Blade Runner 2049: Warner Bros. Discovery Próxima de Vencer Batalha Judicial Contra a Tesla

Inteligência artificial no centro da polémica

A luta legal em torno de Blade Runner 2049 e a utilização indevida de imagens do filme por parte da Tesla ganhou um novo capítulo. Um tribunal norte-americano rejeitou várias acusações dirigidas à Warner Bros. Discovery, aproximando o estúdio da vitória num processo que envolve direitos de autor, inteligência artificial e a sempre polémica figura de Elon Musk.

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A disputa começou quando, em 2023, a Tesla apresentou o seu projeto de robotáxi num evento mediático num estúdio da Warner. Durante a apresentação, Musk exibiu uma imagem gerada por inteligência artificial que mostrava uma figura de sobretudo diante de ruínas envoltas em névoa laranja — um cenário quase idêntico à famosa sequência de Blade Runner 2049 em que Ryan Gosling explora uma Las Vegas devastada.

As acusações e a resposta do tribunal

A produtora Alcon Entertainment, detentora dos direitos do filme, acusou a Tesla de ter alimentado um gerador de imagens com fotogramas da obra sem licença, criando material promocional não autorizado. Warner Bros. Discovery foi arrastada para o processo, com a alegação de que teria fornecido imagens em alta resolução à Tesla ou, pelo menos, não impediu a sua utilização.

O tribunal, contudo, descartou essas acusações. O juiz Wu sublinhou que não havia provas de que a Warner tivesse entregue material à Tesla, nem de que tivesse o poder de impedir Musk e a sua empresa de recorrer a imagens do filme. “Permitir que Musk e a Tesla ‘escolhessem’ conteúdo de uma biblioteca não equivale a dar à Warner o direito de controlar, limitar ou supervisionar esse uso”, escreveu o juiz na decisão de 11 de setembro.

Tesla sob escrutínio

Apesar deste avanço para a Warner, a Tesla continua sob pressão. O tribunal recusou um pedido para arquivar uma acusação de violação direta de direitos de autor, citando “semelhanças evidentes” entre o material usado no evento e imagens do filme. A alegação de que a empresa recorreu a inteligência artificial apenas horas depois de ser negada a permissão para usar fotogramas originais reforça a gravidade da situação.

O que está em jogo

A Alcon Entertainment mantém o processo vivo também por razões de imagem: a produtora prepara uma série televisiva baseada em Blade Runner 2049 e quer distanciar-se publicamente de Musk e da Tesla. “Parte do que está a acontecer aqui é a necessidade de o meu cliente deixar claro que se distancia de algumas das partes envolvidas”, explicou o advogado da empresa numa audiência.

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Para já, Warner Bros. Discovery ainda enfrenta uma acusação de infração contributiva, por alegadamente ter facilitado o uso indevido das imagens, mas a tendência aponta para uma saída relativamente limpa do processo. Já a Tesla poderá ter mais dificuldade em escapar às consequências legais da sua aposta na inteligência artificial.

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Um 2025 aquém das expectativas

O ano de 2025 trouxe três grandes estreias para o Universo Cinematográfico da Marvel (Captain America: Brave New WorldThunderbolts e The Fantastic Four: First Steps), mas os resultados de bilheteira ficaram longe dos tempos gloriosos de Avengers: Endgame (2019). Apesar de elencos repletos de estrelas e críticas positivas em alguns casos, os números não convenceram a indústria.

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Segundo a Variety, que ouviu realizadores, executivos e agentes, a Marvel atravessa uma fase de incerteza. Brave New World, protagonizado por Anthony Mackie, arrecadou 415,1 milhões de dólares mundialmente com um orçamento de 180 milhões — pouco acima do ponto de equilíbrio, quando a regra é duplicar ou triplicar o investimento. Thunderbolts, lançado em maio, fez ainda menos: 382,4 milhões, também com um orçamento de 180 milhões. Já The Fantastic Four: First Steps, estreado em julho, conseguiu 517,2 milhões a nível global, mas com uma queda abrupta de 80% da primeira para a segunda semana em cartaz.

Críticas fortes, bilheteiras fracas

Curiosamente, a qualidade não parece estar em causa. Thunderbolts alcançou 93% de aprovação do público no Rotten Tomatoes e 88% da crítica, enquanto First Steps se manteve igualmente “Certified Fresh”, com 87% dos críticos e 91% do público a aprová-lo. O caso mais divisivo foi Brave New World, com 76% de aprovação popular mas apenas 46% da crítica.

Ainda assim, os resultados de bilheteira mostram um desfasamento: os filmes até agradam, mas já não atraem multidões como outrora.

Um apelo menor para atores e fãs

Outro dado revelador: participar num filme da Marvel já não é o sonho universal de Hollywood. Um agente ouvido pela Variety admitiu: “Ainda é uma oportunidade de vida, mas já não tenho tantos clientes a pedir para entrar como há cinco anos.”

Parte da explicação pode estar na saturação do mercado e no facto de os filmes estarem disponíveis em streaming muito rapidamente. Thunderbolts chegou à Disney+ em agosto, apenas três meses após a estreia em sala, e tornou-se de imediato o segundo filme mais visto na plataforma a nível mundial.

Vingadores ainda são “à prova de bala”

Apesar das dúvidas, há quem acredite que os próximos capítulos dos Vingadores continuam imbatíveis. Avengers: Doomsday (2026) e Avengers: Secret Wars (2027) são vistos como apostas seguras, apoiadas no legado de Endgame, que arrecadou 2,7 mil milhões de dólares em 2019.

A questão está nos filmes a solo. Já não parecem obrigatórios para acompanhar a narrativa global, e muitos espectadores sentem que podem “saltá-los” sem perder o fio à meada. Resultado: o MCU deixou de ser um fenómeno infalível para se tornar numa aposta arriscada.

O que vem aí

Enquanto Brave New World e Thunderbolts já estão disponíveis na Disney+ e The Fantastic Four: First Steps chega ao streaming ainda este ano, a grande expectativa recai sobre os próximos Vingadores. Até lá, fica a pergunta: terá a Marvel perdido a sua força irresistível ou estará apenas a preparar terreno para um novo ciclo?

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The Lost Bus: Matthew McConaughey Enfrenta o Inferno em Drama de Paul Greengrass

Uma história real de heroísmo em pleno caos

Em 2018, a Califórnia viveu um dos piores incêndios da sua história recente: o devastador Camp Fire. Foi nesse cenário que um motorista de autocarro escolar e uma professora se viram obrigados a improvisar um resgate para salvar 22 crianças presas na zona de evacuação. É essa história, já de si dramática, que Paul Greengrass recria em The Lost Bus, um filme que coloca o espectador no centro do caos, do calor e do ruído ensurdecedor das chamas.

Com Matthew McConaughey no papel de Kevin McKay, o motorista que aceitou a chamada de emergência, e America Ferrera como Mary Ludwig, a professora que manteve as crianças calmas enquanto o fogo devorava tudo à volta, o filme adapta os acontecimentos reais quase sem alterar nomes ou detalhes. Greengrass opta por um realismo cru: o fogo nasce de uma linha elétrica com falhas, espalha-se com a ajuda do vento e transforma o dia em noite, enquanto a fuga pela estrada se torna uma luta contra o tempo.

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Suspense e realismo à flor da pele

Conhecido por United 93 e Captain Phillips, Greengrass volta a explorar um drama baseado em factos com a sua marca habitual: câmara nervosa, ação visceral e tensão contínua. As cenas do incêndio foram recriadas com fogueiras controladas, reforçadas por CGI e imagens reais, mergulhando o público no terror de um fogo incontrolável. O som é central: o rugido incessante das chamas é apresentado como um inimigo quase físico, que bloqueia a comunicação, corta as estradas e isola os protagonistas.

Apesar de a audiência saber que a história real teve um final feliz, a viagem nunca perde intensidade. A incerteza sobre se o autocarro conseguirá atravessar estradas em colapso ou resistir ao fumo torna o filme num exercício de suspense quase insuportável.

O lado humano da tragédia

Para além da ação, The Lost Bus é também um drama de personagens. America Ferrera dá vida a Mary, uma professora que, entre o medo de nunca mais ver o filho e a responsabilidade de acalmar crianças aterrorizadas, mantém uma coragem silenciosa e comovente.

Matthew McConaughey, por sua vez, constrói Kevin como um homem em busca de redenção. Sobrecarregado por problemas pessoais — um filho adolescente rebelde, um casamento falhado, uma mãe doente, até um cão recentemente perdido —, vê no resgate a oportunidade de provar a si mesmo que ainda é capaz de fazer a diferença. Se essa acumulação de dramas parece excessiva no arranque, o magnetismo habitual do ator ajuda a ancorar a narrativa.

Um drama que ilumina o real

Mais do que revisitar um acontecimento já conhecido, The Lost Bus mostra como o cinema pode tornar tangível o que muitas vezes é apenas estatística ou imagem televisiva. É um retrato de coragem em circunstâncias extremas, mas também uma reflexão sobre falhas humanas, azar e improviso no meio da catástrofe.

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Paul Greengrass confirma, mais uma vez, ser mestre em transformar factos em experiências cinematográficas imersivas — e este é um daqueles filmes que o espectador dificilmente esquecerá.

The Housemaid: Sydney Sweeney e Amanda Seyfried Trazem Segredos Perigosos no Novo Thriller de Paul Feig

Uma mansão, duas mulheres e muitos segredos

A Lionsgate revelou o primeiro trailer de The Housemaid, o novo thriller de Paul Feig que promete misturar tensão, segredos e personagens imperfeitas. Protagonizado por Sydney Sweeney e Amanda Seyfried, o filme chega aos cinemas a 19 de dezembro de 2025, adaptando o bestseller homónimo de Freida McFadden.

A história acompanha Millie (Sweeney), uma jovem desesperada por trabalho que aceita ser empregada doméstica de Nina (Seyfried) e Andrew (Brandon Sklenar). O que começa como uma oportunidade de sobrevivência rapidamente se transforma num jogo de desconfianças e revelações perturbadoras, à medida que Millie descobre que o casal esconde segredos obscuros dentro da mansão onde vive.

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Do riso ao suspense: Paul Feig troca de registo

Conhecido pelas suas comédias (BridesmaidsSpyLast Christmas), Paul Feig aventurou-se aqui num território mais sombrio. O realizador confessou que foi precisamente a combinação entre “tensão, sustos e humor” que o atraiu para a história: “Foi um sonho tornado realidade.”

O argumento foi escrito por Rebecca Sonnenshine (The BoysStranger Things), que adaptou o romance publicado em 2022. Além de Sweeney, Seyfried e Sklenar, o elenco conta ainda com Michele Morrone e Elizabeth Perkins.

Um projeto feito com paixão

Para Sydney Sweeney, que acumula também créditos como produtora executiva, o projeto teve um sabor especial. Fã assumida da trilogia literária de McFadden, a atriz revelou ter lido os três livros em apenas uma semana: “Não conseguia parar. As personagens são falhadas, são caóticas — e isso é fascinante.”

Amanda Seyfried, por sua vez, acrescenta peso dramático ao elenco, trazendo a elegância e intensidade que lhe valeram nomeações aos Óscares e aos Emmys. Juntas, as duas atrizes prometem transformar The Housemaid num duelo psicológico capaz de prender o público até ao último minuto.

Expectativas em alta

Depois da apresentação de imagens exclusivas no CinemaCon em abril, a antecipação em torno do filme só cresceu. Com um realizador habituado ao humor, mas agora rendido ao suspense, e duas protagonistas em ascensão e maturidade, The Housemaid pode ser um dos thrillers mais comentados do final de 2025.

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Robert Pattinson Já Leu o Argumento de The Batman: Part II  — e Matt Reeves Garante Surpresas Nunca Vistas

Um novo mistério em Gotham

Os fãs do Cavaleiro das Trevas podem começar a erguer os olhos para o céu: o sinal de Batman ainda não brilhou, mas já não falta muito. Matt Reeves confirmou que o argumento de The Batman: Part II está finalmente concluído e entregue, depois de uma longa espera desde o sucesso do primeiro filme em 2022.

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Em declarações à The Hollywood Reporter durante os Emmy Awards, o realizador revelou que a equipa entra agora em pré-produção e que as filmagens estão previstas para a primavera de 2026. “Foi um percurso mais longo do que eu gostaria, por várias razões pessoais, mas o mais importante era chegar ao ponto em que sentíssemos que tínhamos o melhor guião possível”, explicou Reeves.

Um argumento guardado a sete chaves

Proteger os segredos da sequela foi uma prioridade quase obsessiva. O argumento foi enviado a Robert Pattinson através de um sistema de alta segurança digno de Bruce Wayne: uma bolsa com código, enviado separadamente. O ator, no entanto, acabou por tropeçar no dispositivo. “O Rob disse: ‘Não consigo abrir’. E eu respondi: ‘Eu sei, aqui está o código’”, contou Reeves, entre risos.

Após decifrar o enigma tecnológico, Pattinson leu o guião e partilhou as suas impressões com o realizador numa chamada de FaceTime. A reação foi entusiástica: “Ele é o Batman. Se não gostasse, estávamos mal. Mas adorou, e isso foi incrivelmente encorajador”, revelou Reeves.

A promessa de algo inédito

Sem revelar detalhes da trama, o realizador garantiu que a nova história será novamente um mistério policial, fiel ao tom que marcou The Batman. No entanto, deixou no ar a promessa de algo verdadeiramente novo: “O que este filme faz com a personagem, tanto com Batman como com Bruce, nunca foi feito antes desta forma.”

O regresso de um fenómeno

Lançado em março de 2022, The Batman arrecadou 772 milhões de dólares em bilheteira mundial, reinventando a mitologia do herói e consolidando Robert Pattinson como um Bruce Wayne mais sombrio e introspectivo. A sequela será novamente escrita por Reeves em colaboração com Mattson Tomlin, e tudo indica que continuará a explorar o lado detetivesco do Cavaleiro das Trevas, enquanto expande a sua complexidade psicológica.

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Até ao próximo sinal no céu de Gotham, resta aos fãs esperar — mas com a garantia de que The Batman: Part II pretende levar o herói por caminhos inéditos.

Festa do Cinema Francês 2025: Retrospetiva a Alain Delon e Mais de 60 Filmes em Destaque

Lisboa e Porto abrem as portas ao melhor do cinema francófono

A 26.ª edição da Festa do Cinema Francês arranca a 2 de outubro em Lisboa e no Porto, trazendo mais de 60 filmes inéditos em sala e uma programação que combina homenagens, antestreias e novas secções pensadas para celebrar a vitalidade do cinema francófono. O festival decorre em Lisboa até 12 de outubro, com sessões no Porto entre os dias 2 e 8, antes de seguir viagem por várias cidades do país, incluindo Coimbra, Lagos, Almada, Cascais, Beja e Setúbal.

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Alain Delon em retrospetiva

Um dos pontos altos da edição será a retrospetiva dedicada a Alain Delon, o lendário ator francês que morreu em agosto de 2024 aos 88 anos. Em colaboração com a Cinemateca Portuguesa, a mostra intitulada “Alain Delon, a virtude do silêncio” reunirá cerca de vinte filmes, recordando o carisma e a intensidade de uma das maiores figuras do cinema europeu dos anos 1960, cuja influência atravessou gerações.

Convidados de peso e antestreias

O festival contará ainda com a presença de Thierry Frémaux, diretor do Festival de Cannes e do Instituto Lumière, que apresentará o filme Lumière, a Aventura Continua! em Lisboa. A atriz Marina Foïs virá apresentar a antestreia de Moi qui t’aimais, de Diane Kurys, enquanto a realizadora Louise Hémon traz o filme L’Engloutie, também incluído na competição oficial.

A programação abre com Nouvelle Vague, de Richard Linklater, recriando a rodagem de O Acossado (1960), clássico de Jean-Luc Godard, e encerra a 12 de outubro com Partir, Um Dia, comédia musical de Amélie Bonnin que brilhou na abertura do Festival de Cannes.

Competição e novas secções

A competição oficial reúne títulos como Ma frère (Lise Akoka e Romane Gueret), Love Me Tender (Anna Cazenave), Les rendez-vous de l’été (Valentine Cadic), Le roi soleil (Vincent Maël Cardona) e La Pampa (Antoine Chevrollier).

Entre as novidades, destaca-se a secção La Belle Époque, dedicada a obras marcantes da história do cinema, incluindo a exibição em cópia restaurada de O Acossado. Outra aposta é um evento voltado para coproduções luso-francófonas, com projetos de cineastas como Pocas Pascoal, Ágata Pinho e Pedro Neto.

O documentário Écrire la vie – Annie Ernaux racontée par des lycéennes et de lycéens, de Claire Simon, dedicado à Nobel da Literatura Annie Ernaux, é outro dos destaques da programação.

Uma nova etapa para o festival

Este ano marca também uma mudança nos bastidores: a produção da Festa do Cinema Francês passa a estar a cargo da associação Il Sorpasso, que organiza também a Festa do Cinema Italiano e a mostra itinerante Luso! em Itália. A direção artística é agora assumida pela programadora Anne Delseth, sinalizando uma nova fase para um festival que, ano após ano, se afirma como um dos momentos maiores da agenda cultural em Portugal.

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A Namorada: O Thriller Psicológico da Prime Video Que Vai Mexer com as Suas Desconfianças

Quando a perfeição da família começa a rachar

A Prime Video acaba de lançar mais uma série pronta a viciar quem gosta de thrillers psicológicos. A Namorada ( “A Namorada Ideal” no Brasil) , baseada no bestseller homónimo de Michelle Frances, já conquistou o público e entrou diretamente para o topo das produções mais vistas da plataforma.

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Combinando mistério, tensão e atuações intensas, a série parte de uma premissa aparentemente simples: Laura (Robin Wright), uma mulher de sucesso com tudo o que poderia desejar, vê a sua vida virar do avesso quando o filho, Daniel (Laurie Davidson), apresenta à família a sua nova namorada, Cherry (Olivia Cooke).

É então que o instinto materno de Laura se cruza com a paranoia, e a dúvida instala-se: estará Cherry a esconder alguma coisa, ou será Laura a projetar as suas inseguranças?

Um jogo de manipulações

O grande trunfo da série está na alternância de perspetivas. O público acompanha tanto a visão de Laura, a mãe que desconfia de Cherry, como a da jovem namorada, aparentemente inocente. O resultado é um jogo psicológico viciante, onde cada gesto pode ser lido de duas formas, e onde nunca é claro quem manipula quem.

A cada episódio, o espectador é forçado a questionar as suas próprias perceções: será instinto, será ciúme, será manipulação? Essa ambiguidade mantém a tensão em alta e transforma A Namorada num verdadeiro quebra-cabeças emocional.

Elenco de luxo em alta tensão

Olivia Cooke, que muitos conhecerão de House of the Dragon, entrega aqui uma das performances mais intensas da sua carreira, explorando a fronteira entre fragilidade e perigo. Robin Wright, por sua vez, volta a brilhar no pequeno ecrã depois de House of Cards, encarnando uma mulher dividida entre a proteção do filho e os fantasmas da sua própria mente. Laurie Davidson completa o trio central, ao lado de Tanya Moodie, Waleed Zuaiter e Anna Chancellor.

Mais do que um thriller familiar

O que torna A Namorada particularmente eficaz é a forma como reflete inseguranças do quotidiano. Quem nunca desconfiou das intenções de alguém próximo? Quem nunca se questionou sobre até onde vai a verdade ou a manipulação numa relação?

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É por isso que, para além da tensão narrativa, a série funciona também como espelho das nossas próprias dúvidas e receios. No fim, A Namorada é menos sobre “quem é o vilão” e mais sobre a fragilidade das perceções humanas.

Prepare-se: depois de carregar no play, vai ser difícil parar de ver.

Morreu Robert Redford: O Último Grande Ícone de Hollywood e Guardião do Cinema Independente

Um rosto romântico que se tornou uma lenda

Robert Redford, ator, realizador e ativista que atravessou gerações como símbolo do charme masculino e da integridade artística, morreu. Tinha 89 anos. A notícia marca o desaparecimento de uma das figuras mais emblemáticas do cinema americano, cuja carreira se estendeu por mais de cinco décadas e que deixou uma marca indelével tanto em Hollywood como no cinema independente.

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Entre os anos 1960 e 1980, Redford foi um dos rostos mais reconhecidos do grande ecrã, admirado em igual medida por homens e mulheres. Mas nunca se contentou em ser apenas o “menino-bonito” de Hollywood: construiu uma filmografia que unia êxitos comerciais e obras de risco, sempre com um olhar atento às questões políticas e sociais do seu tempo.

Do basebol ao estrelato

Nascido a 18 de agosto de 1936 na Califórnia, Redford começou por sonhar com uma carreira no basebol, mas acabou por enveredar pelas artes. Depois de estudar pintura, escolheu o teatro e cedo brilhou na Broadway com Descalços no Parque, em 1963. A transição para o cinema foi quase imediata: em 1965 já dava que falar em O Estranho Mundo de Daisy Clover, e poucos anos depois tornava-se uma estrela mundial com Dois Homens e Um Destino (1969), ao lado de Paul Newman.

Seguiram-se clássicos incontornáveis como A Golpada (1973), que lhe valeu o Óscar de Melhor Filme, Os Três Dias do Condor (1975), Os Homens do Presidente (1976), sobre o escândalo Watergate, e África Minha (1985), ao lado de Meryl Streep.

Realizador premiado e fundador de Sundance

Redford também se destacou atrás das câmaras. A sua estreia como realizador em Gente Vulgar (1980) foi um triunfo imediato, conquistando o Óscar de Melhor Realização. Seguiram-se títulos como Quiz Show (1994) e Regra de Silêncio(2012), sempre pautados pela inquietação moral e pelo comentário político.

Mas talvez o seu maior legado esteja no apoio ao cinema independente. Em 1981 fundou o Sundance Institute, que viria a transformar o Festival de Sundance no maior certame do mundo dedicado ao cinema independente. Ao longo de quatro décadas, Sundance revelou cineastas como Quentin Tarantino, Steven Soderbergh, Kelly Reichardt ou Chloé Zhao, e tornou-se uma rampa de lançamento para vozes fora do sistema de estúdios.

Uma despedida discreta

Nos últimos anos, Redford afastou-se das câmaras, mantendo apenas uma breve participação simbólica em Avengers: Endgame (2019). Já em 2018 tinha anunciado a reforma após O Cavalheiro com Arma, filme em que contracenou com Sissy Spacek. Apesar do mediatismo da declaração, preferiu depois o silêncio, preservando a sua privacidade.

A sua última aparição pública aconteceu em outubro de 2021, na cerimónia de prémios da Fundação Alberto II do Mónaco. Ainda assim, continuava a acompanhar o destino do festival que criou, tendo reagido este ano à anunciada mudança de Sundance para Boulder, no Colorado, em 2027: “A mudança é inevitável”, disse, sublinhando que o festival deve continuar a assumir riscos e a apoiar histórias inovadoras.

O fim de uma era

Com a morte de Robert Redford, desaparece um dos últimos grandes ícones românticos de Hollywood clássica, mas também o arquiteto de um espaço fundamental para o cinema independente. Entre o glamour de A Golpada, a tensão política de Os Homens do Presidente e a revolução cultural de Sundance, o seu legado permanece intocado.

A próxima edição do Festival de Sundance, marcada para 22 de janeiro a 1 de fevereiro de 2026 — a última na sua cidade de origem, antes da mudança para Boulder —, terá inevitavelmente um peso simbólico acrescido: será não só uma celebração do cinema independente, mas também uma homenagem ao homem que o tornou possível.