O actor de Sozinho em Casa revela como tenta manter a infância dos filhos longe do peso (e da magia) do clássico que celebra 35 anos.
Macaulay Culkin pode ser uma das figuras mais icónicas da cultura pop dos anos 90, mas dentro de casa, aparentemente, é apenas “o pai”. Numa nova entrevista à Deadline, o actor revelou que os seus dois filhos, de quatro e dois anos, ainda não fazem ideia de que vivem com o rapaz que, há 35 anos, defendia a casa de intrusos com armadilhas dignas de desenho animado. E Culkin parece satisfeito por manter essa inocência durante mais algum tempo.
Segundo o actor, as crianças até já viram imagens antigas sem perceber quem estava na fotografia. Culkin contou que o filho mais velho reconheceu sem reconhecer: “Disse que o miúdo da foto parecia o Kevin”. Quando o pai revelou que aquele rapaz era ele próprio, a reacção foi… nula. Nenhuma epifania, nenhum “Aaaah!”, apenas a habitual serenidade infantil perante factos que aos adultos parecem enormes.
Para o actor, hoje com 45 anos, é comovente perceber que Sozinho em Casa continua a atravessar gerações. “Para pessoas da minha idade, o filme é nostálgico”, disse. “E agora mostram-no aos filhos deles da mesma forma que eu o mostro aos meus.” Ainda assim, quer preservar o máximo possível o lado normal da vida familiar. “Na maioria das vezes, eles não sabem ao lado de quem estão sentados”, brincou. Aliás, graças a um trailer festivo do Disney+, os miúdos referem-se ao eterno Kevin McCallister como “o Kevin Disney+”.
O actor sabe que o segredo não durará para sempre. Mais cedo ou mais tarde, alguém no recreio explicará aos seus filhos quem ele é. Ou eles próprios verão o filme e juntarão as peças. “Quero manter esse véu tapado o máximo de tempo possível”, admitiu. Até lá, Culkin continuará a ser apenas o pai que passa fotos antigas no telemóvel — e não o miúdo mais famoso de sempre a derrotar ladrões com latas de tinta, trenós e micro-ondas improvisados.
Às portas da estreia de Wake Up Dead Man — que em Portugal deverá chegar à Netflix a 12 de Dezembro — o realizador revela o seu sonho para o futuro da saga: Meryl Streep ao lado de Daniel Craig.
Rian Johnson está prestes a lançar o terceiro capítulo da sua saga de mistério, Wake Up Dead Man: A Knives Out Mystery, e a tournée de entrevistas tem revelado mais do que detalhes sobre o novo caso do detective Benoit Blanc — revelou também qual é a actriz com quem Johnson mais sonha trabalhar numa futura sequela: Meryl Streep.
Numa conversa recente com o IndieWire, Johnson explicou que a alegria destes filmes está precisamente em reunir elencos improváveis e descobrir actores com quem nunca trabalhou. Questionado directamente sobre qual seria o seu “casting de sonho”, o realizador não hesitou em dirigir-se à actriz vencedora de três Óscares: “Se estiveres a ler isto, Meryl, acho que te encaixarias lindamente num murder mystery.” O comentário veio acompanhado daquelas notas de humor que Johnson domina, lembrando que se até Lorne Michaels conseguiu levar Streep ao Saturday Night Live, também ele não perde a esperança.
Enquanto Meryl Streep não entra oficialmente no universo Knives Out, Johnson prepara a estreia de Wake Up Dead Man. O filme chega a algumas salas internacionais a 26 de Novembro, mas a sua verdadeira vida será na Netflix, onde entra a 12 de Dezembro de 2025. Em Portugal, salvo anúncio em contrário — que ainda não foi feito — tudo indica que a data será a mesma, uma vez que a Netflix tem histórico de estreias simultâneas desta franquia sobretudo quando envolve um lançamento global em streaming.
O novo capítulo traz Daniel Craig de volta como Benoit Blanc, o detective sulista que já se tornou um ícone moderno do género whodunnit. Para esta aventura, Johnson reuniu um elenco de luxo: Josh O’Connor, Glenn Close, Josh Brolin, Mila Kunis, Jeremy Renner, Kerry Washington e Andrew Scott juntam-se ao investigador numa história que, segundo o próprio realizador, assume um tom diferente dos filmes anteriores. Johnson explicou que escreveu Wake Up Dead Man movido por uma energia mais sombria, uma espécie de indignação inquieta que ajudou a moldar a atmosfera do enredo.
Com este terceiro filme, termina oficialmente o acordo de duas longas-metragens entre Johnson e a Netflix — o que não significa que a série acabe aqui. Tanto o realizador como Daniel Craig querem continuar a explorar o universo de Benoit Blanc, embora Johnson tenha deixado claro que esse futuro depende de ambos continuarem a sentir entusiasmo criativo: “Se um dia um de nós acordar e não sentir vontade de fazer mais um, paramos.”
Quanto a Meryl Streep, a actriz mantém uma agenda cheia: tem sido presença recorrente na série Only Murders in the Building e prepara-se para regressar ao grande ecrã em The Devil Wears Prada 2, previsto para 1 de Maio de 2026. Mas no mundo de Rian Johnson, nada parece impossível — e a porta está aberta, com convite assinado.
Novos documentos revelam que Taylor Swift e Hugh Jackman testemunharam a alegada confrontação de Ryan Reynolds a Justin Baldoni sobre comentários considerados “fat-shaming” dirigidos a Blake Lively. O drama de Hollywood continua a escalar — e o julgamento já tem data marcada.
A novela digna de prestige TV que tem dominado os bastidores de It Ends With Us acaba de ganhar mais um episódio explosivo. E, desta vez, o drama envolve um elenco de celebridades capaz de lotar qualquer red carpet: Taylor Swift, Hugh Jackman, Ryan Reynolds, Blake Lively e Justin Baldoni.
Documentos recentemente desclassificados do processo movido por Blake Lively revelam que Taylor Swift e Hugh Jackman estavam presentes quando, a 25 de Abril de 2023, Ryan Reynolds confrontou Justin Baldoni no penthouse do casal Reynolds–Lively, em Nova Iorque. A reunião — inicialmente marcada para debater questões de produção — terá rapidamente mudado de tom.
Segundo o e-mail interno da Wayfarer Studios, incluído como prova, Reynolds terá “descarregado” sobre Baldoni por este alegadamente ter perguntado sobre o peso de Blake Lively, algo que o actor considerou “horrível” e completamente fora de lugar. A acusação central? Fat-shaming. Baldoni terá ficado “embaraçado”, chegado às lágrimas e apresentado múltiplas desculpas.
A presença silenciosa de Swift e Jackman
O documento menciona que Taylor Swift e Hugh Jackman — amigos próximos do casal — estavam no apartamento no momento do confronto. Não participaram, mas assistiram.
Nem Swift nem Jackman comentaram publicamente o episódio até agora, e os seus representantes não responderam aos pedidos de esclarecimento.
A presença de Swift, em particular, tornou-se um dos pontos mais comentados do processo, já que a artista foi previamente listada como potencial testemunha. A equipa legal de Baldoni chegou mesmo a tentar intimá-la, algo que a sua representante contestou veementemente, reforçando que a cantora não esteve envolvida no filme de qualquer forma, além de autorizar o uso da música “My Tears Ricochet”.
O processo: acusações, contra-acusações e uma batalha marcada para 2026
Blake Lively, de 38 anos, moveu uma acção judicial em Dezembro de 2024 contra Baldoni e outros elementos da produção, alegando assédio sexual, retaliação e comportamento impróprio — incluindo tentativas indirectas de criticar o seu corpo e o seu peso durante as filmagens.
Entre as acusações mais delicadas:
Baldoni terá contactado o treinador pessoal de Lively sem o seu conhecimento, insinuando querer que a actriz perdesse peso rapidamente.
A actriz terá sentido vergonha e violação de privacidade ao descobrir isso mais tarde.
Baldoni negou todas as acusações. Num contra-processo de 400 milhões de dólares (já rejeitado pelo tribunal), afirmou que contactou o treinador apenas para saber o peso aproximado de Lively por razões de segurança física — nomeadamente para preparar uma cena em que teria de a levantar, evitando lesões devido aos seus problemas de costas.
Segundo Baldoni, Reynolds foi “agressivo, colérico e insultuoso” na reunião de Abril de 2023, alegadamente dizendo:
“Como te atreves a perguntar pelo peso da minha mulher?”
A sua própria equipa legal, mais tarde, admitiu que Reynolds foi “duro” e “impetuoso”, embora tenha rejeitado a palavra “berrar”.
A verdade é que, ao longo de 2023 e 2024, a tensão entre actor e realizador não parou de aumentar, com novo episódio relatado em Janeiro de 2024 — mais um encontro ríspido, embora menos extremo do que o primeiro.
O julgamento está marcado para Março de 2026, prometendo tornar-se um dos casos mediáticos mais acompanhados dos próximos anos, especialmente depois da atenção que It Ends With Us já havia gerado antes mesmo da estreia.
O impacto público e uma indústria que treme
O conflito Lively–Baldoni surge num período em que Hollywood continua a debater-se com questões de ética laboral, abuso de poder e representações corporais, temas que se intensificaram com o movimento #MeToo.
Ter figuras da dimensão de Swift e Jackman associadas — ainda que indirectamente — eleva inevitavelmente o escrutínio mediático. Soma-se a isto o facto de Hugh Jackman ter apoiado Lively na antestreia de It Ends With Us, em Agosto de 2024, posando com a actriz e com Reynolds — gesto que, agora, ganha nova luz.
À medida que mais documentos do processo se tornam públicos, novas camadas do caso vão surgindo. E, tal como as próprias equipas legais parecem reconhecer, o julgamento de 2026 poderá tornar-se um marco na discussão sobre ambiente de trabalho, limites pessoais e ética na indústria cinematográfica.
Após alegações de bullying no set, os protagonistas voltaram a surgir juntos na antestreia mundial da última temporada — e tanto o elenco como os produtores fizeram questão de pôr fim às especulações.
A relação entre Millie Bobby Brown e David Harbour parece continuar tão forte quanto a ligação entre Eleven e Hopper, as suas personagens em Stranger Things. Os dois atores surgiram lado a lado na estreia mundial da quinta e última temporada, realizada em Los Angeles, dissipando os rumores recentes sobre alegadas tensões nos bastidores da série da Netflix.
Nos últimos dias, circularam notícias de que Brown teria apresentado uma queixa formal por assédio e bullying contra o colega de elenco, levando mesmo a uma investigação interna antes do início das filmagens. No entanto, a dupla apareceu sorridente e cúmplice na passadeira vermelha, trocando elogios em entrevistas e afastando a ideia de qualquer conflito.
“Tenho uma ligação muito especial com o David. Temos uma relação de pai e filha, e isso reflete-se em todas as nossas cenas juntos”, disse Millie Bobby Brown ao Entertainment Tonight. “Tem sido uma jornada incrível. Estou honrada por ter conhecido pessoas tão maravilhosas ao longo deste caminho.”
Harbour, por sua vez, devolveu o carinho:
“Adoro-a. É incrível ver como cresceu e se tornou uma grande artista. Tenho muito orgulho nela — e duvido que esta seja a última vez que trabalhamos juntos.”
Os produtores reagem às acusações
À margem da estreia, os criadores da série, Matt e Ross Duffer, e o produtor executivo Shawn Levy também abordaram publicamente as alegações de comportamento impróprio.
“Temos vindo a trabalhar com este elenco há dez anos, e neste ponto são família para nós”, afirmou Matt Duffer ao The Hollywood Reporter. “Nada é mais importante do que garantir que o ambiente no set é seguro e feliz para todos.”
Levy, também conhecido pela realização de Deadpool & Wolverine, reforçou a mesma ideia:
“O nosso dever é criar um local de trabalho respeitoso e seguro. Fizemos tudo para garantir isso. Li muitas histórias — algumas são completamente imprecisas —, mas o que importa é que sempre tratámos esta equipa e elenco como uma família.”
Stranger Things 5 será o capítulo final da série que se tornou um fenómeno mundial desde 2016. A última temporada promete encerrar o arco de Eleven e dos seus amigos numa batalha épica em Hawkins — e, a julgar pela atitude do elenco, o clima de bastidores parece mais sereno do que os rumores sugeriam.
Para já, Millie Bobby Brown e David Harbour mostram-se unidos, deixando claro que, dentro e fora do ecrã, a relação entre Eleven e Hopper continua sólida — e que o espírito de família que marcou a série desde o início permanece intacto até ao fim.
Enquanto nomes como Stephen Colbert, Jimmy Kimmel, Seth Meyers e Jimmy Fallon já foram alvo de ataques públicos de Donald Trump, há um comediante de late night que passou praticamente incólume: Jon Stewart.
No mais recente episódio do podcast The Weekly Show, Stewart foi questionado sobre o motivo de nunca ter sido alvo direto da fúria do ex-presidente. A resposta foi brutalmente honesta:
“Não há dúvida. É uma questão de relevância. Acho que nem sequer estamos no radar.”
Recordações de um “tweet fight”
Apesar disso, Stewart lembrou que já teve as suas “experiências” de confrontos online com Trump — quando este ainda era apenas uma figura mediática da televisão e dos negócios.
Em 2013, o então apresentador de reality shows chamou-o de “pussy” no Twitter. Longe de se sentir ofendido, Stewart diz que recebeu o insulto com orgulho:
“Tive um grande orgulho nisso. Era absurdo sequer pensar no assunto. Obviamente foi antes de ele ser comandante-em-chefe dos Estados Unidos.”
O comentário de Stewart mostra bem a sua visão: Trump prefere confrontar os alvos mais visíveis e mediáticos da comédia noturna, aqueles que podem amplificar as críticas e atingir maior audiência. Fora desse círculo imediato, Stewart acredita que simplesmente não representa uma ameaça — daí a sua “imunidade” a ataques.
Os fãs de Camp Rock tiveram uma surpresa emocionante: Demi Lovato revelou nas redes sociais a sua primeira fotografia no set de “Camp Rock 3”, o novo filme musical que volta a juntar os Jonas Brothers. Só que, desta vez, o papel de Lovato vai muito além do microfone e da câmara – a artista assume agora funções de produtora executiva do projeto.
Na imagem partilhada no Instagram, Demi surge sentada numa cadeira de realizador personalizada com o seu nome e a função no filme. À frente, um monitor de filmagens, sinal de que está atenta a todos os detalhes da produção. Na legenda, a cantora e atriz escreveu:
“Esta sou eu (na minha era produtora)”
Uma referência divertida a “This Is Me”, canção emblemática da banda sonora do primeiro Camp Rock (2008), que marcou o início da sua carreira no Disney Channel.
“Camp Rock 3”: o que esperar
Ainda são escassos os detalhes sobre a história do novo filme, mas sabe-se que os Jonas Brothers regressam como protagonistas e que Lovato terá influência direta não só na narrativa, mas também na produção musical. A franquia, que se tornou um fenómeno global no final dos anos 2000, continua a ser recordada com nostalgia por toda uma geração que cresceu ao som das suas canções.
Agora, com Demi Lovato a acumular o papel de atriz e produtora executiva, o terceiro capítulo promete ser não só uma viagem nostálgica, mas também uma evolução criativa do universo Camp Rock.
O apetite do público por dramas policiais continua insaciável, e a HBO Max parece ter encontrado o novo vício da temporada. Chama-se Task, estreou no início de setembro e já se tornou a série mais vista da plataforma. A fórmula? Um enredo carregado de tensão, dilemas morais, violência e personagens tão complexas que é impossível desligar depois de começar.
Mark Ruffalo no Coração da Intriga
Longe do papel de Hulk que lhe deu fama mundial, Mark Ruffalo assume agora a pele do agente do FBI Tom Brandis, um investigador calejado que lidera uma equipa especializada em desmantelar assaltos violentos nos subúrbios operários de Filadélfia. À medida que avança na caça ao criminoso, a linha entre a lei e a moralidade vai ficando perigosamente difusa.
Do outro lado está Robbie Prendergrast (Tom Pelphrey), um homem aparentemente banal que comete crimes brutais, mas cujas motivações se enraízam no instinto de proteger a família e sobreviver a um mundo cada vez mais hostil.
Entre o Crime e a Família
Mais do que um thriller policial, Task mergulha nas fragilidades das relações humanas. A série constrói um mosaico emocional onde cada personagem acrescenta camadas de drama: da pressão de Brandis como líder até à vida dupla de Prendergrast, entre criminoso e pai de família.
O argumento joga constantemente com a empatia do espectador: será Robbie apenas um vilão ou também uma vítima das circunstâncias? E até que ponto Brandis pode caçar monstros sem se tornar um deles?
Elenco de Luxo
Além de Ruffalo e Pelphrey, o elenco reúne nomes que reforçam a densidade emocional da série: Emilia Jones, Thuso Mbedu, Fabien Frankel, Alison Oliver e Martha Plimpton. Cada um deles dá vida a personagens que complicam ainda mais a teia de relações e acrescentam tensão a cada episódio.
Sete Episódios, Suspense Garantido
Com apenas sete episódios lançados semanalmente, Task mostra que não precisa de dezenas de capítulos para agarrar o público. A narrativa é concisa mas carregada de suspense, e cada episódio termina com a sensação de que o pior — ou o melhor — ainda está para vir.
Para quem procura um drama intenso, psicológico e cheio de reviravoltas, Task é já uma das apostas mais fortes do ano. Não é apenas mais uma série policial: é uma história sobre moralidade, sobrevivência e os limites que cada um de nós estaria disposto a ultrapassar.
Del Toro e Hogan Trazem a Sua Visão Sombria para o Ecrã
A Netflix prepara-se para adaptar The Boy in the Iron Box, série de novelas curtas de Guillermo del Toro e Chuck Hogan, agora transformada em longa-metragem. O projeto contará com a dupla como produtores, prometendo manter a sua assinatura de horror fantástico, grotesco e profundamente atmosférico.
A realização fica a cargo de David Prior, o cineasta por trás do enigmático The Empty Man (2020), enquanto o argumento é também da sua autoria.
O Enredo: Neve, Mercenários e Segredos Antigos
A história, publicada no ano passado pela Amazon Original Stories, acompanha um grupo de mercenários que se vê obrigado a aterrar de emergência numa remota montanha coberta de neve. Para se protegerem de lobos selvagens, encontram refúgio numa fortaleza abandonada há muito tempo.
Mas o verdadeiro terror surge quando descobrem um fosso oculto, dentro do qual se encontra uma caixa presa com correntes. Ao abri-la, desencadeiam horrores que nunca deveriam ter sido libertados.
Elenco Confirmado
O filme já conta com um trio de protagonistas:
Rupert Friend (Jurassic World Rebirth) como Liev, o líder do grupo de mercenários.
Kevin Durand (Abigail) como um dos soldados perdidos na missão.
Jaeden Martell (It, Knives Out) no papel central do misterioso rapaz aprisionado na caixa de ferro.
O Que Esperar?
Com del Toro e Hogan envolvidos, pode-se antecipar uma mistura de terror visceral e fantasia sombria, elementos que o realizador mexicano domina como poucos (O Labirinto do Fauno, A Forma da Água). A presença de David Prior promete ainda uma abordagem atmosférica e inquietante, tal como demonstrado em The Empty Man, um filme que se tornou objeto de culto.
The Boy in the Iron Box insere-se assim numa linhagem de narrativas góticas onde ruínas esquecidas, rituais e segredos enterrados funcionam como palco para explorar monstros — reais ou metafóricos.
Baz Luhrmann e Elvis Presley parecem estar ligados para sempre. Depois do sucesso mundial de Elvis (2022), filme que rendeu mais de 288 milhões de dólares e oito nomeações para os Óscares, o realizador regressa ao universo do Rei do Rock com o documentário EPiC: Elvis Presley in Concert, que acaba de estrear no Festival de Toronto 2025.
A produção traz à luz filmagens inéditas da residência de Elvis em Las Vegas nos anos 70, restauradas por Luhrmann a partir de material há muito considerado perdido. O filme será distribuído pela Warner Bros., incluindo em IMAX e outros formatos premium
As primeiras pistas sobre as gravações chegaram ainda durante a preparação de Elvis. A existência dos registos era quase um mito, até que a equipa de Luhrmann foi investigar os arquivos da MGM, armazenados em minas de sal no Kansas.
“O cofre era como Indiana Jones e os Salteadores da Arca Perdida. Não estou a exagerar”, contou o realizador. O achado: 35 horas de negativo sem som magnético. Para reconstruir o áudio, Luhrmann contou com a colaboração de Peter Jackson e a sua equipa da Park Road, especialistas em restauro de material histórico, que já tinham trabalhado em documentários dos Beatles.
O processo implicou misturar gravações originais de palco, registos alternativos e novas orquestrações, criando o que o cineasta descreve como “um sonho audiovisual”.
Elvis em Las Vegas: glória e prisão
Para Luhrmann, as filmagens revelam o paradoxo da carreira de Presley nos anos 70: “Las Vegas foi um ponto de viragem. Ele tinha ambições de ir a Inglaterra e ao Japão. Mas ficou preso, como um pássaro a bater contra o vidro. Nunca devia ter ficado em Las Vegas mais do que uma vez. E lá esteve até ao dia da sua morte.”
O documentário recupera também imagens nunca vistas de outros projetos, como Elvis: That’s the Way It Is (1970) e Elvis on Tour (1972), e inclui um concerto completo em Hampton Road que, segundo Luhrmann, custaria meio milhão de dólares a preparar para exibição.
Do cinema ao palco
Além do documentário, Luhrmann confirmou que está em desenvolvimento uma adaptação musical de palco de Elvis, prolongando ainda mais a relação do realizador com a figura do cantor.
Atualmente, Luhrmann encontra-se já em pré-produção do seu próximo projeto, um filme sobre Joana d’Arc, mas reconhece: “Melhor ou pior, Elvis vai fazer parte da minha vida para sempre. De alguma forma, estamos inextricavelmente ligados.”
O rapper Snoop Dogg voltou a gerar polémica, desta vez por causa de filmes de animação. Em entrevista ao podcast It’s Giving, o músico de 52 anos confessou que tem “medo” de levar os netos ao cinema devido à inclusão de personagens LGBTQ+ nas histórias para crianças.
Snoop recordou uma ida ao cinema para ver Lightyear (2022), o spin-off de Toy Story que ficou marcado por mostrar um beijo entre duas personagens femininas. “Não fui ao cinema para ver essa treta. Fui para ver um filme”, disse, acrescentando que a cena lhe trouxe um problema inesperado: o neto fez-lhe perguntas sobre como duas mulheres poderiam ter um bebé.
“Estão a meter-me em cenas para as quais não tenho resposta. Não devíamos mostrar estas coisas em filmes para estas idades”, reforçou.
Entre a Representação e a Polémica
A declaração do rapper reabre o debate sobre a representação LGBTQ+ em produções para todas as idades. Para uns, trata-se de normalizar diferentes formas de amor e família, algo que reflete a diversidade do mundo real. Para outros, como Snoop Dogg, essas narrativas levantam dúvidas que consideram difíceis de explicar a crianças pequenas.
Hollywood tem vindo a dar passos cada vez mais visíveis nesta direção. Lightyear foi um caso mediático, mas não o único. A Disney e outros estúdios de animação têm apostado em maior inclusão, enfrentando tanto aplausos como críticas acesas.
O Peso da Voz de Snoop
Enquanto figura pública com milhões de seguidores, as palavras de Snoop Dogg têm impacto, mesmo que muitos discordem das suas posições. Esta não é a primeira vez que o rapper se pronuncia sobre temas sociais com franqueza — e também não será a última a gerar debate.
O contraste entre gerações, os novos modelos de família e o papel da indústria do entretenimento em moldar perceções culturais parecem estar, mais uma vez, no centro da discussão.
Independentemente da opinião de Snoop Dogg, a tendência de Hollywood aponta para mais diversidade e inclusão no cinema de animação. O que para uns é “um problema sem respostas”, para outros é um sinal de que as histórias para crianças começam finalmente a espelhar a realidade de diferentes famílias.
👉 E vocês, o que pensam? O cinema — e em particular a animação — deve ser uma ferramenta ativa de diversidade e inclusão, ou acreditam que estas histórias deviam ficar à margem desse debate e centrar-se apenas no entretenimento?
O fim de semana de bilheteiras nos Estados Unidos trouxe surpresas e confirmações: o terror Weapons mantém-se firme no primeiro lugar, Nobody 2 não passou de um arranque modesto e Americana, com Sydney Sweeney, revelou-se um autêntico naufrágio comercial.
A produção da New Line e Warner Bros., realizada por Zach Cregger, mostrou que não é apenas mais um filme de terror a passar pelos cinemas. Com 25 milhões de dólares arrecadados no seu segundo fim de semana — uma descida de apenas 42% — Weapons cimenta-se como fenómeno cultural e título obrigatório nas conversas de corredor. Para um género habitualmente marcado por quedas abruptas após a estreia, este desempenho é notável.
Nobody 2: discreto mas com futuro
Bob Odenkirk regressa como o homem aparentemente banal que esconde uma vida dupla de operações secretas. Ainda que o filme tenha arrancado com apenas 9,4 milhões de dólares, posicionando-se em terceiro lugar, o desempenho não alarma a Universal. Afinal, a produção custou 26 milhões, valor relativamente modesto, e o estúdio já domina a estratégia de recuperar investimento rapidamente através de premium VOD.
O primeiro Nobody, lançado em plena pandemia, abriu com 6,8 milhões e acabou por acumular 68 milhões só no mercado doméstico. Por isso, ainda há espaço para que a sequela encontre o seu público.
O regresso de Freakier Friday diverte o público
A comédia familiar da Disney, que volta a reunir Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan, sorri no segundo fim de semana com 14 a 15 milhões de dólares, uma descida na ordem dos 50%. Nada mal para um filme que aposta na nostalgia e no público feminino como grandes trunfos.
Spike Lee e Denzel Washington: estreia tímida
O aguardado reencontro entre Spike Lee e Denzel Washington, em Highest 2 Lowest, ficou aquém das expectativas no arranque. Com estreia limitada em cerca de 220 salas, o filme soma perto de 894 mil dólares, média por sala considerada pouco entusiasmante para um projeto de prestígio da Apple Original Films e A24. Em breve, o título chegará à Apple TV+, onde deverá encontrar maior visibilidade.
Americana: o desastre de Sydney Sweeney
O grande fiasco do fim de semana foi mesmo Americana, thriller de assalto com Sydney Sweeney, Paul Walter Hauser e Halsey. Após dois anos de espera desde a estreia em SXSW 2023, o filme chegou a 1.100 salas mas não conseguiu atrair público: apenas 840 mil dólares, com uma média miserável de 460 dólares por sala, colocando-o em 16.º lugar.
Críticos elogiaram o filme, mas a receção comercial mostrou-se um desastre absoluto, um contraste gritante com o estatuto mediático de Sweeney, que parecia garantir maior atenção.
Este fim de semana reforça duas ideias claras: o terror vive dias de glória nas bilheteiras, enquanto projetos de prestígio e até estrelas em ascensão não estão imunes a falhanços. Para já, Weapons continua a dominar, enquanto Nobody 2 espera recuperar terreno fora do circuito tradicional e Americana ficará lembrado como um dos maiores desastres de 2025.
É oficial: The Legend of Zelda, um dos videojogos mais emblemáticos de sempre, vai finalmente chegar aos cinemas com um filme em imagem real. Depois de décadas de rumores, tentativas falhadas e muita especulação online, a Nintendo revelou os jovens atores que vão dar vida a Link e Zelda: Benjamin Evan Ainsworth e Bo Bragason, respetivamente.
O anúncio foi feito por ninguém menos do que Shigeru Miyamoto, o criador da saga, que confirmou a escolha através das redes sociais da Nintendo, com direito a imagens dos protagonistas já caracterizados. A revelação foi recebida com entusiasmo — e também com algum alívio — por fãs que esperavam há quase 20 anos por uma adaptação que fizesse justiça ao universo de Hyrule.
Benjamin Evan Ainsworth, conhecido pela sua voz de Pinóquio na versão de Robert Zemeckis e pela participação em A Maldição de Bly Manor, será o corajoso Link. Já Bo Bragason, que brilhou recentemente na série Renegade Nell, da Disney+, assume o papel de Zelda — a princesa, maga e guerreira, cuja personagem tem ganho maior protagonismo nas mais recentes entradas da saga.
Uma aventura com pedigree
O filme será realizado por Wes Ball, responsável pela trilogia Maze Runner e pelo recente O Reino do Planeta dos Macacos, com argumento de Derek Connolly (Mundo Jurássico) e produção de Avi Arad, nome associado a quase todos os filmes do Homem-Aranha. A estreia está marcada para 7 de maio de 2027, numa parceria entre a Nintendo e a Sony.
Embora ainda não se conheçam detalhes da história, espera-se que o filme respeite o espírito da saga: uma jornada épica em que Link enfrenta perigos e quebra maldições para salvar o reino de Hyrule — e Zelda. A Nintendo parece ter aprendido com os erros do passado, como o infame Super Mario Bros. de 1993, e aposta agora num envolvimento total com o projeto, tal como fez com sucesso em Super Mario Bros: O Filme, que rendeu mais de 1,3 mil milhões de dólares em 2023.
Uma lenda à prova do tempo
Lançado pela primeira vez em 1986, The Legend of Zelda é uma das franquias mais celebradas do mundo dos videojogos, com mais de 140 milhões de cópias vendidas ao longo de mais de 10 títulos. A série continua a reinventar-se, como ficou patente em The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom, lançado em 2024, onde a própria Zelda assume o papel de heroína.
Apesar da especulação de que Hunter Schafer (Euphoria) poderia interpretar a princesa, a Nintendo optou por um elenco mais jovem — possivelmente para preparar o terreno para uma saga cinematográfica de longa duração.
Com um historial marcado por resistência a adaptações e um cuidado quase obsessivo com a sua propriedade intelectual, a Nintendo parece agora pronta para dominar também as salas de cinema. Resta-nos esperar até 2027 para descobrir se esta nova incursão no grande ecrã fará justiça à lenda.
No dia 18 de julho, os Canais TVCine estreiam em exclusivo “A Vida Entre Nós”, o mais recente filme do consagrado realizador francês Stéphane Brizé. A exibição está marcada para as 22h no TVCine Edition e no TVCine+, assinalando o regresso de Brizé ao grande ecrã com uma obra intimista, melancólica e profundamente humana. Estreado mundialmente na 80.ª edição do Festival de Veneza e vencedor do Prémio do Público na última Festa do Cinema Francês, este filme é um convite à contemplação do tempo, da memória e da persistência dos afectos.
Mathieu e Alice reencontram-se por acaso num spa termal, 15 anos depois do fim do seu romance. Ele é um ator conhecido que vive em Paris; ela, uma professora de piano que vive numa pacata cidade costeira no oeste de França. A separação foi há muito tempo, e cada um seguiu a sua vida, curando feridas e moldando-se às suas rotinas. Mas esse reencontro inesperado, enquanto ambos tentam diluir as suas próprias melancolias nas águas termais, reabre uma porta há muito encerrada — ou assim pensavam. As emoções de outrora ressurgem, confundindo certezas e colocando o passado e o presente num inevitável confronto.
Com Guillaume Canet no papel de Mathieu e Alba Rohrwacher como Alice, “A Vida Entre Nós” é interpretado com uma sensibilidade rara. Ambos entregam performances contidas, silenciosas e maduras, que dão corpo à densidade emocional do argumento. O elenco conta ainda com Sharif Andoura, Marie Drucker e Emmy Boissard Paumelle, em papéis que complementam este retrato de vidas discretas, mas profundamente marcadas por aquilo que foi e por aquilo que, talvez, ainda possa ser.
Stéphane Brizé, conhecido por obras como A Lei do Mercado, Em Guerra e Um Outro Mundo, afasta-se aqui da crítica social mais contundente para regressar ao domínio da intimidade. Ainda assim, mantém a sua assinatura — a busca por um cinema humano, realista e essencial, onde os silêncios são tão eloquentes quanto os diálogos. A sua realização aposta na contenção, na subtileza dos gestos e na respiração dos espaços, como se a própria câmara hesitasse em invadir a vida das personagens.
O filme não propõe grandes reviravoltas nem catarses arrebatadoras. A sua força reside na atenção aos pequenos gestos, aos olhares prolongados, àquela hesitação que surge quando os sentimentos regressam, mas o tempo já passou. Brizé filma a maturidade afectiva com uma honestidade comovente, desprovida de cinismo ou idealizações.
“A Vida Entre Nós” é um filme sobre reencontros, mas também sobre aquilo que permanece quando tudo parece já ter terminado. Um olhar maduro sobre o amor — não o amor da paixão arrebatadora, mas o amor persistente, que se adapta às mudanças, que sobrevive à distância e que, por vezes, regressa quando menos se espera. É uma obra que encontra beleza na melancolia, e poesia nas cicatrizes da vida.
Para quem acompanha o cinema francófono e o trabalho de Stéphane Brizé, esta é uma oportunidade imperdível. Para os que ainda não descobriram a sensibilidade única do realizador, “A Vida Entre Nós” pode ser o melhor ponto de partida.
Meio ano já lá vai e, se o mundo continua meio caótico, o cinema de 2025 tem sido, surpreendentemente, uma âncora de qualidade. Entre blockbusters arrasadores, dramas intimistas e terrores mordazes, o grande ecrã está a entregar mais do que prometeu. Eis os 10 melhores filmes de 2025 até agora, numa seleção que mistura ação, originalidade e até um pouco de cringy-comédia masculina apresentados pelo site Screen Crush, um site bem conceituado especialista em listas de cinema e televisão internacional
10. Elio
Pode estar a afundar nas bilheteiras como o filme menos rentável da história da Pixar, mas Elio não é o desastre criativo que alguns pintam. É uma história doce, com um protagonista que não encaixa (num planeta ou noutro), e um dos melhores sidekicks animados do ano: Glordon, um caracol espacial com alma de comediante.
9. Ballerina
Ana de Armas em Ballerina, o novo spinoff de John Wick
Spinoff da saga John Wick, Ballerina troca sapatilhas de ballet por lança-chamas e ação coreografada ao milímetro. Apesar das polémicas e reshoots, a adrenalina e o cenário da aldeia alpina (com vibes Gymkata) garantem entretenimento à prova de bala.
8. Companion
Sophie Thatcher brilha num thriller inesperadamente afiado sobre relações, segredos e a nossa dependência tóxica da tecnologia. Sangue, tensão e diálogos mordazes: um Black Mirror com alma e lâminas afiadas.
7. 28 Years Later
Danny Boyle regressa ao universo apocalíptico com uma sequela que assusta e faz pensar — como o original. Temas como a inevitabilidade da morte e o luto ecológico atravessam a narrativa, ancorada por uma grande prestação do jovem Alfie Williams.
O vosso humilde escriba já teve oportunidade de ver e acredita que o filme não vai desapontar os fãs do género.
6. Wick Is Pain
Este documentário sobre os bastidores de John Wick é tão intenso como os filmes. Conflitos, cortes orçamentais e decisões absurdas (“Keanu sem barba?!”) mostram que fazer ação séria exige suor… e dor.
5. Eephus
Num campo de baseball a cair de podre, duas equipas amadoras jogam o último jogo da época. Mas por detrás do slow burn está um retrato comovente da amizade, do tempo e dos rituais que nos definem. Um filme calmo que nos atinge de surpresa — como o pitch do título.
4. Mickey 17
Bong Joon-ho desmonta Robert Pattinson em camadas. Um clone atrás do outro, moralidade em cheque, sátira sci-fi que desafia identidades e empurra o espectador para dilemas existenciais. Uma mistura de Black Mirror com O Predestinado e um toque de humor negro.
Na nossa opinião um dos melhores filmes do ano, quer pela sua imagem muito peculiar quer pela forma como desenrola a narrativa, com um excelente do Robert Pattinson e o restante elenco
3. Friendship
Tim Robinson e Paul Rudd levam a comédia social ao limite da vergonha alheia. Um desastroso encontro entre “homens a tentar ser amigos” transforma-se numa espiral de constrangimento tão desconfortável quanto hilariante. Preparem os abdominais: é de tanto rir (e encolher-se).
2. Black Bag
Michael Fassbender e Cate Blanchett são um casal de espiões com suspeitas mútuas — e muita tensão sexual. Um whodunit com estilo, mistério e um elenco secundário de luxo. Inclassificável e imprevisível, é o tipo de filme que faz valer a pena entrar no cinema sem saber nada.
Um excelente filme de
1. Sinners
Ryan Coogler oferece-nos o que já se fala ser o melhor filme de terror de 2025. Um épico vampírico que é também uma crítica à apropriação cultural, à América profunda e ao poder da música. Sexy, assustador, político e com momentos de humor muito bem cronometrados. É o tipo de obra que desafia géneros e que ficará, com certeza, entre os grandes do ano.
Para nós foi uma surpresa mas todos aqui na redação consideram que é de facto a surpresa do ano.
Conclusão:
2025 ainda agora vai a meio e já nos deu ação desmedida, sátiras inteligentes, documentários reveladores e histórias que agarram o coração. A fasquia está alta. E, felizmente, o segundo semestre promete continuar a surpreender
A Pixar já nos habituou a maravilhas. De Toy Story a Soul, passando por obras-primas como Ratatui ou Inside Out, o estúdio foi durante décadas sinónimo de criatividade e risco. Mas agora? Bem… parece que até os mestres da animação estão a ser vítimas da era dos franchisings e dos reboots sem fim. O mais recente exemplo chama-se Elio — e o seu desastroso arranque nas bilheteiras pode ter consequências muito para além da Pixar.
O pior arranque da história da Pixar
Com uma pontuação bem respeitável de 84% no Rotten Tomatoes, Elio parecia ter tudo para triunfar: conceito original, visual deslumbrante e aquele toque emocional que a Pixar tão bem domina. Mas não chegou. O filme estreou com apenas 21 milhões de dólares nas bilheteiras norte-americanas — o PIOR arranque de sempre para uma longa-metragem da Pixar.
Doug Creutz, analista da TD Cowan, não tem dúvidas: este flop não é um caso isolado, é um sintoma. “Desde a pandemia, a diferença entre filmes de animação originais e sequelas ou adaptações tornou-se gigantesca”, alertou o especialista de Wall Street. E acrescenta com ironia: “Não culpem os executivos dos estúdios… culpem o público.”
Porque é que isto interessa (muito) à Disney?
A Disney não faz animação apenas para encher salas de cinema. Cada filme é uma peça de uma engrenagem maior — o chamado “flywheel” que liga animação, parques temáticos e produtos licenciados. E aqui está o problema: um filme como Elio não gera brinquedos, não inspira brinquedos de peluche, não tem potencial de montar uma montanha-russa no Magic Kingdom.
Se os filmes originais falham, o parque temático não ganha atrações novas e o merchandising não sai das prateleiras. O impacto é profundo — e a Disney sabe-o bem. Por isso, não é surpresa que tenha adiado Elio de 2024 para 2025, tentando evitar que um fracasso coincida com momentos sensíveis para a administração da empresa, nomeadamente o já famoso “proxy fight” envolvendo Bob Iger.
A guerra das sequelas vs. originais
Os números são assustadores. Desde 2022, as longas-metragens de animação originais da Disney (e da Universal/Illumination) arrecadaram, em média, 412 milhões de dólares. Pode parecer bom… até percebermos que as sequelas no mesmo período arrecadaram, em média, 844 milhões — mais do dobro.
E isto com um pequeno truque contabilístico: Super Mario Bros. entra nas contas como “original”, apesar de ser um produto da nostalgia e de uma marca com décadas de história. Ou seja: a animação original verdadeira, aquela que inventa novos mundos e personagens, está a perder terreno — e a perder feio.
Elio é um aviso. Vamos ouvir?
A grande questão é esta: se nem a Pixar consegue convencer o público a arriscar numa ideia nova, quem conseguirá? Será o futuro da animação um eterno ciclo de Toy Story 27 e Frozen: O Retorno da Tia da Elsa?
No meio deste cenário sombrio, vale lembrar uma frase de Walt Disney: “We keep moving forward, opening new doors, and doing new things…” Pois bem. A Pixar tentou abrir uma nova porta com Elio — e o público, desta vez, preferiu ficar na sala do costume. O problema? Se continuarmos a rejeitar o novo, em breve já nem haverá portas para abrir.
🎥 Elio pode ter fracassado nas bilheteiras, mas talvez mereça uma segunda oportunidade — pelo bem da imaginação coletiva. Se não for por ti, que seja pelas gerações futuras que não merecem crescer apenas com sequelas.
Pode parecer estranho, mas um dos momentos mais tocantes da celebração dos 55 anos dos Walt Disney Archives é protagonizado… por um boneco de madeira. Não, não é o Pinóquio da versão live-action com Tom Hanks. É o Pinóquio — ou melhor, um modelo de animação usado na produção original de 1940 que serve de fio condutor para a curta-metragem comemorativa A Daring Journey into the Walt Disney Archives. E que viagem!
Fundados a 22 de junho de 1970, os Walt Disney Archives nasceram da necessidade de preservar a herança criativa deixada por Walt Disney e todos os artistas que deram corpo (e alma) à companhia. 55 anos depois, o espírito mantém-se vivo — e esta curta prova-o com um toque de fantasia e nostalgia que só a Disney sabe orquestrar.
O arquivo mais encantado de Hollywood
A curta-metragem não é apenas uma homenagem a objetos antigos: é uma carta de amor ao processo, ao cuidado e à paixão que envolve guardar a história de um império cinematográfico. Tudo começa com o modelo de Pinóquio a ser descoberto, digitalizado e cuidadosamente documentado no laboratório de preservação digital. A dada altura, alarmado com as modernices tecnológicas, Pinóquio decide escapar dos arquivistas — e é aqui que a magia (e os easter eggs) entram em cena.
Enquanto corre pelas estantes dos bastidores da história da Disney, cruzamo-nos com tesouros do cinema: o vestido de Mary Poppins usado por Julie Andrews, a Arca da Aliança de Indiana Jones (via The Great Movie Ride), o fato de Kate Winslet em Titanic (sim, agora propriedade da Disney via 20th Century Studios) e muito mais.
O boneco cruza-se ainda com uma versão gigante de si próprio vinda do espectáculo Fantasmic! e até com uma gaiola usada na recente adaptação de Pinóquio. É um misto de reconhecimento, espanto e um certo toque existencialista: o que é ser uma personagem que já foi animada, esquecida, preservada e agora… relembrada?
Um elenco feito de… arquivistas
Outro toque encantador? Quase toda a equipa dos Walt Disney Archives aparece em cena. Dos atuais 40 funcionários ao lendário fundador Dave Smith — cuja iniciativa em 1970 deu origem a este tesouro histórico — até Theodore Thomas, filho de Frank Thomas (um dos “Nine Old Men” da animação original), que surge no final a contemplar o modelo do Pinóquio que o pai ajudou a criar.
Mais do que apenas uma peça de propaganda corporativa, esta curta emociona por mostrar que o cinema, mesmo quando arrumado numa prateleira ou guardado a vácuo num cofre digital, continua a viver. Os objetos respiram memórias, os adereços têm alma, os figurinos contam histórias. E os arquivistas… são os verdadeiros contadores de histórias em segundo plano.
Preservar o passado para continuar a sonhar
Como sublinha Rebecca Cline, diretora dos Walt Disney Archives, “a missão não é apenas guardar — é partilhar”. E é isso que esta pequena produção faz tão bem: partilha connosco o amor por um legado. Porque quem ama cinema sabe que as histórias não começam no grande ecrã — começam muito antes, nas mãos dos que desenham, escrevem, costuram, pintam e… guardam.
🎬 A Daring Journey into the Walt Disney Archives ainda não está disponível no Disney+, mas esperemos que isso mude. Porque há magia demais aqui para ficar escondida nos cofres do Mickey. Por enquanto e se dominar o Inglês pode ver aqui
Depois do desaire que foi Argylle — aquele filme de espionagem que não convenceu nem audiências nem críticos —, Bryce Dallas Howard regressa à ribalta com uma inesperada mas explosiva comédia de improviso chamada Deep Cover. E desta vez, a recepção não podia ser mais diferente: a estreia no Prime Video foi um verdadeiro sucesso, com a crítica a aplaudir de pé e os espectadores a entrar no jogo.
Logo no arranque, Deep Cover atingiu uns impressionantes 100% no Rotten Tomatoes e, mesmo com a passagem do tempo, mantém-se sólida com 92% no Tomatometer e 82% de aprovação por parte do público. Uma vitória clara para Howard, que aqui tem a oportunidade de mostrar que também sabe brilhar fora dos dinossauros de Jurassic World. E não está sozinha: junta-se a Orlando Bloom e Nick Mohammed numa missão tão absurda quanto hilariante.
Improvisar até ao submundo do crime? Sim, por favor!
Realizado por Tom Kingsley (Stath Lets Flats, Ghosts) e escrito por um quarteto criativo liderado por Colin Trevorrow (realizador de Jurassic World), Deep Cover conta a história de uma professora de improviso e os seus alunos que se infiltram, por engano (ou não), no mundo do crime organizado. Como? Usando as suas capacidades de improvisação como “agentes” infiltrados ao serviço da Polícia Metropolitana, liderados por uma figura enigmática interpretada por Sean Bean. Porque não?
A ideia é tão insana que só podia resultar… e resulta mesmo. A crítica tem sublinhado a química do elenco e a entrega total dos actores a um argumento que exige “yes, and?” a cada cena — uma técnica clássica do teatro de improviso onde se aceita o que é proposto e se acrescenta algo novo. O resultado é um cocktail de comédia, perseguições cheias de estilo e personagens deliciosamente exageradas.
Além dos nomes principais, o elenco é reforçado por pesos-pesados como Ian McShane, Paddy Considine, Sonoya Mizuno, Omid Djalili e os próprios argumentistas Ben Ashenden e Alexander Owen. Uma verdadeira festa de talento.
Uma Bryce mais relaxada… e mais divertida
Este regresso em grande estilo acontece depois de um período mais discreto em frente às câmaras. Nos últimos tempos, Howard esteve mais dedicada à realização: dirigiu um episódio da aguardada série Skeleton Crew do universo Star Wars e um documentário para a Disney+ chamado Pets. Em relação à saga Jurassic World, Bryce está de fora da próxima entrada, Jurassic World Rebirth, que conta com Scarlett Johansson, Jonathan Bailey e Mahershala Ali. E está tudo bem assim. Segundo disse à Screen Rant, só voltaria “daqui a uns 20 anos, se pedissem”. E parece estar a gostar da nova liberdade criativa.
Deep Cover
já está disponível no Prime Video
Com acção, risos, um elenco afinado e uma premissa que pisca o olho tanto a Missão: Impossível como a The Office, Deep Cover pode muito bem tornar-se um dos filmes-surpresa do ano. E depois do falhanço que foi Argylle, é bom ver que Bryce Dallas Howard não perdeu o ritmo — apenas afinou o tom.
🎬 Deep Cover está disponível para streaming no Prime Video. Se gostam de comédias que não têm medo do ridículo, esta é para vocês.
O nosso Capitão América é, afinal, também um romântico incurável. E sim, treinou a pergunta “Queres casar comigo?” em português durante uma semana inteira!
Chris Evans, o eterno Steve Rogers do Universo Marvel, revelou agora como foi o momento em que decidiu dar o grande passo e pedir a actriz portuguesa Alba Baptista em casamento. E se já gostávamos dele antes, agora ficámos oficialmente derretidos.
Num ambiente descontraído durante a estreia nova-iorquina do filme Materialists, Evans contou à The Knot que quis tornar o momento especial ainda mais íntimo — pedindo a mão da actriz portuguesa… na sua língua materna.
“Aprendi a dizer ‘Queres casar comigo?’ em português. E estive a praticar isso a semana inteira”, confessou entre risos.
Mas a dedicação quase o traiu. Evans admite que andava a repetir tanto a frase que por pouco não deixava escapar o plano antes da hora. “Estava a fazer o pequeno-almoço e quase comecei a dizer aquilo em voz alta. Tipo, ‘Oh não!’. Isto não é uma música que ficou na cabeça, é o pedido de casamento!”
Nervos, prática… e (talvez) um pequeno erro
Apesar da prática intensiva, o actor de 43 anos admite que, no momento do pedido, ficou tão nervoso que acha que até se enganou nas palavras. Ainda assim, garantiu que Alba percebeu — e o que importa é que o coração falou mais alto. ❤️
A proposta foi feita antes do casal dar o nó em setembro de 2023, numa cerimónia discreta numa propriedade privada em Massachusetts.
Evans e Baptista mantiveram o romance longe dos holofotes durante o primeiro ano de relação, mas foram fotografados juntos pela primeira vez em 2022 e, desde então, os fãs têm acompanhado com carinho esta história de amor transatlântica.
O realizador Jimmy Warden, que trabalhou com Alba Baptista em Borderline, também comentou recentemente sobre os dois, dizendo à People:
“Às vezes conheces pessoas e percebes que ninguém teve de fazer de cupido. Eles são mesmo feitos um para o outro.”
Warden e a sua esposa, a actriz Samara Weaving, chegaram a fazer um duplo encontro com o casal e confirmaram o que já suspeitávamos: Chris é tão simpático quanto parece — e sim, continua a ser “o mais fixe”, porque afinal… é o Capitão América.
Família à vista?
Evans já deixou escapar em entrevistas anteriores que o papel de “pai” é algo que o entusiasma, tendo até mencionado numa conversa com a Access Hollywood em 2024:
“O título de pai é entusiasmante. Quero ser um pai super-herói.”
Por agora, o casal já partilha um cão, mas parece que os planos de família estão no horizonte.
Chris Evans não só roubou os corações dos fãs com o escudo da Marvel, como agora o faz com ternura, gestos em português e uma relação que parece saída de um guião romântico. E sim, temos inveja. Mas da boa.
O actor britânico não tem papas na língua: episódio 5 da nova série da Marvel foi, segundo ele, um dos pontos mais fracos — e ele explica porquê.
Charlie Cox, o rosto de Matt Murdock/Demolidor, continua a ser o favorito dos fãs mesmo numa série que já teve os seus altos e baixos. Agora, com Daredevil: Born Again a meio da sua temporada, o actor britânico revelou à Variety qual foi o momento que menos o entusiasmou — e apontou directamente para o episódio 5.
“É o que menos gostei. Senti que a narrativa saiu um pouco dos trilhos.”
Um episódio que “quebra o ritmo”
Segundo Cox, o episódio em questão “quebra o ritmo que a série estava a construir”, afastando-se do tom mais denso e urbano que tem caracterizado esta nova fase de Daredevil. Embora não tenha criticado directamente os argumentistas ou a realização, o actor sublinhou que o foco e a intensidade narrativa diminuem visivelmente.
Ainda assim, foi diplomático:
“Às vezes precisamos de um episódio que respire. Mas talvez tenha respirado de mais.”
Uma temporada irregular, mas com momentos fortes
Daredevil: Born Again tem sido recebida com sentimentos mistos: alguns fãs elogiam o regresso ao tom mais sério, próximo da série da Netflix, enquanto outros apontam inconsistências e um arranque demasiado lento. O próprio Charlie Cox admitiu que nem sempre é fácil equilibrar a identidade Marvel com a profundidade que os fãs do Demolidor esperam.
O lado bom? Os melhores momentos ainda estão para vir
Apesar da crítica ao episódio 5, Cox não perdeu o entusiasmo:
“Do episódio 6 para a frente, a coisa acelera a sério. Há sequências que me deixaram orgulhoso de fazer parte disto.”
O actor destaca que os próximos episódios vão explorar com mais intensidade o conflito moral de Matt Murdock e trazer de volta cenas de acção “à antiga”.
Honestidade rara num universo cheio de filtros
Num panorama onde os actores geralmente se limitam a elogiar cada detalhe dos seus projectos, a franqueza de Charlie Cox é refrescante. E provavelmente é também por isso que continua a ser tão acarinhado pelo público — ele não veste apenas o fato do Demolidor, veste a camisola com autenticidade.
Nicolas Cage já enfrentou praticamente tudo: demónios, caçadores de tesouros, abelhas assassinas e até ele próprio. Mas em The Surfer, o actor mergulha — literalmente — num novo tipo de desafio: a natureza selvagem… e a alma humana. Esquece os blockbusters convencionais. Aqui, a acção vem das emoções, das marés, e de tubarões que não perdoam.
Sim, o filme tem surf, tem suspense, tem desespero existencial, e tem Nicolas Cage a fazer o que melhor sabe: ser Nicolas Cage.
A história: um regresso à origem com sabor amargo
Em The Surfer, Cage interpreta um homem que regressa à sua terra natal na Austrália com o filho, apenas para descobrir que a praia onde costumava surfar em criança — e onde forjou grande parte da sua identidade — está agora dominada por um grupo local de surfistas agressivos.
O que se segue é um confronto físico, emocional e até filosófico, entre o homem e o mar, entre o passado e o presente. E, claro, entre ele e os predadores que o aguardam na água.
“Foi um dos papéis mais exigentes da minha vida” — diz Cage
Numa entrevista à Entertainment Weekly, Nicolas Cage admitiu que filmar The Surfer foi mais difícil do que muitos dos seus filmes de acção. “Havia tubarões, havia correntes perigosas, e houve momentos em que me perguntei: o que raio estou aqui a fazer? Mas a verdade é que foi libertador”, confessou.
Segundo o actor, a experiência de gravar em mar aberto, sujeito às forças da natureza, acabou por influenciar a sua própria abordagem à personagem. “Não dá para fingir medo quando estás num mar agitado. O corpo reage, e a câmara capta tudo.”
Tubarões reais? Sim. Mas com regras
Uma das curiosidades do filme é que parte das cenas aquáticas foram feitas em locais conhecidos por avistamentos de tubarões — com todas as medidas de segurança, claro. Ainda assim, Nicolas Cage garante que sentiu o perigo de forma muito real. “Tínhamos especialistas na água, mas basta um movimento estranho ao longe para entrares em modo de sobrevivência”, contou.
A produção australiana manteve uma abordagem prática e visceral, apostando em efeitos reais sempre que possível. Nada de ecrãs verdes: aqui, o sal é verdadeiro, e o medo também.
Um filme de género ou uma experiência espiritual?
Realizado por Lorcan Finnegan (Vivarium), The Surfer é mais do que um filme de sobrevivência — é também uma história de identidade, trauma e superação. O realizador descreveu-o como “um estudo sobre o ego masculino colocado sob pressão”, e a crítica internacional já começa a destacar a obra como uma curiosa fusão entre thriller psicológico e drama existencialista.
Há quem o compare a The Lighthouse, mas com pranchas. Ou a Jaws, mas com terapia.
Cage continua imparável — e imprevisível
Num momento em que Nicolas Cage vive uma das fases mais criativas da sua carreira (com projectos como Pig, Dream Scenario e Renfield), The Surfer surge como mais uma peça numa filmografia que recusa ser rotulada.
O actor já afirmou que quer continuar a desafiar-se — e, ao que tudo indica, isso inclui enfrentar tubarões reais em mar aberto e fazer monólogos sobre o sentido da vida enquanto apanha ondas.