Box Office: A Hora do Desaparecimento  continua imparável, Nobody 2 estreia em terceiro e Americana com Sydney Sweeney é um desastre total

O fim de semana de bilheteiras nos Estados Unidos trouxe surpresas e confirmações: o terror Weapons mantém-se firme no primeiro lugar, Nobody 2 não passou de um arranque modesto e Americana, com Sydney Sweeney, revelou-se um autêntico naufrágio comercial.

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Weapons mantém o trono do terror 👑🔪

A produção da New Line e Warner Bros., realizada por Zach Cregger, mostrou que não é apenas mais um filme de terror a passar pelos cinemas. Com 25 milhões de dólares arrecadados no seu segundo fim de semana — uma descida de apenas 42% — Weapons cimenta-se como fenómeno cultural e título obrigatório nas conversas de corredor. Para um género habitualmente marcado por quedas abruptas após a estreia, este desempenho é notável.

Nobody 2: discreto mas com futuro

Bob Odenkirk regressa como o homem aparentemente banal que esconde uma vida dupla de operações secretas. Ainda que o filme tenha arrancado com apenas 9,4 milhões de dólares, posicionando-se em terceiro lugar, o desempenho não alarma a Universal. Afinal, a produção custou 26 milhões, valor relativamente modesto, e o estúdio já domina a estratégia de recuperar investimento rapidamente através de premium VOD.

O primeiro Nobody, lançado em plena pandemia, abriu com 6,8 milhões e acabou por acumular 68 milhões só no mercado doméstico. Por isso, ainda há espaço para que a sequela encontre o seu público.

O regresso de Freakier Friday diverte o público

A comédia familiar da Disney, que volta a reunir Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan, sorri no segundo fim de semana com 14 a 15 milhões de dólares, uma descida na ordem dos 50%. Nada mal para um filme que aposta na nostalgia e no público feminino como grandes trunfos.

Spike Lee e Denzel Washington: estreia tímida

O aguardado reencontro entre Spike Lee e Denzel Washington, em Highest 2 Lowest, ficou aquém das expectativas no arranque. Com estreia limitada em cerca de 220 salas, o filme soma perto de 894 mil dólares, média por sala considerada pouco entusiasmante para um projeto de prestígio da Apple Original Films e A24. Em breve, o título chegará à Apple TV+, onde deverá encontrar maior visibilidade.

Americana: o desastre de Sydney Sweeney

O grande fiasco do fim de semana foi mesmo Americana, thriller de assalto com Sydney Sweeney, Paul Walter Hauser e Halsey. Após dois anos de espera desde a estreia em SXSW 2023, o filme chegou a 1.100 salas mas não conseguiu atrair público: apenas 840 mil dólares, com uma média miserável de 460 dólares por sala, colocando-o em 16.º lugar.

Críticos elogiaram o filme, mas a receção comercial mostrou-se um desastre absoluto, um contraste gritante com o estatuto mediático de Sweeney, que parecia garantir maior atenção.

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Conclusão

Este fim de semana reforça duas ideias claras: o terror vive dias de glória nas bilheteiras, enquanto projetos de prestígio e até estrelas em ascensão não estão imunes a falhanços. Para já, Weapons continua a dominar, enquanto Nobody 2 espera recuperar terreno fora do circuito tradicional e Americana ficará lembrado como um dos maiores desastres de 2025.

Gal Gadot recua nas declarações sobre o fracasso de Snow White: “Falei de um lugar emocional”

Depois da polémica em torno das suas declarações iniciais, Gal Gadot veio esclarecer a sua posição sobre o insucesso comercial de Snow White, uma das grandes apostas recentes da Disney que acabou por ter uma receção bem abaixo do esperado nas bilheteiras.

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Numa entrevista anterior, a atriz tinha atribuído parte da responsabilidade ao clima de pressão internacional sobre celebridades para se pronunciarem contra Israel, associando esse contexto ao desempenho do filme. As palavras não tardaram a gerar controvérsia, sobretudo pela leitura de que Gadot estaria a reduzir as razões do insucesso a um único fator político.

“Falei de um lugar emocional”

No domingo, através da sua conta de Instagram, a estrela israelita de Mulher-Maravilha procurou contextualizar melhor o que queria dizer.

“Quando o filme foi lançado, senti que os opositores de Israel estavam a julgar-me pessoalmente, quase de forma instintiva. Viram-me primeiro como israelita, não como atriz. Foi dessa perspetiva que falei na altura”, escreveu.

Ainda assim, Gadot reconheceu que as suas declarações iniciais foram feitas de forma demasiado emocional e simplista. Sublinhou que o desempenho de um filme no box office resulta de múltiplos fatores, desde decisões criativas até estratégias de marketing, e que seria incorreto apontar apenas pressões externas como explicação.

Snow White e os desafios da Disney

Snow White, nova versão em imagem real do clássico de 1937, tinha tudo para ser um sucesso de bilheteira: grande orçamento, forte campanha de marketing e um elenco de peso, com Gal Gadot no papel da Rainha Má e Rachel Zegler como Branca de Neve. No entanto, acabou por se tornar num dos maiores tropeções recentes da Disney.

As críticas dividiram-se, com especial incidência no tom da adaptação, nas escolhas de casting e nas opções narrativas. Para muitos analistas, mais do que pressões externas, foi o próprio desgaste da fórmula de remakes da Disney que pesou contra o filme.

Uma atriz entre dois mundos

Gal Gadot tem sido, nos últimos anos, uma das figuras mais reconhecidas e também mais polarizadoras de Hollywood. O sucesso estrondoso com Mulher-Maravilha colocou-a no topo da indústria, mas a sua condição de figura pública israelita torna inevitável que a sua carreira seja, muitas vezes, atravessada por leituras políticas.

Com esta clarificação, a atriz parece querer recentrar a discussão no essencial: Snow White falhou por várias razões, mas a sua carreira continua. E, como já provou, Gadot não foge às controvérsias — encara-as de frente.

“Duas Estações, Dois Estranhos”: Sho Miyake conquista o Leopardo de Ouro em Locarno

O Festival Internacional de Cinema de Locarno voltou a coroar o talento japonês. A 78.ª edição, que terminou este sábado na Suíça, atribuiu o Leopardo de Ouro a Duas Estações, Dois Estranhos, novo filme do realizador Sho Miyake. O drama, baseado na obra Mr. Ben and His Iglu, A View of the Seaside de Yoshiharu Tsuge, acompanha o encontro de duas personagens à beira-mar, num registo contemplativo e profundamente humano.

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Miyake torna-se, assim, o quarto cineasta japonês a conquistar o prémio máximo de Locarno, um festival que se tem afirmado como um dos mais importantes palcos para o cinema de autor.


Os outros premiados da edição

Além da vitória de Miyake, o júri distinguiu White Snail, de Elsa Kremser e Levin Peter, com o Prémio Especial do Júri, enquanto o Leopardo de Melhor Realização foi entregue a Abbas Fahdel por Tales of the Wounded Land.

Na interpretação, os prémios foram partilhados entre Manuela Martelli e Ana Marija Veselčić, protagonistas de Bog neće pomoći (Deus Não Ajudará), de Hana Jušić, e a dupla Marya Imbro e Mikhail Senkov, que brilham em White Snail.

Leopardo de Ouro do Concurso de Cineastas Revelação foi atribuído a Cabelo, Papel, Água…, obra conjunta de Nicolas Graux e Trương Minh Quý, confirmando a aposta do festival em novas vozes do cinema contemporâneo.


Portugal em destaque

O cinema português também marcou presença com As Estações, realizado por Maureen Fazendeiro — cineasta francesa a viver em Lisboa. Filmada no Alentejo, a longa-metragem esteve não só em competição pelo prémio principal, como também pelo Leopardo Verde, destinado a produções que destacam questões ambientais e ecossistemas.

Um festival de grandes encontros

Para além das competições, Locarno voltou a ser um ponto de encontro privilegiado para estrelas e criadores de várias latitudes. A edição de 2025 contou com a presença de nomes como Emma ThompsonJackie ChanWillem DafoeGolshifteh FarahaniAlexander Payne, a lendária figurinista Milena Canonero e a atriz Lucy Liu.

Foram exibidos 224 filmes em mais de 300 sessões, incluindo 101 estreias mundiais, transformando a cidade suíça numa autêntica montra da diversidade e vitalidade do cinema internacional.

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Com o Leopardo de Ouro entregue a Duas Estações, Dois Estranhos, Sho Miyake confirma-se como uma das vozes mais relevantes do cinema japonês contemporâneo. Já a organização prepara-se para a próxima edição: a 79.ª, marcada entre 5 e 15 de agosto de 2026.

“A Rapariga que Desapareceu”: o thriller finlandês que vai prender Portugal ao ecrã

Filmin prepara-se para trazer mais um título de peso ao catálogo português. A 19 de agosto estreia-se em exclusivo A Rapariga que Desapareceu, uma minissérie finlandesa de quatro episódios que promete agarrar o público até ao último minuto.

Do romance ao suspense televisivo

Criada pelo romancista e cineasta Simo Halinen, a série adapta o seu próprio livro Nainen joka katosi (ainda inédito em Portugal), distinguido com o prémio da Associação Finlandesa de Histórias Policiais para melhor romance de estreia. A adaptação marca também a primeira vez que Halinen leva para o ecrã uma das suas obras literárias.

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Segundo o próprio, o processo foi desafiante mas libertador:

“Foi interessante ver como a obra se foi distanciando do material original do livro e se tornou algo novo e independente.”

Uma relação perfeita… até deixar de o ser

A narrativa acompanha Aaro (Johannes Holopainen), um jovem carismático que conhece Maura (Saga Sarkola). O romance entre ambos começa como um conto de fadas moderno, mas depressa se transforma em pesadelo: Maura desaparece subitamente, sem deixar rasto.

Na tentativa de descobrir o que aconteceu, Aaro percebe que a mulher que julgava conhecer escondeu a sua verdadeira identidade. As respostas levam-no a um crime do passado, cujas repercussões se revelam muito mais vastas do que podia imaginar.

Produção com selo de qualidade nórdica

A Rapariga que Desapareceu foi filmada na região de Turku, no sudoeste da Finlândia, e é produzida pela ReelMediapara a C More e a MTV. O produtor Jani Hartikainen descreve a obra como uma “série de suspense de grande qualidade e muito estilo,que mantém o espectador em suspenso até ao seu desfecho surpreendente”.

Com apenas quatro episódios, o formato promete intensidade, ritmo e uma atmosfera carregada, características que têm feito do Nordic Noir um fenómeno global.

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A 19 de agosto, os subscritores portugueses da Filmin terão a oportunidade de mergulhar neste mistério finlandês que mistura romance, identidade e crime num cocktail de tensão.