“Broken English”: Documentário de Veneza lança nova luz sobre Marianne Faithfull

O Festival de Veneza abriu espaço para redescobrir uma das vozes mais fascinantes e turbulentas da música britânica. Broken English, realizado pela dupla Jane Pollard e Iain Forsyth, olha de frente para a vida de Marianne Faithfull — cantora, compositora e ícone da “Swinging London” — que morreu em janeiro deste ano, aos 78 anos.

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O filme, exibido fora de competição, não segue o caminho tradicional do documentário musical. Em vez disso, mistura arquivo, encenação e até ficção para construir um retrato íntimo e ousado de Faithfull. Uma das ideias mais originais é a criação de um fictício “Ministério do Não Esquecimento”, dirigido por uma Tilda Swinton enigmática, encarregado de corrigir a memória histórica de uma artista tantas vezes reduzida à sombra de Mick Jagger ou ao peso das manchetes sensacionalistas.

Faithfull conheceu o estrelato em 1964 com As Tears Go By, escrita por Jagger e Keith Richards, mas a ascensão rápida trouxe também os excessos: drogas, perseguição da imprensa e, em determinado momento, a queda ao ponto de viver nas ruas de Londres. Porém, tal como o título do documentário sugere, Broken English também é sobre renascimento: o seu álbum homónimo de 1979 devolveu-lhe voz, energia e uma carreira que, nos anos seguintes, se manteve vibrante graças à sua disponibilidade para colaborar com novas gerações de músicos.

As imagens recentes mostram uma Faithfull frágil, em cadeira de rodas e dependente de oxigénio, mas ainda combativa. Durante as filmagens, a artista apelou a uma “recalibração urgente dos legados de alguns artistas brilhantes que correm o risco de serem esquecidos ou deturpados”. Essa é precisamente a missão do filme: devolver-lhe a profundidade que tantas vezes lhe foi negada.

Pollard confessou que, no início, Faithfull estava desconfiada da proposta — afinal, ninguém gosta da ideia de uma “instituição fictícia” a remexer no passado. Mas rapidamente percebeu que o dispositivo lhe dava liberdade para se abrir, revisitar memórias e reconsiderar a sua própria vida. O resultado é um retrato que não se limita ao registo jornalístico: aproxima-se antes da pintura ou da fotografia, procurando capturar a essência de uma mulher que nunca aceitou ser domada.

Ao lado de Broken English, Veneza destacou ainda outros documentários que exploram mundos ocultos ou memórias em risco. Gianfranco Rosi filmou Sotto le Nuvole, uma poderosa ode a Nápoles e ao constante perigo dos seus vulcões, enquanto Werner Herzog apresentou Ghost Elephants, uma busca quase mística por uma espécie de elefante nas florestas de Angola.

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Mas foi o regresso de Marianne Faithfull ao grande ecrã — através de um filme que desafia géneros e convenções — que mais tocou o público. Afinal, a sua vida foi tudo menos linear: da glória pop à marginalidade, da queda à redenção. Agora, com Broken English, fica a certeza de que a sua história não se apaga, mas ganha um novo fôlego para a eternidade.

Bollywood em choque: a Inteligência Artificial já está a reescrever finais e a criar filmes inteiros

A indústria cinematográfica mais produtiva do mundo está a viver um momento de viragem. Bollywood, conhecida pelos seus épicos repletos de música, dança e equipas de produção gigantescas, treme agora perante uma nova força criativa — ou destrutiva, dependendo do ponto de vista: a Inteligência Artificial.

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O alerta soou quando os produtores decidiram relançar Raanjhanaa (2013) com um final alternativo gerado por IA. Onde antes havia tragédia, com a morte do protagonista, surgiu de repente um desfecho esperançoso, com os olhos do herói a abrirem-se num último instante. A mudança provocou indignação: o realizador Aanand L. Rai considerou que se tinha “violado a integridade da narrativa”, enquanto a estrela Dhanush descreveu o novo final como um ataque à própria alma do filme.

Se este episódio parecia já suficiente para acender o debate, poucos dias depois surgiu outro anúncio ainda mais ousado: Chiranjeevi Hanuman – The Eternal, o primeiro épico indiano inteiramente gerado por IA, previsto para 2026. O projeto promete unir a mitologia hindu às mais recentes tecnologias, mas também levantou receios. “E assim começa”, comentou o cineasta Vikramaditya Motwane, temendo o desaparecimento de argumentistas e realizadores de carne e osso.

Entre o entusiasmo tecnológico e o medo da obliteração artística, Bollywood encontra-se dividida. Para alguns produtores, a IA é um disruptor capaz de reduzir custos e substituir equipas numerosas, democratizando o acesso à criação de imagens de grande escala. Mas para muitos realizadores, o risco está em matar a imprevisibilidade e a expressão humana que fazem a essência do cinema.

O veterano Shekhar Kapur, realizador de Elizabeth (1998), recusa o alarmismo. Para ele, “as melhores histórias são imprevisíveis, e a IA não consegue lidar com a imprevisibilidade”. Mais: acredita que a tecnologia pode abrir caminho a novos talentos que, sem meios para estudar cinema, finalmente poderão contar histórias através destas ferramentas. Já o realizador Shakun Batra, responsável por dramas como Kapoor & Sons, defende que o equilíbrio será sempre a chave: a IA deve complementar e não substituir a criatividade humana.

O público, porém, parece ter dado a primeira resposta. Face à polémica em torno de Raanjhanaa, os fãs mostraram fidelidade à versão original e rejeitaram a manipulação feita pela IA. Talvez esteja aí a prova de fogo: não bastará criar mundos perfeitos em computador se as emoções humanas, transmitidas no grande ecrã, não forem igualmente autênticas.

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No fundo, a questão permanece em aberto: será a IA a grande ameaça ao cinema indiano ou apenas mais uma ferramenta capaz de reinventar Bollywood? Uma coisa é certa: tal como acontece nas suas histórias mais vibrantes, também aqui o drama promete ser longo e cheio de reviravoltas

Carmen Maura regressa em grande: “Calle Málaga” celebra a velhice com humor e humanidade no Festival de Veneza

Carmen Maura, uma das grandes damas do cinema espanhol e rosto incontornável de Pedro Almodóvar, está de volta aos ecrãs com “Calle Málaga”, exibido no Festival de Veneza e já apontado como um dos títulos mais emotivos da edição. O filme marca o regresso da atriz a um papel central e faz-se através do olhar delicado da realizadora marroquina Maryam Touzani, que conquistou projeção internacional com O Azul do Cafetã (2022).

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Em “Calle Málaga”, Maura interpreta María Ángeles, uma espanhola que sempre viveu em Tânger e que, prestes a reencontrar-se com a filha Clara (Marta Etura), prepara croquetes e arruma a casa como quem arruma a própria memória. Mas a visita traz consigo uma revelação amarga: Clara quer vender o apartamento e levar a mãe para Madrid. Perante este choque, a protagonista resiste — com fragilidade, mas também com humor e dignidade.

A realizadora explicou que o filme nasceu da perda da sua própria mãe e da memória das mulheres da sua família. É um trabalho profundamente pessoal, entrelaçado com a língua castelhana que partilhava em casa, os cheiros da cozinha e as músicas de María Dolores Pradera. Essa herança cultural atravessa a narrativa e transforma-se em cinema: os grandes planos de Carmen Maura a cozinhar, a intensidade no seu olhar e o modo como encara a velhice sem máscara ou disfarce.

Para se ambientar, a atriz de 79 anos viveu algumas semanas em Tânger antes das filmagens, mergulhando num universo que, para Touzani, é também o reflexo da sua identidade. A cineasta sublinha que quis retratar a velhice de outra forma, sem a sombra do peso social ou a caricatura habitual: “Envelhecer é um privilégio e uma bênção. Queria celebrar os corpos envelhecidos que tantas vezes preferimos esconder.”

Com “Calle Málaga”, Carmen Maura prova mais uma vez que é capaz de unir força e fragilidade, humor e dor, num só gesto. E Maryam Touzani confirma-se como uma das vozes mais interessantes do cinema contemporâneo, capaz de transformar a memória íntima numa história universal sobre identidade, pertença e a coragem de resistir.

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Julia Roberts em “Depois da Caçada”: o filme de Luca Guadagnino que promete incendiar debates em Veneza

O realizador italiano Luca Guadagnino voltou a dar que falar na 82.ª Mostra de Veneza com o seu mais recente filme, Depois da Caçada (After the Hunt), apresentado fora de competição. Produzido pela Amazon e protagonizado por Julia Roberts, o drama mergulha nas tensões morais e éticas de um prestigiado campus universitário norte-americano, expondo feridas ainda abertas no contexto do movimento Me Too.

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Roberts interpreta Alma, professora de Filosofia em Yale, que leva uma vida aparentemente estável ao lado do marido, Fred (Michael Stuhlbarg), um terapeuta respeitado. O casal, símbolo da elite intelectual, organiza regularmente jantares animados, onde se cruzam colegas, alunos e amigos. Mas a harmonia é abalada quando Maggie (Ayo Edebiri), uma aluna promissora, acusa de violação o professor Hank (Andrew Garfield) — amigo íntimo de Alma.

O que se segue é um jogo de tensões que abala relações pessoais, académicas e de poder. Como num efeito dominó, cada personagem reage de forma distinta ao escândalo: Alma divide-se entre a lealdade ao amigo e a empatia pela aluna, enquanto os estudantes expõem visões mais radicais sobre feminismo, justiça e consentimento.

Em conferência de imprensa em Veneza, Julia Roberts descreveu o filme como um espaço para levantar questões e não dar respostas:

“Há um conjunto de velhos argumentos renovados neste filme, de uma forma que gera debate. O que procurávamos era isto: que toda a gente saísse da sala com sentimentos, emoções e pontos de vista distintos.”

A argumentista Nora Garrett reforçou que o objetivo foi trabalhar as nuances: “Não queríamos simplificar. Queríamos que soasse verdadeiro e levasse as pessoas a questionarem-se sobre o que podem fazer.”

Já Guadagnino sublinhou que cada personagem traz a sua própria verdade para a mesa: “Uma verdade não é mais importante do que outra.”

Sem assumir um tom panfletário, Depois da Caçada prefere retratar os dilemas individuais e coletivos que surgem quando o silêncio deixa de ser uma opção. Como salientou Roberts, o filme não procura dar respostas definitivas, mas sim provocar conversas, emoções e até irritações — porque, tal como na vida, as respostas raramente são lineares.

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O filme, que conta também com Chloë Sevigny no elenco, estreia nos cinemas norte-americanos a 17 de outubro

Warwick Davis regressa como Professor Flitwick na série Harry Potter da HBO

O regresso a Hogwarts já começou a ganhar forma: a HBO confirmou que Warwick Davis será o primeiro ator da saga cinematográfica a repetir o seu papel na aguardada série televisiva Harry Potter. O intérprete voltará a dar vida ao carismático Professor Filius Flitwick, mestre dos feitiços e diretor da Casa Ravenclaw.

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Davis, recorde-se, interpretou também Griphook, o duende de Gringotts, nos filmes, mas nesta versão televisiva o personagem será encarnado por Leigh Gill.

Novas caras em Hogwarts

As celebrações do Back to Hogwarts Day trouxeram também a revelação de novos nomes para o elenco:

  • Elijah Oshin como Dean Thomas, aluno da Gryffindor;
  • Finn Stephens como Vincent Crabbe;
  • William Nash como Gregory Goyle.

O trio de protagonistas já tinha sido anunciado: Dominic McLaughlin (Harry Potter), Alastair Stout (Ron Weasley) e Arabella Stanton (Hermione Granger). Do lado de Slytherin, Lox Pratt será o novo Draco Malfoy.

Professores de regresso às aulas

A equipa docente de Hogwarts também foi reforçada:

  • Sirine Saba como a Professora Pomona Sprout;
  • Richard Durden como o fantasmagórico Professor Cuthbert Binns, ausente dos filmes mas presente nos livros;
  • Bríd Brennan como a sempre firme mas dedicada enfermeira Madam Poppy Pomfrey.

Entre os nomes já confirmados estão ainda John Lithgow como Albus Dumbledore, Janet McTeer como Minerva McGonagall, Paapa Essiedu como Severus Snape e Nick Frost como Rubeus Hagrid. Bertie Carvel será o Ministro da Magia Cornelius Fudge, e Johnny Flynn interpretará Lucius Malfoy.

No núcleo dos Dursleys, Harry será atormentado por Bel Powley (Petúnia) e Daniel Rigby (Vernon).

A estreia mais aguardada de 2027

Produzida pela HBO em parceria com a Warner Bros. Television e a Brontë Film and TV, a nova série Harry Potterpromete adaptar com maior fidelidade os livros de J. K. Rowling, que também assume o cargo de produtora executiva. Escrita por Francesca Gardiner e realizada por Mark Mylod (que também assina a produção executiva), a série tem estreia marcada para 2027.

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Com a promessa de explorar cada livro em detalhe e um elenco renovado — mas com um toque de continuidade através do regresso de Warwick Davis —, este novo capítulo televisivo do universo mágico será, sem dúvida, um dos acontecimentos mais aguardados da próxima década para fãs em todo o mundo.

Magellan, de Lav Diaz, é o escolhido das Filipinas para os Óscares

As Filipinas já têm candidato oficial à categoria de Melhor Filme Internacional nos Óscares de 2026: Magellan, a mais recente obra do cineasta Lav Diaz.

A escolha foi anunciada no arranque das celebrações do Philippine Film Industry Month, depois de o filme ter sido selecionado de entre sete concorrentes locais. O júri destacou critérios como excelência estética e técnica, representação dos valores e cultura filipinos, apelo internacional e, claro, capacidade de organizar uma campanha forte para a shortlist de dezembro e a nomeação em fevereiro.

Rodado entre as Filipinas, Portugal e EspanhaMagellan estreou mundialmente no Festival de Cannes e conta no elenco com o mexicano Gael García Bernal, além de Arjay Babon, Ronnie Lazaro, Bong Cabrera e Hazel Orencio.

A narrativa centra-se nos últimos meses de vida de Fernão de Magalhães, explorador português que perdeu a vida na Batalha de Mactan, em 1521. Contudo, ao contrário das abordagens tradicionais, Diaz não o retrata como herói: o realizador apresenta-o como um homem confrontado com a sua própria mortalidade, cruzando a sua história com a dos filipinos capturados por traficantes de escravos em Malaca, que acabariam ao seu serviço.

Film Academy of the Philippines sublinhou que o filme “fornece uma perspetiva intransigente sobre a História, desafiando narrativas familiares para revelar realidades desconfortáveis”.

Produzido por Paul Soriano e Mark Victor, com Bianca Trinidad como produtora executiva, Magellan já tem distribuição assegurada pela Luxbox Films para vendas internacionais e pela Janus Films para a América do Norte.

Depois da estreia em Cannes, o filme segue agora para o Festival de Toronto e o New York Film Festival, antes de chegar às salas filipinas a 10 de setembro.

Paolo Villaluna, diretor-geral da Academia, descreveu-o como “um filme poderoso e poético”, garantindo que o governo filipino apoiará ativamente a campanha rumo a Hollywood:

“O percurso de Magellan para os Óscares está apenas a começar, mas faremos tudo para garantir que a sua visão chega ao mundo.”

Resta agora saber se a epopeia de Lav Diaz conseguirá repetir a rota de Magalhães e conquistar o Atlântico até chegar à cobiçada estatueta dourada.

Robin Wright troca os EUA pelo Reino Unido: “América é um caos”

Robin Wright, estrela de House of Cards e de clássicos como The Princess Bride, juntou-se ao grupo de celebridades que decidiram deixar os Estados Unidos para abraçar uma vida mais tranquila no Reino Unido.

Em entrevista ao The Times, a atriz e realizadora, oito vezes nomeada aos Emmy, explicou que já não se revê no estilo de vida americano:

“A América é um caos”, afirmou sem apontar diretamente a política ou nomes específicos.

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Segundo Wright, a diferença mais marcante entre os dois países está no ritmo do quotidiano:

“Adoro estar neste país. Há uma liberdade de ser aqui. As pessoas são amáveis, estão a viver. Não estão no carro, presas no trânsito, em pânico ao telefone enquanto comem uma sanduíche. Isso é a maioria da América: pressa, competição e velocidade.”

Atualmente a viver no campo britânico, a atriz descreve a serenidade que encontrou, contrastando com a sua vida anterior em Los Angeles:

“Aqui acordo a ouvir os pássaros. Antes, em Malibu, acordava com o barulho das obras dos vizinhos, todos a construir casas cada vez maiores. Estou farta disso — agora adoro o silêncio.”

Outro motivo que a prende ao Reino Unido é a vida pessoal: Wright revelou estar numa relação com o arquiteto Henry Smith, a quem conheceu num pub de aldeia, e falou sobre o sentimento de finalmente ter encontrado “a sua pessoa”.

Mesmo com esta mudança de rumo, Robin Wright não abandonou a carreira. A atriz vai surgir em breve em The Girlfriend, thriller psicológico e erótico da Prime Video, onde também assume a realização de alguns episódios. A série, que conta ainda com Olivia Cooke, estreia a 10 de setembro, mas Wright já deixou claro que pretende tirar um período de descanso e instalar-se definitivamente junto ao mar inglês.

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“É libertador. Terminei a busca, terminei de procurar e de ficar sempre com 60% do que queria. Agora, encontrei paz.”

“Ainda Estou Aqui”: O Filme Brasileiro Premiado em Veneza e nos Óscares Estreia no TVCine Top


As estreias de setembro no TVCine Top começam com um dos filmes mais marcantes e premiados dos últimos anos: Ainda Estou Aqui. Realizado por Walter Salles (Central do BrasilDiários de Che Guevara), o drama biográfico chega ao canal na sexta-feira, 5 de setembro, às 21h30, também disponível no TVCine+.

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A história transporta-nos para 1971, no auge da ditadura militar brasileira. Eunice Paiva (interpretada por Fernanda Torres) vê a sua vida desmoronar-se após o desaparecimento do marido, um deputado progressista levado pelos militares. Mãe de cinco filhos, recusa-se a ceder ao silêncio imposto pelo regime e inicia uma batalha solitária para provar o assassinato de Rubens. Inspirado nas memórias do filho mais novo, Marcelo Rubens Paiva, o filme ergue-se como um poderoso retrato da resistência feminina face à repressão e à violência política.

A história transporta-nos para 1971, no auge da ditadura militar brasileira. Eunice Paiva (interpretada por Fernanda Torres) vê a sua vida desmoronar-se após o desaparecimento do marido, um deputado progressista levado pelos militares. Mãe de cinco filhos, recusa-se a ceder ao silêncio imposto pelo regime e inicia uma batalha solitária para provar o assassinato de Rubens. Inspirado nas memórias do filho mais novo, Marcelo Rubens Paiva, o filme ergue-se como um poderoso retrato da resistência feminina face à repressão e à violência política.

Ainda Estou Aqui conquistou o Óscar de Melhor Filme Internacional em 2025, tornando-se ainda o primeiro filme brasileiro nomeado para Melhor Filme. Antes disso, já tinha sido premiado em Veneza, onde arrecadou o troféu de Melhor Argumento. A interpretação de Fernanda Torres foi igualmente histórica: a atriz tornou-se a primeira brasileira a vencer um Globo de Ouro, 25 anos depois de a sua mãe, Fernanda Montenegro, ter sido nomeada para o mesmo prémio. Montenegro surge também no filme, numa participação especial como Eunice Paiva numa fase mais avançada da sua vida.

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Mais do que uma evocação da repressão, Ainda Estou Aqui é uma celebração da coragem e da persistência contra a injustiça. Um filme imprescindível, que não só eterniza uma história de resistência, mas também consagra o cinema brasileiro no panorama mundial.

📅 Ainda Estou Aqui estreia 5 de setembro, às 21h30, em exclusivo no TVCine Top e no TVCine+.