Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho Levam O Agente Secreto ao Festival de Toronto — Oscar à Vista?

Filme brasileiro estreia em novembro e já gera expectativas para a temporada de prémios

O cinema brasileiro pode estar novamente na rota do Oscar. O novo thriller O Agente Secreto, protagonizado por Wagner Moura e realizado por Kleber Mendonça Filho, foi confirmado na programação do Festival de Cinema de Toronto — um dos eventos mais estratégicos na corrida para os prémios da Academia.

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A colaboração entre Moura e Mendonça Filho junta dois nomes incontornáveis do cinema nacional. Wagner Moura, que brilhou em Tropa de Elite e Marighella, venceu o prémio de Melhor Ator no Festival de Cannes por este papel. Kleber Mendonça Filho, aclamado por Aquarius e Bacurau, arrecadou o prémio de Melhor Realizador.

Thriller político no Brasil de 1977

Na história, Moura interpreta Marcelo, um professor de tecnologia de 40 anos que troca a vida agitada de São Paulo pela esperança de recomeço no Recife. No entanto, ao chegar ao Nordeste, percebe que o seu passado misterioso o persegue — e o caos que tentou deixar para trás ressurge com força. O filme decorre em 1977, numa atmosfera densa, política e emocionalmente carregada.

Elenco de peso

O Agente Secreto conta ainda com um elenco de luxo do cinema brasileiro, incluindo Gabriel Leone, Maria Fernanda Cândido, Thomas Aquino, Alice Carvalho e Carlos Francisco.

A estreia nos cinemas brasileiros está marcada para 6 de novembro. E depois do sucesso internacional de Ainda Estou Aqui, a esperança é que o Brasil volte a marcar presença nos grandes palcos da sétima arte.

Elle Fanning e o Predador Formam Aliança Improvável no Novo Filme da Saga: Predador: Badlands

Realizado por Dan Trachtenberg, filme estreia em novembro e traz uma nova abordagem centrada na personagem alienígena

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Foi revelado um novo e electrizante trailer de Predador: Badlands, o aguardado regresso da saga Predador ao grande ecrã — e com uma reviravolta inesperada: desta vez, o famoso caçador alienígena poderá ser… um herói.

Ao seu lado estará Elle Fanning, num papel central que promete dar nova alma à franquia. Com 27 anos e uma carreira que começou ainda na infância, a actriz é conhecida por títulos como Super 8, Maléfica, The Great e A Complete Unknown. Segundo a própria, é uma fã assumida da saga iniciada em 1987 com Arnold Schwarzenegger.

Um novo capítulo, um novo planeta

Predador: Badlands chega aos cinemas a 6 de novembro, incluindo sessões em IMAX, e marca o regresso do realizador Dan Trachtenberg, que assinou o elogiado Prey (O Predador: Primeira Presa), lançado diretamente no Disney+ em 2022. Nesse filme, a acção recuava ao século XVIII e à Nação Comanche — desta vez, o cenário avança para o futuro.

A história passa-se num planeta remoto, onde um jovem Predador (interpretado por Dimitrius Schuster-Koloamatangi), excluído do seu clã, encontra uma inesperada aliada em Thia (Fanning). Juntos, embarcam numa jornada perigosa à procura do adversário supremo — numa narrativa que mistura ficção científica, drama e aventura.

Uma abordagem centrada no Predador

Em entrevista à revista Empire, Trachtenberg revelou que Badlands se afasta dos filmes anteriores por colocar o Predador no centro da história. “É a primeira vez que o acompanhamos como protagonista. Esta é uma história sobre identidade, exílio e sobrevivência — com muito sangue, claro”, brincou o realizador.

Com efeitos visuais promissores e uma dupla improvável no centro da acção, Predador: Badlands poderá ser o renascimento épico que a franquia precisava — e uma nova porta de entrada para quem nunca viu um caçador intergaláctico em acção.

Festival de Veneza 2025: Julia Roberts Estreia-se e Estrelas Não Faltam na Passadeira Vermelha

Programação da 82.ª edição inclui filmes de Guillermo del Toro, Kathryn Bigelow, Noah Baumbach, e uma poderosa homenagem a David Bowie

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A 82.ª edição do Festival de Cinema de Veneza foi oficialmente anunciada e promete ser uma das mais mediáticas e politicamente relevantes dos últimos anos. De Julia Roberts, que se estreia no festival, a George Clooney, Emma Stone, Cate Blanchett ou Jude Law, o certame decorre de 27 de agosto a 6 de setembro com uma programação recheada de estrelas e filmes que prometem marcar a temporada de prémios.

Julia Roberts estreia-se com Guadagnino

A icónica actriz norte-americana Julia Roberts marca presença pela primeira vez no festival para a estreia de After the Hunt, de Luca Guadagnino, produzido pela Amazon. O filme, sobre um caso de agressão sexual numa prestigiada universidade americana, será exibido fora de competição. “É a primeira vez que Julia Roberts desfilará na passadeira vermelha de Veneza, estamos muito felizes em tê-la”, afirmou o diretor artístico Alberto Barbera.

Competição oficial: de Putin a Frankenstein

Vinte e uma longas-metragens concorrem ao prestigiado Leão de Ouro, incluindo:

  • The Wizard of the Kremlin, de Olivier Assayas, sobre a ascensão de Putin, com Jude Law no papel principal;
  • Frankenstein, de Guillermo del Toro, com Oscar Isaac, Jacob Elordi, Mia Goth e Christoph Waltz, numa luxuosa produção da Netflix;
  • Jay Kelly, de Noah Baumbach, uma comédia coescrita com Greta Gerwig e protagonizada por George Clooney;
  • Father Mother Sister Brother, de Jim Jarmusch, com Adam Driver e Cate Blanchett;
  • The Smashing Machine, de Benny Safdie, com Dwayne Johnson e Emily Blunt.

Politicamente contundente: o caso Hind Rajab

O filme mais politicamente carregado será The Voice of Hind Rajab, de Kaouther Ben Hania, que reconstrói o caso real da menina palestiniana de seis anos morta pelas forças israelitas durante a guerra em Gaza. “É um dos filmes que mais impacto terá no público”, garantiu Barbera.

Estreia mundial e homenagens

O festival abrirá com La Grazia, de Paolo Sorrentino, com Toni Servillo, cujo enredo permanece em segredo. A actriz Kim Novak receberá o Leão de Ouro de Carreira. No segmento de clássicos restaurados, será exibido Aniki Bóbó, de Manoel de Oliveira.

Júri de luxo

O júri da competição principal será presidido por Alexander Payne e inclui nomes como Fernanda Torres, Zhao Tao, Stéphane Brizé, Maura Delpero, Cristian Mungiu e Mohammad Rasoulof.

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Com uma seleção que cruza géneros, geografias e gerações, a 82.ª edição do Festival de Veneza afirma-se como um dos grandes acontecimentos cinematográficos do ano.

David Bowie, Telefones e Cinema Português: Batalha Anuncia Temporada com Diálogos Improváveis e Homenagens Visuais

A sala portuense prepara um ciclo sobre o impacto dos telefones na sociedade, uma biografia fílmica de Bowie e uma retrospetiva de Dominga Sotomayor

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O Batalha Centro de Cinema, no Porto, revelou a programação para o último quadrimestre de 2025 e traz consigo uma mão cheia de propostas arrojadas e ecléticas. Entre os grandes destaques estão uma homenagem cinematográfica a David Bowie, um ciclo que reflecte sobre os telefones enquanto dispositivos tecnológicos e sociais, e uma retrospetiva completa da realizadora chilena Dominga Sotomayor.

Quando o Telefone Toca… toca tudo

A temporada arranca a 6 de setembro com E.T. – O Extraterrestre (1982), de Steven Spielberg, dando o mote ao ciclo Quando o Telefone Toca, uma programação que decorre até 25 de outubro e que propõe uma reflexão sobre como o telefone — do analógico ao digital — moldou formas de comunicação, modos de vida e até o próprio cinema.

O ciclo contará com obras de realizadores como Wes Craven, Marguerite Duras, Radu Jude e Jia Zhangke, criando pontes inesperadas entre o passado e o presente tecnológico.

Bowie no ecrã, até janeiro

Em outubro, o Batalha mergulha no universo multifacetado de David Bowie, apresentando uma “biografia fílmica” não só com os filmes onde o músico britânico participou, como também obras que o influenciaram ou que beberam do seu imaginário artístico.

Entre os títulos confirmados estão O Homem Que Veio do Espaço (1976), de Nicolas Roeg, Just a Gigolo (1978), de David Hemmings, além de filmes de Gala Hernandez Lopez, Nam June Paik e Ulrich Edel. O ciclo estende-se até 10 de janeiro de 2026, data que marca os dez anos da morte de Bowie.

Dominga Sotomayor em retrospetiva e em pessoa

A realizadora Dominga Sotomayor, uma das vozes mais singulares do cinema sul-americano contemporâneo, será homenageada com uma retrospetiva completa das suas longas-metragens, uma seleção de curtas e ainda uma masterclasse no Porto.

Cinema português em destaque

O programa Luas Novas, dedicado ao cinema português contemporâneo, contará com obras de Maria Inês Gonçalves, premiada este ano em Roterdão, e da artista visual Alice dos Reis, distinguida com o Prémio Novos Artistas da Fundação EDP.

Mónica de Miranda e Cláudia Varejão

A artista Mónica de Miranda terá direito a uma sessão especial de filmes e ao lançamento de uma publicação sobre a sua exposição Profundidade de Campo. Já Cláudia Varejão será homenageada com a edição de um livro de ensaios e fotografia sobre o seu percurso cinematográfico.

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A programação completa da nova temporada estará disponível a partir de 12 de agosto. Mas uma coisa é certa: entre chamadas analógicas, sons de Bowie e novos olhares do cinema português, o Batalha promete ligar-nos directamente à arte e à reflexão.

Colbert Contra-Ataca: Após Cancelamento do Late Show, Humorista Aponta Farpas a Trump e à CBS“

O programa foi cancelado. Eu não.” — Colbert transforma despedida em ataque político feroz e viraliza com críticas ao ex-presidente dos EUA

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Stephen Colbert não perdeu tempo. Na sua primeira emissão após o anúncio do fim do The Late Show, o apresentador norte-americano deixou o recado bem claro: “Estão abertas as hostilidades”. E o principal alvo? Donald Trump — e a própria CBS, o canal que o demitiu.

O programa, no ar desde 1993 (quando era apresentado por David Letterman), será oficialmente cancelado em maio de 2026. Mas Colbert parece ter transformado o que poderia ser uma despedida melancólica num verdadeiro campo de batalha humorístico e político. E, como sempre, fê-lo com afiada ironia e sem papas na língua: “Trump pode ter festejado o fim do meu programa, mas eu ainda não acabei.”

“Vai-te f****, Trump.”

Foi assim, sem rodeios, que Colbert reagiu à celebração do ex-presidente na sua plataforma Truth Social, onde escreveu: “Adorei que o Colbert tenha sido despedido. O talento dele era ainda menor que a audiência.”

A resposta chegou no tom que só Stephen Colbert sabe dar: “Sempre sonhei que um dia um presidente em exercício celebrasse o fim da minha carreira. E não é que aconteceu?” — atirou, entre aplausos. Mas rapidamente o tom mudou para algo mais sério: acusou a CBS de se ter “dobrado” a Trump ao pagar um “suborno disfarçado” de 16 milhões de dólares, após o ex-presidente processar a cadeia televisiva por uma entrevista com Kamala Harris.

CBS diz que foi “uma decisão financeira”. Colbert não acredita.

A cadeia norte-americana justificou o cancelamento com uma alegada perda de 40 milhões de dólares no último ano. Colbert ironizou dizendo que até aceita a culpa por 24 milhões — os outros 16, insinua, foram o “presente” para Trump.

À porta do Ed Sullivan Theater, onde o programa é gravado, manifestantes empunhavam cartazes com frases como “Colbert fica! Trump tem que sair!”. E dentro do estúdio, o ambiente foi de resistência festiva.

Cold opens, protestos e… Sandra Oh em fúria

A tradicional “cold open” do programa atacou Trump por querer que os Washington Commanders voltassem ao nome anterior (considerado ofensivo para os nativos americanos) e ainda o associou, com humor negro, a Jeffrey Epstein. Seguiram-se momentos surreais, como a actuação de Lin-Manuel Miranda e Weird Al Yankovic, com uma versão de Viva La Vida, interrompida por uma “carta oficial” que cancelava a canção — “uma decisão puramente financeira”, claro.

A actriz Sandra Oh, convidada especial da noite, não se conteve e lançou uma maldição bem clara: “Uma praga sobre a CBS e a Paramount.” Colbert, emocionado, ouviu-a elogiar a sua coragem e legado. Dave Franco também prestou homenagem ao percurso do humorista, desde The Daily Show até à actualidade.

Entre o público, uma verdadeira assembleia de estrelas e aliados: Anderson Cooper, Jimmy Fallon, Jon Stewart, John Oliver, Adam Sandler, Triumph the Insult Comic Dog e muitos mais — num claro sinal de solidariedade e despedida antecipada.

Um humorista com missão

Stephen Colbert tornou-se, nos últimos anos, numa figura de confiança para milhões de americanos — especialmente durante a pandemia, quando transmitia a partir da arrecadação da sua casa. O seu humor político, sempre bem informado, feroz e cativante, tem sido uma constante na crítica ao trumpismo e ao estado da democracia americana.

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O cancelamento do Late Show poderá marcar o fim de um ciclo — mas Colbert já avisou: “Cancelaram o programa, mas não me cancelaram a mim.” E se o monólogo desta segunda-feira for indicativo do que está para vir… ainda há muito por dizer.

Alexander Skarsgård Conta Como Desistiu da Representação Aos 13 Anos: “Só Queria Conduzir um Saab”

Protagonista de “Murderbot” recorda fama precoce na Suécia e explica por que deixou tudo para trás durante uma década

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Alexander Skarsgård está hoje no auge da sua carreira internacional, mas poucos sabem que, em tempos, jurou nunca mais voltar à representação. O actor sueco, conhecido por séries como True Blood, Big Little Lies e, mais recentemente, Murderbot, revelou no podcast Armchair Expert de Dax Shepard que desistiu da representação aos 13 anos, depois de ter alcançado fama repentina na Suécia com o telefilme Hunden som log (O Cão que Sorriu), em 1989.

“Era um filme para televisão com 50 minutos. Mas nos anos 80 só havia dois canais na Suécia, muito antes da televisão por cabo. Quando algo passava, o país inteiro via”, contou Skarsgård, agora com 48 anos.

Um sucesso que se tornou um fardo

O actor descreveu como o sucesso inesperado daquela produção lhe trouxe algo que não estava preparado para enfrentar: notoriedade. “Tinha 13 anos e, de repente, toda a gente me reconhecia por causa daquilo. Tornar-me ‘uma estrela’ deixou-me incrivelmente auto-consciente”, confessou.

Skarsgård admitiu que a fama precoce contrastava com os seus desejos mais simples: “Para alguém que sonhava com um pai de fato cinzento, num Saab cinzento a caminho de um escritório cinzento… aquilo foi duro.” A fama incomodava-o, e o desconforto tornou-se insuportável quando começou a sentir-se observado pelos colegas de escola: “Não gostava de ser reconhecido. Não gostava que os miúdos dissessem: ‘Vi-te naquele filme.’”

A pressão acabou por arrasar a sua autoconfiança. “Aquilo arrasou-me. Pensei: ‘Isto é horrível. Não quero continuar.’ Reformei-me. Larguei tudo aos 13 anos.”

Uma pausa de 10 anos… e o regresso inesperado

Durante uma década, Skarsgård afastou-se completamente da representação. E não teve dúvidas: “Não foi uma decisão difícil. Pensei: ‘Eu nem quero ser actor. Só quero conduzir um Saab.’ E parei.”

Acabaria por regressar ao ecrã em 2001, com uma participação em Zoolander. Desde então, construiu uma carreira sólida tanto na Europa como nos EUA, conquistando reconhecimento em dramas intensos e ficção científica. Ainda assim, o actor acredita que aquela pausa foi essencial para preservar a sua sanidade e reencontrar-se consigo mesmo.

Hoje, com a estreia de Murderbot a reforçar a sua presença no universo da ficção especulativa, Alexander Skarsgård parece ter encontrado o equilíbrio entre fama e autenticidade — e talvez até um Saab.

James Gunn Aponta “Sentimento Anti-Americano” como Obstáculo ao Sucesso Internacional de Superman

Filme abre em força nos EUA, mas tem recepção mais fraca lá fora — e o realizador tem algumas explicações polémicas

Superman pode ter voado alto nos Estados Unidos, com uns respeitáveis 125 milhões de dólares no fim-de-semana de estreia, mas o mesmo não se pode dizer do seu desempenho no resto do mundo. Com apenas 95 milhões de dólares arrecadados internacionalmente, o novo filme de James Gunn enfrenta uma barreira inesperada: o mundo está, aparentemente, menos receptivo ao “símbolo do sonho americano”.

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Em entrevista à Rolling Stone, James Gunn não se escusou a apontar o dedo a possíveis causas. “Superman não é uma figura tão conhecida em certos países, ao contrário de Batman, por exemplo. Isso afecta o interesse. E depois há o sentimento anti-americano que existe actualmente em muitas partes do mundo. Isso também não nos ajuda muito”, afirmou o realizador.

O Super-Herói Imigrante

Desde o início, Gunn não escondeu que esta nova versão de Superman teria uma dimensão política e emocional mais marcada. Em declarações anteriores ao The Sunday Times, descreveu o filme como “a história da América” — um imigrante que chega de outro lugar e que representa valores fundamentais como “a bondade humana básica, algo que perdemos”.

Este posicionamento valeu-lhe algumas críticas, especialmente de sectores mais conservadores que o acusaram de tornar Superman num filme “demasiado woke”. Gunn respondeu com ironia: “Já ouvi dizer que é woke. Também já ouvi dizer que não é. Estou curioso para saber o que, no filme, é considerado woke”, comentou em entrevista à Entertainment Weekly.

Recepção desigual… mas promissora?

Apesar do arranque modesto fora dos EUA, há sinais de esperança. Segundo Gunn, Superman abriu bem no Brasil e no Reino Unido, e o boca-a-boca está a impulsionar as bilheteiras noutros territórios. “Os números estão a subir com base na reacção positiva do público”, garantiu.

Mesmo assim, a discrepância entre o mercado doméstico e o internacional é notória — e levanta questões sobre a imagem que os super-heróis tradicionalmente americanos projectam globalmente, especialmente num contexto geopolítico tenso.

Um herói dividido entre símbolos e ideais

A verdade é que Superman sempre foi mais do que apenas um super-herói com capa vermelha. Criado por dois filhos de imigrantes judeus nos anos 30, Kal-El representa há muito tempo os ideais do “American Way” — mas James Gunn quer desafiar essa visão: “O filme fala da bondade, da empatia, da coragem moral. Isso não tem de ser exclusivo dos EUA”, sublinha.

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Entre elogios pela sua abordagem humanista e críticas por mexer na simbologia de um ícone nacional, James Gunn continua a defender a sua visão com convicção. E, com o tempo, pode ser que o mundo comece a ouvir — e a ver — este Superman com outros olhos.

Morreu Malcolm-Jamal Warner, o Inesquecível Theo de The Cosby Show

Ator norte-americano tinha 54 anos. Morreu por afogamento na Costa Rica. Deixa legado marcante na televisão, na música e na poesia

Malcolm-Jamal Warner, conhecido mundialmente pelo papel de Theo Huxtable em The Cosby Show, morreu aos 54 anos, vítima de um trágico afogamento na Costa Rica. O ator estava a nadar na Playa Cocles, na província de Limón, quando foi apanhado por uma corrente marítima que o arrastou para o fundo. Foi retirado da água por banhistas, mas já sem sinais vitais. A confirmação oficial chegou esta segunda-feira através do Departamento Judiciário de Investigação da Costa Rica.

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A sua morte encerra abruptamente a vida de um artista que marcou gerações, especialmente a Geração X, e que teve uma carreira multifacetada na televisão, no cinema, na música e na poesia.

Theo Huxtable: o filho que todos recordam

Warner conquistou o público com a sua interpretação de Theo Huxtable, o único filho homem da icónica família Huxtable, que durante oito temporadas entre 1984 e 1992 dominou os ecrãs da NBC. A personagem era um reflexo da adolescência americana, trazendo temas como identidade, responsabilidade e amadurecimento com uma mistura de humor e realismo.

Quem viu o episódio piloto dificilmente esquecerá o momento em que Theo discute com o pai, Cliff Huxtable (Bill Cosby), sobre dinheiro — um diálogo que se tornou instantaneamente clássico. Outro momento inesquecível: a célebre “camisa Gordon Gartrell”, mal costurada pela irmã Denise (Lisa Bonet), que se tornou um símbolo de comédia e estilo kitsch televisivo. A camisa chegou a ser homenageada anos mais tarde por Anthony Mackie no The Tonight Show e é ainda hoje a foto de perfil no Instagram de Warner.

Um legado maior que uma série

Apesar da popularidade do programa, Warner teve de lidar, tal como o resto do elenco, com o peso das acusações contra Bill Cosby, cuja condenação por agressão sexual foi mais tarde anulada. Em 2015, o actor confessava que “o legado do programa está manchado”, mas lamentava sobretudo o impacto que isso teria na representação da comunidade afro-americana na televisão: “O facto de não termos mais algo como The Cosby Show entristece-me profundamente.”

Warner defendeu ao longo da vida a importância de representações positivas e ricas de pessoas negras nos media — algo que ele próprio encarnou com firmeza, quer como actor, quer como músico e poeta.

Muito além do Theo

Depois de The Cosby Show, Warner manteve uma carreira activa e variada. Protagonizou Malcolm & Eddie (1996-2000) ao lado do comediante Eddie Griffin, e voltou à televisão com Read Between The Lines (2011), onde contracenava com Tracee Ellis Ross.

Participou ainda em American Crime Story, no papel de Al Cowlings, amigo de O.J. Simpson, e teve uma presença regular em The Resident, da FOX. No cinema, destacou-se na comédia romântica Fool’s Gold (2008), ao lado de Matthew McConaughey e Kate Hudson.

Além do ecrã, Warner era também um talentoso poeta e músico. Recebeu um Grammy pela melhor performance de R&B tradicional e foi nomeado para melhor álbum de poesia falada com Hiding in Plain View — um testemunho do seu talento multifacetado.

Vida privada discreta

Apesar de ser figura pública desde jovem, Malcolm-Jamal Warner manteve a sua vida pessoal longe dos holofotes. Era casado e tinha uma filha, mas escolheu não divulgar publicamente os nomes dos seus familiares.

Ficam as suas palavras, as suas interpretações e o impacto profundo que teve em milhões de espectadores. Despede-se um símbolo de uma geração e um artista que deu voz, humor e profundidade a uma personagem que ficará para sempre na história da televisão.

Capitão Planeta Está de Volta — E Leonardo DiCaprio Vai Ajudá-lo a Salvar o Mundo

Netflix prepara versão em imagem real da icónica série ecológica dos anos 90 com Tara Hernandez no argumento e Greg Berlanti na produção

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Preparem os anéis mágicos e a frase “Let our powers combine”, porque Capitão Planeta está de regresso — e desta vez em imagem real, com o selo da Netflix e o apoio ambientalista de Leonardo DiCaprio. Depois de anos de tentativas falhadas em Hollywood, o projecto baseado na série de animação que marcou os anos 90 vai finalmente avançar.

Segundo a imprensa norte-americana, foi a Netflix quem ganhou a corrida pelos direitos de adaptação, numa produção conjunta da Appian Way (a produtora de DiCaprio) e da Berlanti Productions, de Greg Berlanti, o homem por detrás do universo DC no canal CW (Arrow, The Flash, Supergirl).

Um clássico com mensagem (ainda) urgente

Capitão Planeta nasceu em 1990 pelas mãos de Ted Turner, o magnata dos media que queria levar às crianças uma mensagem de activismo ecológico e multiculturalismo. Durante seis temporadas, a série animada (titulada originalmente Captain Planet and the Planeteers) seguiu um grupo de jovens de diferentes partes do mundo que recebiam anéis mágicos com poderes sobre os elementos da natureza — Terra, Fogo, Vento, Água e Coração. Juntos, podiam invocar o Capitão Planeta, um super-herói verde-azulado pronto a enfrentar poluidores e vilões ambientais.

Em Portugal, a série foi transmitida nas manhãs de sábado da RTP com o título Capitão Planeta, e chegou mesmo a ter uma adaptação em banda desenhada com o curioso título Capitão América e os Planetários.

Tara Hernandez no leme e nova visão para o século XXI

O argumento da nova série ficará a cargo de Tara Hernandez, co-criadora da irreverente Mrs. Davis. A expectativa é que a série combine humor, acção e uma forte consciência ecológica, ajustada aos tempos que correm. Afinal, se os anos 90 falavam de lixo tóxico e desflorestação, o mundo de hoje vive sob a ameaça das alterações climáticas, das crises energéticas e de um colapso ambiental cada vez mais iminente.

A versão Netflix terá como base o espírito da série original, mas com uma abordagem mais madura e contemporânea — embora ainda não se saiba se o próprio Capitão Planeta manterá o seu visual peculiar (azul, verde, e com cabelo de super-herói dos anos 80) ou se ganhará uma repaginada moderna.

Um herói à espera de redenção

Esta não é a primeira tentativa de ressuscitar o Capitão. A Sony tentou desenvolver um filme durante vários anos, mas acabou por perder os direitos. Em 2016, a Paramount chegou a anunciar um projecto com Glen Powell como argumentista e potencial protagonista, mas também ficou pelo caminho.

Agora, com o impulso da Netflix e o envolvimento de nomes influentes como DiCaprio e Berlanti, o Capitão Planeta pode finalmente regressar ao combate — e desta vez com meios para chegar a uma nova geração de espectadores, mais informada e mais preocupada com o planeta.

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O poder é vosso!

Ainda não há data de estreia definida, nem elenco confirmado, mas uma coisa é certa: o mundo está a precisar urgentemente de um herói ambientalista. E, se tudo correr bem, Capitão Planeta poderá voltar para lembrar-nos que salvar o planeta é uma missão colectiva — e possível.

“Assassin’s Creed” Vai Mesmo Avançar na Netflix — E Desta Vez Promete Redenção

“Assassin’s Creed” Vai Mesmo Avançar na Netflix — E Desta Vez Promete Redenção Após o Fracasso no CinemaA série live-action está finalmente em marcha com novo showrunner, nova visão e a bênção da Ubisoft

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A saga Assassin’s Creed vai ganhar uma nova vida na Netflix. Após anos de silêncio e quase cinco anos depois do anúncio do acordo com a Ubisoft, a série em imagem real está oficialmente em desenvolvimento — e promete ser uma reinterpretação ambiciosa de um dos universos mais ricos e adorados da história dos videojogos.

O anúncio foi confirmado pela Netflix e divulgado pela The Hollywood Reporter. Os showrunners e produtores executivos serão Roberto Patino (Westworld, Sons of Anarchy) e David Wiener (Halo, The Killing), dois nomes bem experientes no campo da ficção científica e do drama televisivo.

Livre-arbítrio ou controlo total?

A nova série será, segundo a sinopse oficial, um “thriller eletrizante” centrado na guerra milenar entre duas fações obscuras: uma que luta para controlar e manipular o futuro da humanidade, e outra que procura proteger o livre-arbítrio. Tudo isto emoldurado por eventos históricos cruciais, tal como nos jogos — onde é possível viajar no tempo através da tecnologia do Animus e reviver as memórias genéticas dos antepassados.

Peter Friedlander, vice-presidente das séries originais da Netflix, sublinhou o peso deste projecto para a plataforma:

“Quando anunciámos a nossa parceria com a Ubisoft em 2020, partimos com o objectivo ambicioso de dar vida ao mundo rico e expansivo de Assassin’s Creed de formas novas e ousadas. Agora, após anos de colaboração dedicada, é inspirador ver o quão longe essa visão chegou.”

Depois da desilusão no cinema, nova esperança no streaming

Apesar da popularidade dos jogos — mais de 230 milhões de cópias vendidas desde o primeiro lançamento em 2007 — a adaptação para o grande ecrã, lançada em 2016 com Michael Fassbender, deixou os fãs decepcionados. O filme, que contava a história de Callum Lynch e do seu antepassado Aguilar na Espanha do século XV, falhou em captar a essência do jogo e ficou aquém das expectativas críticas e comerciais.

Agora, a Netflix quer dar a volta por cima. A série em imagem real será apenas o primeiro passo: o acordo de 2020 entre a plataforma de streaming e a Ubisoft inclui também planos para séries de animação e animé — uma abordagem que pode explorar ainda mais profundamente a mitologia dos Assassinos e Templários.

Um legado com potencial (quase) infinito

Com viagens temporais, confrontos ideológicos e uma estética visual sempre marcada por grandes cidades históricas e acrobacias de cortar a respiração, Assassin’s Creed tem todos os ingredientes para se tornar um sucesso no pequeno ecrã. E agora, com uma nova equipa criativa ao leme e anos de maturação do projecto, a série tem finalmente luz verde para provar o seu verdadeiro valor.

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Resta saber: conseguirão os Assassinos redimir-se da sua falhada incursão cinematográfica? A julgar pelo entusiasmo da Netflix e da Ubisoft… talvez a vingança esteja próxima.