“The Gilded Age”: A Terceira Temporada É Um Espelho Dourado Que Reflecte o Presente

🎩💔 Intrigas familiares, ambição social e patriarcado disfarçado de elegância: The Gilded Age está de volta, e desta vez com mais espelhos do que janelas.

A terceira temporada da série criada por Julian Fellowes (Downton Abbey) já chegou à Max, e promete continuar a sua missão de mostrar que, por trás dos vestidos exuberantes e das casas senhoriais de finais do século XIX, estavam (e estão) os mesmos dramas, desigualdades e contradições que ainda moldam o século XXI. Nesta nova etapa, as tensões entre o “velho dinheiro” e os novos ricos reacendem-se com força, ao mesmo tempo que se abrem caminhos para diálogos muito atuais sobre o papel da mulher, o racismo e as batalhas sociais ainda por vencer.

Luxo, poder… e óperas

O palco está montado. Depois da Guerra das Óperas, os Russell estão mais fortes do que nunca. Bertha ambiciona um lugar no Olimpo da elite nova-iorquina, e George arrisca tudo numa jogada que pode transformar — ou arruinar — o império ferroviário da família. Do outro lado da rua, os Brook enfrentam uma revolução doméstica: Ada assume finalmente as rédeas da casa, para desconforto da intransigente Agnes.

Mas não pensemos que o mundo da série se limita às elites brancas. Peggy, interpretada por Denée Benton, continua a ser o coração moral da história, enfrentando os desafios de ser uma mulher negra e emancipada num mundo que insiste em não a querer ver. Um novo interesse amoroso promete apimentar a sua jornada — e colocar em confronto os limites do progresso social da época.

A precisão histórica como acto de rebelião

Em conversa com o SAPO Mag, Julian Fellowes e Sonja Warfield (argumentista) explicam que a fidelidade histórica não é apenas uma questão de rigor: é uma forma de provocar reflexão. Ao evitarem “modernizar” as personagens ou fazer com que pensem como pessoas do século XXI, conseguem revelar com mais clareza os paralelos entre passado e presente.

“Quando admiramos uma mulher que simplesmente saiu de casa e foi viver sozinha, estamos a perder o contacto com a sociedade que devemos representar”, afirma Fellowes. Mas isso não significa que a série ignore figuras transgressoras. Pelo contrário: são essas personagens, como Bertha Russell ou Peggy, que iluminam as fissuras da estrutura social em que vivem — e as nossas também.

Mulheres que mandam (mas dentro das regras dos homens)

Um dos temas mais fascinantes da temporada é o papel contraditório das mulheres nas estruturas de poder social. Como Warfield salienta, mesmo quando as mulheres lideravam os salões da elite, eram frequentemente mais duras umas com as outras do que com os homens. Um fenómeno que, infelizmente, ressoa até aos dias de hoje. “As mulheres internalizam o patriarcado tal como todas as outras pessoas”, resume a argumentista.

Fellowes aponta ainda para um contraste cultural relevante: enquanto a Europa já tinha exemplos históricos de mulheres no poder (de Catarina, a Grande a rainhas britânicas), os EUA — país forjado na cultura pioneira masculina — ainda demonstram dificuldades em aceitar mulheres com verdadeiro poder político. Uma reflexão que, num ano eleitoral nos EUA, ganha particular peso.

“The Gilded Age” como drama político disfarçado de novela de época

Se pensas que The Gilded Age é apenas mais uma série com figurinos bonitos e criados de olhar cabisbaixo, enganas-te. A terceira temporada investe mais fundo nos dilemas morais das suas personagens e nas camadas ideológicas por trás de cada chá servido com etiqueta.

As óperas são guerras, os jantares são campos de batalha, e os salões dourados escondem as dores de uma sociedade que, apesar dos colares de pérolas, continua profundamente desigual. Tal como em Downton Abbey, Julian Fellowes transforma os detalhes da etiqueta e da tradição em terreno fértil para debater o presente.

Um elenco de luxo que brilha mais do que os candelabros

Carrie Coon, Christine Baranski, Cynthia Nixon, Morgan Spector e Denée Benton lideram um elenco de estrelas que sabe equilibrar subtilmente a pompa com a emoção. Os seus sorrisos medidos escondem tragédias silenciosas, ambições ferozes e fraquezas muito humanas — exactamente como as de qualquer um de nós.

Conclusão

Em tempos de mudança política, social e económica, The Gilded Age mostra-nos que já estivemos aqui antes. E talvez, só talvez, aprender com as lições de 1882 nos ajude a viver melhor em 2025. Ou, pelo menos, a reconhecer os padrões. Com um argumento afiado, interpretações soberbas e um olhar crítico embrulhado em seda, esta terceira temporada confirma o que já sabíamos: The Gilded Age é ouro puro — e não apenas no nome.

“Cardo”: O Vazio, a Rebeldia e o Grito Silencioso de uma Geração Perdida

🎬 Cardo não é uma série confortável. E ainda bem.

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A aclamada produção espanhola criada por Claudia Costafreda e Ana Rujas — também protagonista — chega finalmente a Portugal com estreia marcada para 26 de junho, às 22h10, em exclusivo no TVCine Edition e no TVCine+. Depois do sucesso de Veneno e da ousada A Messias, os produtores executivos Javier Ambrossi e Javier Calvo (Los Javis) voltam a entregar-nos uma série intensa, dolorosa e necessária.

A história de María, uma ferida aberta

María é uma mulher madrilena com quase 30 anos que vive num limbo existencial. Sem rumo, presa em ciclos de autodestruição, vícios e relações tóxicas, odeia o próprio corpo e usa-o como moeda de troca em busca de algo que nunca encontra: sentido. Quando decide ajudar Puri, uma florista septuagenária prestes a fechar o seu negócio de bairro, parece encontrar um fio de redenção. Mas tudo muda — e intensifica-se — após um acidente que a obriga a confrontar o maior dos seus fantasmas: ela própria.

Cardo mergulha sem filtros no vazio que assola a geração nascida nos anos 90 — uma geração toldada por incertezas, saturada de promessas falhadas e consumida por uma necessidade desesperada de ser amada e validada.

Uma série que nos desafia a olhar de frente

Não há romantização no retrato de María. O guião afasta-se de fórmulas fáceis e aposta na autenticidade crua, quase documental. A câmara aproxima-se demais, não para chocar, mas para revelar a humanidade ferida por trás da alienação.

Estreada no Festival de San Sebastián, Cardo foi amplamente aplaudida por críticos espanhóis e rapidamente se tornou um fenómeno de culto. A primeira temporada — agora exibida pela primeira vez em Portugal — é o início de uma narrativa dividida em dois blocos intensos, com atuações memoráveis de Clara Sans, Diego Ibáñez, Pilar Gómez e Nur Olabarria.

Um espelho que muitos evitam

Ao contrário de tantas séries que pintam a juventude como algo leve ou aspiracional, Cardo é um espelho de altos contrastes. Mostra-nos o que preferimos ignorar: a banalidade do sofrimento, a busca constante por dopamina, e o isolamento emocional num mundo onde estamos todos “conectados”.

Mas também há luz. Há momentos de ternura, pequenos gestos de humanidade e beleza no caos. A florista Puri, por exemplo, torna-se uma figura de resistência — não só à gentrificação do bairro, mas à ideia de que a velhice é invisível.

Um retrato geracional que vai incomodar — e ainda bem

Se és fã de séries como EuphoriaSkins ou Veneno, prepara-te para algo ainda mais cru, mais europeu e, por isso mesmo, mais próximo. Cardo não te dá respostas. Mas obriga-te a fazer perguntas — e a sentir.

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A série estreia todas as quintas-feiras no TVCine Edition e está também disponível on-demand no TVCine+. Uma proposta imperdível para quem procura mais do que entretenimento: para quem procura verdade.

Michael B. Jordan em Dose Dupla: “Pecadores” Chega à Max e É o Primeiro Grande Candidato aos Óscares

O thriller vampiresco que conquistou a crítica, as bilheteiras e os corações dos cinéfilos já tem data marcada para chegar ao streaming.

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Depois de um arranque fulgurante nas salas de cinema — com mais de 363 milhões de dólares de receitas a nível mundial e uma recepção crítica absolutamente esmagadora — Pecadores prepara-se para conquistar agora os ecrãs domésticos. O filme de Ryan Coogler, protagonizado por Michael B. Jordan (em dose dupla!), chega à plataforma Max a 4 de julho, sem custos adicionais para os subscritores.

Estávamos todos à espera do próximo grande fenómeno pop-cultural no cinema de terror e… ele já chegou.

Um filme de terror com ambição dramática

Ambientado no Mississippi dos anos 1930, Pecadores mistura horror sobrenatural com comentário social e uma atmosfera tão densa quanto o calor do Sul dos Estados Unidos. Michael B. Jordan interpreta dois irmãos gémeos com destinos trágicos e entrelaçados numa narrativa que envolve racismo, religiosidade, violência e… vampiros.

Sim, vampiros. Mas esqueça o glamour à Anne Rice ou a pose romântica de Twilight. Estes são monstros brutais, quase bíblicos, que surgem como metáfora para uma América mergulhada no pecado e na culpa.

Ryan Coogler, depois de reinventar Rocky em Creed e de transformar Black Panther num marco cultural, mostra aqui a sua faceta mais sombria e madura. O resultado? Um thriller elegante, perturbador e cheio de camadas.

Um sucesso nas bilheteiras e nos agregadores

Com uma taxa de aprovação de 97% no Rotten Tomatoes por parte da crítica, e 96% por parte do público, Pecadorestornou-se o filme original mais rentável de 2025 até agora. Em Portugal, já foi visto por mais de 90 mil espectadores — números expressivos para um filme do género.

Mas mais do que números, Pecadores gerou conversa. Há quem o compare a Let the Right One In, outros apontam ecos de Fausto ou até Night of the Hunter. Seja qual for a referência, o consenso é claro: estamos perante um dos primeiros grandes candidatos aos Óscares.

Um elenco de peso

Além de Michael B. Jordan, que mostra aqui o seu melhor trabalho desde Fruitvale Station, o elenco conta ainda com Hailee Steinfeld, Jack O’Connell, Wunmi Mosaku, Delroy Lindo e o jovem estreante Miles Caton — que promete ser uma revelação.

A fotografia de Autumn Durald Arkapaw (de Loki) e a banda sonora gospel-blues também merecem menção especial. Tudo em Pecadores respira cinema de autor, com embalagem de blockbuster

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Se não viu Pecadores no cinema, a Max dá-lhe agora uma segunda oportunidade para mergulhar neste filme intenso, estilizado e profundamente original. A partir de 4 de julho, prepare-se para o sangue, a redenção… e talvez algumas lágrimas.

Santuário: A Série Distópica Que Vai Deixar os Espectadores a Arfar por Respostas

📺 Estreia a 25 de junho, às 22h10, no TVCine Edition e TVCine+

Num futuro em que o ar já não é respirável e o medo é disfarçado de cuidado, a nova série espanhola Santuário promete agarrar os espectadores ao ecrã com uma proposta inquietante que mistura a opressão silenciosa de The Handmaid’s Talecom a estética e inteligência de Westworld. Produzida por Álex de la Iglesia (30 MonedasA Casa de Papel), esta distopia climática é uma das grandes estreias do mês nos Canais TVCine — e já nasceu com selo de prestígio, tendo feito parte da seleção oficial da Berlinale.

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Bem-vindo ao Santuário — onde tudo é perfeito… ou não

A premissa é simples e, talvez por isso, ainda mais arrepiante: após uma catástrofe ambiental, as mulheres grávidas são levadas para viver numa instalação futurista chamada Santuário. A promessa? Um ambiente controlado, livre da poluição que assola o mundo exterior. Um lugar de serenidade, onde tudo é feito “pelo bem do bebé”.

Mas, como é habitual em histórias que cheiram a utopia higienizada, a fachada depressa começa a rachar.

É quando Pilar (Lucía Guerrero), grávida de três meses, chega ao Santuário, que as primeiras suspeitas surgem. E é com Valle (Aura Garrido), uma engenheira de Inteligência Artificial que aceita um emprego nas instalações, que começamos a perceber que este paraíso tem regras… e consequências.

Maternidade, controlo e inteligência artificial

Baseada num podcast de culto criado por Manuel Bartual e Carmen Pacheco, Santuário é muito mais do que uma simples série de ficção científica. É uma reflexão séria (e bastante atual) sobre o corpo feminino, a maternidade como espaço político, o uso da tecnologia como ferramenta de poder e a desigualdade social num mundo cada vez mais desigual — e tóxico, literalmente.

Com apenas 8 episódios, esta produção da Atresmedia é uma bomba em forma de série: envolvente, tensa e provocadora. E sim, há inteligência artificial, mas não do tipo que ajuda a fazer listas de compras. Esta IA observa, analisa… e manipula.

Uma estética fria para um futuro demasiado próximo

O visual da série reforça o desconforto. A cúpula onde vivem as grávidas é asséptica, branca, impecavelmente calma — e profundamente inquietante. O mundo lá fora está destruído, mas será que o verdadeiro perigo não mora mesmo dentro do Santuário?

Com interpretações poderosas de Aura Garrido (O Ministério do Tempo) e Lucía Guerrero (Caminantes), Santuário está pronta para provocar debate e gerar teorias semana após semana. Afinal, quantas vezes é que um lugar seguro se transforma numa prisão?

Conclusão: Um thriller para quem gosta de pensar (e desconfiar)

Santuário estreia a 25 de junho no TVCine Edition, e será exibida semanalmente às quartas-feiras. Para quem gosta de thrillers psicológicos, distopias que parecem demasiado plausíveis e ficção científica com substância, esta é uma aposta obrigatória.

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E a pergunta fica no ar: será mesmo pelo bem do bebé?

O Lado Negro de Stanley Ipkiss: Porque Está na Hora de Dar à Máscara a Reboot que Merece

🎭💥 Jim Carrey a dançar “Cuban Pete” é uma imagem gravada na retina de qualquer criança dos anos 90. The Mask(1994) foi um sucesso instantâneo, misturando humor desenfreado, efeitos visuais revolucionários e uma performance inesquecível de Carrey. Mas poucos sabem que por detrás do filme PG-13 existe uma origem muito mais sombria — e surpreendentemente fascinante.

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Na verdade, a personagem The Mask nasceu nas páginas de uma banda desenhada da Dark Horse Comics… e era tudo menos fofinha. Decapitações, caos urbano, professores aterrorizados e mísseis disparados sobre polícias corruptos. Sim, é verdade: o Stanley Ipkiss original não era um palhaço adorável. Era uma bomba de loucura homicida à espera de explodir. E há provas disso – num obscuro jogo de PC de 1994 que poucos se lembram de ter existido.

“The Mask: The Origin”: Uma Joia Digital Esquecida

Em plena era do CD-ROM, a Softkey aliou-se à Dark Horse para lançar uma adaptação digital dos cinco primeiros volumes da BD original. O resultado? The Mask: The Origin, uma espécie de motion comic com narração completa, efeitos visuais e cenas sangrentas animadas com um nível de empenho que ultrapassa muitos projetos independentes actuais.

Disponível hoje no YouTube (sim, já lá anda desde 1994!), esta versão da história é um vislumbre do que The Maskpoderia ser se Hollywood tivesse tido coragem de abraçar o seu lado mais negro. Em vez de um excêntrico super-herói ao estilo Tex Avery, temos um vigilante vingativo e instável que personifica a raiva reprimida de um homem humilhado — e que não hesita em usar métodos brutais para se impor.

Porque o Cinema Está Pronto Para Esta Versão

Desde Deadpool a Venom, o público já se habituou a protagonistas ultra-violentos com um sentido de humor distorcido. O que antes parecia demasiado arriscado para o grande público, agora é uma aposta segura. E The Mask, com o seu ADN anárquico e irreverente, encaixa perfeitamente neste novo cenário.

Ao contrário do filme com Jim Carrey, que termina com uma nota alegre e quase romântica, a história original mergulha nas consequências psicológicas de usar a máscara. A personagem do tenente Kellaway, por exemplo, torna-se uma figura trágica, consumida pela raiva e pela perda de controlo. Há espaço aqui para explorar temas como identidade, loucura e violência justificada — e isso dá pano para mangas no cinema actual.

Jim Carrey Foi Brilhante — Mas a Máscara Pode Ter Outra Cara

Não estamos a sugerir substituir ou apagar a versão de 1994. Aquela performance permanece lendária. Mas e se agora, passados 30 anos, revisitássemos o mito com novos olhos? Um reboot sombrio, com classificação para maiores de 18 anos, inspirado directamente nos comics, poderia transformar The Mask num fenómeno de culto para uma nova geração. Um filme que misture o caos do Joker, o humor negro de The Boys e o visual desvairado de um Sin City.

Seria o regresso triunfal de uma das personagens mais malucas — e mal interpretadas — dos anos 90.

Sunshine: O Filme de Ficção Científica Que Antecipou o Futuro (E Que o Público Ignorou)

📺 The Mask (1994) está disponível em streaming no Tubi, Prime Video e YouTube. O motion comic The Mask: The Origin pode ser visto gratuitamente no YouTube aqui

De Jedi a Heroína de Ação: Daisy Ridley Salta de Janelas (e Explosões) em Cleaner

🧼🚨 O que acontece quando pegamos numa atriz da saga Star Wars, um realizador com experiência em James Bond e uma premissa digna de Die Hard? O resultado chama-se Cleaner, e apesar de não reinventar o género, tem ação, coração e uma Daisy Ridley pronta para mostrar que o sabre de luz era apenas o início.

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Recém-chegado à HBO Max, este thriller de ação dirigido por Martin Campbell (sim, o de Casino Royale e GoldenEye) segue a fórmula clássica: um só local, um grupo de terroristas e uma protagonista que, contra todas as probabilidades, vai tentar salvar o dia.

Uma limpeza nada convencional

Daisy Ridley interpreta Joey Locke, uma ex-soldado agora transformada em empregada de limpeza num arranha-céus de uma poderosa empresa energética. A sua rotina vira do avesso quando o edifício é tomado por eco-terroristas durante a gala anual. E como se isso não bastasse, Joey tem consigo o irmão mais novo, Michael, neurodivergente, que tenta proteger a todo o custo.

Sim, soa a Die Hard. Mas Cleaner não é apenas uma cópia barata com uma protagonista feminina no lugar de Bruce Willis. A personagem de Joey é vulnerável, humana e real — e Ridley dá-lhe camadas que elevam o filme acima da mediania.

Nem tudo brilha como o vidro lavado

Apesar da boa premissa e de um terceiro acto cheio de adrenalina, Cleaner tropeça no meio do caminho. Grande parte do filme é passada em diálogos entre Joey e a polícia ou nos discursos dos vilões, o que faz com que o ritmo abrande em momentos críticos. O público vem pelo suspense e pelas cenas de ação… e estas demoram a chegar.

Mesmo com 97 minutos de duração, o filme parece demorar a descolar. Há também algumas personagens que poderiam ter tido mais destaque — especialmente o vilão principal.

Clive Owen está cá, mas é Ridley quem brilha

Clive Owen, como Marcus, o carismático líder dos eco-terroristas, tem presença e um motivo convincente. Mas é escandalosamente subaproveitado. Falta-lhe o confronto direto com a heroína, algo que teria dado mais peso ao clímax. Já o segundo vilão é tudo menos subtil: um vilão de bigode figurativo e motivação de papel de embrulho.

Porém, é Daisy Ridley que sustenta o filme. Em Joey Locke, Ridley encontra uma nova identidade cinematográfica: a de uma heroína de ação emocionalmente complexa. Nada de imitações baratas de John McClane — a sua personagem tem voz própria, ética, fragilidade e força. E queremos vê-la mais vezes neste registo.

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Vale a pena ver?

Se esperas o próximo clássico do cinema de ação, não é aqui que o vais encontrar. Mas Cleaner cumpre a sua função de entretenimento, e revela um novo lado de Daisy Ridley que merece continuar a ser explorado. Se gostas de thrillers em espaço fechado, com toques sociais e um toque de poeira a ser varrida a pontapé — literalmente — então este é um bom programa para uma noite de sofá.

Jude Law Quase Trocava Oscar por Baionetas: O Dia em Que Quase Entrou em The Patriot

🎬 E se Jude Law tivesse trocado a sua elegância britânica por um uniforme vermelho e um sotaque maníaco ao serviço do império? Por pouco isso não aconteceu. O galã de olhos claros que nos deu The Talented Mr. Ripley e Cold Mountainesteve mesmo perto de se juntar a Mel Gibson em The Patriot, o épico da Guerra da Independência realizado por Roland Emmerich. E, convenhamos, a história teria sido muito diferente…

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O Patriota com Sotaque de Oxford?

Em 2000, The Patriot era uma superprodução com cheiro a Oscar e sabor a pipoca. Mel Gibson estava no auge da carreira (antes de… bem, sabermos o que sabemos hoje) e foi pago uns estonteantes 25 milhões de dólares para liderar o filme como Benjamin Martin — uma espécie de Braveheart americano, agricultor de dia e máquina de vingança de noite. Do outro lado da barricada, como o infame coronel britânico William Tavington, entrou Jason Isaacs, hoje conhecido por muitos como Lucius Malfoy, mas que por pouco não ficou sem o papel.

Segundo o próprio Isaacs, numa entrevista recente ao Collider, a produção estava a aguardar resposta de… Jude Law. Sim, o eterno Dickie Greenleaf de Ripley tinha sido o primeiro nome a quem ofereceram o papel do vilão. Durante semanas, o estúdio esperou que Law se decidisse. E, só depois da bênção de Gibson, Law recusou. Isaacs entrou e, com uma gargalhada maquiavélica e muito bigode metafórico, tornou-se num dos vilões mais detestáveis do cinema da época.

O que teria acontecido se Law tivesse dito “sim”?

A pergunta é boa. The Patriot foi filmado antes de The Talented Mr. Ripley estrear e levar Jude Law à sua primeira nomeação ao Óscar. Na altura, era apenas uma aposta promissora, com o charme aristocrático e um talento dramático evidente, mas ainda não a estrela incontornável em que se tornou nos anos seguintes. A presença de Law no papel de Tavington teria provavelmente adicionado uma sofisticação sinistra à personagem. Mas também corria o risco de o colar a papéis de vilão europeu refinado ao serviço de heróis norte-americanos musculados — algo que poderia ter limitado a sua carreira criativa.

Ainda assim, há quem diga que teria sido um passo lógico. Afinal, Heath Ledger, outro actor em ascensão na altura, foi escolhido para interpretar Gabriel, o filho idealista de Mel Gibson. Imaginem só: Ledger e Law, lado a lado, a representar os dois lados de uma guerra — um com caracóis dourados e esperança no olhar, o outro com sotaque cortante e uma baioneta nas costas. Teria sido icónico? Possivelmente. Mas também teria afastado Law de papéis mais subtis e complexos.

Tudo acabou por correr bem (para quase todos)

Jason Isaacs agarrou o papel com unhas e dentes (e dentes afiados, já agora) e ofereceu-nos um vilão absolutamente detestável, como manda a tradição dos filmes de guerra de Hollywood. Jude Law, por sua vez, trocou a guerra de independência americana pela guerra civil americana em Cold Mountain, onde brilhou ao lado de Nicole Kidman e voltou a ser nomeado ao Óscar. E Mel Gibson… bem, o Mel Gibson dessa época já é outra história.

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The Patriot continua a ser visto como um dos grandes épicos do início dos anos 2000, ainda que recheado de licenças históricas e com um tom de bandeira ao vento. Mas agora sabemos que, num universo paralelo, esse vilão impiedoso podia ter sido Jude Law, com a sua beleza melancólica a fazer-nos duvidar de que lado deveríamos realmente estar.

O Patriota pode ser visto em streaming no Netflix e no Prime Video, e pode ser alugado no AppleTV

Seth Rogen e a Audição de Gigli Que Quase “Lhe Acabava a Carreira” 🤯

A comédia falhada que deu origem ao mito Bennifer… e que quase arruinava Seth Rogen antes mesmo de começar.

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Antes de ser o rei das comédias “fumadas” e o eterno bro de James Franco, Seth Rogen era apenas um jovem ator canadiano com muita vontade de impressionar. E foi precisamente isso que tentou fazer… numa audição para um dos maiores desastres cinematográficos dos anos 2000: Gigli.

Sim, esse Gigli. Aquele filme com Ben Affleck e Jennifer Lopez que custou mais de 70 milhões de dólares e arrecadou apenas 7 nas bilheteiras — e que ainda hoje ostenta uns generosos 6% de aprovação no Rotten Tomatoes. Uma obra-prima do cringe moderno.

Mas voltemos ao nosso herói.

“Se esta cassete sair cá para fora, a minha carreira acabou!”

Seth Rogen contou no programa Jimmy Kimmel Live que, há mais de 20 anos, fez uma audição para o papel de Brian — o jovem com deficiência cognitiva que acaba raptado por Affleck e Lopez — um papel que acabou por ir para Justin Bartha (The Hangover).

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Segundo o próprio Rogen, o guião da época não era exatamente sensível ou progressista na abordagem da personagem. Mas isso não o impediu de dar tudo por tudo. “Eu queria tanto impressionar que… bem, digamos que foi um erro,” confessou com um misto de vergonha e riso nervoso.

“Tive a tentação de fazer aqui uma imitação da audição… mas não posso. É tão má. Tão má. Seria o fim da minha carreira.” — Seth Rogen

O momento mais desconfortável (e hilariante)? Rogen admite que “não chegou a levar capacete para a audição, mas esteve em cima da mesa”. Humor negro à parte, percebe-se que o ator fala com total consciência de como o contexto mudou — e de como certas escolhas já não têm lugar.

Hollywood escapou… e Seth também

O mais curioso é que, segundo Rogen, se aquela gravação existisse em formato digital e viesse a público, ele estaria hoje numa tour de pedidos de desculpas e não a promover o seu novo trabalho.

“Se alguém tiver essa fita, por favor queime-a. Ou vendam-ma. Eu compro-a!”

A verdade é que Gigli foi um monumental fracasso — mas talvez o melhor que aconteceu a Seth Rogen. Escapou de uma comédia romântica que virou meme antes dos memes serem moda, e teve tempo de encontrar o seu verdadeiro talento com Virgem aos 40 AnosKnocked Up e Superbad.

Se calhar, até devíamos agradecer ao destino por essa audição ter corrido tão mal.

O Estranho Caso da Série dos “Irmãos” McConaughey e Harrelson: Produção Parada e Mudança de Rumo

A nova comédia da Apple TV+ entrou em pausa… e o final ainda está por escrever 🎬

Matthew McConaughey e Woody Harrelson são amigos há décadas, mas parece que viver juntos, mesmo que em ficção, pode trazer alguns desafios inesperados. A aguardada série de comédia da Apple TV+, ainda sem título oficial, viu a sua produção suspensa após o oitavo episódio – de um total de dez – e tudo indica que a questão está no final… que ninguém consegue decidir.

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Segundo avança o Deadline, o problema está na “visão criativa” para os últimos episódios. David West Read, showrunner da série e responsável por sucessos como Schitt’s Creek e The Big Door Prize, saiu do projecto. E quem poderá substituí-lo? Nada menos do que Lee Eisenberg, conhecido pelas séries Jury Duty e Lessons in Chemistry, que está agora em negociações para reescrever os dois episódios finais (e talvez até refilmar algumas cenas).

Uma história inspirada na vida real… ou quase

A série é produzida pela Skydance Television e pela Apple TV+, e é protagonizada pelos próprios McConaughey e Harrelson – que também são produtores executivos – interpretando versões ficcionadas de si mesmos. A premissa? Um “romance fraternal” peculiar que começa a complicar-se quando as suas famílias decidem viver juntas no rancho de Matthew, no Texas.

Descrita como uma comédia sobre amizade, diferenças e caos doméstico em ambiente campestre, a série prometia ser uma aposta forte da Apple no género da feel-good comedy, com um elenco que inclui nomes como Holland Taylor, Natalie Martinez, Brittany Ishibashi, Oona Yaffe e Highdee Kuan.

Mas parece que nem tudo são risos.

Pausa, reflexão… e reescrita

O ambiente em Austin, onde decorriam as filmagens, terá mudado de tom quando surgiram desacordos sobre como a temporada deveria terminar. Segundo fontes ligadas à produção, os produtores estavam divididos entre várias possibilidades narrativas, especialmente porque McConaughey e Harrelson têm um envolvimento profundo no rumo da história. É que a série é “libertinamente inspirada” na amizade real dos dois actores, o que acrescenta uma camada emocional (e, pelos vistos, também criativa) extra.

A pausa está em vigor e não há ainda data para retomar a produção. Com Lee Eisenberg em negociações para assumir o comando criativo, a série poderá ganhar uma nova direção antes de chegar ao público.

Uma aposta com potencial… e pressão

A Apple TV+ tem investido em conteúdos originais com nomes de peso, e esta série era uma das suas grandes apostas para 2025. Mas, ao contrário do habitual ritmo acelerado das produções televisivas, aqui os criadores decidiram colocar o pé no travão — talvez por estarem conscientes do potencial que o projecto tem para se tornar um sucesso. Afinal, reunir dois dos actores mais carismáticos de Hollywood numa comédia íntima e absurda é o tipo de ideia que soa a ouro.

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Mas como diria o próprio McConaughey: “Just keep livin’”… e, neste caso, também reescrever.

O Regresso Inesperado de “The Tomorrow War”: O Blockbuster de Chris Pratt Que Voltou à Vida no Streaming

Filme de ficção científica de 200 milhões foi descartado pelo estúdio — agora é um sucesso… outra vez

🎬 Em 2021, The Tomorrow War parecia condenado ao esquecimento. Um filme de acção e ficção científica em grande escala, com Chris Pratt como protagonista, que foi despejado pela Paramount em plena pandemia e lançado discretamente na Prime Video. A crítica torceu o nariz, os fãs não fizeram grande alarido, e o streaming engoliu mais um título caro e esquecível. Mas eis que, quatro anos depois, o improvável acontece: The Tomorrow War está de volta — e a conquistar o top de visualizações na Max.

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Afinal, há filmes que não morrem. Apenas hibernam.

Do “flop” estratégico ao fenómeno tardio

Realizado por Chris McKay (que nos trouxe o delicioso The LEGO Batman Movie), The Tomorrow War custou cerca de 200 milhões de dólares — uma quantia astronómica para um filme que não chegou às salas de cinema. A pandemia obrigou os estúdios a tomar decisões difíceis, e a Paramount, em crise de liquidez, decidiu vender vários títulos a plataformas de streaming: The Trial of the Chicago 7Annihilation e este Tomorrow War, que acabou por aterrar na Prime Video em vez de no grande ecrã.

Na altura, o filme teve críticas mornas (51% no Rotten Tomatoes), com muitos a considerarem-no um pastiche de clássicos dos anos 90 como Independence Day ou Godzilla. Mas agora, numa era onde os catálogos das plataformas são revisitados constantemente e o algoritmo tem memória curta, The Tomorrow War reaparece nas tendências — ocupando, a 20 de Junho, o 10.º lugar no top da Max, atrás apenas de alguns pesos pesados recentes como The Wild Robot e The Alto Knights.

Chris Pratt: o homem que nunca sai de moda

Apesar dos altos e baixos da crítica, Chris Pratt continua a ser um dos rostos mais populares de Hollywood. Depois de The Tomorrow War, voltou aos cinemas com Jurassic World: Dominion (mais de mil milhões de dólares em receita global, mesmo com críticas negativas), e emprestou a voz a sucessos como Super Mario Bros. e Garfield. O primeiro ultrapassou os 1,3 mil milhões de dólares e consolidou Pratt como um verdadeiro íman de bilheteira.

Mais recentemente, a Netflix investiu 320 milhões (!) em The Electric State, outro projecto liderado por Pratt, que não teve a recepção esperada. Mas como The Tomorrow War prova, o tempo no mundo do streaming é relativo. Hoje é flop. Amanhã é tendência.

O que vale afinal The Tomorrow War?

Não é um novo clássico da ficção científica, nem tenta ser. Mas há uma honestidade no seu ADN: é entretenimento puro, com explosões, viagens no tempo, monstros alienígenas e uma tentativa de salvar o mundo com o relógio a contar. É, acima de tudo, um filme que merece ser redescoberto por quem procura duas horas de acção descomprometida e eficaz — mesmo que não deixe grande impacto a longo prazo. E, convenhamos, há espaço no nosso coração cinéfilo para isso.

De Wakanda a Gotham: Os Filmes de Super-Heróis Que Vão Dominar o Verão na STAR 💥🦸‍♀️

🎥 The Tomorrow War pode ter sido um título esquecido no meio da pandemia, mas o seu regresso inesperado às listas de mais vistos mostra que o streaming tem o poder de dar nova vida até ao mais improvável dos blockbusters. E Chris Pratt, mesmo quando tropeça, nunca fica longe do centro do palco.

De Wakanda a Gotham: Os Filmes de Super-Heróis Que Vão Dominar o Verão na STAR 💥🦸‍♀️🦇

O STAR Channel promete um verão com capas ao vento, superpoderes em alta voltagem e uma dose épica de adrenalina. O especial “Super-heróis de peso” reúne alguns dos maiores êxitos do cinema de acção e aventura moderna — daqueles que redefiniram o género e deixaram os fãs a salivar por mais. De Wakanda à destruição de Gotham, passando pelo caos organizado da Suicide Squad, este é o alinhamento que transforma o sofá na tua próxima sala de cinema privada.

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Black Panther: Wakanda Forever – O Legado Continua 🐾👑

Começamos com um dos títulos mais emocionais do Universo Cinematográfico Marvel. Black Panther: Wakanda Forever(2022) não é apenas uma continuação – é uma carta de amor a Chadwick Boseman, o eterno T’Challa. Realizado por Ryan Coogler, o filme mergulha-nos no luto colectivo de Wakanda e na ascensão de uma nova protetora.

Letitia Wright assume o protagonismo como Shuri, enfrentando não só as ameaças externas (como a civilização submarina de Talokan liderada por Namor), mas também o peso de um legado incomparável. O filme foi um sucesso estrondoso de bilheteira e arrecadou cinco nomeações aos Óscares, vencendo o de Melhor Guarda-Roupa. Um épico com coração e inteligência política.

The Flash – Viagem no Tempo e Batman… Versão Keaton! ⚡🦇

Se The Flash (2023) se tornou um dos filmes mais debatidos do universo DC, foi por boas razões. Ezra Miller regressa como Barry Allen e mete o pé na linha do tempo com consequências absolutamente catastróficas — mas também absolutamente cinematográficas.

A cereja no topo do multiverso? Michael Keaton regressa como Batman, décadas depois da sua última aparição. Sim, leu bem. O Cavaleiro das Trevas com olhos azuis e frases secas volta à carga, e não está aqui para brincadeiras. O filme junta ainda Ben Affleck e Sasha Calle como Supergirl, num espectáculo visual que celebra (e embaralha) tudo o que já conhecemos sobre heróis e timelines.

Suicide Squad – Vilões com estilo e explosões a gosto 💣🎭

De James Gunn, mestre do caos narrativo com coração, The Suicide Squad (2021) é aquilo que o primeiro filme de 2016 tentou ser e nunca conseguiu: insano, divertido e gloriosamente sangrento.

Margot Robbie regressa como Harley Quinn, ao lado de Idris Elba, John Cena e Viola Davis. Junta-se um tubarão falante (King Shark), uma estrela-do-mar gigante e um senso de humor negro que desafia todas as regras do jogo. É um filme onde os vilões brilham mais do que os heróis, e onde cada explosão vem com uma piada no bolso.

X-Men: Fénix Negra – A Queda da Fénix 🔥🧠

No capítulo final da saga dos X-Men sob a alçada da 20th Century Fox, Fénix Negra (2019) tenta fechar com chave de fogo a história de Jean Grey. Sophie Turner regressa ao papel, agora possuída por uma força cósmica incontrolável que ameaça destruir tudo e todos.

O filme teve uma recepção mista — entre críticas à execução e elogios às prestações de Turner e James McAvoy — mas continua a ser essencial para quem acompanha a evolução desta família disfuncional de mutantes desde o ano 2000. E há que dizer: quando X-Men é o “pior” filme do especial, é porque o nível está mesmo alto.

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Se és fã de super-heróis, mutantes, vilões encantadores ou apenas de cinema que dá cabo do subwoofer da sala, então o STAR Channel tem-te preparado um verão onde não precisas de salvar o mundo — só de o ver em grande estilo.

Netflix Entra no Mundo da Televisão Tradicional: Acordo com TF1 Revoluciona o Streaming em França 📺🇫🇷

O que parecia impensável há poucos anos acaba de se tornar realidade: a Netflix, símbolo máximo da revolução do streaming e da morte da televisão tradicional, vai começar a emitir canais lineares em direto — e logo em parceria com a TF1, o maior grupo de media comercial em França.

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O anúncio foi feito no Festival Cannes Lions, e marca uma viragem histórica para a gigante norte-americana, que até agora sempre se tinha recusado a seguir o modelo clássico da televisão por cabo. A partir do verão de 2026, os subscritores franceses da Netflix terão acesso não só a cinco canais da TF1 em direto, como a um impressionante catálogo de 30 mil horas de conteúdos on-demand da plataforma TF1+ — tudo através da interface da Netflix.

Da guerra ao casamento: o streaming junta-se à TV

Durante anos, o discurso da Netflix foi claro: o futuro era o on-demand. Mas à medida que o mercado se satura, as receitas de publicidade caem e as audiências fragmentam-se, o modelo linear começa a ganhar um novo fôlego. E é precisamente esse o cenário que levou à aproximação entre dois gigantes aparentemente rivais.

Para Greg Peters, co-CEO da Netflix, a lógica é clara: “Alguns públicos franceses já pensam em televisão como sendo Netflix.” Este acordo “é uma oportunidade de trabalharmos com a maior emissora do ecossistema mediático francês”.

Para o grupo TF1, que ainda alcança 58 milhões de telespectadores mensais com os seus canais e serve 35 milhões de utilizadores no TF1+, a aliança é um golpe de mestre. Como explicou o CEO Rodolphe Belmer, “à medida que os hábitos de visualização migram para o digital, esta parceria permite que o nosso conteúdo chegue a audiências inigualáveis — e abre novas portas para os anunciantes.”

O que muda na prática?

Este será o primeiro grande teste da Netflix no mundo da emissão linear ao vivo, com um cardápio recheado:

  • Séries populares como Brocéliande e Erica
  • Telenovelas e programas de grande audiência
  • Reality shows como The Voice
  • Eventos desportivos em direto

Ou seja, tudo o que antes seria inimaginável numa plataforma feita para ver “quando e como quiseres” passa agora a estar disponível também em tempo real. Uma verdadeira televisão dentro da Netflix — sem precisar de mudar de aplicação.

E depois de França?

O sucesso desta aliança poderá ditar o rumo de futuras parcerias noutros países. A Netflix já sinalizou que vai avaliar cuidadosamente os resultados deste teste em França antes de avançar para modelos semelhantes noutros territórios. E as emissoras tradicionais por esse mundo fora — muitas delas em apuros — estarão certamente atentas ao que aqui se joga.

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Para já, nenhum detalhe financeiro foi revelado, nem se sabe como serão partilhadas as receitas de subscrição e publicidade. Mas uma coisa é certa: esta jogada marca uma redefinição radical do que é (ou pode ser) uma plataforma de streaming em 2026.

“Bruno Reidal”: Um Retrato Sombrio da Mente de um Assassino Chega ao Filmin 🧠🩸

Estreou agora no Filmin aquele que é um dos filmes mais perturbadores e intelectualmente exigentes do cinema francês recente. “Bruno Reidal – Confissão de um assassino”, primeira longa-metragem de Vincent Le Port, baseia-se num caso real que chocou França no início do século XX e promete deixar os espectadores com o estômago às voltas e a mente em ebulição.

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Aclamado em festivais internacionais e elogiado pela crítica pelo rigor psicológico e estilístico, este filme não é uma simples obra criminal. É uma imersão profunda no abismo da psicopatia, um estudo de personagem rigoroso e inquietante, e, acima de tudo, uma reflexão sobre a origem do mal.

Baseado em factos reais: o caso de Bruno Reidal

Corria o ano de 1905 quando Bruno Reidal, um jovem seminarista de 17 anos, cometeu um crime brutal: assassinou e decapitou um rapaz de 12 anos numa floresta do sul de França. Após se entregar à polícia, o jovem escreveu, por sugestão dos psiquiatras que o avaliaram, uma longa e meticulosa confissão autobiográfica, onde tentava explicar — ou pelo menos entender — os motivos do seu gesto.

É precisamente esse documento real que serve de base ao argumento do filme. A narrativa acompanha, em forma de flashbacks clínicos, a infância, a adolescência e os conflitos interiores de Bruno, guiando-nos pelos labirintos da sua sexualidade reprimida, da sua obsessão com a morte e da sua angústia existencial.

Um exercício cinematográfico frio… e fascinante

“Bruno Reidal” não é um filme fácil, nem pretende ser. Com uma estética austera, montagem precisa e fotografia que quase parece querer esconder as emoções, o realizador Vincent Le Port convida o espectador a olhar, quase como um médico-legista da alma, para o processo de desumanização que levou Bruno ao homicídio.

O jovem ator Dimitri Doré entrega uma performance absolutamente magnética e assustadora — uma mistura de fragilidade e intensidade que transforma cada cena num campo minado de inquietação. O seu Bruno é simultaneamente vítima e monstro, produto do meio e aberração individual, despertando no espectador mais questões do que certezas.

Uma experiência cinematográfica para espíritos fortes

A exibição de “Bruno Reidal” no Filmin representa uma excelente oportunidade para quem procura cinema que vá além do entretenimento. Aqui não há soluções fáceis, nem catarse moral: há apenas a inquietante possibilidade de olhar de frente para aquilo que a sociedade prefere esquecer — a violência fria, o desejo inconfessável, o peso do silêncio familiar e religioso.

É uma obra que convida ao debate, seja em torno da psiquiatria forense, da repressão sexual em contextos religiosos, ou da própria natureza do mal.

Já disponível no Filmin

“Bruno Reidal – Confissão de um assassino” já está disponível na plataforma Filmin, com legendas em português. É um daqueles filmes que nos deixam sem fôlego — não por excesso de ação, mas pela intensidade psicológica e ética do que se está a ver.

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Para quem gosta de cinema que desafia, que incomoda e que nos obriga a pensar para além dos créditos finais, este é, sem dúvida, um visionamento obrigatório. Prepare-se. E veja com tempo.

“The Bear” está de volta: Temporada 4 chega ao Disney+ com mais drama, caos e perfeição culinária 🍽️🔥

O restaurante voltou a abrir portas… e promete servir tensão em cada prato. A aclamada série “The Bear” regressa com a sua quarta temporada no Disney+ a 26 de junho de 2025, pronta para nos levar de novo aos bastidores mais frenéticos da restauração, onde o caos, o trauma e o talento convivem num equilíbrio tão instável quanto irresistível.

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Se nas temporadas anteriores já tínhamos ficado colados ao ecrã com os gritos na cozinha, as queimaduras emocionais e o ritmo alucinante da narrativa, a nova temporada eleva a fasquia — tanto em termos de enredo como de ambição.

Carmy, Sydney e o sonho (quase) impossível

A quarta temporada continua a seguir o percurso de Carmen “Carmy” Berzatto (Jeremy Allen White), um chef premiado que deixou a alta cozinha para salvar o restaurante de família, The Original Beef, em Chicago. Mas o projeto de transformar a velha casa de sandes num restaurante de excelência — “The Bear” — é mais do que um desafio profissional: é uma catarse emocional.

Ao lado de Sydney (Ayo Edebiri), a sua braço-direito e co-chef, e de uma equipa tão disfuncional quanto apaixonada, Carmy tenta encontrar ordem no caos, sentido na dor e, talvez, redenção no meio da farinha, da faca e do fogo.

Mas o caminho até à estrela Michelin continua repleto de obstáculos: tensão entre sócios, egos feridos, dívidas que apertam e fantasmas do passado que teimam em aparecer. E tudo isto… em plena hora de jantar.

Uma série sobre muito mais do que comida

“The Bear” é, tecnicamente, uma série sobre um restaurante. Mas na verdade é um drama humano intenso, que fala sobre luto, legado, ansiedade, esperança, e a procura obsessiva pela perfeição — mesmo quando o mundo (e a cozinha) parecem desmoronar a cada segundo.

A realização mantém a assinatura nervosa, com planos apertados, cortes bruscos e uma banda sonora que pulsa com a intensidade de cada serviço. Mas é no elenco — brilhante, autêntico, vulnerável — que reside o verdadeiro trunfo da série.

Críticas, prémios e culto

Desde a estreia, “The Bear” conquistou crítica e público, vencendo vários prémios (incluindo Emmy e Critics Choice), e criou uma base de fãs devota. A terceira temporada, que estreou em 2024, terminou com um cliffhanger emocional, e a quarta promete retomar precisamente esse fio, aprofundando ainda mais as relações entre personagens.

Jeremy Allen White continua a mostrar porque é um dos atores mais requisitados da atualidade, enquanto Ayo Edebiri se afirma como uma das grandes revelações da nova geração. O restante elenco — Ebon Moss-Bachrach, Lionel Boyce, Liza Colón-Zayas e Abby Elliott — completa este prato cheio de talento.

Uma estreia a não perder

A temporada 4 de “The Bear” estreia a 26 de junho de 2025 no Disney+, e promete mais uma ronda de episódios intensos, emocionais e com sabor a verdade. Se ainda não viste as temporadas anteriores, aproveita para fazer binge — mas prepara-te: esta série não é para ver enquanto se janta. A tensão é tanta que nem a sobremesa desce bem.

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“Ironheart”: A Nova Série da Marvel Que Vai Derreter o Aço do Disney+ 🦾🔥

A partir de 25 de junho de 2025, o universo Marvel ganha nova protagonista no Disney+ com a estreia de “Coração de Ferro” (Ironheart) — uma série que promete trazer de volta a vibração tecnológica de Iron Man, mas com uma alma nova, jovem e desafiadora. E não, isto não é só mais uma série da Marvel. É uma afirmação. Um grito de independência revestido de ferro… e coração.

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Quem é Ironheart?

Para os mais distraídos, Riri Williams é uma jovem prodígio da engenharia, apresentada pela primeira vez nos comics em 2016. Com apenas 15 anos, frequentava o MIT e, claro, construiu a sua própria armadura à imagem de Tony Stark. Mas Riri não é apenas “a sucessora de Iron Man” — é uma protagonista com força própria, num mundo que, por vezes, teima em não a levar a sério.

O público conheceu-a no grande ecrã em Black Panther: Wakanda Para Sempre (2022), onde roubou boa parte das cenas com carisma e inteligência — e agora chega à sua série a solo, pronta para conquistar o ecrã e levantar questões sérias sobre poder, responsabilidade e identidade.

O que esperar da série?

“Ironheart” começa com Riri de regresso a Chicago depois dos acontecimentos em Wakanda. Está mais madura, mais confiante… mas também mais exposta. Entre lidar com as expectativas do mundo e os demónios que não se vencem com uma armadura, Riri vai enfrentar um novo e inquietante vilão: O Capuz (The Hood).

Interpretado por Anthony Ramos, O Capuz não é apenas um vilão clássico. Ele representa a colisão entre tecnologia e misticismo — um tema que promete ser o coração temático da série. Numa Marvel que tantas vezes se baseia em ciência e super-soldados, Ironheart traz a dicotomia entre o racional e o inexplicável. O que acontece quando a lógica da engenharia colide com o sobrenatural?

Diversidade e poder: um novo olhar para a Marvel

A Marvel tem apostado cada vez mais em expandir o seu universo para novas vozes e perspetivas. Depois do impacto cultural de Ms. Marvel ou Moon Knight“Ironheart” posiciona-se como uma das séries mais socialmente relevantes da nova fase do MCU. Não apenas pela representatividade — com uma jovem protagonista negra e superdotada — mas pela forma como confronta temas como desigualdade, racismo estrutural e o acesso à tecnologia.

A série é produzida pela Marvel Television e mantém o padrão de qualidade elevado a que os fãs do estúdio já estão habituados. Mas é no coração da narrativa, e não no CGI, que reside a sua maior força.

Iron Man ficaria orgulhoso

Ao mesmo tempo que presta homenagem a Tony Stark — o mentor ausente — “Ironheart” não se limita a seguir os seus passos. Riri traça o seu próprio caminho, com falhas, dúvidas, humor e muita humanidade. Há ação, claro. Mas também há pensamento, crescimento e — tal como o nome indica — muito coração.

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“Ironheart” estreia a 25 de junho no Disney+, com episódios semanais que prometem fazer barulho. Porque o ferro pode ser frio, mas quando moldado com alma… transforma-se em algo imparável.

Revólveres, Salões e Lendas: O Western Está de Volta no STAR Movies — e Há Muito Pó para Levantar 🤠🔥

Julho promete ser o mês mais poeirento e nostálgico do ano para os amantes do bom e velho western. O STAR Movies preparou um especial de programação que atravessa o mês inteiro, de 1 a 31 de julho, dedicado a um dos géneros mais icónicos da história do cinema. São clássicos, pérolas escondidas e autênticas relíquias que nos fazem lembrar que, antes dos super-heróis e das sequelas infindáveis, havia cowboys de chapéu torto, cavalos a galope e duelos ao pôr do sol.

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Quando o western era rei — e ainda sabe atirar

Há algo de profundamente cinematográfico no western. O cenário árido, os silêncios longos, os códigos de honra, os heróis solitários e os vilões cruéis. Era ali, na vastidão do deserto e na simplicidade moral do “bem contra o mal”, que Hollywood construía mitos. E em julho, o STAR Movies traz de volta esses mitos com um alinhamento que é ouro puro para qualquer cinéfilo que se preze.

Entre os destaques estão Rio Grande, de John Ford, com John Wayne em modo “toda a poeira do deserto é minha”; Johnny Guitar, o western feminista avant la lettre com Joan Crawford de pistola em punho; ou Destry, com Charlton Heston a manter a lei e a ordem entre saloons e foras-da-lei.

Mas há mais. Muito mais.

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Do clássico absoluto ao faroeste B com charme

Para quem gosta do western puro e duro, com índios e cavalaria, temos Barreiras de FogoO Segredo da MontanhaUm Dia de FúriaFronteiras do Orgulho e Amizade Sangrenta — todos com aquele charme vintage dos anos 50, quando o cinema ainda cheirava a película e tabaco.

Há ainda espaço para aventuras mais existenciais, como Anos de Violência, com Tony Curtis a tentar limpar o seu nome antes que o linchem, e o delicioso O Parceiro do Diabo, onde George Peppard regressa para ajustar contas com antigos comparsas.

Para quem aprecia westerns com um toque de psicologia e política, Walk the Proud Land (com Audie Murphy) mostra um homem branco a tentar conquistar a confiança de uma reserva Apache — uma narrativa rara para a época, que vai muito além do simplismo habitual.

Uma maratona para quem ainda acredita que um bom western nunca morre

Durante cinco semanas, o STAR Movies vai ser território reservado a xerifes de fala pausada, pistoleiros em busca de redenção, donas de salão destemidas e bandidos com olhos de gelo. Com sessões todas as noites, o canal faz justiça ao género que ajudou a definir a linguagem do cinema moderno.

E como cereja no topo do bolo, há títulos lendários como Dois Homens e Um Destino (com Paul Newman e Robert Redford), Bandolero!Deus Perdoa… Eu Não! e o italiano Um Homem, Um Cavalo, Uma Pistola, prova de que o western spaghetti também tem lugar na festa.

Porquê voltar ao western?

Porque estes filmes são mais do que tiroteios e chapéus. São parábolas morais, reflexões sobre a justiça, sobre o que significa ser homem (e mulher) num mundo em transição. São a origem de quase tudo o que hoje vemos nas séries de crime, nos blockbusters e até nos videojogos.

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E porque às vezes, entre tanta modernidade, sabe bem voltar ao básico: uma estrada poeirenta, um duelo final… e aquele silvo inconfundível de Ennio Morricone na nossa cabeça.

“Absolvição”: Liam Neeson Regressa ao Crime e ao Coração Num Thriller de Vingança com Emoção à Flor da Pele 🔫❤️

Há atores que parecem ter nascido para carregar a culpa às costas e empunhar uma pistola em simultâneo. Liam Neeson é um desses. Em Absolvição (Thug, no original), o ator irlandês volta a vestir a pele de um homem quebrado, duro por fora, mas com feridas profundas por sarar — e fá-lo com uma melancolia contida que encaixa perfeitamente nesta história de redenção com cheiro a pólvora.

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O filme estreia no TVCine Top no sábado, 21 de junho, às 21h30, e é daqueles thrillers que, mais do que tiros e perseguições, oferece um retrato sombrio de um homem a lutar contra o tempo, os seus fantasmas e um passado demasiado violento para ser ignorado.

Quando o passado bate à porta… com luvas de boxe

Neeson interpreta Thug, um ex-pugilista endurecido pela vida e pelos anos ao serviço do submundo do crime. Agora, envelhecido e com uma doença degenerativa a roubar-lhe a memória, Thug percebe que a única coisa que ainda pode tentar salvar é a relação com a filha, Daisy, e com o neto, Dre — duas presenças que abandonou demasiado cedo, mas que nunca deixou de amar.

Mas claro, como seria de esperar num filme com Liam Neeson, o passado não larga facilmente os seus protagonistas. E neste caso, o submundo a que Thug pertenceu não está disposto a deixá-lo sair em paz. O resultado? Um regresso inevitável à violência — mas agora com um propósito maior do que a sobrevivência: a absolvição.

Um thriller de ação com alma — e peso

Realizado por Hans Petter Moland, cineasta norueguês que já tinha colaborado com Neeson em Cold PursuitAbsolviçãodistingue-se da média dos filmes de ação pelo seu tom grave, quase contemplativo. Sim, há perseguições, confrontos e ameaças de morte, mas o que realmente está em jogo aqui é a redenção de um homem que sabe que está a perder a cabeça… e que já perdeu demasiado tempo.

É uma espécie de Taken envelhecido, mais lento e mais emocional, com a violência a servir como pano de fundo para uma história sobre paternidade falhada, oportunidades perdidas e a urgência de fazer as pazes antes que a memória apague tudo.

Neeson em modo crepúsculo, com elenco de peso

A presença de Neeson domina o ecrã, com aquele olhar cansado e voz grave que dizem tudo mesmo quando o guião se cala. Mas o elenco que o acompanha não fica atrás: Ron Perlman surge como um antagonista à altura, Yolanda Ross dá corpo a uma Daisy complexa, dividida entre o rancor e a ternura, e Daniel Diemer, Javier Molina e Jimmy Gonzales ajudam a compor este retrato de laços frágeis e violência à espreita.

Absolvição não é só para Thug — é também para o espetador

O filme não reinventa o género, mas oferece algo que raramente se vê neste tipo de narrativa: espaço para respirar, para reflectir e, acima de tudo, para sentir. É um thriller maduro, com o coração bem no centro da mira.

Se gosta de cinema de ação que não dispensa a emoção, se aprecia Neeson em modo silencioso mas letal, e se procura uma história que fala sobre perdas reais — as emocionais, as familiares, as que o tempo não perdoa — então Absolviçãomerece a sua atenção.

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“Idade da Pedra”: A Pré-História à Portuguesa com Telemóveis, Tribos Rivais e Muito Humor na TVCine Top

E se o primeiro grande conflito da história da humanidade tivesse começado… por causa de um telemóvel? Idade da Pedra, a nova comédia portuguesa que estreia no TVCine Top este domingo, dia 22 de junho, às 21h35, leva-nos até à pré-história, mas com um twist muito moderno — e deliciosamente absurdo.

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Faz-Coisas, um génio incompreendido… com azar na cabeça

O protagonista desta aventura é Faz-Coisas, um inventor pré-histórico constantemente ignorado pela sua própria tribo de nortenhos — incluindo pela mulher, Manda-Vir, e pelo irmão Faz-Faísca, que é celebrado como o “pai do fogo”. Só que, um dia, tudo muda. E como? Com um bom e velho golpe de sorte (ou azar): um telemóvel vindo sabe-se lá de onde (talvez do futuro, talvez de Chelas) cai-lhe em cheio na cabeça.

A partir daí, começa a confusão: Galo da Praia, o Ancião da tribo do Norte, ouve os sons do telemóvel e convence-se de que se trata da “voz dos deuses”. Naturalmente, o objeto torna-se sagrado, gerando inveja e cobiça na tribo rival — os alentejanos liderados pelo folclórico Bóina-Chaparro, que envia dois espiões muito pouco discretos, Azeite Virgem e Abuínha do Monte, para o roubar.

Resultado? Uma guerra tribal iminente, muita parvoíce e uma corrida contra o tempo, em que o pacato (mas engenhoso) Faz-Coisas tenta impedir que o primeiro telemóvel da História acabe por destruir a paz entre povos.

Uma comédia com sotaques, sarcasmo e uma pontinha de crítica

Idade da Pedra não pretende reinventar a roda — aliás, provavelmente ainda nem foi inventada no universo do filme. Mas o que faz, faz com graça, ironia e um espírito profundamente português. A rivalidade entre nortenhos e alentejanos é aqui explorada com todos os estereótipos possíveis… mas sempre com carinho e sentido de humor. O filme brinca com os hábitos, os tiques e as manias regionais, e junta-lhes um enredo onde o sagrado e o tecnológico colidem de forma deliciosamente anacrónica.

Há também uma piscadela de olho ao mundo moderno — do fanatismo em torno da tecnologia à facilidade com que se erguem mitos à volta de gadgets que ninguém entende. Faz-Coisas é, nesse sentido, uma personagem quase trágica: um visionário a quem ninguém liga até que um objeto externo lhe dá “autoridade divina”. E como acontece tantas vezes, o que começa por ser admiração rapidamente se transforma em ganância coletiva.

Um elenco afinado com o disparate

Realizado por Gonçalo Oliveira, com argumento de André Mateus, o filme conta com um elenco português cheio de ritmo cómico e muita vontade de se divertir. Dinarte Freitas lidera como Faz-Coisas, com João Seabra, João Dantas, Miro Uemba, Pedro Neves e… Ana Malhoa (!), todos a contribuírem para um registo que mistura o humor físico de desenho animado com o disparate verbal tipicamente tuga.

O resultado? Uma hora e meia de gargalhadas, referências improváveis, expressões deliciosamente trogloditas e diálogos que, com sorte, se tornam memes nacionais. E tudo isto sem esquecer que, no fundo, estamos a assistir a uma história sobre comunicação — e sobre o que acontece quando essa comunicação é mal interpretada… mesmo que venha com rede 5G.

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Uma estreia para ver em família — e rir da nossa própria “evolução”

Depois da sua passagem pelas salas de cinema, Idade da Pedra chega agora à televisão portuguesa com estreia exclusiva no TVCine Top e no TVCine+, já este domingo, 22 de junho, às 21h35. É uma proposta leve, escancaradamente divertida, perfeita para fechar o fim de semana com um sorriso — e talvez um grunhido pré-histórico.

TROLLS 3 – TODOS JUNTOS! Estreia nos TVCine a 20 e 21 de Junho

Preparem as vossas vozes, os vossos penteados (coloridos, de preferência!) e a vossa melhor disposição: os Trolls estão de regresso com mais música, mais brilho e, claro, mais surpresas no novo capítulo da saga, Trolls 3 – Todos Juntos! A estreia acontece no TVCine Top nos dias 20 (versão original) e 21 de junho (versão portuguesa), com uma programação dupla irresistível para fãs de todas as idades.

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De namorico a resgate familiar… com muito pop à mistura!

Se ainda se lembram dos namoricos entre Poppy e Branch nos primeiros dois filmes, preparem-se para a evolução da relação: agora são oficialmente um casal. Mas como em qualquer boa comédia romântica musical com trolls a cantar e dançar, há sempre um passado obscuro (ou pelo menos muito colorido) à espreita.

Eis que ficamos a saber que Branch, o troll mais reservado da aldeia, teve um passado glorioso numa boys band chamada BroZone, ao lado dos seus quatro irmãos: Floyd, John Dory, Spruce e Clay. A banda separou-se quando Branch era ainda bebé, e desde então, ele nunca mais viu os irmãos.

Mas tudo muda quando Floyd é raptado por dois vilões pop-star decadentes e cheios de purpurinas — Velvet e Veneer — que têm planos tão nefastos quanto espalhafatosos. A missão? Salvar Floyd, reunir os irmãos BroZone e, quem sabe, voltar a pôr a banda a tocar (e a cantar) junta.

Música, cor e nostalgia para toda a família

Com realização de Tim Heitz e Walt Dohrn — este último já uma figura conhecida da saga —, Trolls 3 – Todos Juntos!traz novamente para o grande (ou pequeno) ecrã os icónicos “Trolls da sorte”, baseados nos bonecos criados pelo dinamarquês Thomas Dam. A DreamWorks continua assim a alimentar uma das marcas mais queridas do universo infantil, agora com ainda mais ritmo e emoção.

Como bónus especial, antes de cada exibição de Trolls 3 – Todos Juntos!, será transmitido o segundo filme da saga, Trolls: Tour Mundial — porque, convenhamos, nunca é demais ver os nossos trolls favoritos a conquistar palcos e corações.

Onde e quando ver?

  • 20 de junho (quinta-feira):
    • Trolls: Tour Mundial (versão original) – 20h00
    • Trolls 3 – Todos Juntos! (versão original) – 21h30
  • 21 de junho (sexta-feira):
    • Trolls: Tour Mundial (versão portuguesa) – 9h30
    • Trolls 3 – Todos Juntos! (versão portuguesa) – 11h00

Tudo no TVCine Top. E para quem perder, os filmes estarão também disponíveis no TVCine+!


Quer sejam fãs desde o primeiro acorde ou apenas estejam à procura de um filme divertido para ver com os miúdos (ou sozinhos, sem vergonha), Trolls 3 – Todos Juntos! promete gargalhadas, canções contagiantes e uma boa dose de ternura à moda dos trolls. E quem sabe? Talvez também desperte a vontade de reunir a vossa própria banda de irmãos! 🎶✨

“Porque Não Ganhaste um Óscar”: Robin Wright Revela a Verdade Crua Sobre House of Cards

Igualdade salarial? Só quando fores premiada — mesmo numa série “revolucionária”

Foi a série que mudou tudo. House of Cards não só lançou a Netflix para o mundo da produção de conteúdo original, como marcou o início de uma nova era para o streaming. Mas para Robin Wright, que protagonizou a série ao lado de Kevin Spacey, nem tudo foi revolução. Sobretudo no que toca ao salário.

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Durante o Festival de Televisão de Monte Carlo, a atriz revelou que teve de travar uma verdadeira batalha por igualdade salarial com o colega de elenco — e a resposta que recebeu dos produtores é digna de um episódio sombrio da própria série.

“Quando disse: ‘Acho que é justo [ganhar o mesmo que o Kevin Spacey], porque a minha personagem se tornou tão popular como a dele’, eles responderam literalmente: ‘Bem, não podemos pagar-te o mesmo enquanto atriz’”, contou Wright, citada pela Variety e pela Deadline.

A desculpa? Não tens um Óscar na estante

Robin Wright interpretava Claire Underwood, uma das personagens mais fascinantes da série, cuja ascensão ao poder foi tão impactante como a do próprio Frank Underwood. Mas, aparentemente, o impacto no ecrã não era suficiente para equilibrar os salários fora dele.

“Porque não ganhaste um Óscar”, foi a resposta que lhe deram.

Para contornar a situação sem, claro, pagar-lhe o mesmo, a proposta foi criativa: três salários diferentes — atriz, produtora executiva e realizadora de alguns episódios.

“Vamos dividir para igualar”, disseram-lhe. Uma frase que soa a justiça, mas que, no fundo, é um truque para evitar confrontar o verdadeiro problema.

Robin Wright reconhece que ficar zangada “não mudaria nada”. O protocolo — esse ente invisível que tudo justifica — continua a imperar.

“Se perguntarem: ‘Por que é que esta ou aquela atriz não recebeu o mesmo que o Will Smith?’, eles dizem: ‘Vai subir depois de ganhares [o Óscar]’.”

Nomeações? Isso não paga contas

A atriz mostrou-se pragmática ao relatar o absurdo da situação: nem uma nomeação servia de argumento para subir o salário. O mundo de Hollywood (e agora o do streaming) continua preso a critérios antiquados, onde o prestígio de uma estatueta dourada vale mais do que o sucesso da personagem, a popularidade da série ou o impacto cultural.

“Nomeação, nem tanto. O que é que isto tem a ver com receber um aumento?”, questionou com ironia.

A revolução foi só para alguns

House of Cards foi, sem dúvida, um marco na história da televisão — e uma aposta visionária de David Fincher, que lhe apresentou o projeto com entusiasmo: “Este será o futuro, será revolucionário”, disse-lhe.

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A revolução aconteceu, sim. Mas, como em tantas outras, nem todos ficaram do mesmo lado da barricada.