A Mulher Que Fez História:  Chega Aos Cinemas e Promete Borbulhar Emoções -Viúva Clicquot

Uma história de coragem, resiliência e champanhe

No dia 25 de setembro, chega às salas portuguesas Viúva Clicquot, o filme que traz para o grande ecrã a vida extraordinária de Barbe-Nicole Ponsardin Clicquot – a mulher que ousou desafiar convenções, enfrentar guerras e revoluções e transformar um pequeno negócio de vinhos num império mundial do champanhe.

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Inspirado na biografia best-seller do New York Times, este retrato íntimo e inspirador mostra como uma jovem viúva se recusou a aceitar o papel que a sociedade do século XIX lhe reservava. Em vez disso, assumiu o comando da adega que fundara com o marido e, contra todas as probabilidades, revolucionou o processo de produção de champanhe, transformando o nome Veuve Clicquot num símbolo global de inovação e audácia.

Um elenco de luxo e uma produção com alma francesa

Haley Bennett brilha no papel principal, dando corpo e emoção à figura marcante de Barbe-Nicole. A seu lado estão Tom Sturridge e Sam Riley, enquanto a realização fica a cargo de Thomas Napper. A produção é assinada por Joe Wright, cineasta aclamado por obras como Orgulho e Preconceito e A Hora Mais Negra.

Rodado inteiramente em França, o filme mergulha-nos na autenticidade dos locais históricos: desde a região de Chablis, na Borgonha, até Reims, no coração da produção de champanhe. O majestoso Château de Béru serve de cenário para a propriedade da família Clicquot, reforçando o ambiente histórico e a atmosfera da época.

O rigor histórico esteve sempre em primeiro plano, graças ao apoio direto dos arquivos da Maison Clicquot, que ajudaram a garantir não só a fidelidade da narrativa, mas também a riqueza visual da recriação.

Uma celebração do espírito feminino

Viúva Clicquot não é apenas uma história sobre negócios ou vinho espumante. É sobretudo um tributo à coragem feminina e à visão transformadora de uma mulher que se recusou a ser definida pelas circunstâncias. É um filme sobre perda, perseverança e legado — e, claro, sobre a capacidade de brindar à vida, mesmo quando tudo parece perdido.

Prepare-se para levantar a sua taça no cinema: a 25 de setembro, Viúva Clicquot estreia nas salas nacionais.

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The Rip: Ben Affleck e Matt Damon Regressam em Thriller de Cops e $20 Milhões

O reencontro da dupla mais lendária de Hollywood

Depois de Air e The Last DuelBen Affleck e Matt Damon voltam a partilhar ecrã em The Rip, o novo thriller da Netflixrealizado e escrito por Joe Carnahan. A dupla interpreta dois polícias de Miami que tropeçam num esconderijo com milhões em dinheiro vivo — e a questão inevitável surge: e se o ficássemos?

O primeiro trailer já foi divulgado e deixa claro que estamos perante um daqueles thrillers intensos, musculados e cheios de dilemas morais, como os fãs de Damon e Affleck gostam.

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Uma descoberta que abala todas as lealdades

A sinopse oficial resume o caos:

“Ao descobrir milhões em dinheiro escondidos numa casa abandonada, a confiança entre uma equipa de polícias começa a ruir. À medida que forças externas tomam conhecimento da apreensão, tudo é posto em causa — incluindo em quem podem confiar.”

Carnahan, conhecido por títulos como Boss Level e Copshop, promete manter a tradição de thrillers duros e sem rodeios.

Um elenco de peso

Além da dupla Affleck-Damon, The Rip conta com:

  • Steven Yeun (MinariNope)
  • Kyle Chandler (Friday Night LightsArgo)
  • Scott Adkins, estrela de ação britânica
  • Sasha Calle (The Flash)
  • Teyana Taylor, que também participa no próximo filme de Paul Thomas Anderson, One Battle After Another

Estreia e expectativas

Curiosamente, a Netflix já começou a promover o filme mais de um ano antes da estreia, algo raro fora da época dos Óscares. Isso pode significar confiança no projeto.

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The Rip chega à plataforma no dia 16 de janeiro de 2026. Será que o filme vai fazer jus ao nome e realmente “rasgar” com a concorrência dos thrillers policiais?

The Long Walk: Stephen King, Distopia e a Relevância que Chega Agora ao Cinema

O romance mais sombrio de King finalmente no grande ecrã

Escrito em 1966, quando ainda estava na universidade, The Long Walk foi o primeiro romance de Stephen King, mas só viu a luz do dia em 1979, sob o pseudónimo Richard Bachman. Agora, quase meio século depois, a obra mais pessimista do mestre do terror chega finalmente aos cinemas — e com uma atualidade assustadora.

A premissa é simples e brutal: 100 rapazes são escolhidos por sorteio para participar numa maratona sem fim, vigiados por soldados e transmitida para todo o mundo. Quem andar abaixo dos 6,5 km/h recebe avisos. Ao terceiro, é executado. O último sobrevivente ganha um prémio à escolha.

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Francis Lawrence à frente da adaptação

O filme é realizado por Francis Lawrence, nome já associado a competições distópicas graças aos últimos quatro filmes de The Hunger Games. Em entrevista, o realizador garantiu que não quis suavizar a violência nem o desespero do livro:

“É preciso sentir os quilómetros e a degradação — emocional, psicológica, física. Não ia diluir isso para deixar o estúdio confortável.”

A obra passou décadas nas mãos de cineastas como George A. Romero e Frank Darabont, que nunca conseguiram avançar. Coube a Lawrence finalmente levar a adaptação à meta.

Um livro sombrio, mas cheio de humanidade

Especialistas lembram que The Long Walk é considerado por muitos como o romance mais cruel de King, rivalizando apenas com Pet Sematary. Ainda assim, como lembra o investigador Simon Brown, a obra está cheia de solidariedade entre os rapazes:

“Eles não se voltam uns contra os outros. Há amizade e fraternidade. O que interessa não é a caminhada, são as pessoas na caminhada.”

É esta capacidade de King de usar o terror para explorar a natureza humana que fez do livro um modelo para tantos outros: The StandUnder the Dome ou The Mist.

Influências e legado

King admitiu ter sido inspirado por 1984, de Orwell, e Lord of the Flies, de William Golding, além do conto The Lotteryde Shirley Jackson. Mas a originalidade de The Long Walk foi tal que o livro acabou por influenciar gerações de obras distópicas, de Battle Royale a The Hunger Games, passando por Squid Game.

Mais do que protótipo, é a origem de um subgénero: o do “jogo mortal” que hoje domina a cultura popular.

Relevância em 2025

Se na época a história parecia uma fantasia negra, hoje lê-se como uma metáfora para a cultura da competição extrema e da exploração mediática. A crítica já destacou como o livro antecipou a lógica de reality shows e até da voragem das redes sociais.

Lawrence sublinha que não quis fazer um filme político, mas sim relacionável:

“Queria que qualquer pessoa, de qualquer lado do espectro político, se visse nisto. É sobre a pressão financeira, o desespero, a luta pela sobrevivência.”

A caminhada chega a Portugal

Com estreia mundial neste fim de semanaThe Long Walk prepara-se também para chegar às salas portuguesas. Será uma oportunidade para ver no grande ecrã o que muitos consideram o romance mais perturbador de Stephen King, agora transformado em cinema por um realizador habituado a dar forma a distopias brutais.

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Daniel Day-Lewis Quebra o Silêncio: “Nunca Quis Aposentar-me, Devia Ter Ficado Calado”

O regresso do mestre após oito anos afastado

Ele é considerado um dos maiores atores de sempre, dono de três Óscares de Melhor Ator, e em 2017 surpreendeu o mundo ao anunciar a sua retirada do cinema. Agora, Daniel Day-Lewis, 68 anos, regressa aos ecrãs e admite que a sua “reforma” nunca foi intencional.

Em entrevista à Rolling Stone, o protagonista de Lincoln e There Will Be Blood esclareceu:

“Nunca tive a intenção de me aposentar, de verdade. Apenas deixei de fazer esse tipo de trabalho para me dedicar a outras coisas. Aparentemente já fui acusado de me reformar duas vezes… Eu só queria trabalhar noutra área por um tempo. Olhando para trás, devia era ter ficado calado.”

Um regresso em família: 

Anemone

Day-Lewis manteve-se fora da ribalta quase uma década, até anunciar em 2024 o seu regresso no filme Anemone, realizado pelo seu filho de 27 anos, Ronan Day-Lewis. Pai e filho assinam juntos o argumento de uma história sobre os laços entre pais, filhos e irmãos, com estreia marcada para 3 de outubro.

O elenco conta ainda com Sean Bean e Samantha Morton, sob a chancela da Focus Features.

Amor pela arte, medo da exposição

Apesar da pausa, Day-Lewis garante que nunca perdeu o fascínio pela arte da representação:

“O trabalho era algo que eu amava. Nunca deixei de amar. Mas havia aspetos da vida que acompanhava esse trabalho com os quais nunca me senti confortável. Desde o início, até hoje, havia sempre algo nesse processo que me deixava esgotado.”

O ator confessou também ter sentido ansiedade em regressar à máquina de Hollywood, temendo o peso da indústria após tantos anos afastado.

O peso de um legado único

Antes de Phantom Thread (2017), que marcou a sua “despedida”, Day-Lewis já tinha conquistado três Óscares por O Meu Pé Esquerdo (1989), Haverá Sangue (2007) e Lincoln (2012), além de nomeações por Em Nome do PaiGangues de Nova Iorque e o próprio Phantom Thread.

Com Anemone, prova que o talento e a tentação de regressar nunca o abandonaram. Como ele próprio ironizou:

“Achei que ao dizer que não voltaria a atuar, ia proteger-me de futuras tentações. Mas o facto de ter voltado mostra apenas que não sou tão orgulhoso quanto pensava.”

Sydney Sweeney Brilha como Pioneira do Boxe no Trailer de Christy

A história real de Christy Martin chega ao grande ecrã

Foi divulgado o primeiro trailer de Christy, a cinebiografia da lendária pugilista norte-americana Christy Martin, com Sydney Sweeney no papel principal. O filme, realizado por David Michôd, estreia em novembro e promete trazer para o grande ecrã a história de uma das figuras mais marcantes do boxe feminino.

Uma vida de glória… e de luta fora do ringue

Nascida na Virgínia Ocidental, Christy Martin tornou-se um fenómeno ao conquistar títulos e ao ser promovida pelo icónico Don King (interpretado por Chad L. Coleman). No ringue, surgia sempre vestida de rosa e com uma energia imparável. Mas fora das luzes da ribalta, enfrentava uma vida marcada por violência doméstica e pela luta para assumir a sua sexualidade.

No filme, vemos a relação tumultuosa com o seu treinador e futuro marido, Jim Martin (Ben Foster), 25 anos mais velho, que viria a abusar dela. A sinopse resume: “Baseado em acontecimentos verídicos, a história de Christy Martin é uma de resiliência, coragem e da luta por recuperar a própria vida.”

Sydney Sweeney em transformação

Para interpretar a campeã, Sweeney passou por um processo físico intenso: meses de treinos, aumento de massa muscular e até ganhou 13 quilos para encarnar a atleta no auge da sua carreira.

Estreia em Portugal

Christy estreia nos cinemas norte-americanos a 7 de novembro, e deverá chegar a Portugal no mesmo período, embora ainda não tenha data confirmada pela distribuidora.

O filme promete ser não apenas um retrato desportivo, mas também um drama humano poderoso, com foco na luta de uma mulher que enfrentou tanto no ringue como na vida pessoal.

Cillian Murphy Reage a Rumores Sobre Voldemort na Série Harry Potter 

“É difícil seguir os passos de Ralph Fiennes”

Os fãs de Harry Potter vão ter de procurar outro nome para o papel de Lord Voldemort na nova adaptação televisiva da saga. Durante a sua participação no podcast Happy Sad Confused, Cillian Murphy foi confrontado com os rumores que o ligavam ao icónico vilão, mas tratou de os desmentir de forma clara.

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“Não, os meus filhos é que me mostram isso de vez em quando, mas não sei de nada. Além disso, é realmente difícil seguir qualquer coisa que o Ralph Fiennes faça. Ele é uma verdadeira lenda da representação. Boa sorte a quem for ocupar esses sapatos”, disse Murphy.

A nova era de Harry Potter

A série, produzida pela HBO e com estreia prevista para 2027, promete adaptar cada um dos sete livros de J.K. Rowling em temporadas individuais. O elenco principal já está confirmado:

  • Dominic McLaughlin como Harry Potter
  • Arabella Stanton como Hermione Granger
  • Alastair Stout como Ron Weasley

Ainda não foi revelado quem interpretará Lord Voldemort, mas a declaração de Murphy retira-o definitivamente da corrida — se é que alguma vez lá esteve.

Um futuro cheio para Cillian Murphy

Enquanto os fãs especulam sobre o futuro do mundo mágico, Murphy tem uma agenda própria recheada de projetos:

  • O filme da Netflix Steve, que estreia a 3 de outubro.
  • A aguardada longa de Peaky Blinders, intitulada The Immortal Man, com estreia prevista para 2026.
  • O regresso ao universo de terror com 28 Years Later: The Bone Temple, que chega aos cinemas em janeiro de 2026.

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Conclusão

Seja como for, os fãs podem ficar descansados: Cillian Murphy não será o novo Voldemort. E o próprio deixou bem claro que assumir o legado de Ralph Fiennes seria uma missão quase impossível.

Comedy Central Retira Episódio de South Park Após Morte de Charlie Kirk

Um dia após o choque da tragédia em Utah

A notícia da morte de Charlie Kirk, fundador da organização conservadora Turning Point USA, abalou os EUA na noite de ontem. Kirk foi baleado durante um evento na Utah Valley University, em Orem, e não resistiu aos ferimentos. A tragédia gerou reações imediatas de líderes políticos de vários quadrantes, incluindo o ex-presidente Donald Trump, que classificou o crime como “hediondo” e afirmou que Kirk foi um “mártir pela verdade e pela liberdade”.

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Enquanto a investigação prossegue e decorre uma caça ao homem para encontrar o suspeito, a morte de Kirk teve também repercussões inesperadas no mundo do entretenimento.

Comedy Central retira episódio com paródia

Horas depois do tiroteio, a Comedy Central decidiu retirar da sua programação a reposição de um episódio recente de South Park, onde a personagem Eric Cartman parodiava Charlie Kirk, imitando os seus trejeitos e estilo de debate combativo.

O episódio, exibido originalmente em agosto, mostrava Cartman a apresentar um podcast político de direita, inspirado nas intervenções do próprio Kirk. A sátira chegou a ser bem recebida pelo próprio visado: no TikTok, Kirk descreveu o episódio como “hilariante” e até alterou a foto do seu perfil para uma imagem de Cartman.

Apesar de retirarem da grelha de televisão, o episódio continua disponível on demand e na Plataforma Paramount+.

Reações políticas e mediáticas

A sátira voltou a ser alvo de críticas por parte de apoiantes de Kirk após a sua morte, acusando South Park de “visar conservadores”. Ainda assim, muitos recordaram a forma como o próprio Kirk encarou a paródia com leveza e até orgulho, afirmando: “Se dizem o teu nome em South Park, é uma vitória.”

Enquanto isso, tanto líderes republicanos como democratas têm vindo a condenar veementemente o crime, apelando à contenção e à união no rescaldo da tragédia.

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Entre sátira e tragédia

A decisão da Comedy Central mostra como a linha entre sátira política e contexto real pode mudar drasticamente com os acontecimentos. O que começou como uma caricatura típica do humor corrosivo de South Park transformou-se, após o assassinato de Kirk, num tema delicado, num país já em estado de choque.

Infiel: O Longo Peso de uma Traição Chega ao TVCine

Ingmar Bergman em versão minissérie sueca

TVCine Edition estreia já esta segunda-feira, 15 de setembro, às 22h10, a minissérie sueca Infiel, baseada num argumento original de Ingmar Bergman. Uma história sobre amor, traição e memórias que nunca cicatrizam, apresentada em seis episódios que expandem para televisão o enredo do filme homónimo de 2000, realizado por Liv Ullmann.

O reencontro que reabre feridas

A série acompanha David, um realizador de 73 anos que reencontra Marianne, atriz e antigo amor. Este reencontro fá-los regressar aos anos 70, quando Marianne era casada com Markus, o melhor amigo de David, e ao triângulo de paixão, culpa e silêncio que marcou as suas vidas.

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Alternando entre o presente e o passado, Infiel questiona os limites da memória e a forma como os desejos e as escolhas de outrora moldam o presente.

Elenco de luxo e realização de Tomas Alfredson

Com realização de Tomas Alfredson (Deixa-me EntrarTinker Tailor Soldier Spy), a minissérie conta com interpretações de Gustav LindhFrida GustavssonJesper Christensen e Lena Endre.

Apresentada no Festival de Toronto em 2024, esta nova adaptação oferece uma abordagem contemporânea a um dos argumentos mais pessoais de Bergman, equilibrando sensibilidade e intensidade emocional.

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Onde ver

Infiel estreia a 15 de setembro, às 22h10, em exclusivo no TVCine Edition e no TVCine+. Os episódios seguintes serão exibidos todas as segundas-feiras, no mesmo horário.

MOTELX 2025: Um Dia de Terror, Fantasia e Conversas Incontornáveis

MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa continua a transformar a cidade no epicentro do género, e o programa de hoje promete de tudo: monstros, masterclasses, filmes portugueses, encontros de indústria e até sessões duplas que atravessam gerações do cinema de culto.

Monstros ao Almoço e sustos para todas as idades

A tarde arranca às 13h00, na Sala 3 do Cinema São Jorge, com A Natureza dos Monstros, a terceira coletânea de curtas da secção SectionX. São seis pequenas visões sobre o monstruoso, desde Mother of Dawn até The Masked Monster.

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Logo de seguida, às 14h00 na Sala Manoel de Oliveira, o público mais jovem tem direito a Sustos Curtos M/10, com animações e histórias rápidas como Operation Frankenstein e Apocalypse Dog, provando que o terror também pode ser brincadeira.

Longas em destaque

Às 14h30, na Sala 3, estreia Pig that Survived Foot-and-Mouth Disease, de Hur Bum-Wook, enquanto na mesma hora, na Sala 2, arranca o ciclo de mesas-redondas do MOTELX Lab, dedicado a scouting, financiamento e produção.

Mais tarde, às 15h45 na Sala Manoel de Oliveira, é tempo de competição: Karmadonna, de Aleksander Radivojevic, concorre ao prémio Méliès d’Argent, precedido pela curta Anexado.

Às 16h50, na Sala 3, surge The Home, de Mattias J. Skoglund, e ao final da tarde, às 18h35 na Sala Manoel de Oliveira, estreia A Useful Ghost, do tailandês Ratchapoom Boonbunchachoke, já distinguido em Cannes.

Curtas portuguesas e indústria

O cinema nacional está em evidência às 19h00, na Sala 3, com o segundo programa de curtas em competição pelo Méliès d’Argent: AntenaAmarelo BananaYazzaSequencial e Grito.

À mesma hora, decorre a masterclass da produtora Gale Anne Hurd (de O Exterminador Implacável e Aliens), na esplanada da Cinemateca Portuguesa – um dos momentos mais aguardados do MOTELX Lab.

Noite de culto e convívio

A noite começa com música: às 20h00, o DJ Set de Mário Valente no Lounge do São Jorge anima o público até altas horas. Em paralelo, acontece o Meetup Lab sobre “Um País com Medo do Terror”.

Às 21h05 na Sala 3, estreia Crendices – Quando o Medo Vem das Crenças, realizado pelo coletivo madeirense 4Litro, com convidados presentes. E às 21h25, na Sala Manoel de Oliveira, exibe-se Freaky Tales, da dupla Anna Boden e Ryan Fleck, depois da curta Ilhoa.

Madrugada para os resistentes

O terror não pára: às 23h30, na Sala 3, passa Touch Me, de Addison Heimann, com o realizador presente. À meia-noite, a festa é dupla na Sala Manoel de Oliveira: The Toxic Avenger (2023), de Macon Blair, em estreia nacional, seguido do clássico original de 1984. Uma sessão obrigatória para fãs de gore e humor negro.

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Terror dentro e fora do ecrã

Entre encontros da indústria, cinema português, animação para miúdos e uma sessão dupla histórica, o MOTELX prova hoje porque é um dos festivais mais vibrantes da Europa. O São Jorge será mais uma vez palco de sustos, gargalhadas e descobertas para todos os que ousarem entrar.

Brando e Duvall: Entre a Brincadeira e a Maestria nos Bastidores de O Padrinho

A cumplicidade invisível que moldou o clássico de Coppola

Em 1971, enquanto Francis Ford Coppola lutava para filmar O Padrinho sob enorme pressão dos estúdios, nos bastidores nascia uma cumplicidade improvável entre Marlon Brando e Robert Duvall. De um lado, o instinto anárquico de Brando, que redefinia o conceito de poder e vulnerabilidade com Don Vito Corleone. Do outro, a disciplina teatral de Duvall, focado em construir a calma e calculista presença de Tom Hagen, o consigliere da família.

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Mas fora de campo, o ambiente estava longe da solenidade que o filme transpira. Duvall recordaria mais tarde ao Los Angeles Times:

“Fazíamos cenas intensas e, logo antes da câmara rolar, o Brando fazia-me uma partida qualquer para aliviar a tensão. Era a forma dele dizer: ‘Somos atores, não levem isto demasiado a sério.’”

Esse espírito de irreverência, aliado a uma inesperada intimidade criativa, transformou-se na base de uma parceria silenciosa que atravessa todo o filme.

Sandes, vinho e conversas de família

Numa manhã em Manhattan, ainda em ensaios, Brando apareceu de surpresa no quarto de hotel de Duvall, com um saco de mercearia: sandes de delicatessen e uma garrafa de vinho tinto. “Disse-me: Achei que devíamos falar como pessoas reais antes de fingirmos ser outras”, contou Duvall ao New York Times.

Sentados à mesa redonda do quarto, passaram horas a discutir dinâmicas familiares, tons de voz e a subtileza da confiança. Essa tarde informal moldou, segundo Duvall, várias das cenas que viriam a filmar juntos.

Brando o “falcão”

Embora conhecido pela imprevisibilidade, Brando observava os colegas com atenção quase predatória. “Ele era como um falcão”, disse Duvall numa entrevista ao AFI em 1997. “Fixava-se no detalhe que funcionava numa cena e construía a sua performance à volta disso.”

O próprio Brando, em rara demonstração de apreço, disse à Playboy:

“O Bobby tem uma honestidade rara. Não tenta mostrar-se. Ele ouve. É isso que o torna perigoso numa cena. Não dá para enganá-lo.”

O peso de um olhar

Durante a sequência no hospital, em que Tom Hagen e Michael Corleone correm para proteger Don Vito, Brando deu a Duvall uma indicação mínima mas decisiva: “Não me olhes. Pensa no teu pai.” O resultado foi uma carga emocional acrescida, sem necessidade de alterar o diálogo.

Noutra ocasião, um assistente viu Brando mover discretamente uma cadeira dois centímetros antes de uma cena. Quando questionado, respondeu: “O Bobby entra por esse lado, o ângulo estava errado.” Duvall nunca notou a alteração, mas admitiu que a cena ganhou uma naturalidade diferente.

O silêncio cúmplice

Na última semana de rodagem, Brando entrou na sala de maquilhagem onde Duvall esperava em silêncio. Sentou-se, acendeu um cigarro e disse apenas: “Fizemos algo aqui, não foi?” Duvall acenou. Não houve discursos ou abraços, apenas uma pausa carregada de entendimento.

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Essa ligação discreta não precisou de ser anunciada. Está lá, gravada em cada olhar e cada sussurro entre Don Corleone e o seu consigliere. Um equilíbrio raro entre travessura e mestria, que deu vida a um dos maiores filmes da história.

Cinco Realizadores que Fizeram um Grande Filme… e Depois Desapareceram

Fazer cinema é uma tarefa titânica; fazer um grande filme é quase milagre. Há realizadores que assinam várias obras-primas ao longo da carreira, mas também há os que, depois de um golpe de génio, simplesmente desaparecem. Hoje recordamos cinco cineastas que marcaram o cinema com um único título memorável – e depois se perderam no esquecimento (ou escolheram outros caminhos).


Tony Kaye – American History X (1998)

Com o seu filme de estreia, Tony Kaye criou um retrato brutal e incendiário do racismo nos EUA, que valeu a Edward Norton uma nomeação ao Óscar. Porém, o realizador entrou em guerra com o estúdio e com Norton, exigindo o mesmo estatuto de Kubrick. Resultado: o filme foi-lhe retirado, reeditado, e Kaye gastou 100 mil dólares em anúncios a atacar todos os envolvidos.

Apesar do talento, a carreira implodiu por completo. Desde então só assinou dois filmes independentes quase invisíveis. “O meu ego destruiu-me”, admitiria mais tarde.


Kinka Usher – Mystery Men (1999)

Ben Stiller, Hank Azaria, William H. Macy, Paul Reubens, Janeane Garofalo, Kel Mitchell, Wes Studi, Greg Kinnear, Geoffrey Rush

Na época um fracasso de bilheteira e crítica, esta comédia de super-heróis ganhou ao longo dos anos estatuto de culto graças ao elenco (Ben Stiller, William H. Macy, Janeane Garofalo). Mas Kinka Usher nunca voltou a realizar uma longa-metragem.

Entre rumores bizarros de que seria um pseudónimo de Tim Burton, a verdade é mais simples: Usher regressou à publicidade, onde continua a trabalhar. Um talento que Hollywood não voltou a ver em ação.


Paul Brickman – Risky Business (1983)

Foi o filme que lançou Tom Cruise ao estrelato, um dos teen movies mais celebrados da história. Mas o seu realizador, Paul Brickman, teve uma experiência amarga: quis manter um final ambíguo e sombrio, mas o produtor David Geffen impôs-lhe um desfecho feliz. Brickman sentiu-se traído e nunca mais quis dirigir.

Desde então apenas escreveu alguns guiões. A ironia é dura: criou um clássico, mas virou costas a Hollywood.


Daniel Myrick e Eduardo Sánchez – The Blair Witch Project (1999)

Heather Donahue, Michael Williams, Joshua Leonard

O fenómeno que inaugurou o género found footage rendeu mais de 200 milhões de dólares a partir de um orçamento de miséria. Esperava-se que os dois seguissem o caminho de duplas como os Coen ou os Wachowski. Mas nunca mais trabalharam juntos e os projetos individuais ficaram-se por filmes menores ou séries televisivas.

Sánchez é hoje um realizador de televisão requisitado (SupernaturalYellowjackets), mas a marca de Blair Witch tornou-se simultaneamente a sua maior bênção e a maior maldição.


Robin Hardy – The Wicker Man (1973)

Talvez o maior clássico de folk horror alguma vez feito, The Wicker Man influenciou gerações de cineastas. No entanto, o britânico Robin Hardy demorou 13 anos até realizar outro filme. Fez apenas mais duas longas antes da sua morte, em 2016, ambas sem o impacto da estreia.

Hardy dedicou-se a outras atividades: publicidade, literatura histórica e até parques temáticos de recriação histórica. Para os cinéfilos, porém, ficará sempre como o homem que fez um clássico e depois desapareceu na névoa.


Conclusão

Estes casos lembram que o cinema é uma indústria implacável: um único gesto de génio pode não ser suficiente para garantir uma carreira. Mas também provam que, mesmo com apenas um grande filme, um realizador pode inscrever o seu nome na história.