudo quando o sistema insiste em desumanizar. Entre burocracias, julgamentos públicos e manobras políticas, Laurel e Stacie revelam um amor que se torna símbolo de luta pelos direitos LGBTQ+.

“Maria Montessori” (2023) – 18h30

De Nova Jérsia viajamos para o início do século XX, onde duas mulheres improváveis se cruzam em Roma: Maria Montessori, médica e pedagoga visionária, e Lili d’Alengy, uma cortesã parisiense que foge de um segredo que a assombra. Ambas carregam culpas que não lhes pertencem e enfrentam uma sociedade onde as mulheres são silenciadas por princípio.

O filme revela não só o nascimento do método revolucionário que transformou a educação mundial, mas também a amizade entre duas mães que aprendem a perdoar-se a si próprias enquanto mudam a vida de crianças que ninguém queria ensinar.

“Ler Lolita em Teerão” (2024) – 20h10

Num dos retratos mais impactantes do especial, seguimos Azar Nafisi, professora iraniana que, sob um regime repressivo, reúne clandestinamente um grupo de alunas para ler literatura proibida. Nabokov, Fitzgerald, Jane Austen e Henry James tornam-se janelas secretas para um mundo onde a liberdade é mais do que uma metáfora.

Entre véus que caem e histórias que emergem, estas mulheres descobrem a coragem de dizer aquilo que sempre calaram. O filme conquistou o Prémio do Público e o Prémio Especial do Júri no Rome Film Festival de 2024 — e percebe-se porquê: é um tributo feroz ao poder libertador da palavra.

“As Aventuras de uma Francesa na Coreia do Sul” (2025) – 22h00

Para encerrar a noite, chega uma comédia sensível e espirituosa com Isabelle Huppert em modo completamente inesperado. A actriz interpreta uma francesa que viaja para a Coreia do Sul e se reinventa através de encontros improváveis, aulas de francês que nunca parecem aulas, copos de makgeolli e uma curiosa vocação para desmontar as emoções dos outros.

O filme, vencedor do Grande Prémio do Júri no Festival de Berlim de 2024, é um tributo à coragem do recomeço — aquela que não se faz de batalhas épicas, mas de pequenos gestos que mudam tudo.

Um Sábado Inteiro Dedicado às Mulheres Que Não Aceitam Limites

O que une estas quatro histórias não é apenas a presença de protagonistas femininas, mas a persistência com que cada uma delas enfrenta a adversidade — seja um sistema legal injusto, uma sociedade hostil, um regime opressivo ou a própria vida em mutação.

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Especial Coragem Feminina é, acima de tudo, um lembrete de que, em qualquer lugar do mundo, a mudança começa sempre com alguém que se recusa a ficar calado. E o TVCine Edition dedica-lhes o palco, no dia 29 de Novembro, a partir das 16h50.

O Filme de Animação Que Vai Dominar o Natal: “David” Chega aos Cinemas com Vozes Portuguesas de Luxo

Fernando Daniel, Áurea e Pedro Gonçalves lideram a versão portuguesa desta aventura épica para toda a família

O Natal de 2025 acaba de ganhar um novo protagonista: “David”, a animação que promete conquistar famílias inteiras quando chegar aos cinemas a 17 de dezembro. Descrito como “a mais bela aventura de animação deste Natal” no comunicado oficial  , o filme apresenta um trio de vozes portuguesas capaz de fazer tremer até gigantes: Fernando DanielÁurea e Pedro Gonçalves dão vida às personagens centrais desta história intemporal que atravessa gerações.

Adaptando a famosa narrativa do jovem pastor que enfrenta Golias e se torna rei, o filme leva-nos numa viagem musical repleta de emoção, fé, coragem e imagens deslumbrantes. A versão portuguesa, distribuída pela NOS Audiovisuais, promete não apenas honrar o espírito épico da história original, mas também imprimir-lhe um toque emocional muito próprio, graças ao carisma e talento dos artistas envolvidos.

Uma Aventura Que Inspira — e Agora Fala Português

No filme, Pedro Gonçalves — conhecido do público pela sua participação no The Voice Portugal — empresta a voz ao jovem David, descrito como cheio de energia, sensibilidade e determinação. A interpretação pretende capturar a essência de alguém que ainda está a descobrir o mundo, mas que já carrega nos ombros um destino maior do que a própria vida.

À medida que David cresce, quem assume é Fernando Daniel, que dá voz ao herói adulto, agora guerreiro, poeta e líder. Segundo o comunicado, a sua interpretação traz “profundidade e intensidade” ao papel  , transformando-o numa figura que inspira pela coragem e pela resiliência. A combinação de força emocional e presença vocal do cantor encaixa de forma natural na metamorfose do jovem pastor num dos nomes mais emblemáticos da tradição bíblica.

Mas nenhuma jornada começa sozinha. Áurea completa o trio principal dando voz a Nitzevet, mãe de David — descrita como uma presença “calorosa e resiliente”  . É ela quem molda, com a sua fé silenciosa e as suas canções, o coração do futuro rei. A cantora, conhecida pelo timbre doce e emotivo, parece ser uma escolha óbvia para uma personagem que representa a força tranquila que sustém heróis quando tudo à volta fraqueja.

Música, Emoção e a Magia do Natal

“David” aposta numa narrativa épica, mas transporta-a para um formato acessível a todas as idades, com momentos musicais que procuram atingir tanto o lado espiritual como o lado emocional da história. A promessa é clara: um filme onde nenhum gigante é demasiado grande quando o coração permanece firme — frase que condensa na perfeição o espírito da obra e que sublinha a mensagem universal de esperança que a acompanha  .

A estética visual, descrita como “deslumbrante” no comunicado, pretende envolver o espectador num espetáculo sensorial que combina aventura, fé e emoção em partes iguais. A abordagem musical reforça essa ambição, transformando a história de David não apenas noutra adaptação, mas numa experiência envolvente pensada para emocionar tanto adultos como crianças.

Um Natal Feito de Coragem, Música e História

A estreia marcada para 17 de dezembro coloca “David” no centro da programação natalícia, numa época em que as famílias procuram histórias com coração — e este filme parece ter muito para oferecer. Com um elenco vocal português de grande popularidade e capacidade interpretativa, a animação aproxima-se do público local sem perder a dimensão universal da narrativa original.

Ao mesmo tempo, o filme resgata valores que continuam a ressoar com força no século XXI: a coragem diante do impossível, a procura de um propósito maior, a força das raízes familiares e a certeza de que mesmo o mais improvável dos heróis pode mudar o destino de uma nação.

“David” não é apenas mais uma animação de Natal — é uma promessa de emoção, música e inspiração. E, com Fernando Daniel, Áurea e Pedro Gonçalves a dar voz a esta aventura, tudo indica que estamos perante um dos títulos obrigatórios deste final de ano.

A Lista de Comédias Que Vai Mexer com os Cinéfilos — e a Variety Assume a Responsabilidade

Quando o riso se torna matéria séria e 110 anos de gargalhadas são postos à prova

A Variety decidiu fazer aquilo que todos nós, secretamente, pensamos que faríamos melhor: escolher as 100 melhores comédias de sempre. E fê-lo com a solenidade quase religiosa de quem segura a História pelas ancas e a abana para ver o que cai. No ensaio que abre este extenso top, a publicação recorda que rir sempre importou — mas que hoje importa mais. A humanidade, diz a Variety, nunca riu tanto como nos últimos 110 anos, e o “culpado” é o cinema. Afinal, foi Charlie Chaplin, o primeiro verdadeiro ícone global, quem ensinou o planeta a pesquisar nos bolsos pela alma do humor. E, assim que Hollywood descobriu que nos podia pôr a rir, nós descobrimos que não queríamos outra coisa.

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A lista organiza-se como uma espécie de viagem arqueológica ao centro exacto do cómico cinematográfico: a anarquia sublime dos irmãos Marx, o caos estudado do SNL, o surrealismo feroz de Mel Brooks, o humor doentiamente cirúrgico de Dr. Strangelove, a loucura improvisada de Jim Carrey. E, em certos momentos, a Variety deixa claro que compilá-la implicou um exercício quase místico: “pensámos longamente no que faz um clássico — mas, acima de tudo, ouvimos os nossos ossos do riso”. Esta frase, retirada do texto original, define o espírito da selecção: uma lista que não pretende agradar a todos, mas que pretende representar tudo.

A contagem decrescente começa com Bridget Jones’s Diary, essa pérola que não se atreveriam a filmar hoje, diz a Variety — não por não poderem, mas por não quererem. E isso seria uma pena, porque parte do encanto desta comédia romântica é precisamente o facto de Bridget ser uma catástrofe ambulante e o filme não pedir desculpa por isso. De seguida, Wayne’s World aparece como a excepção que confirma a regra dos fracos spinoffs do Saturday Night Live, oferecendo duas personagens tão patetas quanto icónicas. Seguem-se Pretty WomanBorn YesterdayI’m Gonna Git You Sucka e, no lugar 95, uma obra querida dos cinéfilos portugueses: Brazil, a distopia de Terry Gilliam que continua a ser, simultaneamente, profética e delirante.

A lista avança como um desfile de memórias e estilos, saltando do caos indie de Clerks para a dança subversiva de Hairspray, do absurdo total de The Jerk ao espartilho moralmente ousado de She Done Him Wrong. A Variety resgata pérolas esquecidas (Hellzapoppin’Born YesterdayThe Tall Blond Man With One Black Shoe), reafirma clássicos inquestionáveis (Dr. StrangeloveSome Like It HotYoung Frankenstein), e dá o devido lugar a obras que só com o tempo encontraram o público que mereciam — como The Big Lebowski, que começou por ser desvalorizado e acabou canonizado.

No top 10, a revista convida-nos a atravessar a História com a reverência de quem entra numa catedral, mas sem tirar os sapatos: Buster Keaton e Sherlock Jr.; o ciclo infinito de Bill Murray em Groundhog Day; o génio louco de Mel Brooks em Young Frankenstein; a falsa verdade de Fargo; a insaciável ousadia dos Monty Python; a sátira política que só Chaplin poderia assinar em The Great Dictator. E, claro, os dois gigantes que fecham a lista: Some Like It Hot, de Billy Wilder, verdadeiro épico do disfarce e do desejo; e The Naked Gun, que a Variety proclama como a comédia perfeita — um hino irreverente ao absurdo, conduzido pelo génio deadpan de Leslie Nielsen.

O grande triunfo desta lista não está apenas nos títulos escolhidos, mas na defesa apaixonada do riso enquanto elemento fundamental do cinema. O humor, neste enquadramento, é tratado como uma força cultural transformadora, capaz de reinventar épocas, desafiar normas, provocar e, acima de tudo, aproximar espectadores de todas as gerações.

Glen Powell Está de Volta — e Agora Quer Chocar Hollywood com a Comédia Teen Mais Descarada do Ano

Ao confiar na Variety a tarefa de definir (ou incendiar) este cânone, ficamos com um mapa do riso que é tanto um documento histórico como uma declaração de amor ao cinema. É impossível concordar com tudo — mas é igualmente impossível não sorrir ao percorrê-la.

E vocês quais seriam as vossas escolhas?

“Tornados”: O Novo Thriller Meteorológico Que Promete Abalar a TV Portuguesa

A televisão portuguesa vai entrar no olho da tempestade com Tornados, a nova aposta do TVCine Top, que estreia já sexta-feira, 28 de novembro, às 21h30. A produção, descrita como uma versão moderna e muscular do clássico Twister(1996), chega com a ambição de recuperar o fascínio pelo caos climático — agora com tecnologia de ponta, efeitos visuais arrebatadores e uma nova geração de caçadores de tempestades prontos para desafiar a força da natureza.  

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Esta releitura dramática gira em torno de Kate Carter, interpretada por Daisy Edgar-Jones, uma meteorologista que abandonou a vida de perseguição a tornados após um episódio traumático que tirou a vida ao namorado e colega de investigação. Desde então, Kate vive longe dos radares e da adrenalina, mas a paz dura pouco: uma equipa científica convida-a a regressar a Oklahoma para testar uma tecnologia avançada que promete prever — e possivelmente controlar — tornados de intensidade devastadora.

Ao seu lado surge Tyler Owens, interpretado por Glen Powell, uma espécie de estrela das redes sociais cuja carreira consiste em correr atrás de tempestades para gerar cliques e audiências. Junta-se ainda Javi, vivido por Anthony Ramos, velho amigo e colega de Kate, peça essencial nesta nova operação científica. O trio acaba por enfrentar aquilo que nenhum deles imaginava: um conjunto de frentes de tornados tão extremo que coloca a própria experiência humana num patamar insignificante perante o poder imprevisível da natureza.  

A realização ficou a cargo de Lee Isaac Chung, vencedor do Globo de Ouro com Minari em 2021, que aqui troca os dramas íntimos pela tensão ininterrupta dos desastres naturais. O argumento de Mark L. Smith (The Revenant) adiciona camadas de intensidade emocional a um filme que, apesar de centrado em tornados colossais, nunca se esquece de explorar o trauma, a perda e a resiliência dos seus protagonistas.

Um dos grandes destaques de Tornados é a componente visual, que aposta num realismo avassalador: sequências inteiras são reconstruídas através de CGI de última geração, recriando paredes de vento, detritos e paisagens destruídas com um nível de detalhe que promete acelerar o ritmo cardíaco dos espectadores. É um filme pensado para ser sentido — e não apenas visto.  

A estreia nacional acontece em simultâneo no TVCine Top e no TVCine+, tornando a noite de sexta-feira um momento obrigatório para quem gosta de thrillers climáticos, desastres em grande escala ou simplesmente do género “vou só ver o início” que acaba em sessão completa com o sofá a tremer.

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Prepare-se: a tempestade chega às 21h30. Não há aplicações meteorológicas que o salvem desta.

O Maior Mistério dos Filmes Knives Out? Talvez Seja Mesmo Benoit Blanc

Ao longo de três filmes, Rian Johnson tem construído um dos detectives mais fascinantes do cinema moderno — não apenas pelos casos que resolve, mas pelo enigma que ele próprio representa. Benoit Blanc, interpretado por Daniel Craig com um sotaque sulista tão exagerado quanto deliciosamente calculado, tornou-se o elemento mais intrigante de Knives Out. E o que Johnson revela sobre ele… revela, precisamente, pouco.

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Desde Knives Out (2019), passando por Glass Onion e chegando agora a Wake Up Dead Man: A Knives Out Mystery, que estreia nos cinemas esta quarta-feira antes de aterrar na Netflix a 12 de Dezembro, a construção de Blanc tem sido feita com parcimónia e humor. Sabemos que vive com Hugh Grant (ou pelo menos presume-se fortemente). Que detesta o jogo Clue. Que tem um gosto surpreendentemente sólido por teatro musical. E que, ao longo da vida, resolveu casos que envolvem um campeão de ténis, uma bailarina e até um crime insólito no Kentucky Derby.

Johnson e Craig preferem mostrar Benoit Blanc por fragmentos, como um velho manuscrito policial do qual só se lêem as páginas que o detective escolhe partilhar. Isso obriga o público a imaginá-lo. E talvez essa seja a magia.

“A primeira descrição que escrevi dizia apenas ‘um leve toque de sotaque sulista’”, recorda Johnson. Mas Craig, inspirado em Tennessee Williams e no escritor Shelby Foote, decidiu transformar esse “leve toque” num verdadeiro Foghorn Leghorn vindo directamente de Looney Tunes. Em Glass Onion, o sotaque ficou ainda mais carregado — algo que, descobrimos mais tarde, fazia parte de um dos truques narrativos do filme.

Para Craig, a única regra é esta: nunca cair no ridículo. “Se um dia se tornar pastiche, acabou”, diz o actor. Para evitar isso, segue a filosofia de Gene Wilder: “Se fores verdadeiro na cena, a comédia acontece naturalmente.”

Curiosamente, Craig quase não interpretou Benoit Blanc. Quando Johnson escreveu Knives Out, o actor estava comprometido com No Time to Die. Só uma mudança inesperada no calendário de Bond lhe abriu uma janela de oportunidade. Craig leu o argumento, ficou perplexo por o terem enviado para si — e aceitou de imediato. “Li aquilo e visualizei tudo”, diz, com um entusiasmo que parece intacto cinco anos depois.

O novo filme, Wake Up Dead Man, leva Benoit Blanc até uma pequena paróquia onde um monsenhor — interpretado por Josh Brolin — cai morto a meio de uma missa. O tom é mais sério, as questões existenciais mais vincadas, mas o espírito continua igual: um detective a caminhar entre pecadores, segredos e excentricidades humanas, enquanto cita frases que só podem existir no universo de Rian Johnson: “Sou um orgulhoso herege. O meu altar é o da razão”.

Mas se há algo que distingue Blanc dos detectives clássicos é a irreverência. Muitas das suas melhores exclamações — desde o já lendário “Halle Berry!” ao inesperado “Scooby Dooby Doo!” — foram improvisos de Craig. Johnson, longe de se irritar, aproveita cada pérola. “As melhores falas são dele”, admite.

As comparações com Hercule Poirot são inevitáveis — e bem-vindas. Tal como Poirot, Blanc aparece, desvenda tudo, e desaparece novamente para uma vida privada que permanece praticamente invisível. Johnson defende que assim deve ser: detectives não precisam de histórias trágicas nem de explicações psicológicas — precisam de acção, inteligência e presença.

Agora, com três filmes e planos activos para um quarto, há um detalhe curioso: para muitos jovens cinéfilos, Daniel Craig já não é apenas Bond. É Benoit Blanc. Um homem de fatos impecáveis, frases elaboradas e um charme deslocado no tempo, mas absolutamente irresistível.

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Talvez seja este o maior mistério de Knives Out: descobrir quanto de Benoit Blanc ainda vamos conhecer — e quanto Johnson continuará a esconder.

Porque, como tudo nos filmes de Rian Johnson, a resposta está sempre algures… mas nunca onde esperamos.

Uma das Melhores Séries de Terror Sci-Fi de Sempre Acaba de Revelar a Actualização Mais Esperada da Sua 4.ª Temporada

No vasto universo das séries que misturam ficção científica com terror psicológico, poucas conseguiram criar uma aura tão desconfortável — e tão viciante — como From, a produção da MGM+ que desde Fevereiro de 2022 se tornou num fenómeno silencioso, daqueles que os fãs recomendam com devoção quase religiosa. A crítica acompanhou esse entusiasmo: a série mantém uns impressionantes 96% de aprovação no Rotten Tomatoes, um feito que poucos títulos do género conseguem replicar.

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Agora, finalmente, há novidades concretas sobre a aguardadíssima 4.ª temporada. Após a renovação anunciada antes do final da 3.ª temporada, a série entrou em produção no início do Verão de 2025, na Nova Escócia. E esta semana chegou a confirmação que os fãs esperavam: as filmagens estão oficialmente concluídas. O anúncio surgiu na conta oficial no X (ex-Twitter), com um vídeo do elenco e uma mensagem provocatória: “BRB a decifrar cada frame deste vídeo em busca de pistas da 4.ª temporada. #FROM concluiu oficialmente as filmagens e chega em breve à @mgmplus!”

No vídeo, revemos várias das figuras centrais da série — Harold Perrineau, Scott McCord, Avery Konrad, Ricky He, David Alpay, A.J. Simmons, Kaelen Ohm, Chloe Van Landschoot e Catalina Sandino Moreno. A data de estreia ainda não foi revelada, mas tudo aponta para que a temporada chegue em 2026.

O que podemos esperar? Tal como as temporadas anteriores, a nova terá dez episódios. John Griffin, criador da série, já tinha deixado um aviso enigmático: os personagens vão iniciar “uma nova jornada”, e a grande questão será se esse caminho os conduzirá finalmente para casa ou se os arrastará ainda mais fundo para dentro do pesadelo que parece não ter fim. Quem acompanha From sabe que a série nunca escolhe o óbvio: cada temporada aprofunda a sensação de ameaça constante, com novos mistérios que surgem como se a própria cidade estivesse viva e empenhada em torturar os seus habitantes.

Harold Perrineau tem sido particularmente entusiasta sobre o futuro da história. Numa entrevista anterior, o actor chegou a sugerir que a quarta temporada poderá introduzir uma “cisão”, uma divisão interna entre os residentes da cidade. Se a ameaça externa já era difícil de suportar, um conflito interno poderá transformar radicalmente toda a dinâmica da série.

E para quem está em Portugal e quer fazer a maratona antes da estreia? As três temporadas anteriores estão disponíveis no Prime Video e no HBO Max, tornando mais fácil revisitar cada enigma, cada criatura nocturna e cada falso amanhecer daquele lugar onde a esperança parece sempre uma armadilha.

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Com filmagens terminadas, um elenco sólido e uma mitologia cada vez mais rica, From prepara-se para regressar e, quem sabe, conquistar finalmente o reconhecimento mainstream que há muito merece.

Scarlett Johansson Vai Liderar o Novo “O Exorcista” de Mike Flanagan — e Promete Assustar Mesmo

Scarlett Johansson está oficialmente confirmada como protagonista do novo filme de The Exorcist, realizado por Mike Flanagan — um dos nomes mais respeitados do terror moderno, responsável por The Haunting of Hill HouseDoctor Sleep e Midnight Mass. A produção junta Blumhouse, Atomic Monster (de James Wan) e Morgan Creek Entertainment, com distribuição da Universal, num projeto que já é descrito como uma abordagem “radical” ao clássico de William Peter Blatty.

Este novo The Exorcist não será uma sequela de The Exorcist: Believer, lançado em 2023 e mal recebido pelos fãs, nem um prolongamento direto da história de Chris ou Regan MacNeil. A promessa é clara: uma história totalmente original, ambientada no mesmo universo conceptual do romance e do filme de 1973, mas sem depender de nostalgia ou repetição.

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Ainda não se sabe que papel Johansson irá interpretar, mas uma coisa é certa: não a veremos a fazer de Regan, Chris… ou — embora fosse fascinante — Pazuzu. O filme parte de uma folha em branco, e isso parece entusiasmar Flanagan, que tem repetidamente defendido que só vale a pena reinventar um colosso destes se houver algo novo, relevante e assustador a acrescentar.

O realizador não tem escondido a ambição do projecto. Numa entrevista recente, admitiu que quer criar “o filme mais assustador” da sua carreira — o que, conhecendo o autor de Gerald’s Game, não é frase dita de ânimo leve. Flanagan explicou ainda que lutou activamente para ficar com este projecto: “Acreditei que tinha algo para acrescentar. Isto é uma oportunidade para fazer algo que nunca foi feito dentro da franquia.”

Quanto a Scarlett Johansson, Flanagan não poupou elogios ao anunciar a sua entrada no elenco. Para o realizador, a actriz tem uma capacidade ímpar de manter os pés assentes na realidade mesmo nos papéis mais fantásticos, o que é precisamente o tipo de presença que pretende para esta nova perspectiva sobre o exorcismo. Embora associada sobretudo ao cinema de acção e drama, Johansson não é estranha ao terror — basta recordar Eight Legged Freaks ou a marcante Under the Skin, onde interpretou uma das personagens mais misteriosas e inquietantes da última década.

A combinação entre a sensibilidade narrativa de Flanagan e a intensidade interpretativa de Johansson já está a gerar fortes expectativas entre os fãs do género. Para um universo tão venerado como The Exorcist, a margem de erro é mínima, mas o clima à volta desta produção tem sido de confiança: nada de refazer o passado, nada de tributos preguiçosos — apenas uma nova história, com personalidade própria, pronta a desafiar o público e a testar até onde se pode levar o terror psicológico em 2026.

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A estreia está marcada para 13 de Março de 2026. Até lá, é esperar para ver se Flanagan cumpre a promessa de entregar não só uma nova visão sobre o clássico, mas aquele que poderá ser — nas palavras dele — o filme mais aterrador que alguma vez fez.

“Fast & Furious”: Novo Livro Revela Porque Justin Lin Abandonou Fast X Dias Após o Início das Filmagens

Um novo livro expõe, pela primeira vez de forma detalhada, as tensões criativas, o caos de produção e o conflito com Vin Diesel que levaram Justin Lin a deixar o comando de um dos filmes mais caros da história.

O universo Fast & Furious sempre viveu de velocidade, adrenalina e automatismos de blockbuster. Mas nos bastidores, a história nem sempre é tão harmoniosa quanto a “família” gosta de proclamar. Um novo livro não autorizado, Welcome to the Family, escrito por Barry Hertz, mergulha nas origens, glórias e turbulências desta mega-franchise da Universal — e dedica um capítulo explosivo aos acontecimentos que levaram Justin Lin a abandonar Fast X apenas alguns dias depois do início das filmagens.

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O que até agora era apenas rumor ganha finalmente contornos concretos: Fast X estava afundado em tensões, um argumento em constante mutação, um elenco a crescer de forma descontrolada e um confronto directo entre o realizador e Vin Diesel, que terá sido o factor decisivo para a ruptura.

Segundo o livro, Lin não foi afastado pelo estúdio — foi ele próprio quem decidiu sair, cansado de pressões, reescritas diárias e batalhas criativas que pareciam impossíveis de ganhar.

A visão de Justin Lin: consequências, passado e o regresso a Fast Five

Lin vinha a preparar o filme muito antes de a rodagem começar. Marcado pela pandemia e com demasiado tempo para pensar, começou a construir, com a sua equipa habitual, uma ideia clara para o capítulo final da saga. O tema central seria o peso das consequências: depois de anos a destruir cidades inteiras e a desafiar as leis da física, Dom Toretto e a sua equipa teriam finalmente de enfrentar o impacto das suas acções.

A narrativa retomava acontecimentos de Fast Five, um dos filmes mais celebrados da série. A ideia era revisitar o assalto ao cofre no Rio de Janeiro e introduzir Dante Reyes, filho do narcotraficante assassinado por Dom e Brian. O plano parecia sólido — emocionalmente forte, narrativamente coerente e um retorno às raízes mais eficazes da saga.

Mas esse plano nunca sobreviveria intacto ao turbilhão de interesses que começou a invadir a produção.

Um argumento que mudava todos os dias — e que cresceu até à implosão

O livro descreve um processo criativo caótico. Sequências inteiras surgiam e desapareciam semanalmente. Em algumas versões, Hobbs surgia no clímax a destruir o Rio; noutras, havia um “battle royale” gigantesco que colocaria Hobbs e Shaw frente a frente com Dom e Jakob. Houve versões que incluíam o regresso do trio de Tokyo Drift; outras deslocavam a acção para o Vietname; e ainda uma versão quase caricata em que Dante reunia uma “Legião do Mal” com inimigos históricos de Dom.

Em todas as direcções surgiam sugestões, alterações e imposições. O argumento tornara-se um animal indomável — e Lin a pessoa encarregada de o domar.

O elenco crescia sem controlo — e com ele o orçamento

Ao mesmo tempo, a Universal insistia numa data de estreia ambiciosa, exigindo que o filme avançasse a todo o custo. E o elenco continuava a crescer: além da equipa habitual, estavam a ser integrados Jason Momoa, Brie Larson, Alan Ritchson, Daniela Melchior, entre outros. Cada actor trazia contratos, condições, deslocações, trailers, equipas e egos.

O livro afirma que, antes de se filmar um único plano, mais de 100 milhões de dólares já tinham sido gastos só em honorários do elenco principal. A produção caminhava para se tornar um dos filmes mais caros da história — e Lin sentia que o controlo artístico se diluía a cada nova adição.

A gota de água: Vin Diesel, um vídeo desastroso e uma ruptura inevitável

A 22 de Abril de 2022, Vin Diesel publicou um vídeo no Instagram ao lado de Lin. No vídeo, Diesel parece exuberante; Lin, visivelmente desconfortável, responde com frases curtas, quase mecânicas. Os fãs notaram imediatamente o ar de “pedido de socorro” do realizador, que soou preso entre entusiasmo forçado e exaustão evidente.

Mas segundo pessoas no set, até essa sexta-feira Lin parecia feliz. Foi depois desse fim-de-semana que tudo mudou. Lin teria atingido o limite após uma reunião à porta fechada com Diesel e elementos da sua equipa de produção, incluindo a irmã e produtora Samantha Vincent. As divergências criativas — sobretudo em torno do final e de um possível twist envolvendo a paternidade do pequeno Brian — tornaram-se irreconciliáveis.

No sábado, Lin decidiu que já não podia continuar.

O anúncio que abalou Hollywood

A 26 de Abril, Lin emitiu um comunicado diplomático onde anunciava a sua saída, mantendo-se apenas como produtor. Nos bastidores, reinava o choque. Muitos membros da equipa trabalhavam com Lin desde Tokyo Drift e sentiram a saída como uma perda pessoal profunda.

Alguns ponderaram abandonar o projecto, mas o realizador pediu-lhes que ficassem, explicando que a decisão era sua e que queria o melhor para a franchise. Era um gesto raro num ambiente marcado por egos e interesses.

“A minha saúde é mais importante do que o filme”

É esta frase — mencionada por membros da equipa no livro — que resume o estado emocional de Lin no momento da ruptura. Há uma sensação clara de que a produção se tornara insustentável, esmagada por expectativas absurdas, interferências e prazos impossíveis.

A substituição por Louis Leterrier ocorreu quase imediatamente, mesmo perante o risco de desorganização total. A Universal não podia parar uma máquina tão cara. O filme seguiu em frente — com um cenário que, segundo vários elementos da produção, se tornou totalmente dominado pelo CGI e longe da intenção original de Lin.

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O livro promete reescrever a história pública da saga

Welcome to the Family é descrito como “explosivo” não por acaso. A obra promete revelar conflitos internos, rivalidades e decisões de bastidores nunca tornadas públicas. E, pelo que mostra este excerto, Justin Lin terá saído não por fraqueza, mas por resistência: porque preferiu abandonar a máquina a deixar que ela o destruísse — ironicamente, num franchise que insiste que “a família” é tudo.

O Filme Que Fez Valter Hugo Mãe Chorar: Daniel Rezende Abraça o Desafio “Impossível” de Adaptar O Filho de Mil Homens

A adaptação cinematográfica do romance de Valter Hugo Mãe — realizada por Daniel Rezende — estreia esta quarta-feira e já emociona até o próprio autor.

Adaptar Valter Hugo Mãe ao cinema não é apenas um desafio: é, nas palavras do realizador Daniel Rezende, “uma tarefa praticamente impossível”. E é fácil perceber porquê. A escrita do autor português está carregada de poesia, emoção e humanidade — e traduzir esse universo para imagens exige mais do que técnica: exige sensibilidade, coragem e uma compreensão profunda do que faz da sua obra algo tão transformador.

Depois de ter construído uma carreira sólida como montador — foi nomeado ao Óscar e venceu o BAFTA por Cidade de Deus — e de ter assinado sucessos populares como Bingo e Turma da Mónica: Laços, Rezende sentiu que era altura de mergulhar num projecto mais íntimo, mais denso, mais desafiante. A escolha surgiu na pandemia, quando leu O Filho de Mil Homens e percebeu imediatamente:

“Ao terminar o primeiro capítulo, soube que este seria o meu próximo filme.”

A adaptação chega agora à Netflix e, segundo Valter Hugo Mãe, pode até superar o livro — elogio raríssimo vindo de quem tantas vezes é considerado inadaptável.

Da infância ao cinema: um ciclo que se fecha

Rezende conta que cresceu numa família distante da arte, enquanto ele preferia o escuro das salas de cinema às tardes de praia. Ao ver Os Goonies, teve uma epifania: queria provocar nas pessoas o mesmo deslumbramento que sentiu naquele dia. Décadas depois, recebeu mensagens de jovens que, após verem Turma da Mónica, decidiram estudar cinema — “foi como fechar um ciclo”, confessa.

O inesperado caminho da montagem

Apesar da ambição cinematográfica, formou-se em publicidade. Foi esse desvio que o levou a trabalhar com Fernando Meirelles e, mais tarde, a montar Cidade de Deus — o seu primeiro filme. A montagem acabou por definir o seu olhar artístico:

“No cinema, a montagem é onde se descobre quem é realmente um bom contador de histórias.”

Aprender a ouvir — e a liderar pelo exemplo

Trabalhar com nomes como Meirelles, Walter Salles ou Laís Bodanzky ensinou-lhe a subtileza da escuta. Para Rezende, um realizador precisa de saber exactamente para onde está a conduzir o filme, mas também de ser capaz de acender uma faísca que contagie toda a equipa. Esse espírito colaborativo molda agora a sua abordagem.

A adaptação de Valter Hugo Mãe: “trair por amor”

O Filho de Mil Homens apresenta uma escrita profundamente sensorial: não descreve apenas cenas, mas pensamentos, emoções, cadências internas. Rezende sabia que teria de reinventar.

“Às vezes, para ser fiel, é preciso trair por amor.”

O filme acrescenta cenas que não estão no livro e elimina outras — mas, paradoxalmente, quanto mais ressignificava, mais fiel se tornava ao espírito da obra.

Quando Valter Hugo Mãe viu o filme pela primeira vez, permaneceu em silêncio. Depois começou a chorar — e agradeceu.

“Disse-nos que estava feliz. Que era talvez um dos raros casos em que o filme podia ser melhor do que o livro.”

Família intencional: o centro emocional do filme

O romance aborda a ideia de “família” como ligação afectiva, e não apenas biológica. Crisóstomo — interpretado por Rodrigo Santoro — parte em busca de um filho e acaba por descobrir, pelo caminho, uma família construída pela escuta, pelo acolhimento e pelo amor.

“Uma família pode ser feita de muitas coisas”, diz Crisóstomo.

Rezende acredita profundamente neste conceito de “família intencional”: relações escolhidas, sustentadas por responsabilidade afectiva e pertença genuína.

Masculinidade reimaginada — e o olhar curativo de Santoro

Rezende conta que, em jovem, as suas referências de masculinidade eram Rambo e Rocky Balboa. Hoje, acredita que a arte tem o dever de propor novas formas de ser homem — mais abertas, sensíveis e empáticas.

A construção do personagem com Santoro exigiu subtileza:

“Às vezes, no livro, Crisóstomo parece demasiado discursivo. No filme, apostámos nos silêncios. E Santoro comunica tudo pelo olhar.”

Segundo o realizador, o actor tornou-se um “património afectivo”: alguém capaz de transformar uma cena apenas pela presença.

A cena do grito — e a solidão masculina

Uma das cenas mais marcantes mostra Crisóstomo a libertar um grito contido, entregue à natureza. É o retrato de um homem educado para reprimir tudo o que sente:

“O masculino aprende a não sentir, e quando sente, a não expressar. Quis representar isso sem palavras — só acção.”

O que o cinema português pode aprender — e ensinar

Rezende afirma sentir orgulho no cinema brasileiro (a entrevista original é brasileira), mas as reflexões sobre pluralidade, criatividade e resistência aplicam-se também ao cinema português. A arte é, afinal, um espaço de reimaginação colectiva.

Ser pai, ser homem, ser artista

Com um filho de 21 anos, o realizador confessa que a paternidade moldou a sua visão:

“Procuro construir uma relação baseada no diálogo. Questiono-o, mas também me deixo transformar por ele.”

Entre vinhos, amigos e uma pista de dança

Fora do cinema, Rezende gosta de noites de vinho e jogos cooperativos, de ir ao cinema como espectador — e continua apaixonado pelas pistas de dança, herança dos seus tempos de DJ.

 

Billie Eilish Chega ao Grande Ecrã com Filme-Concerto em 3D — E a Realização É de… James Cameron

“Billie Eilish – Hit Me Hard and Soft: The Tour (Live in 3D)” estreia em Portugal a 19 de Março de 2026 e promete uma experiência imersiva inédita para os fãs.

Billie Eilish está prestes a regressar aos holofotes cinematográficos — desta vez com um filme-concerto captado ao longo da sua digressão mundial esgotada. O projecto, intitulado “Billie Eilish – Hit Me Hard and Soft: The Tour (Live in 3D)”, chega às salas portuguesas a 19 de Março de 2026, numa estreia que junta dois nomes inesperados: Billie Eilish… e James Cameron.

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O anúncio foi revelado em São Francisco, durante o último espectáculo da tour Hit Me Hard and Soft, igualmente esgotado, onde a artista confirmou aquilo que muitos fãs suspeitavam: a digressão seria transformada numa experiência cinematográfica em 3D, pensada para recriar a intensidade, a energia e a estética da tour.

James Cameron na realização — sim, leu bem

O filme-concerto é co-realizado pela própria Billie Eilish e por James Cameron, autor de AvatarTitanic e muitos dos maiores fenómenos de bilheteira da história. Ambos contam com Óscares da Academia, e a presença de Cameron sugere uma ambição técnica muito acima do habitual neste género de produções.

Filmado em formato 3D ao longo da digressão internacional, o projecto promete colocar o público “dentro” do concerto, com a escala épica e a profundidade visual que Cameron tornou marca da casa. Para quem nunca teve oportunidade de assistir à tour — ou para quem quer voltar a vivê-la — é a forma mais imersiva possível de entrar naquele universo.

Billie Eilish: nove Grammys, dois Óscares — e agora um filme-concerto global

Com nove Grammy Awards e duas estatuetas da Academia, Billie Eilish é hoje uma das artistas mais influentes da música pop contemporânea. A digressão Hit Me Hard and Soft esgotou arenas em vários continentes e consolidou a artista como uma força criativa incontornável.

O novo filme-concerto pretende captar não apenas a performance musical, mas também o ambiente emocional e visual da tour, oferecendo aos fãs uma experiência expandida, com o peso cinematográfico que o seu trabalho merece.

Distribuição em Portugal confirmada pela NOS Audiovisuais

“Billie Eilish – Hit Me Hard and Soft: The Tour (Live in 3D)” chega aos cinemas nacionais através da NOS Audiovisuaise conta com produção da Paramount Pictures, em parceria com a Darkroom Records, a Interscope Films e a Lightstorm Entertainment.

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Com estreia marcada para 19 de Março de 2026, o filme promete ser um dos grandes eventos musicais do próximo ano — e um encontro inevitável entre a música e o cinema, numa fusão que só poderia acontecer entre Billie Eilish e James Cameron.

Drama Quase Perfeito, Aclamado Como “Um dos Melhores do Ano”, Já Chegou à Netflix

Joel Edgerton e Felicity Jones lideram Train Dreams, o filme que conquistou a crítica internacional e que acaba de aterrar no catálogo português da Netflix.

A Netflix acaba de adicionar ao seu catálogo um dos filmes mais elogiados do último ano. Train Dreams, o drama de época protagonizado por Joel Edgerton e Felicity Jones, estreou esta manhã na plataforma — incluindo em Portugal, onde já pode ser visto com legendas em português europeu.

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Adaptado da novela homónima de Denis Johnson, Train Dreams acompanha Robert Grainier (Edgerton), um lenhador e trabalhador ferroviário que presencia as rápidas transformações da América no início do século XX. Trata-se de um filme profundamente atmosférico, que mistura realismo duro com momentos quase poéticos, explorando temas como mudança, memória e identidade numa época de acelerada modernização.

Realizado por Clint Bentley — que também co-escreve o argumento ao lado de Greg Kwedar — o filme reúne um elenco de luxo para além dos dois protagonistas: Kerry Condon, Clifton Collins Jr., Will Patton e William H. Macy completam o conjunto de actores que têm sido amplamente elogiados pelas suas interpretações.

Aclamado pela crítica: 95% no Rotten Tomatoes

Depois de estrear no Festival de Sundance, Train Dreams rapidamente se destacou como uma das grandes surpresas do ano. Com 95% de aprovação no Rotten Tomatoes, o filme tem sido repetidamente descrito como uma das obras mais fortes de 2025.

A crítica internacional não poupou elogios:

  • The Wall Street Journal destacou a beleza visual:“A execução é luxuosa, por vezes surpreendentemente bela, evocando o tema elegíaco de Johnson sobre uma América desaparecida.”
  • The New York Times sublinhou a profundidade emocional:“A grande narrativa das nossas vidas só começa a revelar-se perto do fim — e mesmo assim de forma difusa.”
  • Rolling Stone elogiou Joel Edgerton:“Há filmes que nos fazem sentir, retrospectivamente, que ninguém mais poderia desempenhar aquele papel. Edgerton faz-nos sentir isso nos primeiros 30 segundos em cena.”
  • IndieWire descreveu-o como um hino à efemeridade dos momentos quotidianos:“Um filme comovente sobre como cada momento tem valor — mesmo estando sempre prestes a evaporar.”
  • The Daily Telegraph destacou a sensibilidade da realização:“Clint Bentley e Greg Kwedar capturam a beleza melancólica da vida de Grainier sem romantizar em excesso nem endurecer artificialmente o realismo.”

Disponível agora — e com legendas em português europeu

Uma boa notícia para o público português: Train Dreams já está disponível na Netflix Portugal, com opção de legendagem em português de Portugal, sem necessidade de VPN ou mudanças de região. A plataforma confirmou a adição nas primeiras horas da manhã.

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Para quem procura um drama intenso, visualmente belíssimo e emocionalmente arrebatador, Train Dreams pode muito bem ser a melhor nova entrada no catálogo neste arranque de ano — e um forte candidato a ficar entre os favoritos do público.

“Sisu: Road to Revenge” Aumenta a Escala, a Velocidade e a Brutalidade — E Conquista 96% no Rotten Tomatoes

A saga finlandesa regressa com mais acção, mais sangue e um humor negro que faz tremer até os mais resistentes.

A franquia mais selvagem de caça-a-nazis dos últimos anos está de volta. Sisu: Road to Revenge, novamente escrito e realizado por Jalmari Helander, retoma a história dois anos após os acontecimentos do primeiro filme. Aatami (Jorma Tommila) regressa a casa mais rico, mas profundamente marcado pelo assassinato brutal da família às mãos do oficial soviético Igor Draganov (Stephen Lang). O fim da guerra não lhe trouxe descanso — e muito menos segurança.

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Quando o KGB decide libertar Draganov e dar-lhe meios quase ilimitados para eliminar “o homem que se recusa a morrer”, Aatami vê a sua tentativa de recomeçar ser substituída por uma corrida explosiva através da Finlândia. E não é metáfora: é literalmente uma perseguição feita de camiões, motas, comboios, metal retorcido e violência visceral.

Uma nova abordagem: mais movimento, mais escala — e muito mais velocidade

Se o primeiro Sisu tinha uma estrutura mais próxima de John Wick, a sequela abraça por completo o espírito de road movie, com claras influências de Mad Max: Fury Road. Segundo Helander, esta mudança foi totalmente intencional:

“A resposta é velocidade.”

“Queria mais movimento, mais energia. Era algo que sentia faltar nos meus filmes anteriores.”

Aatami desmonta a própria casa, coloca tudo num camião e atravessa o país em busca de um novo começo. Mas a cada quilómetro, Draganov aproxima-se, apoiado por um pequeno exército e por uma determinação quase sobrenatural.

Helander admitiu que filmar sequências com veículos em movimento foi exaustivo e demoradíssimo: “Cada nova tomada era um suplício de resets”, explicou. Mas também confessou que as grandes explosões foram as partes mais entusiasmantes de planear — ainda que só exista “uma hipótese” para acertar no momento da filmagem.

Mais coração, mais história — e um vilão construído a partir do vazio

Ao contrário de muitas séries de acção centradas num único herói, Sisu: Road to Revenge expande o passado de Aatami e aprofunda a dor que o move. Para Helander, esta dimensão emocional era essencial para justificar uma sequela:

“Precisava de uma ideia que igualasse — ou superasse — o primeiro filme. Torná-lo mais pessoal era o caminho certo.”

E para equilibrar um protagonista praticamente mitológico, o realizador sabia que precisava de um antagonista à altura. Stephen Lang, conhecido por Avatar, assume o papel de Igor Draganov — uma força fria, calculada e desprovida de empatia.

Lang contou que criou Draganov a partir de uma espécie de “vazio psicológico”, imaginando-o como um produto do Estado desde a infância: alguém moldado para eliminar emoções e cultivar crueldade sistemática.

A luta final entre Tommila e Lang, filmada dentro de um comboio destruído e cheio de perigos físicos, exigiu coordenação impecável. O actor descreve o processo como “um dueto perigoso”, onde ambos tinham um acordo tácito de proteger o outro. Ainda assim, não faltam golpes, quedas e… facadas com colheres, que Lang recorda com humor.

A morte do vilão? Brutal, estilizada — e planeada desde o início

Helander confirma que sempre soube que Draganov morreria de forma épica:

“O comboio movido pelo motor de um míssil veio-me à cabeça, e percebi logo: é assim que ele tem de morrer.”

É uma morte exagerada, visualmente delirante e totalmente adequada ao universo de Sisu: onde tudo é maior, mais violento e mais inesperado do que parece possível.

Crítica rendida, público entusiasmado

Com 96% no Rotten Tomatoes, a recepção crítica tem sido esmagadoramente positiva. O filme foi elogiado pela criatividade das cenas de acção, pelo humor negro e pela capacidade de expandir o mundo da saga sem perder a essência. A estreia na Finlândia rendeu quase 2 milhões de dólares, e a abertura nos EUA está prevista para atingir os 3 milhões — um resultado impressionante para um orçamento de 12 milhões.

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Se havia dúvidas de que Sisu se tornaria uma saga de culto, Road to Revenge confirma que Helander tem nas mãos algo especial: brutal, estilizado, loucamente inventivo — e com velocidade para dar e vender.

Filha de Robert Redford Condena Tributos Feitos com IA: “Representações Fabricadas do Meu Pai, Que Não Pode Falar Por Si”

Amy Redford alerta para manipulações digitais envolvendo o legado do actor e pede respeito durante o período de luto da família

Amy Redford, filha do lendário Robert Redford, veio a público denunciar o uso de ferramentas de inteligência artificial para criar imagens, vídeos e declarações falsamente atribuídas ao actor e à sua família. Numa mensagem partilhada no Instagram, a actriz e realizadora lamentou que estas “fabricações” estejam a circular como supostos tributos — precisamente num momento de profundo luto após a morte do pai, em Setembro, aos 89 anos.

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A declaração começa com um agradecimento emocionado pela onda global de carinho que tem chegado desde a notícia da morte do ícone de Butch Cassidy and the Sundance KidAll the President’s Men e fundador do Sundance Institute. “É claro que ele significava muito para tanta gente, e sentimos-nos verdadeiramente comovidos”, escreveu Amy.

“Isto não representa o meu pai — nem a nossa família”

Mas a gratidão rapidamente dá lugar à preocupação. Amy Redford denuncia a proliferação de conteúdos gerados por IA que simulam funerais, criam homenagens inexistentes ou inventam citações atribuídas à família Redford, tudo sem qualquer ligação à realidade.

“Existem várias versões feitas por IA de funerais, tributos e citações de membros da minha família que são fabricações”, afirmou. “Representações do meu pai, que claramente não pode pronunciar-se, e imagens da minha família que não reflectem ninguém de forma positiva, tornam este momento ainda mais difícil.”

A realizadora sublinha que não houve funeral público e que qualquer decisão sobre um memorial será tomada mais tarde, de acordo com os valores e as tradições familiares. “Todas as famílias merecem a possibilidade de fazer o luto e de homenagear quem perderam da forma que melhor reflecte quem eram.”

Uma reflexão sobre a IA e o perigo do uso não transparente

Embora reconheça que a inteligência artificial “não vai desaparecer”, Amy Redford apela a uma utilização transparente e ética destas ferramentas, lembrando que muitos dos seus usos nasceram de boas intenções — mas que isso não elimina o potencial de dano quando aplicados a pessoas reais que não consentem nas representações criadas.

“Pergunto: e se fosses tu? Que isso te sirva de guia. Que a autenticidade humana viva, inspire e continue a ser o tecido que nos une.”

A posição de Amy reflecte um debate cada vez mais presente em Hollywood — onde actores, realizadores e sindicatos têm manifestado receios quanto ao uso indevido de IA para manipular imagem, voz e legado artístico, especialmente após a morte de figuras públicas.

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A despedida de um gigante do cinema

Robert Redford deixa um legado monumental: actor vencedor de Óscar, realizador aclamado, produtor essencial e fundador do Sundance, que transformou para sempre o cinema independente. A família, porém, pede justamente aquilo que Redford sempre prezou — tempo, privacidade e respeito.

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Contagem de palavras: 624

Christopher Nolan Revela Que Ia Realizar Troy — E Que Batman Begins Foi-lhe Oferecido Como “Prémio de Consolação”

Duas décadas depois, o realizador concretiza finalmente o épico grego que sempre o perseguiu

Christopher Nolan está prestes a levar ao cinema The Odyssey, a sua adaptação épica da obra de Homero, mas a história desta ligação ao imaginário grego é muito mais antiga do que muitos fãs imaginam. Em entrevista à Empire Magazine, o cineasta revelou que foi originalmente contratado pela Warner Bros. para realizar Troy — mais de 20 anos antes de avançar com The Odyssey. E o que se seguiu envolve mudanças súbitas, decisões de estúdio e uma ironia digna de Hollywood: o projecto foi-lhe retirado e, em troca, ofereceram-lhe Batman Begins como “prémio de consolação”.

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Nolan explicou que Troy, inicialmente desenvolvido por Wolfgang Petersen, já estava bem encaminhado quando ele foi chamado para assumir a realização. No entanto, quando a Warner decidiu abandonar o projecto Batman vs Superman que Petersen preparava, devolveu-lhe Troy — e Nolan ficou sem filme.

“Era um mundo que me fascinava explorar”, confessou. “Tinha em mente certas imagens, especialmente a forma como queria filmar o Cavalo de Tróia. Era algo que nunca me saiu da cabeça.”

O destino viria a dar outras voltas: Petersen realizou Troy com Brad Pitt, Eric Bana, Orlando Bloom e Diane Kruger, enquanto Nolan recebeu Batman Begins — que acabaria por redefinir o género e lançar uma trilogia histórica para o estúdio.

De Insomnia ao épico que sempre desejou filmar

No início dos anos 2000, Nolan tinha acabado de fazer a transição para Hollywood com Insomnia (2002), depois de surpreender o mundo com Memento. A Warner queria mantê-lo na sua lista de talentos internos e via Troy como o próximo passo natural.

Mas a inversão do estúdio alterou tudo. Petersen, vindo do sucesso de Air Force One e The Perfect Storm, recuperou o épico para si e deixou Nolan de mãos vazias — até que a Warner lhe ofereceu o projecto que mudaria a história dos filmes de super-heróis. O resto é, literalmente, história do cinema.

Troy estreou em 2004 com críticas mornas, mas quase 500 milhões de dólares em bilheteira. Um ano depois, Nolan apresentava Batman Begins, lançando uma das trilogias mais elogiadas de sempre.

The Odyssey: o sonho adiado torna-se realidade

Com The Odyssey, Nolan regressa finalmente ao terreno mítico que o fascinava desde os tempos de Troy. E fá-lo com uma ambição colossal — ao estilo IMAX, claro.

O elenco é digno dos deuses do Olimpo:

  • Matt Damon como Ulisses,
  • Tom Holland como Telémaco,
  • Anne Hathaway,
  • Zendaya,
  • Lupita Nyong’o,
  • Robert Pattinson,
  • Charlize Theron,
  • Jon Bernthal.

O realizador explicou ainda porque acredita que a Odisseia é o épico perfeito para esta nova fase da sua carreira: “Procuramos lacunas na cultura cinematográfica, coisas que nunca foram feitas com o peso que um grande orçamento e uma produção Hollywood/IMAX podem dar. Cresci a ver os filmes de Ray Harryhausen, mas nunca vi este tipo de mitologia tratada com essa escala e credibilidade.”

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Tróia ficou para trás — mas nunca saiu da sua imaginação

Mesmo que Troy nunca tenha sido o filme de Nolan, a mitologia que o inspirou acompanha-o há décadas. Agora, com meios incomparavelmente maiores, liberdade criativa total e o estatuto de um dos realizadores mais influentes da actualidade, Nolan prepara-se para dar ao público a visão épica que guardou na gaveta durante tantos anos.

The Odyssey chega aos cinemas a 17 de Julho de 2026 pela Universal Pictures — e promete ser um dos eventos cinematográficos do ano.

Brendan Fraser Critica Cancelamento de Batgirl e Lança Aviso Sério Sobre o Futuro de Hollywood

O actor lamenta a perda de uma oportunidade — e acusa a indústria de tratar cinema como “conteúdo descartável”

O cancelamento abrupto de Batgirl continua a assombrar Hollywood — e Brendan Fraser, que interpretava o vilão Firefly no filme, voltou a reacender o debate. Num novo testemunho dado à Associated Press, o actor foi directo ao assunto e revelou o que acredita que esta decisão diz sobre o estado actual da indústria: uma máquina cada vez mais disposta a destruir o que produz… desde que compense financeiramente.

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Batgirl, recorde-se, estava praticamente concluído quando, em 2022, a Warner Bros. Discovery decidiu cancelar o projecto para beneficiar de uma dedução fiscal. O choque foi imediato: elenco devastado, realizadores incrédulos e uma comunidade de fãs que ainda hoje não digere a decisão. Fraser é um deles — e não esconde a frustração.

“Aquilo era um filme inteiro”, recordou. “Havia quatro andares de produção em Glasgow. Eu até me escondia no departamento de arte só para ver tudo ao detalhe.” A experiência, diz, foi “divertidíssima”. Mas o que mais lhe custa é a perda de representatividade: “É trágico que haja uma geração de meninas que não vá ver uma heroína com quem se poderia identificar.”

“É mais valioso queimá-lo do que lançá-lo?” — A crítica dura de Fraser

O actor foi ainda mais longe na análise, apontando o dedo à lógica financeira que dominou a decisão: “O produto — desculpem, ‘conteúdo’ — está a ser tão commodificado que, por vezes, é mais valioso destruí-lo e ficar com o seguro do que tentar levá-lo ao mercado.” Uma acusação que muitos em Hollywood reconhecem como um sintoma preocupante: os grandes estúdios já não medem riscos ou potencial artístico — apenas balanços.

A Warner Bros. justificou o cancelamento com “medidas de contenção de custos”. Mais tarde, Peter Safran, co-CEO da DC Studios, afirmou que Batgirl “não era lançável” e que o filme teria prejudicado a marca. Mas actores envolvidos, como Jacob Scipio, discordam totalmente: “Era um filme fenomenal. É triste que o público não o vá ver.”

Michael Keaton não se incomodou — mas lamenta pelos colegas

Michael Keaton, que regressava como Batman no filme, disse à GQ que não ficou minimamente afectado pelo cancelamento: “Sinceramente? Não. Grande, divertido, e um bom cheque.” O actor, contudo, lamentou pelos realizadores Adil El Arbi e Bilall Fallah, que ficaram devastados.

Keaton, considerado por muitos o melhor Batman em imagem real, regressou ao papel em The Flash (2022) e teria voltado a contracenar com Leslie Grace em Batgirl. Uma fotografia de bastidores mostra ambos em traje completo num momento que terá sido visto na “funeral screening”, a única exibição feita antes de o filme ser encerrado a cadeado nos cofres da Warner.

Um sintoma de uma indústria em mutação — e nem sempre para melhor

O cancelamento não foi um caso isolado: Coyote vs. Acme sofreu destino semelhante, embora tenha escapado à destruição e tenha encontrado nova distribuição. Para Fraser, estes movimentos revelam algo inquietante: Hollywood corre o risco de se tornar inimiga da própria criatividade.

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E quando uma produção inteira, com elenco, equipas, cidades inteiras envolvidas e meses — por vezes anos — de trabalho, pode ser sacrificada num instante por contabilidade estratégica, a pergunta torna-se inevitável: que tipo de cinema sobreviverá?

Fraser, pelo menos, não parece disposto a deixar a conversa morrer. E Hollywood, cada vez mais pressionada pela lógica financeira, talvez precise de ouvir o que ele tem a dizer.

Trump Volta a Atacar a ABC e Jimmy Kimmel — E a Tempestade Política Não Parece Abrandar

Um presidente em confronto directo com a televisão norte-americana

Nos Estados Unidos, a relação entre Donald Trump e os meios de comunicação voltou a aquecer — e, desta vez, o alvo principal é a ABC e o comediante Jimmy Kimmel. Na madrugada de quinta-feira, poucos minutos depois de terminar o mais recente episódio de Jimmy Kimmel Live!, o presidente norte-americano recorreu ao Truth Social para exigir que a estação “tire o trapalhão do ar”. Foi mais um capítulo num conflito que já leva vários meses e que parece longe de terminar.

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Esta nova investida surge na mesma semana em que Trump se mostrou irritado com a correspondente da ABC na Casa Branca, Mary Bruce, devido às suas perguntas durante uma reunião no Salão Oval. A resposta do gabinete de imprensa presidencial foi um memorando de 17 pontos onde enumera o que considera serem anos de parcialidade do canal.

Kimmel reage com humor, mas Trump não acha graça nenhuma

O ataque mais recente de Trump contra Kimmel aconteceu horas depois de o comediante ter aberto o seu programa com um monólogo contundente sobre o presidente. Nos primeiros dez minutos, Kimmel focou-se no escândalo Epstein e na decisão recente do Congresso de divulgar mais material da correspondência do milionário condenado por abuso sexual. Com o habitual humor mordaz, referiu que o país seguia atentamente a evolução do “Furacão Epstein” e deixou uma provocação histórica: “Estamos cada vez mais perto de responder à pergunta: o que sabia o presidente e quantos anos tinham as mulheres quando ele soube?”

O comentário ecoava a célebre pergunta do senador Howard Baker durante o caso Watergate, mas a referência não caiu bem na Casa Branca. Às 00h49, Trump publicou o ataque: “Porque é que a ABC Fake News continua a dar palco ao Jimmy Kimmel, um homem sem talento e com audiências miseráveis?”

É importante recordar que Kimmel já tinha enfrentado uma suspensão temporária em Setembro, após comentários polémicos sobre o activista republicano Charlie Kirk. A decisão gerou uma onda de indignação pública e a ABC acabou por voltar atrás — algo que Trump não esqueceu.

A guerra com a ABC intensifica-se — e não se limita a Kimmel

Kimmel não é o único humorista de late-night visado recentemente: no fim-de-semana anterior, Trump pediu que a NBC despedisse Seth Meyers. Mas o conflito central mantém-se com a ABC, que viu o presidente atacar não apenas o seu entretenimento, mas também o seu jornalismo.

Além da crítica feroz à correspondente Mary Bruce — a quem chamou “péssima repórter” — o gabinete de imprensa da Casa Branca divulgou uma carta em que acusa a ABC News de “não ser jornalismo”, classificando-a como “uma operação de propaganda democrata mascarada de rede de televisão”.

Entre as queixas listadas surgem episódios que remontam ao primeiro mandato de Trump, como a afirmação incorrecta de George Stephanopoulos sobre o caso E. Jean Carroll — que levou a Disney, empresa-mãe da ABC, a pagar 15 milhões de dólares para encerrar um processo por difamação — e críticas de correspondentes da estação a membros da Administração Trump.

Até ao momento, a ABC não comentou as declarações do presidente. No entanto, a estação sublinhou que Jimmy Kimmel é parte da divisão de entretenimento, não da redacção noticiosa — uma distinção que Trump continua a ignorar.

Um ataque político ou estratégia eleitoral?

Numa altura em que o clima político norte-americano está cada vez mais polarizado, estas trocas de acusações revelam mais do que simples irritação presidencial. Mostram um padrão de confronto com a comunicação social que Trump tem vindo a reforçar — e que, como os episódios com Kimmel e a ABC demonstram, continua a ser um dos seus instrumentos preferidos para unir a sua base de apoio.

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Se a ABC vai “tirar o trapalhão do ar”, como Trump pede, é altamente improvável. Mas uma coisa parece certa: a guerra declarada entre a Casa Branca e os media está longe de terminar — e cada novo monólogo de late-night tem potencial para reacender a chama.

“Moana/Vaiana” Faz Onda Gigante: Trailer Live-Action Ultrapassa 182 Milhões de Visualizações em 24 Horas

É o segundo trailer live-action mais visto da história da Disney — apenas “O Rei Leão” o supera — e confirma que a nova versão tem tudo para ser um mega-sucesso em 2026.

A Disney lançou o primeiro trailer de “Moana” em versão live-action… e o mundo respondeu em peso. Em apenas 24 horas, o vídeo alcançou 182 milhões de visualizações, tornando-se assim no segundo trailer mais visto de sempre para um filme live-action da Disney, atrás apenas do teaser de O Rei Leão (2019), que atingiu os 225 milhões.

Num ano especialmente competitivo para trailers, Moana posicionou-se imediatamente no topo: foi o terceiro trailer mais visto de 2025, ficando atrás de Fantastic Four: First Steps (202M) e da surpresa estrondosa The Devil Wears Prada 2 (185M). É um feito massivo — e um indicador claro de que o estúdio tem um sucesso gigantesco nas mãos para o verão de 2026.

O regresso de Moana e Maui entusiasma o público

A reacção nas redes sociais não deixou espaço para dúvidas: o público ficou encantado com o visual exuberante do trailer, sobretudo as sequências do oceano — um elemento que, tal como na animação original, parece quase ganhar vida própria.

Os fãs também celebraram o regresso de Maui, interpretado novamente por Dwayne Johnson, cuja energia continua a ser um dos maiores motores emocionais e humorísticos da história.

Ao centro do filme está agora Catherine Laga’aia, a jovem actriz que dá vida à nova versão de Moana e que, segundo muitos comentários, enche o ecrã com autenticidade, carisma e uma ligação imediata ao espírito da personagem.

Thomas Kail conduz a viagem — e a Disney afina a rota para outro fenómeno global

A realização está nas mãos de Thomas Kail, vencedor de um Tony por Hamilton, que agora se aventura pela primeira vez num blockbuster desta dimensão. O filme promete manter o coração da história intacto: Moana responde ao chamamento do oceano e, acompanhada por Maui, atravessa o limite do recife da ilha de Motunui numa jornada repleta de aventura, mitologia e descoberta.

O trailer também mostrou o primeiro vislumbre dos Kakamora, a tribo minúscula e perigosa que já tinha conquistado os fãs do original.

Produzem o filme Dwayne JohnsonBeau FlynnDany GarciaHiram Garcia e Lin-Manuel Miranda, que regressa como produtor executivo depois de ter composto as canções icónicas da animação de 2016. Auliʻi Cravalho, voz da Moana original, também participa como produtora executiva.

Uma franquia que vale ouro — literalmente

Os números da saga não deixam margem para dúvidas: Moana é uma das propriedades mais valiosas da Disney no momento.

  • O filme de 2016 arrecadou 643,3 milhões de dólares.
  • Moana 2 (2024) superou a marca do milhar de milhão, chegando a 1,059 mil milhões de dólares.
  • A franquia já vale 1,7 mil milhões globalmente.
  • Só Moana 2 gerou 415 milhões em lucro e tornou-se o maior fenómeno de merchandising Disney em 2024.
  • A animação original soma 1,4 mil milhões de horas vistas na Disney+, sendo o filme mais visto de sempre na plataforma.

Com estas bases, a versão live-action parte com um vento favorável raro — e o impressionante desempenho do trailer confirma que a audiência está mais do que pronta para voltar ao mar.

Conclusão: Moana navega para 2026 com rumo claro — e gigantesco

Se a Disney pretendia um impacto imediato, conseguiu-o com facilidade.

Moana live-action promete ser um dos filmes-evento do próximo ano: um blockbuster repleto de emoção, identidade cultural, música e imagens de cortar a respiração.

E se o trailer é algum indicador, 2026 já tem candidato a fenómeno incontornável do verão.

“Shining / O Iluminado”: O Segredo Gelado duma das Cenas Mais Assustadoras de Jack Nicholson

A imagem icónica de Jack Torrance congelado não nasceu no frio — mas sim no perfeccionismo glacial de Stanley Kubrick.

Há cenas que entram na história do cinema como se tivessem sempre existido. A imagem final de “O Iluminado” (1980) — Jack Nicholson, imóvel, coberto de gelo, perdido para sempre no labirinto do Overlook Hotel — é uma delas. Mas a verdade por detrás daquele momento clássico é surpreendente: não havia frio real, nem neve verdadeira, nem temperaturas negativas. Havia, sim, a obsessão criativa de Stanley Kubrick e uma equipa técnica que transformou um estúdio britânico num pesadelo de inverno.

Sal, espuma e o inverno mais falso da história do cinema

A famosa sequência não foi filmada em montanhas nevadas, mas num estúdio em Londres. Kubrick recusava rodar em ambientes incontroláveis — queria tudo milimetricamente igual de tomada para tomada.

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Resultado: a neve que enchia o labirinto era feita de uma mistura de sal, espuma industrial, plástico triturado e produtos sintéticos usados nos efeitos especiais dos anos 70 e 80. A equipa aplicava camadas e mais camadas dessa pseudo-neve, ajustando cada curva do labirinto para manter a continuidade perfeita.

O ambiente parecia gelado, mas era tudo cenografia meticulosa. E, como mostram as imagens de bastidores, os técnicos tinham de “regar” o cenário com uma espécie de geada artificial antes de cada take, para garantir aquele brilho frio e uniforme.

Jack Nicholson ficou horas imóvel — e o tremor era esforço, não frio

Kubrick era conhecido por testar os limites dos seus actores, e Nicholson não foi exceção. Para alcançar a expressão que faria tremer gerações de espectadores, o actor foi colocado horas sentado, coberto por substâncias pegajosas e geladas ao toque — mas não propriamente frias de temperatura.

Ventiladores industriais sopravam-lhe gelo falso para simular a tempestade, enquanto assistentes corrigiam continuamente pequenos cristais artificiais que escorriam da testa e das sobrancelhas.

Relatos de bastidores contam que Nicholson tremia entre takes — não por causa do frio, mas pelo esforço muscular necessário para manter aquela pose rígida, a respiração controlada e a expressão apática e terrivelmente imóvel. Uma performance física levada ao extremo… mesmo sem neve verdadeira.

O labirinto construído à mão — e à medida da loucura de Kubrick

O labirinto visto no final do filme também não existia antes das filmagens.

Kubrick mandou construir tudo de raiz, no interior do estúdio, com arbustos artificiais cobertos por tecido pintado e camadas de neve cenográfica.

Era um espaço fechado, opressivo, extremamente quente devido aos refletores potentes usados nas filmagens — ironicamente, o oposto do que a cena sugere.

Essa contradição tornou-se parte da lenda: para criar um dos momentos mais gelados do cinema, Kubrick filmou num ambiente onde a temperatura subia tanto que membros da equipa tinham de sair para respirar ar fresco entre takes.

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Um congelamento que ficou na história

Quatro décadas depois, a imagem final de Jack Torrance continua a ser uma das mais reconhecíveis da cultura pop — replicada, parodiada, analisada e reinterpretada infinitas vezes. Mas por trás desse instante há um segredo:

aquilo que parece um congelamento mortal não passa de sal, espuma e o génio obsessivo de Kubrick.

E talvez isso torne a cena ainda mais fascinante.

Nenhuma tempestade real poderia ter criado aquele momento — apenas cinema puro, artesanal e incrivelmente preciso.

Kevin Spacey Diz Que Está Sem Casa — e Hollywood Continua Sem Saber o Que Fazer Com Ele

O actor afirma viver entre hotéis e Airbnbs após sete anos de processos, cancelamentos e projectos mínimos — mas garante que um telefonema certo pode mudar tudo.

Kevin Spacey voltou a ser notícia — e não por um novo papel, mas pela brutal sinceridade de uma entrevista recente ao The Telegraph. O actor, outrora um dos nomes mais influentes de Hollywood, vencedor de dois Óscares, afirma estar sem casa, a viver “onde há trabalho”, depois de anos de batalhas legais que consumiram praticamente todas as suas finanças.

“Estou a viver em hotéis, a viver em Airbnbs. Vou onde há trabalho. Literalmente não tenho casa.”

Spacey explica que a sua antiga residência em Baltimore, cidade onde viveu durante as filmagens de House of Cards, foi leiloada, deixando-o num cenário financeiro que descreve como “não grande”.

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Desde 2017, quando começaram a surgir múltiplas acusações de má conduta sexual, Spacey viu a carreira colapsar de um dia para o outro. Mais de uma dezena de homens o acusaram publicamente; o actor negou sempre todas as alegações. Em tribunal, foi absolvido no caso londrino de 2023 e considerado não responsável no processo civil movido por Anthony Rapp em 2022.

Legalmente, saiu ileso. Profissionalmente, nunca mais recuperou.

Sete anos, milhões perdidos e uma carreira reduzida a projectos mínimos

Depois de ser afastado de produções de alto perfil, Spacey trabalhou apenas em filmes independentes, muitos deles realizados por estreantes — projectos discretos, alguns quase experimentais, todos longe da máquina mainstream que o coroou em American Beauty e The Usual Suspects.

Chegou mesmo a fazer um espectáculo de variedades em Chipre, numa tentativa improvável de se manter activo artisticamente.

O actor descreve os últimos anos como um período de gastos constantes e rendimento quase nulo:

“Os custos destes últimos sete anos foram astronómicos. Entrou muito pouco e saiu tudo.”

O que falta para Hollywood o aceitar de volta? Segundo Spacey, “permissão”

Apesar de tudo, Spacey mantém-se optimista — talvez até surpreendentemente. Garante que continua em contacto com “pessoas extremamente poderosas” que querem vê-lo trabalhar novamente, mas acredita que a indústria está a aguardar um sinal verde de alguém com enorme peso artístico.

“A indústria está à espera de receber permissão — de alguém com respeito e autoridade.”

E é aqui que Spacey revela a ideia mais polémica da entrevista: se Martin Scorsese ou Quentin Tarantino ligassem ao seu agente, a sua carreira seria instantaneamente reabilitada.

“Se Scorsese ou Tarantino ligarem, acabou. Eu adoraria — seria uma honra.”

O regresso ainda é possível?

A pergunta divide Hollywood e a opinião pública.

Spacey foi juridicamente ilibado, mas isso não anulou o impacto da avalanche mediática, nem a forma como a sua imagem ficou gravemente danificada. Perante isso, a indústria continua numa espécie de paralisia moral: ninguém quer ser o primeiro a contratá-lo — mas também ninguém exclui categoricamente um possível retorno.

O próprio actor parece saber isso. Por isso vive num limbo: sem casa fixa, sem garantias, mas com a firme esperança de que um único projecto, assinado por “um gigante”, possa reescrever o seu destino.

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Até lá, Kevin Spacey continua a deslocar-se entre hotéis, Airbnbs e pequenos sets — aguardando o telefonema que, acredita, poderá restaurar o que perdeu.