Os Bastidores de Stranger Things 5: Noah Schnapp e Millie Bobby Brown Revelam Como Foi Regressar às Suas Versões de 11 e 12 Anos

À medida que Stranger Things se aproxima do fim, a série volta também às origens — e não apenas na história. A quinta temporada recorre de forma ambiciosa ao processo de de-aging digital para recriar versões infantis de Will Byers e Eleven, obrigando Noah Schnapp e Millie Bobby Brown a revisitar interpretações que deram aos seus personagens quando eram praticamente crianças.

Nos primeiros minutos da temporada, vemos um Will de 11 anos, preso no Upside Down, refugiado em Castle Byers e com uma espingarda nas mãos enquanto murmura “Should I Stay or Should I Go”. A imagem que o espectador vê no ecrã é uma fusão: o corpo pertence ao jovem actor Luke Kokotek, mas o rosto — rejuvenescido digitalmente — é de Noah Schnapp. A empresa responsável pelo processo, a Lola VFX, aplicou o mesmo método que já tinha utilizado para recriar versões mais jovens de Eleven na temporada anterior.

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Para Schnapp, revisitar o Will de 2016 exigiu mais do que tecnologia. Implicou voltar ao início de tudo, ao modo como se mexia, respirava, reagia e ocupava o espaço quando ainda era um actor mirim. O intérprete explicou que se virou para Millie Bobby Brown, que já tinha passado pelo mesmo processo na quarta temporada, para perceber como orientar o actor infantil que o representava.

“Pedi-lhe ajuda”, confessou Schnapp. “Tentei lembrar-me de como eu próprio me movia, como olhava, como respirava, e transmitir isso ao miúdo que estava ali a fazer de mim. Foi quase como assumir o papel de realizador por instantes. Há sempre qualquer coisa de estranho no resultado, porque é difícil que pareça completamente natural, mas acho que funcionou muito bem.”

Brown, que já tinha trabalhado de perto com Martie Blair — a jovem actriz que interpretou a versão infantil de Eleven em cenas cruciais da última temporada — reconhece que o processo tem tanto de técnico como de emocional. Rever-se aos 11 anos obrigou-a a confrontar a espontaneidade da criança que era quando a série começou.

“É muito curioso olhar para trás”, disse a actriz. “Eu gritava, esticava a mão, fazia tudo aquilo sem a menor vergonha. Hoje temos redes sociais, temos exposição constante, tudo é escrutinado. Na altura não era nada assim. Eu era só uma miúda a interpretar uma personagem, e isso vê-se nos gestos, na forma livre como tudo acontecia.”

Para orientar Martie Blair, Brown fez exactamente aquilo que Schnapp agora descreve: colocou-se ao lado da jovem actriz, criaram um entendimento comum e repetiram juntas os movimentos necessários, mesmo que isso implicasse estar atrás da câmara a gritar ou a projectar gestos dramáticos apenas para ajudar a criança a entrar no ritmo certo da personagem.

“Quis que ela sentisse que estávamos as duas a fazer aquilo, que não estava sozinha”, acrescentou Brown. “É ridículo, claro, porque não estamos realmente a mover objectos com a mente. Mas se acreditarmos por instantes, se entrarmos nesse imaginário, a cena ganha vida.”

A escolha do de-aging em Stranger Things 5 reflecte uma intenção assumida pelos irmãos Duffer: ligar directamente o capítulo final ao mistério que inaugurou a série em 2016. Mas essa ligação não vive apenas no argumento ou na estética — vive também na memória física e emocional dos actores, obrigados a revisitar versões de si próprios que deixaram de existir há quase uma década.

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É talvez por isso que Schnapp e Brown falam deste processo com uma estranha mistura de nostalgia e perplexidade. Para ambos, confrontar o passado não foi apenas uma técnica de produção — foi uma viagem íntima às suas primeiras experiências de representação, antes de a infância ter ficado irrevogavelmente para trás.

“Stranger Things” Lança o Trailer Final da Última Temporada — Hawkins Prepara-se Para o Fim

A Netflix divulgou finalmente o trailer derradeiro da quinta e última temporada de Stranger Things, um vídeo carregado de acção, tensão e aquele clima apocalíptico que a série tem vindo a construir ao longo de quase uma década. A estreia do primeiro volume está marcada para 26 de Novembro e, se o trailer for um indicador fiável, esta despedida será de proporções épicas.

As novas imagens mostram Hawkins profundamente transformada pelos acontecimentos recentes. A cidade parece definitivamente marcada pelas Fendas que rasgaram o tecido da realidade, enquanto o grupo de protagonistas se reúne uma vez mais para enfrentar Vecna, desaparecido desde o final da temporada anterior mas, como a sinopse deixa claro, longe de ter sido derrotado. O governo norte-americano intensificou a busca por Eleven e colocou a cidade sob quarentena militar, forçando a jovem a regressar ao anonimato e deixando o grupo dividido entre a urgência da missão e a ameaça constante de vigilância oficial.

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Os criadores, Ross e Matt Duffer, têm insistido que esta é a temporada mais ambiciosa da série. Em Janeiro revelaram que passaram um ano inteiro no set e que terminaram com mais de 650 horas de material filmado, algo que descrevem como equivalente a “oito filmes de grande orçamento”. Ao mesmo tempo, sublinham que esta é também a temporada mais pessoal que alguma vez fizeram, marcada por um ambiente emocional intenso dentro e fora das câmaras. “Houve muito choro”, assumiram, explicando que uma década a trabalhar ao lado do mesmo elenco tornou este final particularmente difícil para todos.

A estrutura de lançamento da temporada também reforça o estatuto de evento: os episódios chegam em três partes concebidas para marcar os feriados internacionais. O primeiro volume chega no final de Novembro, o segundo no dia de Natal e o episódio final será lançado na noite de Ano Novo. A narrativa acompanha o outono de 1987 e o regresso do sentimento de ameaça que marcou o desaparecimento de Will na primeira temporada, agora ampliado pela certeza de que a batalha final está à porta.

Embora este seja oficialmente o fim da série principal, os Duffer confirmaram que o universo de Stranger Thingscontinuará. Sublinham, no entanto, que qualquer projecto futuro — seja spin-off, série derivada ou algo totalmente novo — só avançará se tiver uma razão criativa forte para existir e se levar o nome da série “com a maior responsabilidade possível”.

O elenco volta em peso, com Millie Bobby Brown, Noah Schnapp, Finn Wolfhard, Gaten Matarazzo, Caleb McLaughlin, Priah Ferguson, Natalia Dyer, Charlie Heaton, Maya Hawke, Joe Keery, David Harbour, Winona Ryder e Brett Gelman. Será provavelmente a última vez que veremos este grupo unido — e a série parece determinada a garantir que se despeçam em grande.

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Com este trailer final, uma coisa é certa: Stranger Things está prestes a fechar um capítulo que marcou profundamente o público e a televisão da última década. E, se a ambição declarada pelos criadores corresponder ao resultado, Hawkins vai despedir-se com estrondo.

Escola Religiosa em Inglaterra Proíbe Músicas do Filme Guerreiras do K-Pop

Direção invoca referências a demónios e “incompatibilidade com a ética cristã” para impedir que crianças cantem canções do sucesso de animação.

O fenómeno Guerreiras do K-Pop continua imparável nas plataformas de streaming e já tem continuação confirmada. O filme, lançado em 2025, mistura acção, comédia musical e fantasia, acompanhando um grupo de cantoras de K-pop que alternam entre palcos iluminados e batalhas contra demónios. Mas, enquanto conquista audiências em todo o mundo, também começa a gerar polémica — sobretudo em ambientes conservadores.

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O caso mais recente ocorreu numa escola religiosa em Dorset, no sul de Inglaterra. A Lilliput Church of England Infant School, instituição ligada à Igreja Anglicana e com alunos entre os quatro e os sete anos, enviou uma carta aos pais a informar que as músicas do filme estão proibidas no interior da escola.

Referências a demónios motivam desconforto da comunidade

Screenshot

Segundo a BBC, a decisão partiu de queixas de membros da comunidade local que se sentiram “profundamente desconfortáveis” com as letras das canções do filme, onde as protagonistas enfrentam demónios e entidades sobrenaturais. A direcção escolar decidiu, por isso, pedir aos pais que desmotivem as crianças de cantar temas do filme no recreio ou dentro das salas.

A carta explica a posição oficial da instituição:

“Demónios são associados a forças espirituais opostas a Deus e à bondade, o que contraria a ética cristã da escola.”

Para alguns cristãos, argumenta a direcção, até o uso fictício ou lúdico desse tipo de linguagem pode colidir com a fé que os orienta.

O director, Lloyd Allington, desenvolve esta ideia na comunicação enviada às famílias:

“Para alguns cristãos, até o uso ficcional desta linguagem pode criar conflito com uma fé que enfatiza rejeitar o maléfico, em vez de o integrar no entretenimento.”

Escola esclarece que não está a censurar o gosto das crianças

Apesar da proibição, a direcção fez questão de acalmar receios e sublinhar que não está a demonizar — ironicamente — o filme ou a experiência das crianças que o apreciam.

Allington clarifica:

“Não estamos a pedir que digam aos filhos que é errado gostar do filme ou das suas músicas, se tal estiver alinhado com as vossas próprias crenças. Não será essa a mensagem que transmitiremos na escola.”

O objectivo, explica, não é excluir ou punir gostos individuais, mas promover respeito entre alunos cujas famílias mantêm crenças diferentes:

“O nosso papel será ajudar as crianças a perceber que alguns colegas podem ter opiniões distintas e a explorar formas de respeitar e apoiar esses colegas na preservação da sua fé.”

O sucesso global que está no centro da polémica

Guerreiras do K-Pop tornou-se rapidamente um dos maiores êxitos de animação do ano: uma fusão energética de música pop coreana, estética colorida e acção sobrenatural. A mistura irreverente cativou um público jovem — mas, como acontece frequentemente com obras que lidam com fantasia demoníaca, levantou alertas em comunidades religiosas mais conservadoras.

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A continuação já anunciada deverá manter o espírito irreverente do original, o que significa que discussões semelhantes poderão repetir-se no futuro.

Daniel Radcliffe Revela a Carta que Enviou ao Novo Harry Potter — e É Muito Mais do que uma Passagem de Testemunho

O antigo protagonista partilha palavras de encorajamento com Dominic McLaughlin, o jovem actor que herda agora o papel mais emblemático da sua geração.

Daniel Radcliffe tem-se mantido elegantemente afastado do centro da nova adaptação televisiva de Harry Potter, mas isso não significa que esteja indiferente ao futuro do rapaz que viveu na pele durante uma década. Agora com 36 anos, o actor revelou ter escrito uma carta pessoal a Dominic McLaughlin, o jovem britânico de 11 anos que protagoniza a nova série da HBO — precisamente a mesma idade com que Radcliffe iniciou as filmagens de A Pedra Filosofal, há longos 25 anos.

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Em entrevista ao Good Morning America, Radcliffe explicou que conhecia várias pessoas envolvidas na produção e não quis deixar passar a oportunidade de enviar um gesto de apoio.

“Escrevi ao Dominic, mandei-lhe uma carta, e ele respondeu-me com uma mensagem muito simpática.”

Radcliffe sublinha, contudo, que não pretende ser uma sombra incómoda na vida do novo elenco:

“Não quero, de maneira nenhuma, ser um fantasma na vida destas crianças. Mas quis dizer-lhe: ‘Espero que te divirtas ao máximo — ainda mais do que eu me diverti. Eu adorei fazer parte disto, mas espero que a tua experiência seja ainda melhor.’”

Segundo Radcliffe, a sensação de ver as primeiras fotografias de McLaughlin e dos restantes jovens actores é simultaneamente enternecedora e surreal:

“Parecem tão novos. É louco pensar que eu tinha aquela idade quando tudo começou. Mas também é incrivelmente bonito. Espero mesmo que estejam a viver um sonho.”

Tom Felton regressa ao universo Harry Potter — e recebe elogios de Radcliffe

Durante a mesma entrevista, Radcliffe fez questão de elogiar Tom Felton, o eterno Draco Malfoy, que regressou recentemente ao papel na produção da Broadway de Harry Potter and the Cursed Child. Para Radcliffe, foi um reencontro simbólico:

“Estou muito feliz por ele. É óptimo vê-lo em palco — e ainda melhor por estar de volta a este universo.”

Sophie Turner também deixou conselhos aos novos protagonistas

A estreia de novos actores tão jovens levou outras figuras mediáticas a oferecer palavras de apoio. A actriz Sophie Turner, que interpretou Sansa Stark em Game of Thrones desde os 13 anos, admitiu que “crescer sob os holofotes quase a destruiu” e aconselhou McLaughlin (Harry), Alastair Stout (Ron) e Arabella Stanton (Hermione) a manterem-se protegidos, acompanhados e emocionalmente ancorados.

Um elenco que mistura veteranos de prestígio e novos talentos

A nova série reúne nomes impressionantes:

  • John Lithgow como Albus Dumbledore
  • Paapa Essiedu como Severus Snape
  • Katherine Parkinson como Molly Weasley
  • Louise Brealey como Madam Hooch
  • Anton Lesser como Garrick Ollivander
  • Warwick Davis de regresso como Professor Flitwick

As filmagens estão em pleno andamento e já surgiram online imagens captadas por fãs que mostram sequências inéditas — cenas que não constam nem dos livros, nem dos filmes originais, sinal de que esta adaptação está disposta a expandir o material conhecido.

Estreia marcada para 2027 — e expectativas ao rubro

Com uma primeira temporada de oito episódios, a série Harry Potter deverá estrear no início de 2027 na HBO. A aposta da plataforma representa uma das maiores produções televisivas do ano, e o entusiasmo — tanto por parte do público como dos antigos membros do elenco — continua a crescer.

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Num gesto simples mas simbólico, Radcliffe mostrou que ainda sente um carinho profundo pelo papel que transformou a sua vida. E, ao passar a tocha a Dominic McLaughlin, fê-lo com a generosidade de quem sabe exactamente o que significa carregar um nome que marcou gerações.

“The Family Plan 2”: Mark Wahlberg Enfrenta Kit Harington Num Regresso Que Pouco Faz Para Se Destacar

A sequela natalícia da Apple TV+ tenta reinventar-se, mas acaba por repetir fórmulas gastas — mesmo com Wahlberg, Monaghan e um vilão interpretado por Kit Harington.

Dois anos depois da comédia de acção The Family Plan ter sido lançada diretamente para streaming — e de ter sido, surpreendentemente, um dos filmes mais vistos da Apple TV+ — chega agora The Family Plan 2. A primeira entrada foi criticada por ser esquecível, mas o sucesso inesperado convenceu o estúdio a avançar com uma sequela… novamente com espírito natalício, o segundo filme de Natal consecutivo da carreira de Mark Wahlberg (após Daddy’s Home 2).

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Mas será que este novo capítulo traz algo realmente diferente? Ou limita-se a reciclar o que funcionou — e o que não funcionou — da primeira vez?

Um reencontro familiar… e um problema que chega de Londres

A história retoma dois anos após os acontecimentos do primeiro filme. Dan Morgan (Mark Wahlberg), que já revelou à esposa Jessica (Michelle Monaghan) e aos filhos o seu passado como mercenário, vive finalmente uma vida tranquila. Ou melhor: tranquila até ao momento em que descobre que a filha universitária, Nina (Zoe Colletti), que vive em Londres, não virá a casa pelo Natal.

Para Dan, um tradicionalista confesso, isto é quase uma tragédia. Assim, arranja um trabalho de segurança no Reino Unido para, convenientemente, “coincidir” com uma visita natalícia. O que ele não esperava era encontrar a filha com um novo namorado demasiado entusiasmado — e muito menos confrontar-se com Aidan (Kit Harington), o seu meio-irmão vingativo, acabado de sair das sombras do passado.

Mais do mesmo: competente, mas sem brilho

É simples: quem não gostou do primeiro filme dificilmente mudará de opinião com esta sequela. The Family Plan 2 é marginalmente melhor — menos genérico, com cenários internacionais e uma tentativa tímida de aprofundar as relações familiares — mas continua a seguir uma fórmula previsível.

Wahlberg e Monaghan mostram mais química desta vez, e Jessica deixa finalmente de ser a típica “esposa que não sabe de nada”. Logo no início, vemos Dan a escalar um hotel para marcar encontro com ela — uma cena leve e divertida que demonstra vontade de experimentar algo novo.

Mas essa frescura dissipa-se rapidamente. As piadas repetem-se: pais que envergonham os filhos, referências a música dos anos 90, queixas sobre telemóveis… tudo reciclado, tudo pouco inspirado. A presença do namorado Omar (Reda Elazouar) tenta criar conflito, mas o cliché instala-se quase de imediato.

Curiosamente, o vilão interpretado por Kit Harington é uma das poucas novidades com algum peso. Aidan é menos caricatural do que o antagonista do primeiro filme e tem um traço emocional reconhecível: a inveja pela vida normal que Dan conseguiu ter. Mas mesmo isso é tratado de forma superficial.

O espírito natalício salva… o primeiro acto

Injectar espírito natalício num filme é, muitas vezes, um truque barato — mas funciona. Durante o primeiro acto, o ambiente festivo dá algum encanto ao filme, sobretudo para quem gosta de histórias familiares nesta época do ano. O problema é o resto.

As cenas de acção são pouco memoráveis e, nalguns casos, decepcionantes. O confronto entre Wahlberg e Harington num autocarro de dois andares podia ser um ponto alto; porém, é filmado com planos largos e distantes, como se o filme tivesse medo de mostrar a luta de perto.

O resultado final é um filme que nunca incomoda verdadeiramente — mas também nunca surpreende.

Conclusão: um filme para ter como fundo enquanto monta a árvore

Há um certo conforto em filmes que não exigem muito do espectador. E The Family Plan 2 cabe exactamente nessa categoria: é inofensivo, previsível e suficientemente natalício para entreter enquanto se prepara a ceia ou se penduram luzes.

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Para quem procura uma comédia de acção competente, há opções melhores. Para quem só quer algo simpático para ver em família enquanto abre caixas de decorações… talvez sirva.

The Family Plan 2 estreou na Apple TV+ a 21 de Novembro de 2025.

“Durante décadas, o público foi enganado”: Documentário secreto afirma que extraterrestres existem — e que o governo dos EUA sempre soube

‘The Age of Disclosure’ reúne ex-responsáveis do Pentágono, directores de inteligência e figuras do Congresso para sustentar a tese de que o encobrimento é real e tem quase 80 anos

O novo documentário The Age of Disclosure não está interessado em meias-palavras. O filme, realizado por Dan Farah — produtor associado a títulos como Ready Player One — defende que os Estados Unidos esconderam, ao longo de décadas, provas e informação sensível sobre fenómenos anómalos não identificados (UAP, a sigla que substituiu o termo UFO). E fá-lo com uma diferença crucial em relação a muitas obras do género: os intervenientes são altos responsáveis da Defesa, ex-chefes de inteligência e políticos que, em teoria, nada teriam a ganhar ao expor-se publicamente.

Farah, que cresceu fascinado pela cultura alienígena dos anos 80 e 90 — de ET a The X-Files — transformou esse interesse numa investigação de três anos, conduzida em completo sigilo. A promessa que fez a todos os participantes foi simples: nomes só seriam revelados quando o filme estivesse completo, garantindo o que o realizador chama de “segurança em números”. Essa abordagem funcionou, e quando Jay Stratton, uma das figuras mais influentes no estudo de UAP dentro do governo, aceitou falar, o resto seguiu-se em reacção em cadeia.

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Stratton não se esconde atrás de metáforas: “Vi com os meus próprios olhos naves e seres não humanos”, afirma logo no início do documentário. Ao longo do filme, juntam-se-lhe 34 figuras com experiência directa em programas governamentais de análise a fenómenos inexplicáveis, entre eles o antigo director da Inteligência Nacional Jim Clapper e o actual secretário de Estado Marco Rubio.

Uma investigação silenciosa — e alegações perturbadoras

O documentário apresenta Luis Elizondo como narrador não oficial: ex-responsável do AATIP, o programa avançado de investigação a ameaças aeroespaciais. Elizondo deixou o Pentágono em 2017, afirmando que havia uma campanha de desinformação interna para desacreditar o seu trabalho e impedir que a verdade chegasse ao público.

Para Farah, entrevistar apenas pessoas com conhecimento directo era essencial. Queria evitar a sensação de que o filme pertencia ao reino das teorias da conspiração. A estratégia funcionou: The Age of Disclosure abre com um alinhamento quase intimidante de antigos militares, especialistas e analistas a afirmar, sem hesitações, que não estamos sozinhos — e que os EUA sabem disso há muito tempo.

Segundo vários intervenientes, incluindo Rubio, o verdadeiro perigo não é “admitir a verdade”, mas sim o risco de adversários estrangeiros estarem mais bem informados do que os próprios decisores políticos norte-americanos. A alegada corrida geopolítica para reverter tecnologia não humana seria, assim, o motivo principal para décadas de silêncio.

As raízes do encobrimento e o medo de parecer vulnerável

Farah traça uma linha desde Roswell, em 1947, até ao presente, argumentando que o governo norte-americano nunca quis admitir que não compreendia totalmente o que estava a observar. “Coloquem-se na posição de responsáveis nos anos 40”, diz o realizador. A administração Truman, recém-saída da Segunda Guerra Mundial, não poderia admitir um novo tipo de ameaça que nem sabia definir — quanto mais combater.

Quando, segundo alguns entrevistados, os EUA descobriram que outros países também estavam a capturar fenómenos não humanos, o secretismo intensificou-se. “Não se pode contar aos amigos sem contar aos inimigos”, afirma Stratton no filme — uma frase que se torna o eixo moral da narrativa.

Um documentário sem contraditório — e deliberadamente assim

The Age of Disclosure não inclui céticos, académicos ou especialistas a contestar as afirmações apresentadas. Farah diz que essa ausência é intencional: a meta não era equilibrar o debate, mas mostrar porque é que o estigma em torno deste tema impede investigação séria.

Para o realizador, o testemunho directo é a prova mais forte — e a única verdadeiramente útil num mundo onde qualquer imagem pode ser acusada de ser “IA”, “deepfake” ou “efeitos especiais”.

“Por demasiado tempo, o público foi enganado”, afirma Farah. “Acho que é apenas uma questão de tempo até que um presidente em funções diga ao mundo que não somos a única forma de vida inteligente no universo.”

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O documentário estreou já nos EUA. A data de lançamento no Reino Unido será anunciada em breve.

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Do humor emocional de Shrinking ao thriller frenético de Hijack, passando pela sofisticação de Drops of God, a plataforma arranca o ano com força total

A Apple TV+ decidiu não perder tempo e já começou a montar o que promete ser um dos inícios de ano mais fortes desde o lançamento da plataforma. Três das suas séries mais populares — ShrinkingHijack e Drops of God — estão de regresso em Janeiro de 2026, e há motivos de sobra para os fãs ficarem atentos (e talvez até reorganizarem a agenda de maratonas).

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Com novos episódios, elencos reforçados e temporadas que prometem expandir mundos e personagens, o serviço prepara uma ofensiva ambiciosa para manter o lugar que tem conquistado no panorama do streaming: o de uma plataforma menos abundante em volume, mas cada vez mais confiável em qualidade.

Shrinking — Temporada 3

Estreia: 28 de Janeiro de 2026

Uma das séries mais acarinhadas do catálogo, Shrinking regressa para a sua terceira temporada, liderada pelo duo irresistível Jason Segel e Harrison Ford, num dos elencos mais sólidos da televisão actual. Criada por Bill Lawrence, um dos nomes por trás do fenómeno Ted Lasso, a série mantêm o seu tom emocional, cómico e profundamente humano.

Nesta nova temporada, o tema central será “seguir em frente”. Depois de a primeira temporada se debruçar sobre o luto e a segunda sobre o perdão, a narrativa avança para um novo capítulo de reconstrução interior — sempre entre humor, caos e sessões de terapia improvavelmente reveladoras.

Além do elenco habitual, há reforços de luxo: Jeff Daniels e Michael J. Fox juntam-se às novas histórias da temporada.

Tal como nas anteriores, os episódios serão lançados semanalmente até 8 de Abril, garantindo companhia fiel durante o início do ano.

Hijack — Temporada 2

Estreia: 14 de Janeiro de 2026

O thriller em tempo real regressa com Idris Elba novamente no centro da acção — e, desta vez, a perigosidade desce literalmente para o subsolo.

Após a primeira temporada ter decorrido a bordo de um avião sequestrado, a segunda muda de cenário para o metro de Berlim, onde um comboio e centenas de passageiros se tornam peças de um novo jogo mortal. A narrativa mantém o formato 24, com a história a desenrolar-se ao mesmo ritmo da vida real, minuto a minuto.

Sam Nelson volta a ser a ponte entre o caos e a esperança, com cada decisão a poder custar vidas. Os dois primeiros episódios chegam no dia da estreia, seguidos de lançamentos semanais até 25 de Fevereiro.

Drops of God — Temporada 2

Estreia: 21 de Janeiro de 2026

Menos mediática, mas unanimemente aclamada, Drops of God é uma das joias discretas da Apple TV+. Baseada num famoso manga, a série mistura drama familiar, duelo intelectual e o delicado universo dos vinhos de alta gastronomia.

Falada em inglês, francês e japonês, a história segue Camille, filha distante do lendário Alexandre Léger, cuja colecção de vinhos só poderá herdar se superar o prodígio Issei num conjunto de provas sensoriais.

A segunda temporada promete aprofundar rivalidades, explorar ainda mais o mundo da enologia e manter a carga emocional que tornou a primeira temporada numa das séries mais elogiadas da plataforma. Os novos episódios serão lançados semanalmente até 11 de Março.

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Apple TV+ quer dominar o início de 2026 — e está bem posicionada para isso

Com três apostas fortes que vão do humor terapêutico à acção claustrofóbica e ao drama sensorial de alto nível, a Apple TV+ prepara um trimestre inicial robusto, capaz de agradar a públicos muito distintos. E, melhor ainda: há tempo mais do que suficiente para quem quiser começar (ou rever) as temporadas anteriores.

Claire Danes Fala Sobre a Surpresa da Terceira Gravidez aos 44 Anos

A actriz explica emoções inesperadas, um toque de embaraço e a alegria de receber uma menina na família.

Claire Danes está a viver uma nova fase familiar — uma fase que, segundo a própria, nunca imaginou que ainda fosse possível. A actriz, actualmente em destaque no thriller da Netflix The Beast In Me, falou de forma descontraída e honesta sobre a sua terceira gravidez aos 44 anos, um momento que descreve como “inesperado” e até acompanhado de um embaraço curioso.

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Danes participou no podcast SmartLess, de Jason Bateman, Sean Hayes e Will Arnett, onde contou que ela e o marido, o actor Hugh Dancy, tinham acabado de se instalar numa nova casa quando descobriram que vinham aí… três filhos, afinal. O casal já partilhava dois rapazes, nascidos em 2012 e 2018, e não estava à espera de aumentar novamente a família.

“Foi uma surpresa total. Eu tinha 44 anos e não pensei que fosse possível”, admitiu a actriz.

A estrela de Homeland explicou que, apesar da felicidade, sentiu inicialmente uma sensação difícil de definir — não vergonha propriamente dita, mas uma espécie de “embaraço cómico”, como descreveu, por estar a engravidar numa idade em que muitos já não contam com essa possibilidade.

“Foi estranho. Senti-me quase como se estivesse a quebrar uma regra invisível, algo que nunca me tinha passado pela cabeça.”

Uma menina muito desejada (mesmo sem o confessar)

Claire Danes revelou ainda que o casal deu as boas-vindas a uma menina, algo que a deixou radiante — até porque já era mãe de dois rapazes.

Jason Bateman brincou com a situação, sugerindo que a actriz deve ter ficado aliviada por finalmente ter uma filha. Danes riu-se e admitiu que, apesar de estar preparada para ambos os cenários, ficou “ainda mais feliz” com esta novidade.

“Teria ficado encantada com outro rapaz, claro. Mas estou muito, muito feliz por ter uma menina. Ela é fantástica… e adora tutus.”

Uma história de amor discreta e duradoura

Claire Danes e Hugh Dancy conheceram-se em 2006 durante as filmagens de Evening. O noivado chegou em 2009 e o casamento também nesse ano, numa cerimónia reservada em França. Desde então, têm mantido uma vida familiar discreta, longe das manchetes — até agora.

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Com o sucesso de The Beast In Me, Danes está novamente em destaque, não só pela carreira, mas também pela franqueza com que aborda temas pessoais. A gravidez inesperada aos 44 tornou-se parte da sua narrativa — inesperada, sim, mas recebida com amor e sentido de humor.

Neve Campbell Junta-se a “Black Doves”: Netflix Arranca a Segunda Temporada com Reforços de Peso

A série de espionagem com Keira Knightley volta às filmagens em Londres e recebe um elenco reforçado, novas intrigas e um enredo ainda mais perigoso.

A Netflix confirmou oficialmente aquilo que os fãs esperavam: a produção da segunda temporada de Black Doves já começou em Londres. A série, criada por Joe Barton, rapidamente se tornou um dos thrillers mais destacados do catálogo do serviço de streaming, com críticas muito positivas e um sólido 92% no Rotten Tomatoes. Agora, o universo de segredos, traições e política britânica regressa com novas caras — e uma delas é um nome de culto do cinema de terror.

Neve Campbell entra para o elenco — e promete agitar Londres

A grande novidade é a entrada de Neve Campbell, eterna protagonista de Scream, que se junta à série no papel de Cecile Mason. Esta será a mais recente colaboração da actriz com a Netflix, depois de ter brilhado na série jurídica The Lincoln Lawyer.

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Campbell traz consigo uma aura de intensidade dramática que encaixa perfeitamente no tom da série — um mundo onde ninguém diz tudo, ninguém confia em ninguém e onde cada segredo vale tanto como uma bala.

Ambika Mod, Babou Ceesay e mais reforços para a temporada 2

Além de Campbell, Black Doves acrescenta ao seu elenco:

  • Ambika Mod (One Day) como Laila, uma agente da organização Black Doves, mordaz e anárquica, enviada para ajudar Helen numa missão especialmente sensível;
  • Babou Ceesay (Alien: Earth) como Mr. Conteh, um executivo da Black Doves com intenções que levantam todas as bandeiras vermelhas possíveis;
  • Sam Riley (Firebrand) como Patrick, um emissário de uma organização misteriosa que oferece a Sam uma hipotética saída — ou talvez mais problemas;
  • Sylvia Hoeks (Blade Runner 2049) como Katia Chernov;
  • Goran Kostic (Ant-Man and The Wasp) como Alexi Chernov;
  • Samuel Barnett (Lee) como Jerry.

A estes juntam-se os regressos de Keira KnightleyBen WhishawSarah Lancashire, e os restantes actores da primeira temporada.

As linhas gerais da nova temporada: política, traições e fantasmas pessoais

A Netflix divulgou também a nova sinopse da temporada, e o cenário é ainda mais tenso:

Helen continua a entregar segredos do Estado à organização clandestina que serve — os Black Doves — ao mesmo tempo que o seu marido, Wallace, está prestes a tornar-se Primeiro-Ministro do Reino Unido.

Ou seja, o risco nunca foi tão alto.

Enquanto isso, a manipuladora Mrs. Reed vê-se presa numa conspiração interna para destruí-la, enquanto Sam, agora longe do brilhantismo letal de outros tempos, tenta sobreviver a pequenos trabalhos e a uma vida solitária. Juntos, Helen e Sam vão mergulhar mais fundo na teia de inimigos antigos, aliados duvidosos e decisões dolorosas que deixaram marcas na primeira temporada.

Joe Barton promete caos — e Downing Street no olho do furacão

O criador Joe Barton não poderia estar mais entusiasmado:

“Estou ansioso por regressar ao nosso pequeno e homicida mundo de espionagem. Ter tantos actores extraordinários de volta, e ainda juntar alguns dos meus favoritos de sempre, é uma alegria. Downing Street nunca mais será a mesma…”

Com intrigas políticas, conspirações internas, agentes renegados e um elenco que mistura prestígio, carisma e ameaça silenciosa, a nova temporada de Black Doves parece pronta para elevar tudo o que a primeira fez — mas agora com ainda mais elegância sombria.

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A Netflix ainda não anunciou a data de estreia, mas a produção já está em marcha. E, com Neve Campbell a bordo, a série acaba de ganhar uma arma secreta.

“Maria Schneider”: O Filme Que Finalmente Dá Voz à Atriz Silenciada por Hollywood e Pela História

A obra de Jessica Palud expõe o trauma por trás de “O Último Tango em Paris” e devolve humanidade a uma atriz marcada por um sistema que nunca a protegeu.

A estreia de “Maria Schneider” no TVCine Edition, no sábado, 22 de novembro, às 22h00, representa mais do que a chegada de um filme biográfico à televisão portuguesa. É um acerto de contas histórico. Uma reabilitação. Um gesto cinematográfico que procura recuperar a dignidade de uma atriz cuja carreira — e vida — foram brutalmente moldadas por um momento de abuso no set de um dos filmes mais falados da década de 1970.

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Baseado no livro My Cousin Maria Schneider de Vanessa Schneider, e realizado por Jessica Palud, o filme reúne peças que durante décadas estiveram espalhadas, encobertas ou ignoradas. A protagonista, interpretada por Anamaria Vartolomei, surge não como a “jovem polémica” que a imprensa reduziu em 1972, mas como aquilo que realmente era: uma atriz de 19 anos, talentosa, vulnerável e completamente desprotegida perante dois gigantes do cinema — Marlon Brando e Bernardo Bertolucci — que decidiram, à revelia, filmar uma cena de violação que não estava no guião.

A promessa que se tornou pesadelo

O texto do TVCine recorda como Maria, filha de um ator reconhecido, acreditava estar a dar o passo decisivo na carreira ao ser escolhida para coprotagonizar “O Último Tango em Paris”  .

Mas o sonho transforma-se rapidamente. O filme revela, com precisão emocional, como aquela famosa cena — repetida, discutida, analisada ao longo de décadas — foi, acima de tudo, uma violação do consentimento da atriz, filmada sem que ela soubesse o que iria acontecer.

A consequência?

Um trauma duradouro, uma carreira sabotada pela própria obra que deveria tê-la lançado e uma mulher que passou anos a tentar reescrever a própria narrativa enquanto o mundo a via apenas através de um papel que não escolheu.

Jessica Palud reconstrói a humanidade que o cinema lhe tirou

A realização de Palud recusa o voyeurismo e concentra-se em Maria — nos seus silêncios, nas suas feridas, na força que tentava manter num meio dominado por homens que ditavam não apenas o que ela fazia em cena, mas também como era vista fora dela.

O impacto emocional e profissional está lá: a manipulação nos bastidores, o julgamento público, o rótulo que nunca a largou, a precariedade emocional póstuma de uma atriz que procurava uma oportunidade real de mostrar talento, e não apenas resistir ao que lhe tinham feito.

Matt Dillon interpreta Brando, e Giuseppe Maggio interpreta Bertolucci — numa reconstrução que não tenta suavizar poder, influência nem culpa. O objetivo é claro: devolver agência a Maria, colocando-a no centro da história que, durante demasiado tempo, pertenceu a outros.

Não é apenas um biopic — é um retrato tardio, íntimo e necessário

“Maria Schneider” foi apresentado em Cannes em 2024 e rapidamente gerou discussão: sobre ética, sobre poder, sobre memória, sobre como o cinema trata (e trai) as suas próprias mulheres.

A narrativa não transforma Maria em mártir nem em símbolo — mostra-a como pessoa, com contradições, sonhos, fragilidades e uma carreira que poderia ter sido outra se o sistema não tivesse falhado tão profundamente.

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O filme é uma homenagem, mas também um alerta.

É uma tentativa de reparar, com arte, aquilo que a máquina do cinema destruiu com descuido.

E é, por tudo isso, uma estreia incontornável.

“Maria Schneider” estreia sábado, 22 de novembro, às 22h00, no TVCine Edition e no TVCine+.

“A Ideia de Ti”: Anne Hathaway Vive um Amor Fora da Caixa no Novo Destaque do TVCine Top

Uma comédia romântica moderna sobre recomeços, coragem e um romance que ninguém viu chegar.

Há encontros que surgem na pior altura possível — e acabam por mudar tudo. Em “A Ideia de Ti”, filme que chega ao TVCine Top a 21 de novembro, às 21h30, Anne Hathaway interpreta Solène Marchand, uma mulher de 40 e poucos anos que descobre exactamente isso: que o amor pode ser inconveniente, improvável e absolutamente transformador.

Solène é galerista, divorciada e mãe dedicada. Nada na sua vida aponta para uma revolução emocional. Mas quando o ex-marido cancela em cima da hora uma viagem com a filha adolescente, ela vê-se obrigada a acompanhá-la — juntamente com um grupo de amigos cheios de energia — ao festival de música Coachella. Uma mãe exausta num mar de glitter, crop tops e histeria juvenil. O que poderia correr mal? Ou melhor… o que poderia correr tão surpreendentemente bem?

É nesse cenário improvável que Solène cruza caminho com Hayes Campbell, vocalista da boy band sensação August Moon e 16 anos mais novo. O encontro é casual, quase acidental, mas rapidamente dá lugar a uma ligação intensa. Entre olhares cúmplices, conversas inesperadas e uma química que ninguém parece conseguir ignorar, nasce um romance que cedo se torna demasiado mediático para ser vivido em paz.

E é aqui que o filme brilha: na tensão entre paixão e exposição. Solène tenta proteger a sua vida privada, a filha e a sua própria identidade, enquanto é engolida pelo escrutínio público, pelos julgamentos alheios e pela pressão de namorar um ídolo global. A narrativa equilibra humor, emoção e uma reflexão muito pertinente sobre o que significa amar quando o mundo está a ver — e a comentar.

Realizado por Michael Showalter (Amor de Improviso), o filme adapta o livro homónimo de Robinne Lee, que conquistou leitores por retratar o amor adulto com um olhar moderno e descomplexado. Aqui, Anne Hathaway e Nicholas Galitzine formam um par irresistível, cuja química tem sido amplamente elogiada e que carrega o filme com naturalidade e charme.

“A Ideia de Ti” não é apenas uma comédia romântica; é um conto sobre recomeços, sobre enfrentar preconceitos e sobre aceitar que o amor, quando aparece, raramente segue regras. Solène é uma protagonista que luta para recuperar versões esquecidas de si mesma, enquanto Hayes tenta equilibrar fama e vida pessoal num mundo que nunca dorme.

No fim, fica a pergunta que alimenta todo o filme: podem duas pessoas vindas de universos tão diferentes — e sob o olhar de milhões — viver um amor sem concessões?

A resposta chega na noite de sexta-feira, 21 de novembro, às 21h30, no TVCine Top e no TVCine+. Pipocas recomendadas. Preconceitos, não.

Algo Muito Estranho Aconteceu em Springfield — e a Cidade Nunca Mais Será a Mesma

Depois de 35 temporadas, uma figura histórica de “Os Simpsons” desaparece… desta vez, de forma realmente definitiva.


Springfield já viu de tudo ao longo das últimas três décadas: invasões extraterrestres, conspirações, crises morais, falências espirituais e até três versões diferentes da mesma morte. Mas o episódio emitido a 16 de Novembro deixou a cidade — e os fãs — num estado raro: silêncio.

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Há uma personagem clássica, presente desde os primórdios da série, que… desapareceu. Mas ao contrário das habituais partidas narrativas dos guionistas, esta saída não parece ter retorno. Não houve truques, nem piscadelas de olho, nem a habitual promessa de que “ninguém morre verdadeiramente em Springfield”. Desta vez, há uma certeza incomodativa no ar: alguém tocou o seu último acto. Alice Glick, a senhora do órgão da igreja, finou-se!

O produtor executivo Tim Long deixou só o suficiente para nos intrigar:

“Ela viverá para sempre na música que fez. Mas, no que realmente importa… acabou.”

Um momento que começou como todos os outros — até deixar de o ser

O episódio nem sequer fez suspense. Começou como um típico domingo na Primeira Igreja de Springfield, com o Reverendo Lovejoy entregue ao seu sermão habitual. Tudo seguia o ritmo normal, até que um som vindo do órgão interrompeu a cerimónia. Não foi um acorde mal calculado. Nem um entusiasmo excessivo. Enquanto o reverendo insistia que tudo estava bem… não estava.

O silêncio que se seguiu disse tudo.

O impacto em Springfield — e a reacção mais Skinner de sempre

No dia seguinte, Skinner apresentou a notícia aos alunos da escola primária com a subtileza emocional que se lhe conhece:

“Uma senhora morta que vocês não conheciam.”

E, com isso, Springfield ficou oficialmente mais pobre — ainda que, ironicamente, mais rica, porque a misteriosa personagem deixou toda a sua fortuna à escola para criar um novo programa de música.

Um último gesto perfeito, vindo de alguém cuja vida era inseparável das notas que tocava.

Mas… será mesmo o fim?

Se isto fosse uma série qualquer, a resposta seria óbvia.

Mas Os Simpsons é especialista em quebrar regras — e a própria personagem já tinha tido uma “morte” antes… de regressar viva. E depois fantasma. E depois viva outra vez. E depois… bem, até os fãs perderam a contagem.

A diferença agora é o tom. A forma como a cena foi filmada. A reacção dentro e fora da série. E, sobretudo, a declaração final dos produtores. Tudo indica que esta saída é real — não uma piada, não um glitch no universo de Springfield, não um capítulo metatextual.

A personagem pode ter sido discreta, mas estava lá desde 1991. E, para muitos, fazia parte do mobiliário emocional da série.

A melhor forma de lhe prestar homenagem?

Recordar o seu momento mais lendário: o dia em que transformou a igreja inteira numa versão bíblica — e absolutamente épica — de “In-A-Gadda-Da-Vida”. Um dos instantes mais delirantemente maravilhosos da história da televisão animada.

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Talvez seja esse o final perfeito: não a morte, mas a memória.

John Oliver Leva a Leilão a Cueca de Russell Crowe — e Muito Mais — Para Enfrentar os Cortes de Trump

O apresentador transforma o absurdo em arma política e lança um leilão de 65 objectos icónicos para salvar a rádio pública norte-americana.

John Oliver voltou a fazer aquilo que melhor sabe: misturar humor, indignação política e um nível de aleatoriedade tão específico que só pode ter saído da mente de alguém que passa grande parte do tempo a tentar perceber como é que o poder funciona — e porque é que tantas vezes não funciona. Desta vez, o alvo são os cortes milionários aprovados pelo Congresso norte-americano à radiodifusão pública. E a arma? O jockstrap que Russell Crowe usou em Cinderella Man.

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Sim, leu bem.

O apresentador de Last Week Tonight anunciou um leilão gigantesco, composto por 65 objectos históricos (e completamente ridículos) usados ao longo das várias temporadas do programa. O objectivo é angariar dinheiro para o Public Media Bridge Fund, que apoia estações locais de rádio e televisão pública afectadas pela eliminação de 1,1 mil milhões de dólares do orçamento federal — um corte aprovado no seguimento das propostas da administração Trump.

O jockstrap mais famoso da televisão

A peça-estrela do leilão é nada menos do que a famosa cueca de suporte usada por Russell Crowe em Cinderella Man. O próprio Oliver já tinha comprado o artigo por 7.000 dólares, em 2018, num leilão peculiar organizado pelo actor após o divórcio — episódio que se tornou um clássico instantâneo no programa. Agora, o mesmo jockstrap já ultrapassou os 20.000 dólares em licitações.

A “colecção Crowe” adquirida por Oliver, recorde-se, incluía desde o colete de Les Misérables até ao capuz de Robin Hood, passando por adereços de American Gangster. Tudo devidamente guardado e, finalmente, reaproveitado para salvar o jornalismo público. Crowe, muito provavelmente, não imaginou que a sua cueca fosse um dia usada como acto de resistência cívica — mas olhe, cá estamos.

O catálogo do absurdo: do “casamento com uma couve” ao escroto gigante de LBJ

Como seria de esperar, o leilão não se fica por memorabilia de Hollywood. Não seria Last Week Tonight sem um toque de insanidade cuidadosamente curada. Entre os artigos disponíveis encontram-se:

– Mrs. Cabbage Oliver, a couve com quem John Oliver “casou” num sketch célebre da 9.ª temporada — actualmente a rondar os 10.000 dólares.

– Um balde de bonecos vindos de uma praia do Texas, autografado pelo próprio, já acima dos 2.500 dólares.

– E a peça que muita gente gostaria de esquecer mas que agora regressa gloriosamente: a escultura monumental do escroto do presidente Lyndon B. Johnson, usada num segmento sobre bibliotecas presidenciais, acompanhado de um áudio verídico onde LBJ descrevia o… património.

É arte? É sátira? É activismo? Seja o que for, está tudo à venda.

Um leilão contra um problema muito real

No anúncio do leilão, Oliver não deixou espaço para dúvidas: isto é humor, sim, mas é sobretudo uma resposta séria a uma situação crítica.

Com o financiamento federal eliminado, dezenas de estações de rádio e televisão públicas nos EUA enfrentam cortes dramáticos ou encerramento. Oliver recorda que, num “governo competente e funcional”, a solução passaria por um modelo de financiamento estável — semelhante ao de vários países europeus — mas que a realidade americana está longe disso. E, perante o vazio político, alguém tem de aparecer com soluções… mesmo que envolvam legumes, cuecas históricas e anatomia presidencial em larga escala.

Como ajudar?

O público pode contribuir directamente através da plataforma adoptastation.org, apoiando as estações mais afectadas. Ou, para quem tiver espírito coleccionista e nervos de aço, pode licitar até 24 de Novembro e tentar ficar com uma peça inesquecível da história da televisão — e, quem sabe, com o único escroto presidencial legalmente vendável no hemisfério ocidental.

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John Oliver, uma vez mais, transforma o absurdo em ferramenta política. E se salvar a rádio pública exigir leiloar a cueca de Russell Crowe… bem, é difícil argumentar contra.

Chris Hemsworth na Estrada da Memória: Um Documentário Íntimo Sobre Família, Fragilidade e Amor

“Aventura na Estrada” mostra o actor longe dos martelos, músculos e superpoderes — e mais próximo do que nunca da sua própria história.

Chris Hemsworth habituou o mundo a vê-lo como Thor, o deus do trovão, o herói musculado que resolve problemas à força de martelo e humor. Mas no novo documentário “Chris Hemsworth: Aventura na Estrada” — título original A Roadtrip to Remember — o actor surge sem filtros, sem armaduras e sem papel para interpretar. Apenas ele, a família e uma viagem que se torna tão emocional quanto reveladora.

Disponível a partir de 24 de novembro, este é descrito como o documentário mais íntimo da carreira de Hemsworth. O ponto de partida é duro, inesperado e profundamente humano: o pai recebeu um diagnóstico de Alzheimer. E, perante a inevitabilidade da doença e da erosão da memória, Chris pega na câmara e decide transformar o medo em movimento. Em vez de se fecharem em casa, embarcam num road trip que procura salvar o que ainda pode ser salvo — não a memória inteira, mas os fragmentos que dão sentido à vida.

Uma viagem ao passado para segurar o presente

Ao longo do filme, pai e filho revisitarem lugares que marcaram a família: a rua onde Chris cresceu, as praias onde aprenderam a nadar, as zonas rurais onde passavam férias, e até as pequenas paragens que só fazem sentido para quem lá esteve. Pelo caminho reencontram rostos — amigos de infância, vizinhos de longa data, pessoas que foram peças-chave na construção da história familiar. Estas visitas funcionam como gatilhos emocionais: pequenas portas que, quando se abrem, revelam lembranças que a doença tenta apagar.

Tudo isto é filmado num registo de “home movie”, com a câmara na mão, sem pretensões cinematográficas. Hemsworth não tenta embelezar a dor, nem dramatizar para efeito. A estética é a da verdade: familiar, imperfeita, às vezes tremida — e por isso mesmo carregada de autenticidade. A viagem transforma-se numa espécie de cápsula emocional onde o actor, que tantas vezes encarnou força absoluta, se revela vulnerável e profundamente afectado.

A ciência da ligação humana

O documentário não se limita à dimensão emocional. Chris e a família procuram perceber como a ligação social, a emoção e certos estímulos cognitivos podem ajudar a manter vivas partes da memória. Conversam com especialistas, exploram estudos, e tentam perceber de que forma o cérebro responde quando é exposto a afectos fortes ou memórias significativas.

Longe de fórmulas científicas pesadas, o filme apresenta esta componente de forma leve e acessível, reforçando uma ideia simples mas poderosa: a memória não existe no vazio; é construída e estimulada através de pessoas, lugares e emoções.

O filme mais pessoal de Hemsworth

Em “Aventura na Estrada”, não vemos o actor global. Vemos o filho.

Vemos o ser humano confrontado com a vulnerabilidade do pai.

Vemos alguém que tenta, com a sensibilidade possível, preservar aquilo que está a desvanecer.

O resultado é um documentário emotivo, honesto e inesperadamente terno. É sobre Alzheimer, sim — mas é sobretudo sobre aquilo que resta quando a memória falha: o amor, os laços e a necessidade urgente de guardar tudo o que ainda pode ser guardado.

Disponível a 24 de novembro, este é um daqueles títulos que não se esgota no último minuto. Acompanha-nos depois, como as memórias que insistimos em manter vivas.

“The Collective”: A Nova Estreia do Cinemundo que Atira o Espectador para uma Caça ao Crime de Alto Risco

Tom DeNucci realiza um thriller de acção frenético onde assassinos de elite enfrentam uma rede de tráfico humano protegida por milionários intocáveis

O Canal Cinemundo reserva para dia 20 a estreia de The Collective, um thriller de acção realizado por Tom DeNucci que combina ritmo acelerado, tiros bem medidos e aquela estética moderna de operações clandestinas que continua a ser irresistível para muitos espectadores. O resultado é um filme que abraça o género sem complexos: directo, energético e centrado numa missão que escapa às vias legais tradicionais.

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No centro da história está Lucas Till, no papel de Sam Alexander, um jovem recruta que é integrado numa organização secreta de assassinos conhecida apenas como The Collective. Mal tem tempo para conhecer as regras da casa e já é atirado para o seu primeiro trabalho: infiltrar-se e destruir um esquema internacional de tráfico humano operado por bilionários com mais recursos do que escrúpulos. A missão é simples apenas na teoria — na prática, envolve traições, emboscadas, inteligência duvidosa e um mergulho num submundo tão lucrativo quanto repugnante.

Ruby RoseTyrese Gibson e Don Johnson completam o elenco, trazendo à mistura um trio que dá peso e alguma personalidade a uma narrativa construída para avançar sempre em velocidade de cruzeiro. Não há grandes pausas para filosofias moralistas — DeNucci prefere manter a câmara em movimento, apostar em confrontos rápidos e deixar espaço para pequenas ironias que ajudam a aliviar a tensão.

Com 1h26 de duraçãoThe Collective é o típico filme de acção que chega, cumpre e segue o seu caminho. Não pretende reinventar o género, mas oferece a adrenalina prometida, competindo na mesma liga dos thrillers de orçamento intermédio que privilegiam ritmo e energia acima da profundidade emocional. Para quem gosta deste tipo de narrativa — e há quem goste muito — é uma estreia a apontar na agenda.

A temática do tráfico humano confere-lhe um peso adicional, ainda que tratada com a distância necessária para não transformar o filme num drama social. A intenção é clara: entregar acção com consciência, mas sem desviar o foco do entretenimento.

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The Collective estreia no Cinemundo no dia 20, pronto para ocupar o serão de quem aprecia um thriller musculado, rápido e filmado com o espírito prático de quem sabe exactamente o que está a oferecer: 90 minutos de perseguições, tiros, agentes secretos e um vilão suficientemente odioso para justificar cada explosão.

“Bucha – Memória ou Esquecimento”: O Cinema Como Testemunho de Uma Tragédia Real

O filme de Stanislav Tiunov chega ao pequeno ecrã com a força de um relato que recusa suavizar a história.

Bucha – Memória ou Esquecimento”, realizado por Stanislav Tiunov, é um daqueles filmes que dispensam introduções longas. O título diz praticamente tudo: estamos perante um retrato cinematográfico de um dos episódios mais brutais da invasão russa da Ucrânia em 2022 — a ocupação da cidade de Bucha, cujo nome se tornou símbolo mundial de massacres e crimes de guerra.

O filme parte de acontecimentos reais e segue a perspectiva de Konstantin Gudauskas, um refugiado do Cazaquistão que, vivendo na Ucrânia, decidiu arriscar a vida para resgatar civis em zona ocupada. Entre Bucha, Hostomel e Vorzel, a câmara acompanha a tensão, o improviso e o desespero de quem tenta salvar vidas enquanto à sua volta o colapso é total. Tiunov filma com contenção, sem dramatizações excessivas, mas também sem proteger o espectador da violência que marcou aqueles dias.

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A ocupação de Bucha durou pouco mais de duas semanas, mas bastou esse período para deixar um cenário que correu o mundo: corpos nas ruas, relatos de tortura, execuções sumárias e civis abatidos enquanto tentavam fugir. O filme explora esse contexto sem recorrer ao choque fácil, preferindo uma abordagem directa que respeita a realidade sem transformá-la em espectáculo. A força do filme está nessa frieza: não há música a suavizar, não há artifícios a distrair — só a urgência humana de sobreviver e ajudar.

Tiunov mantém o foco na escala reduzida, no indivíduo, na decisão difícil que se toma num instante. Não tenta dar a última palavra sobre a guerra, nem ambiciona explicar o conflito. Procura antes preservar um fragmento de memória, numa narrativa onde a pergunta do título — recordar ou esquecer? — ganha uma dimensão muito concreta: ignorar o que aconteceu em Bucha seria permitir que a história se repetisse.

A interpretação de Gudauskas, mais do que heroica, é profundamente humana. O filme mostra o medo, a hesitação, a falta de certezas, sublinhando que actos extraordinários nascem muitas vezes de pessoas comuns colocadas em circunstâncias extremas. Essa honestidade é talvez o maior trunfo da obra: a recusa de criar super-heróis, preferindo mostrar vulnerabilidade, perda e esforço.

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Bucha – Memória ou Esquecimento” não é um filme de entretenimento — é um registo, um alerta e uma recordação necessária. Ao chegar ao Cinemundo, ganha uma nova vida fora das salas, alcançando um público mais amplo e trazendo de volta um tema que, apesar de recente, já luta contra o desgaste da atenção.

Alguns filmes convidam à reflexão. Este exige-a.

Entre a Ruína e o Renascimento: “Cardo” Regressa com uma Segunda Temporada Ainda Mais Intensa


Entre a Ruína e o Renascimento: “Cardo” Regressa com uma Segunda Temporada Ainda Mais Intensa

Há séries que regressam como quem bate à porta com cuidado. Cardo não é uma delas. A segunda temporada chega à televisão portuguesa no dia 20 de Novembro, às 22h10, no TVCine Edition e no TVCine+, com a mesma frontalidade feroz que marcou a estreia — talvez até mais. É uma continuação que não suaviza, não facilita e não pede desculpa: apenas mergulha, sem filtros, na turbulência emocional de María.

Três anos passaram desde que a protagonista saiu de cena para cumprir pena na prisão. Quando finalmente volta à liberdade, descobre um mundo que já não reconhece. Amizades que desapareceram, amores que mudaram, rotinas que se desagregaram. María tenta agarrar-se à vontade de recomeçar, mas carrega consigo vícios antigos, um passado que continua a assombrá-la e uma culpa que se recusa a ser enterrada. A cada passo, sente que o abismo está ainda ali — sempre à distância de um tropeção.

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Criada por Claudia Costafreda e Ana Rujas — que volta a vestir a pele de María —, esta nova temporada aprofunda as contradições da protagonista. Ela quer mudar, mas sabota-se; quer esquecer, mas carrega feridas que não cicatrizam; quer avançar, mas arrasta sombras que pesam mais do que gostaria de admitir. A realização mantém o tom intimista que fez da primeira temporada um fenómeno crítico, mas eleva a intensidade emocional para um registo mais visceral, mais cru e mais desarmado.

Cardo já tinha sido celebrada como uma das séries espanholas mais marcantes dos últimos anos — venceu os Prémios Feroz 2022 de Melhor Série Dramática e Melhor Atriz — mas esta segunda temporada arrisca ainda mais. Se antes já era um estudo de personagem profundamente honesto, agora é praticamente um raio-X emocional de uma geração que vive entre precariedade, frustração e o desejo constante de encontrar um sentido num mundo que parece falhar demasiadas vezes.

Os novos episódios exploram temas como autodestruição, vergonha, identidade e a dificuldade brutal que é recomeçar quando tudo à volta — e dentro — permanece em ruínas. O bairro mudou, os códigos mudaram, a vida avançou sem ela. E María, simultaneamente perdida e determinada, tenta descobrir se ainda há espaço para uma nova versão de si própria.

Visualmente, a série continua a apostar numa estética realista, próxima, quase documental, colocando o espectador dentro da vida da protagonista, sem barreiras nem artifícios. Essa proximidade amplifica o impacto: Cardo não é apenas vista, é sentida. Às vezes, como um murro; outras, como uma ferida que nunca esteve bem fechada.

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Com estreia marcada para quinta-feira, 20 de Novembro, às 22h10Cardo T2 promete noites intensas, desafiantes e emocionalmente devastadoras. Uma série que não pede conforto — pede coragem. E que, por isso mesmo, merece ser vista.

Joseph Kosinski Já Pensa em F1 2: Sequela com Brad Pitt e Lewis Hamilton Está Oficialmente em Conversa

Depois de um arranque estrondoso nas bilheteiras, o realizador confirma ideias iniciais para continuar a história de Sonny Hayes — e Brad Pitt já trouxe propostas “muito interessantes”.

Com F1, Joseph Kosinski entregou um dos maiores sucessos globais do ano, um fenómeno que uniu o star power de Brad Pitt, o realismo das corridas captado em condições inéditas e a força mediática de Lewis Hamilton como produtor. O resultado? Mais de 620 milhões de dólares em box office mundial, regresso às salas em Agosto devido à enorme procura e um público a pedir mais.

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E agora, tal como confirma o próprio realizador, “mais” pode mesmo estar no horizonte.

Em declarações ao The Wrap e à Entertainment Weekly, Kosinski revelou que já começaram conversas informais — ou, como descreveu, spit-balling sessions — com Brad Pitt e Lewis Hamilton sobre uma potencial sequela. E não se trata de simples especulação: há ideias concretas, há entusiasmo e há, acima de tudo, espaço narrativo para continuar.

Brad Pitt já deu sugestões — e são “muito interessantes”

Segundo Kosinski, Pitt tem contribuído activamente com conceitos para o futuro de Sonny Hayes, o veterano piloto que conquistou o público com a sua combinação de experiência, vulnerabilidade e carisma. O realizador descreve as propostas do actor como “muito interessantes”, deixando claro que não está a tratar a sequela apenas como uma possibilidade distante.

A história deixou a porta aberta — de propósito

Kosinski confirma que o final de F1 foi desenhado com intenção: queria deixar margem para explorar a evolução de Sonny num novo cenário competitivo. Uma das ideias em cima da mesa? Levar o piloto para o universo da Baja 1000, a lendária corrida off-road no deserto mexicano, conhecida pela brutalidade, resistência extrema e rivalidades intensas.

Essa mudança radical de ambiente permitiria uma abordagem totalmente nova, longe dos circuitos rigorosos da Fórmula 1 e mais perto da adrenalina crua das provas de sobrevivência. Seria Sonny Hayes contra o deserto — e contra si próprio.

Mas há um factor decisivo: o público

Apesar do entusiasmo dos envolvidos, Kosinski sublinha que a decisão depende da resposta continuada do público. O filme já provou ter longa vida nas salas, regressando aos cinemas meses depois da estreia — um feito raro nos blockbusters actuais. Agora, com a estreia em streaming iminente, a expectativa é que F1 ganhe ainda mais tração junto de novos espectadores.

Se o interesse continuar a crescer, a sequela ganha força. E, com Hamilton envolvido e Pitt motivado, o cenário parece cada vez mais provável.

Um novo franchise na linha de partida?

Kosinski, que já demonstrou talento para construir universos com TRON: LegacyOblivion e o colossal Top Gun: Maverick, pode estar perante o seu próximo grande ciclo cinematográfico. F1 combinou precisão técnica, drama humano e uma estética visual que conquistou não só fãs de automobilismo, mas também espectadores que nunca viram uma corrida completa.

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Com uma sequela, este mundo pode expandir-se, oferecendo novos desafios, adversários e geografias — e, claro, mais Brad Pitt ao volante.

Para já, nada é oficial. Mas como numa boa qualificação, o motor já está quente, os pneus estão prontos e a grelha de partida começa a formar-se.

Mistério, Neve e um Passado Sombrio: Crimes de Natal Chega ao TVCine com Assassinatos no Sapatinho

A nova série criminal com espírito natalício estreia a 20 de Novembro no TVCine Emotion — e promete transformar Fletcher’s Grove no cenário mais perigoso (e festivo) da televisão portuguesa.

O Natal costuma trazer lareiras acesas, bolachas de gengibre e espíritos generosos. Mas em Fletcher’s Grove, a cidade fictícia que serve de pano de fundo a Crimes de Natal T1, a quadra chega com algo mais… afiado. A nova série, que junta mistério, romance e o charme de uma pequena comunidade onde todos se conhecem — e todos escondem algo — estreia em Portugal a 20 de Novembro, às 22h10, no TVCine Emotion e também no TVCine+.

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No centro desta história está Emily Lane, interpretada por Sarah Drew, proprietária de uma loja de artigos natalícios que, apesar do sorriso fácil, carrega um passado que ninguém parece compreender totalmente. Quando uma vaga de homicídios abala a pacata Fletcher’s Grove, Emily revela um talento inesperado para resolver crimes, tornando-se uma espécie de detetive improvisada.

Mas nem tudo é tão simples como decorar uma árvore. Cada pista levanta novas questões, e cada suspeito parece esconder duas versões da mesma história. À medida que Emily se aproxima da verdade, percebe-se que alguns segredos estavam enterrados há demasiado tempo… e que alguém fará tudo para mantê-los assim.

Ao seu lado está Sam Wilner, vivido por Peter Mooney, o detetive oficial da cidade, profissional, metódico e — para seu próprio desgosto — cada vez mais envolvido emocionalmente com Emily. A química entre os dois é clara, mas também é clara a desconfiança que começa a instalar-se quando o passado nebuloso da protagonista reaparece para complicar a investigação. Em Crimes de Natal, ninguém é exactamente quem parece, e até as luzes cintilantes escondem sombras inesperadas.

A série presta ainda homenagem a um dos maiores ícones do género: Crime, Disse Ela. Não é coincidência que Fletcher’s Grove tenha o nome que tem; é antes uma piscadela de olho aos fãs da lendária Jessica Fletcher, que há décadas inspira gerações de aspirantes a detectives — amadores e não só. É essa combinação de nostalgia, mistério tradicional e atmosfera natalícia que dá à série a sua identidade tão particular.

Cada episódio funciona como um novo “presente-surpresa”, com casos autónomos, mas ligados pelo arco maior que envolve Emily e todas as perguntas que pairam sobre a sua verdadeira história. A série promete crimes engenhosos, personagens excêntricas, pequenos segredos de província e aquele tipo de tensão leve mas viciante que faz com que o espectador queira sempre ver “só mais um episódio”.

Para quem procura uma alternativa às típicas histórias natalícias açucaradas — ou apenas uma boa série policial com brilho festivo — Crimes de Natal T1 chega mesmo a tempo de entrar para a lista das tradições televisivas desta época. E, quem sabe, de ensinar que alguns dos mistérios mais perigosos podem muito bem estar embrulhados em papel vermelhinho com um laço dourado.

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Estreia quinta-feira, 20 de Novembro, às 22h10, no TVCine Emotion e no TVCine+, com novos episódios todas as quintas.

Glen Powell Leva Carteiro da UPS ao Palco do “SNL” — E o Momento Torna-se Viral

O actor de The Running Man transformou o seu monólogo de estreia no “Saturday Night Live” numa pequena epopeia familiar, com direito a selfie no palco, revanche contra a pandemia… e um carteiro incrédulo que afinal não foi enganado.

Há convidados especiais… e depois há aquilo que Glen Powell decidiu fazer quando finalmente teve a oportunidade de apresentar o Saturday Night Live. O actor, que vive um dos momentos mais fulgurantes da sua carreira, regressou a um episódio adiado há quatro anos — e trouxe consigo o homem que, sem querer, se tornou parte desta história: um motorista da UPS chamado Mitch.

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Tudo começou em 2020, quando Powell recebeu a notícia que qualquer actor de Hollywood adoraria ouvir: iria apresentar o SNL aquando da estreia de Top Gun: Maverick. A família explodiu de alegria. E, por pura coincidência, um motorista da UPS estava exactamente à porta no momento da celebração. Resultado? Uma selfie espontânea que ficou na memória do clã Powell.

Só que a pandemia trocou as voltas ao mundo — e ao sonho. Top Gun: Maverick foi adiado, e com isso também o convite para o SNL. Lorne Michaels, numa daquelas frases duras mas impossíveis de esquecer, disse-lhe: “Sem Top Gun, ninguém vai saber quem és.” O golpe não só doeu como deixou Mitch, o motorista da UPS, a acreditar que tinha tirado uma fotografia com um perfeito mentiroso.

Mas Hollywood adora um segundo acto — e Glen Powell também. Quando recebeu finalmente a nova chamada para apresentar o SNL, decidiu resolver a “injustiça” de uma vez por todas. As suas irmãs, que segundo o actor “são aterradoras”, rastrearam o contacto do motorista. Descobriram o número dele. E convenceram-no (não sem o homem suspeitar que fosse um esquema) a voar até Nova Iorque.

Mitch aceitou. E lá estava ele, sentado na plateia do SNL, perante um estúdio cheio e milhões de espectadores. Powell chamou-o ao palco, contou a história na perfeição — entre gargalhadas — e ainda tirou uma nova selfie, agora com o seu amigo improvável e com o momento a ganhar o estatuto de pequena lenda televisiva.

No fim, Powell rematou o monólogo com uma frase que parecia escrita para a ocasião:

“Se aprendi alguma coisa, é que as melhores coisas na vida não acontecem de um dia para o outro — e ninguém sabe isso melhor do que a UPS.”

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Um momento televisivo carismático, genuíno e inesperadamente cinematográfico — bem ao estilo de Glen Powell, que continua a coleccionar histórias que dariam excelentes guiões.